De acordo com um relatório desenvolvido por auditores do Tribunal de Contas Europeu, as áreas marinhas protegidas da Europa criadas, especificamente, para evitar a perda de biodiversidade no mar, não estão a proteger os oceanos. Desta forma, a investigação salienta que as ações levadas a cabo na última década não conseguiram travar a perda de biodiversidade nas águas europeias e restaurar a pesca sustentável.
Os investigadores afirmam não haver sinais significativos de progresso no mar Mediterrâneo, uma vez que é o mar com mais pesca excessiva do mundo, destacando que a pesca está duas vezes acima dos níveis sustentáveis, prejudicando aos habitats marinhos vulneráveis.
Além disso, o relatório repercutiu uma avaliação recente da Agência Europeia do Ambiente (EEA), ao concluir que menos de 1% das áreas marinhas protegidas da Europa estavam totalmente protegidas por proibições de pesca, apelando para uma melhor gestão das áreas protegidas.
João Figueiredo, Membro do Tribunal de Contas Europeu e Responsável pelo relatório, refere que “pela sua importância económica, social e ambiental, os mares são um verdadeiro tesouro. No entanto, a ação da União Europeia (U.E) não tem sido capaz de restaurar os mares europeus a um bom estado ambiental, nem a pesca a níveis sustentáveis.” Salientando, “para serem eficazes, as áreas protegidas da Europa teriam de cobrir de forma suficiente as espécies marinhas mais vulneráveis da U.E e os seus habitats, incluir restrições à pesca quando necessário e ser bem geridas”.
Criar uma rede devidamente protegida de habitats de peixes, ao longo do Mediterrâneo, criar uma ação renovada para estabelecimento de novas zonas de restrição de pesca e incluir uma gestão adequada que sustente as espécies e a respetiva pesca insustentável é fundamental para um caminho futuro verdadeiramente mais sólido, equilibrado e verde.
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