Peixe opah (Foto: REUTERS/NOAA) |
Um estudo da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), órgão dos Estados Unidos, revelou a opah como a primeira espécie de peixe composto inteiramente por sangue quente, dando-lhe vantagem competitiva nas profundezas frias do oceano. Enquanto mamíferos e aves em geral mantêm a temperatura do corpo alta, o opah (Lampris guttatus) é o primeiro peixe que consegue fazer o mesmo.
O peixe prateado, do tamanho de um pneu de automóvel, pode ser encontrado em quase todos os oceanos. Mas é principalmente achado no Caribe, nos Estados Unidos e na Argentina. Ele vive centenas de pés abaixo da superfície, em águas frias mal iluminadas.
Suas nadadeiras parecem asas, fazendo com que ele consiga nadar rapidamente. Segundo os cientistas, o bater constante das barbatanas do opah aquece seu corpo, acelerando o seu metabolismo e, em efeito contínuo, o movimento e suas reações.
De acordo com o biólogo Nicholas Wegner, do Centro de Pescaria do NOAA na Califórnia, e um dos autores do estudo, ter sangue quente é uma vantagem competitiva, já que confere ao peixe as capacidades de nadar melhor, reagir rapidamente e enxergar com precisão. Esses diferenciais, segundo os pesquisadores, tornam o opah o que é considerado um "predador de alto desempenho".
O biólogo só percebeu que o peixe era incomum quando um co-autor da pesquisa, Owyn Snodgrass, coletou uma amostra do tecido branquial do peixe que tinha uma estrutura nunca vista: o sangue quente, que sai do núcleo do corpo, ajuda a aquecer o sangue frio, retornando para o coração a partir da superfície respiratória das brânquias, onde absorve oxigênio.
Alguns outros peixes, como o atum e espécies de tubarões, conseguem aquecer certas partes do corpo, como músculos, aumentando a capacidade natatória. Mas órgãos internos, incluindo os corações, voltam a esfriar rapidamente, forçando-os a retornar para profundidades rasas, onde as temperaturas são amenas, para se aquecer.
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