sábado, 20 de dezembro de 2025

Mariana Mortágua despediu-se do Parlamento e ouviu elogios de quase todas as bancadas


Mariana Mortágua despediu-se do Parlamento e ouviu elogios de quase todas as bancadas. Cumpriu e fê-lo, com elevação e ética, características que infelizmente já não abundam muito na Assembleia da República.
Como sempre, vejo as redes sociais a destilar ódio a quem combateu o sistema, como pôde. À Mariana devemos sobretudo o seu empenho em desmascarar a rede do BES e isso não interessa para esta gente que nunca gostaram de quem interfere e denuncia o poder podre do país. Doutorada em Economia pela Universidade de Londres. A Mariana já tem emprego, estejam descansados. Em princípio será Professora Universitária no ISCTE. Destaco três livros que são actuais, infelizmente:

1. "Isto é um Assalto" (2013)
Com ilustrações e BD de Nuno Saraiva e design de Rita Gorgulho, este livro descreve o assalto que Portugal está a sofrer. Eles estão a cobrar impostos acima das nossas possibilidades, a retirar subsídios de férias e de Natal que eram as nossas possibilidades, a destruir o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e a Segurança Social que deveriam ser a devolução dos nossos tributos. Eles querem tudo. Eles, a finança, cobram uma renda sobre o nosso futuro e ainda querem convencer-nos de que somos culpados. Por isso, em Isto é um Assalto, faz-se a conta e cobra-se a fatura: verá como os bancos foram financiados pelos nossos impostos, como a austeridade e a chantagem da dívida estão a criar o maior desemprego da história do nosso país, como a troika destrói a vida das pessoas.

2."Privataria" de 2015
«Portugal foi tricampeão de privatizações em 2012, 2013 e 2014, ocupando sempre, nesses anos, o primeiro lugar em volume de vendas a nível europeu. Esta revolução, pela sua escala e pelos setores alcançados - os correios e os aeroportos, por exemplo, tinham sido sempre públicos -, é isso mesmo: uma revolução. Mas a apropriação por privados (ou entidades estatais estrangeiras) de monopólios naturais e outros recursos estratégicos iniciou-se vinte anos antes. Com entoações diferentes, a justificação política foi sempre a da superioridade da gestão privada, aliada à pressão das instituições europeias para a redução do défice e da dívida, uma constante ao longo do tempo, ora em função das regras do "mercado comum", ora dos critérios de convergência para a moeda única, ora do memorando com a troika ou ora ainda do tratado orçamental europeu.»

3. "No Sonho Selvagem do Alquimista" de 2021
Como se cria o dinheiro? Quem é que controla a criação do dinheiro? E quem o detém? Como é que as nossas vidas são condicionadas pelo sistema financeiro mundial?
Neste livro destinado ao grande público, Mariana Mortágua explica os principais processos de criação de moeda e o modo de funcionamento dos bancos. Acompanhando a sua evolução desde a Idade Média, a autora reflete sobre o poder associado às relações financeiras e de dívida. E sobre as novas formas de poder financeiro, nomeadamente a «banca-sombra» e as criptomoedas. O principal argumento é que a moeda, a banca e a finança são demasiado importantes para se manterem fora do espaço de discussão e decisão democráticas.

E quanto ao seu papel, tão criticado pelos portugueses, quando fez parte da flotilha por Gaza, infelizmente a situação continua calamitosa, agravada com as inundações deste Inverno. O acordo de paz na Faixa de Gaza, que vigora desde 10 de outubro é um frágil cessar-fogo entre Israel e o grupo radical palestiniano. Os Palestinianos continuam vítimas de Netanyahu. Israel continua a restringir a ajuda humanitária vital (77% da população ainda sofre de fome aguda, apesar do cessar-fogo) e vários relatos mostram que o país viola o cessar-fogo, não apenas o Hamas como os media destacam mais, os habitantes de Gaza sofrem com tendas inundadas, fome, poluição e doenças.

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