Após mais de quatro anos de negociações, quase 200 países assinaram um acordo na Cop15 da biodiversidade para colocar a humanidade no caminho de viver em harmonia com a natureza até meados do século. O acordo inclui objetivos de proteger 30% do planeta para a natureza até ao final da década, eliminar 500 mil milhões de dólares de subsídios prejudiciais para o ambiente, e restaurar 30% dos ecossistemas terrestres, de águas interiores, costeiros e marinhos degradados do planeta. Os governos também acordaram acções urgentes para travar a extinção de espécies em vias de extinção e promover a sua recuperação. Tal como na Cop27 do mês passado no Egipto, as divisões em relação ao dinheiro foram o principal ponto de atrito nas últimas horas de negociações. No acordo final, os países decidiram criar um novo fundo no âmbito do principal mecanismo de financiamento da biodiversidade existente na ONU e comprometerem-se a convergir sobre um fundo separado em conversações futuras. Os países ricos concordaram em fornecer 30 mil milhões de dólares de ajuda para a biodiversidade até ao final da década. Embora este acordo não seja juridicamente vinculativo, os governos terão a obrigação de mostrar os seus progressos no cumprimento dos objetivos com planos nacionais de biodiversidade, à semelhança das contribuições determinadas a nível nacional, que os países utilizam para mostrar progressos no cumprimento do acordo climático de Paris. Há quem se manifeste desiludido com a linguagem mais fraca do que o esperado sobre o consumo e a utilização de pesticidas, fatores significativos de perda de biodiversidade. O conceito de "natureza positiva", considerado por alguns cientistas como o equivalente da biodiversidade ao "net zero" (neutralidade carbónica), não consta do acordo.
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