É pelo menos esta a conclusão do estudo de três investigadores da Universidade de Aveiro, que alertam para um aumento muito preocupante das temperaturas em Portugal e Espanha. Os cientistas defendem a redução urgente das emissões de gases como forma de travar esta subida galopante.
Em trinta anos, a Península Ibérica pode passar a ter três meses por ano onde as temperaturas máximas diárias estarão acima de 40 ºC. E esse será um fenómeno "muito menos lento do que se julgava", explicou ao DN David Carvalho, coordenador de estudo de três investigadores da Universidade de Aveiro (UA), que acaba de ser publicado revista Climate Dynamics(link is external).
Segundo o estudo, as temperaturas da Península Ibérica vão aumentar de forma "muito preocupante" durante este século. E prevê até 2100 aumentos da temperatura média de dois a três graus ao longo de todo o ano, o suficiente para causar graves impactos no meio ambiente e, por consequência, na saúde pública.
O interior de Portugal continental, bem como o Algarve e Alentejo, são algumas das regiões que poderão registar aumentos de quatro a cinco graus centígrados nas máximas diárias. Estas três regiões já são atualmente alvo de fenómenos extremos que culminam em fogos florestais de grandes dimensões. Por isso, David Carvalho, coordenador da equipa responsável pelo estudo, lembra que "devemos repetir até à exaustão: reduzir as emissões de gases com efeito-estufa"
Com base nos aumentos de temperatura detetados no estudo que coordenou, a equipa de investigadores da Universidade de Aveiro antevê que "o número de dias por ano com temperaturas máximas acima dos 40 graus centígrados poderão aumentar até cerca de 50 dias por ano no final deste século".
A subida dos termómetros ocorre em todas as linhas, colocando de novo na ribalta o problema das alterações climáticas. O estudo projetou e analisou as temperaturas de superfície na Península Ibérica para dois períodos futuros, o primeiro de 2046 a 2065 e o outro de 2081 a 2100.
Os resultados apontam para aumentos da temperatura diária, não só da média como também da máxima e da mínima, para praticamente todo o território da Península Ibérica, embora o território espanhol seja mais afetado. As temperaturas máximas diárias aumentarão mais do que as médias e as mínimas serão as que aumentarão menos.
Em Portugal os aumentos andarão à volta dos 1,5-2 graus centígrados para o período 2046-2065 e de 2-3 graus centígrados para 2081-2100 em termos de temperatura média diária. No caso da temperatura máxima, o aumento poderá chegar aos 4-5 graus centígrados no final do século, explica o DN.
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