quinta-feira, 19 de junho de 2014

Costa portuguesa ameaçada pelo risco de desastres naturais associados à energia nuclear



A costa atlântica portuguesa e espanhola está na lista de zonas ameaçadas pelo risco de desastres naturais associados à existência de centrais nucleares. Segundo um estudo da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, publicado no jornal Natural Hazards, há 23 centrais nucleares e 74 reactores em funcionamento ou em construção em áreas potencialmente perigosas e com risco de tsunamis. E a costa portuguesa poderá estar em perigo.

“Apesar de o risco desses desastres naturais ameaçar praticamente toda a costa oeste do continente americano, a costa atlântica portuguesa e espanhola, a costa do Norte de África, o Mediterrâneo Oriental e algumas áreas da Oceânia, especialmente no sul e sudoeste da Ásia, estão em grande risco devido à presença de centrais nucleares”, explica o estudo, citado pelo Science Daily.
Recorde-se que a Espanha tem actualmente oito reactores nucleares activos, dois deles em Almaraz (na foto), a 100 quilómetros de Portugal. O estudo, inspirado na tragédia de Fukushima, no Japão, começou por desenhar uma mapa de zonas geográficas do mundo com risco de tsunamis. Depois, colocou um mapa das centrais e reactores nucleares por cima desse primeiro mapa.

Para desenvolver o mapa, os cientistas usaram registos arqueológicos, geológicos e históricos. Debarati Guha-Sapir, um dos autores do estudo, explicou que o impacto do desastre natural piora com a crescente interacção com as centrais nucleares. O estudo afirma que 27 dos 64 reactores nucleares em construção no mundo estão na China, mas que 19 desses estão em áreas identificadas como perigosas. Também o caso japonês é problemático: há sete centrais nucleares e 19 reactores em risco, um deles ainda em construção.

A Coreia do Sul tem cinco reactores em risco, a Índia dois e o Paquistão um. “A localização das instalações nucleares não só tem implicações para os seus países de origem como para as áreas que podem ser afectadas por fugas radioactivas”, explicou Joaquín Rodríguez-Vidal, outro dos autores do estudo.

Nem o Science Daily nem outros meios que publicaram as principais conclusões do estudo explicam porque razão a costa portuguesa e espanhola estão em risco. Se o quiser fazer, porém, terá de fazer o download (pago) do estudo, aqui.

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