O Relógio do Apocalipse diz, de novo, que estamos a 90 segundos da meia-noite, o que significa a destruição da humanidade.
Os especialistas da revista Bulletin of Atomic Scientist acertaram esta terça-feira os ponteiros e, tal como no ano passado, continuamos bem perto do dia do "juízo final", ou seja a 90 segundos da meia-noite, que é como quem diz para a auto-destruição da humanidade.
Pela 77ª vez, o Dooms Day Clock é acertado e representa um alerta que a comunidade científica faz à humanidade, uma chamada de atenção para o dia em que tudo termina.
"A humanidade continua a enfrentar um nível de perigo sem precedentes", refere a Bulletin of Atomic Scientist, responsável por acertar o relógio, que mantém-se a 90 segundos da meia-noite, tal como em 2023, ano em que a proximidade da humanidade ao dia da auto destruição foi justificada pela guerra na Ucrânia, mais concretamente a ameaça nuclear proveniente da Rússia.
Este ano, os ponteiros do relógio voltaram a ser acertados, mas mantemo-nos a 90 segundos, apenas um minuto e meio, da meia-noite. O que não significa estagnação. "A nossa decisão não deve ser tomada como um sinal de que a situação da segurança internacional se atenuou. Em vez disso, os líderes e os cidadãos de todo o mundo devem encarar esta declaração como um aviso severo e reagir com urgência, como se hoje fosse o momento mais perigoso da história moderna. Porque pode muito bem ser", alerta o Conselho de Ciência e Segurança do Boletim.
Aliás, o mundo enfrenta mais uma guerra, agora no Médio Oriente, entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas.
Além da guerra na Ucrânia, o mundo enfrenta a ameaça das armas nucleares, com a deterioração dos acordos de redução deste tipo de armamento, as alterações climáticas, que levaram a que 2023 fosse considerado como o ano mais quente já registado. Os avanços nas tecnologias de engenharia genética, bem como os registados na área da Inteligência Artificial também preocupam.
"Não se deixem enganar: acertar o relógio a 90 segundos para a meia-noite não é uma indicação de que o mundo está estável. Muito pelo contrário. É urgente que os governos e as comunidades em todo o mundo ajam. E o Boletim continua esperançoso – e inspirado – em ver as gerações mais jovens liderar a luta”, refere Rachel Bronson, presidente e diretora executiva do Bulletin of Atomic Scientist, em comunicado.
Para Jerry Brown, presidente executivo do Boletim, é como se os líderes mundiais "estivessem no Titanic". Afinal, "estão a conduzir o mundo para a catástrofe – mais bombas nucleares, grandes emissões de carbono, patógenos perigosos e inteligência artificial". "Só as grandes potências como a China, a América e a Rússia podem fazer-nos recuar. Apesar dos antagonismos profundos, eles devem cooperar – ou estaremos condenados", conclui o responsável.
Fundado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e cientistas da Universidade de Chicago que ajudaram a desenvolver as primeiras armas atómicas no âmbito do Projeto Manhattan, o Bulletin of the Atomic Scientists criou o Relógio do Apocalipse dois anos mais tarde, em 1947, "um indicador universalmente reconhecido da vulnerabilidade do mundo a catástrofes globais causadas por tecnologias criadas pelo homem".
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