Começou esta quarta-feira a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas (COP15), sobre Biodiversidade no Canadá. A humanidade tornou-se uma "arma de extinção maciça" e é tempo de parar a nossa "guerra contra a natureza", afirmou o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelando aos países para que tomem decisões corajosas durante a cimeira COP15 sobre a biodiversidade. O director do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, na Guiné-Bissau, Justino Biai, lembra que "estamos a dar prioridade ao desenvolvimento em relação à biodiversidade".
Depois de dois anos de adiamento, por causa da pandemia da Covid-19, a conferência da ONU sobre biodiversidade, a COP15, arrancou esta quarta-feira, 7 de Dezembro, em Montreal, no Canadá. Os objectivos dos negociadores para as próximas duas semanas: chegar a um acordo internacional com compromissos concretos até 2030 para proteger a natureza.
"A biodiversidade é um dos componentes essenciais no meio ambiente. Não podemos separar a biodiversidade do meio ambiente", defende o director do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), na Guiné-Bissau, Justino Biai, que lembra que "estamos a dar prioridade ao desenvolvimento em relação à biodiversidade".
Segundo o último relatório do World Wildlife Fund (WWF), as populações de animais selvagens diminuíram em média 69% desde 1970. Enquanto os estudos mostram uma degradação da biodiversidade, a COP15 da biodiversidade vai traçar novos objectivos para a preservação dos ecossistemas. "Só as pessoas que estão próximas da biodiversidade é que sentem que ela está a ser ameaçada. Enquanto as mudanças climáticas todos estamos a sentir os seus impactos. Talvez seja por isso que existe maior lobbing em torno das mudanças climáticas", compara o directo do IBAP.
Os cientistas descrevem um círculo vicioso: quanto mais altas as temperaturas, mais certas espécies, plantas ou animais, ficam desprotegidas: árvores, pássaros, morcegos, peixes. Essas mudanças na biodiversidade afectam os ciclos do carbono e da água e, portanto, aceleram as mudanças climáticas.
No início da COP15, que decorre em Montreal, no Canadá, até dia 19 de Dezembro, António Guterres realçou que um terço do planeta está degradado, com um milhão de espécies em risco de extinção, causando danos à natureza e também à sobrevivência das populações.
"A perda da natureza e da biodiversidade traz um custo humano acentuado. Um custo que medimos em empregos perdidos, fome, doenças e mortes. Um custo que medimos em 3 triliões de dólares [2,8 biliões de euros] em perdas anuais até 2030 pela degradação dos ecossistemas. Um custo que medimos em preços mais elevados da água, alimentos e energia. E um custo que medimos nas perdas profundamente injustas e incalculáveis dos países mais pobres, populações indígenas, mulheres e jovens", acrescentou António Guterres.
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