Anteontem caíram as redes sociais durante umas horas e parece que o mundo acabou. Gente em pânico por não poder falar atrás dum teclado, as TVs a fazerem entrevistas ocas a "influencers" (ocos) por causa dos transtornos que isto lhes causou - símbolos de uma sociedade visualmente falsa e vazia como a que temos - milhões de dólares de prejuízo em todo o mundo devido aos negócios associados a essas redes, uma verdadeira hecatombe.
Eu estive 4 dias com um grupo de amigos num monte alentejano, bem no interior, sem rede, sem poder sequer telefonar (tínhamos de andar uns km para conseguir) e ninguém morreu. É certo que assim que saíamos do "casulo" todos aproveitámos para mandar umas mensagens "lá para casa". Somos humanos e igualmente dependentes da porcaria das tecnologias (infelizmente). Só quando regressámos soubemos que éramos campeões mundiais de futsal, que o Benfica perdeu e que o menino da lágrima voltou a demitir-se para se voltar a candidatar (novidades?)...
Tenho as minhas dúvidas de que conseguiríamos estar tão divertidos, tranquilos e num clima de comunhão e amizade como estivemos, se houvesse rede naquele local. Assim aproveitámos para relaxar, nadar, ler, comer, beber, tocar, compor e conversar. Sobre tudo. Com um copo de vinho ou de medronho. Deveríamos todos experimentar. A sério que é possível. Temos de repensar o mundo como o vivemos actualmente. Não é saudável esta pressa e esta urgência em que vivemos onde tudo "é para ontem". Pela minha parte vou abrandar um pouco. Tudo! Viver mais devagar e aceitar o que vem, sem medo de sermos "ultrapassados". Não há pressa. Vivam! Sem stress..
Sem comentários:
Enviar um comentário