Quem entra no caldeirão desgovernado do Facebook, e de outras redes sociais, sabe que perde totalmente a privacidade. Sendo que isso é matéria sobre a qual compete a cada um de nós decidir. O pior é que quem entra no Facebook perde também, e por inteiro, o controlo da identidade jurídica e pessoal. O que fia mais fino. E, pior ainda, sem que a grande maioria das vítimas sequer se aperceba. Passamos a fazer parte de uma turba global que já vai em 3 mil milhões de alminhas virtuais, sem que a larguíssima maioria faça a menor ideia sobre quem de facto contacta nas redes, ou por quem é contactado. Nem por onde viajam os seus dados, a quem são vendidos ou com que máfias são traficados. 1/3 da humanidade, os tais 3 mil milhões, valem um rotundo zero no balanço do deve & haver do jovem Zuckerberg. Os algoritmos tratam de tudo. Eles sabem tudo, guardam todos os nossos sinais mais íntimos para nos tratarem da saúde como ninguém. O mercado dos algoritmos tem vindo a criar a ritmo alucinante - em 'moto continuo' permanente - matilhas de consumidores dos mais diversos produtos. Da Coca-Cola e dos produtos para fazer crescer o cabelo o catálogo do Facebook evoluiu para a política e para a venda de ideologias. O algoritmo mágico vida própria aos seguidores e leva-os ao céu e ao inferno. Sem que as vítimas façam a menor ideia do que é feito à sua identidade jurídica e pessoal pelos imperadores do ciberespaço. É a vida, como diria o engenheiro. Mas a vida tornou-se muito perigosa, conforme o Senado dos EUA é forçado a começar a constatar, depois de andar anos e anos a tapar o sol com a peneira. Há hoje muita gente no mundo que sente presa no arame farpado das redes. Essas pessoas começam por isso a pensar em apagar o FB das suas vidas, tal como a TIME nos dá conta na sua capa desta semana.
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