A grande vítima de toda a crise energética que vivemos será mesmo... a Rússia. É o que salienta o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, em entrevista à Euronews, na qual explica porque é que Moscovo deu o passo errado.
"A Rússia vai sair a perder desta batalha energética pela seguinte razão: antes da invasão, cerca de 75% do total de exportações de gás russo vinha para a Europa, assim como 55% das exportações de petróleo. A Europa era, de longe, o maior mercado, o maior cliente da Rússia. E a Rússia perdeu-o para sempre. E não é possível construir gasodutos rapidamente para enviar gás para a China ou Índia. No cenário mais otimista, são necessários dez anos para construir gasodutos desses", explica.
No entanto, para Fatih Birol, as previsões de que este inverno será o mais duro não estão corretas.
"Vamos chegar até fevereiro ou março sem grandes problemas porque conseguimos armazenar muito gás natural, graças às políticas europeias. Vamos usá-lo durante este inverno. Mas a questão é que o inverno seguinte pode ser ainda mais duro do que este. Quando chegarmos a fevereiro ou março, já teremos utilizado uma grande parte do gás que guardámos. Como é que vamos conseguir armazenar novamente, encher novamente as reservas? Essa é a grande questão, porque as condições do mercado não serão fáceis", considera.
Falando sobre a economia russa, Georgieva projetou contrações em 2022 e 2023, juntamente com implicações prejudiciais de médio e longo prazo.
"Um, [a Rússia] está perdendo o acesso à tecnologia que teria ajudado o país a modernizar e diversificar sua economia. Segundo, está perdendo pessoas. A saída de russos, especialmente russos altamente qualificados, por causa da guerra está prejudicando a Rússia, " ela disse.
"E terceiro, está perdendo seu papel na economia global."
Campanha Global Witness - Stop Russian oil
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