quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Áreas marinhas protegidas da Europa não estão a proteger os oceanos


De acordo com um relatório desenvolvido por auditores do Tribunal de Contas Europeu, as áreas marinhas protegidas da Europa criadas, especificamente, para evitar a perda de biodiversidade no mar, não estão a proteger os oceanos. Desta forma, a investigação salienta que as ações levadas a cabo na última década não conseguiram travar a perda de biodiversidade nas águas europeias e restaurar a pesca sustentável.

Os investigadores afirmam não haver sinais significativos de progresso no mar Mediterrâneo, uma vez que é o mar com mais pesca excessiva do mundo, destacando que a pesca está duas vezes acima dos níveis sustentáveis, prejudicando aos habitats marinhos vulneráveis.

Além disso, o relatório repercutiu uma avaliação recente da Agência Europeia do Ambiente (EEA), ao concluir que menos de 1% das áreas marinhas protegidas da Europa estavam totalmente protegidas por proibições de pesca, apelando para uma melhor gestão das áreas protegidas.

Importância dos Mares na Sustentabilidade Ambiental Mundial
João Figueiredo, Membro do Tribunal de Contas Europeu e Responsável pelo relatório, refere que “pela sua importância económica, social e ambiental, os mares são um verdadeiro tesouro. No entanto, a ação da União Europeia (U.E) não tem sido capaz de restaurar os mares europeus a um bom estado ambiental, nem a pesca a níveis sustentáveis.” Salientando, “para serem eficazes, as áreas protegidas da Europa teriam de cobrir de forma suficiente as espécies marinhas mais vulneráveis ​​da U.E e os seus habitats, incluir restrições à pesca quando necessário e ser bem geridas”.

Criar uma rede devidamente protegida de habitats de peixes, ao longo do Mediterrâneo, criar uma ação renovada para estabelecimento de novas zonas de restrição de pesca e incluir uma gestão adequada que sustente as espécies e a respetiva pesca insustentável é fundamental para um caminho futuro verdadeiramente mais sólido, equilibrado e verde.

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