"Electrónica" lenta! A lentidão é o orgulho da Escola! E colectivamente precisamos novamente do TEMPO para a focagem!
Ontem a minha escola convidou o Professor Doutor Joaquim Azevedo para nos falar sobre a Escola para o séc. XXI e a autonomia das Escolas. E dessa palestra resultou algumas ideias que eu sublinharei nesta minha crónica.
Numa sociedade cada vez mais acelerada e informatizada e tele-comunicativa....o que observamos? Escolas a telecomando/telecontrolo central. Decreta-se isto, há prazos de entrega para ontem, despachos e decretos de lei via email aos sábados....
Voltando ao "interesse" da sociedade pelos trabalhos dos nossos alunos, ao mundo, à tele-informática, à questão dos tele-pais e à "realidade" do tele-mundo e tele-centrão no real das nossas vidas, e na Escola. Quando vi o video vencedor da ESAG no youtube ia apenas no meros 420 ontem de manhã. Coloquei no meu blogue http://bioterra.blogspot.com/ 2011/07/para-ser-grande-se- inteiro-trabalho-dos.html e subiu mais uns 42 visualizações. Mas que bom! É por aí! E porquê isto?
Porque a escola precisa deste TEMPO:) Referiu o Professor Joaquim Azevedo, que ela é por natureza lenta, tranquila e de pequenos percursos... Acrescento eu até que alunos e professores atingem os patamares seguintes, após a transmissão do passado cultural, científico e artístico aos nossos jovens como estudantes e como agentes de mudança e de crescimento social e não como assistimos cada vez mais a Escola treinada para exames/testes. As Novas Oportunidades são a alavancagem de promoção social de muitos trabalhadores/reformados e uma vida mais gratificante. Assim o desejamos todos. Contudo, como aconteceu com a formação de adultos para empresas, rapidamente os objectivos finais perdem-se em burocracias e rituais que desdignificam o acto ensino-aprendizagem-saídas profissionais (lembremo-nos que em Portugal continuamos a ter mão de obra muito mais qualificada que o próprio patronato e por vias legais a sub-contratação acaba por beneficiar quem tem menos habilitações). E depois temos um sub-mundo da economia paralela e de uma "familiarização" pela fuga ao fisco transversal a muito sectores da sociedade. Bem, creio que posso estar a fugir da focagem...Voltemos ao Poema Grande
Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
O Professor acusou ainda que a sociedade fixou-se no interesse pelos exames. É uma falsa questão. Se a sociedade quer mais exames, muitos serão resultados FABRICADOS. Queremos uma Escola- Empresa? Com as imensas injustiças já evidentes?
A escola é um local de trabalho, de sonho, onde é difícil deve medir o "invisível" que é o salto intelectual e o crescimento da PESSOA, tanto do mestre como do aprendiz.
Há várias Educações: a Educação Escolar, a Educação Familiar, a Educação Ambiental, a Educação Empresarial, etc...
O Professor Joaquim Azevedo frisou e repetiu imensas vezes que é urgente distinguir a Educação Escolar da Educação Familiar. São universos completamente distintos.
O Professor Joaquim Azevedo frisou e repetiu imensas vezes que é urgente distinguir a Educação Escolar da Educação Familiar. São universos completamente distintos.
E já todos os portugueses se questionaram que a Escola é de FACTO uma das organizações sociais que mais gente bem qualificada agrega?
E concluiu a sua intervenção com uma pergunta provocadora: Não estaremos, nós a Escola e a sociedade, suficientemente confiantes em avançar com a verdadeira Autonomia das Escolas?
Mas acredito que noutros sectores, como no Ambiente. Justiça e saúde- precisamos todos de recuperar o TEMPO para nós próprios e para a focagem. Chega de mudanças e este mundo esgotado e disperso e "vazio" e cheio de mini-sociedades e vasos pouco comunicantes. Enquanto isso, vemos avenidas financeiras tremendamente eficazes e controladoras (para o bem e para o mal). Temos que trabalhar as fronteiras e permeabilizar os processos. É nos processos que a Humanidade cresce, fica mais justa e feliz. Não em econometrias e regulações "decretadas" e no cinismo das empresas de notação e mesmo nas posições sonsas dos peritos em "mercados". Primeiro conquistam-nos e depois desejam o mundo.
As pessoas não são mercadorias nem comerciáveis.
Finalmente uma última provocação:
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