quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Complete sequencing of ape genomes

Artigo científico
Foi feita a sequenciação genética de vários primatas, que confirma a nossa proximidade com os chimpanzés e bonobos. Na verdade, 98,7% dos genes são idênticos e apenas 1,3% explicam as nossas diferenças. 
Quando Charles Darwin publicou em 1871 "A Ascendência do Homem", puseram a sua cabeça num corpo de chimpanzé como sátira de que vínhamos dos macacos. Ainda hoje há muita gente que pensa o mesmo e que somos seres especiais vindos de não sei onde porque que assim acredita não explica a nossa origem e, não ausência de explicações válidas, remetem para os extraterrestres ou a religião, que é o conforto dos tolos.
A nossa proximidade dos chimpanzés, dos quais divergimos há 6,2 milhões de anos, não quer dizer que um dia fomos chimpanzés mas que tivemos antepassados comuns, que por sinal são mais recentes de que com os dos gorilas, dos orangotangos ou dos gibões. Cada espécie actual de primatas é a ponta de um ramo de uma árvore muito antiga que remonta aos primeiros mamíferos do Cretácico, há 71 milhões de anos, quando quando os dinossauros ainda dominavam e divergiram dos restantes mamíferos primitivos. Nessa árvore dos primatas que se subdiviu, primeiro em símios e prossimios (lémures e afins),  em numerosos galhos cada vez mais finos dos quais um somos nós, e as espécies actuais não são mais que o resultado de milhões de anos de evolução e divergências. 
Não é correcto dizer que, apesar da nossa proximidade aos chimpanzés, evoluímos a partir destes, nem é correcto dizer que evoluímos dos macacos, pois todos os primatas são macacos e nós não somos excepção. A grande diferença que temos em relação aos nossos parentes primatas mais próximos não é tanto a capacidade de fazer ferramentas, de ter cultura ou linguagem falada - os chimpanzés e bonobos também os têm -, mas a capacidade de preservar e aumentar o conhecimento pela escrita, o que levou a uma evolução sem precedentes a nível tecnológico

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