domingo, 21 de junho de 2015

Minerais e fósseis, “uma e a mesma coisa”

Foto de António Galopim de Carvalho.
“Mina”, com o significado de escavação na terra, é um termo que se julga radicar na cultura céltica, trazido para a Europa ocidental por um povo portador da metalurgia do ferro, a partir do segundo milénio a.C. É uma palavra do nosso vocabulário ligada a duas realidades sociais:
(1) a popular e rudimentar mina de água e
(2) a mina no sentido de local onde, desde há muito, artesanal ou industrialmente, o homem procura extrair matérias-primas, tradicionalmente referidas por minérios.
Na imensa maioria, minerais, mas também algumas rochas como o gesso e o sal-gema, e raros fósseis, como é o caso da lenhite, da hulha e da antracite.
Minerar é, pois, escavar e mineral e minério são produtos que da terra se retiram por escavação.

Se tivermos em conta que escavar é fossar e que fosso ou fossa é uma escavação, compreendemos por que razão, no passado, até ao século XVIII, se chamava fóssil a todo o material não orgânico que se desenterrava ou extraía de dentro da terra (do latim fossile, desenterrado), o que abrangia os minerais, os “petrificados”, ou seja, os fósseis, no sentido que hoje lhe damos (o de antigos seres transformados em pedra), as rochas e os achados pré-históricos e arqueológicos.

António Galopim de Carvalho

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