quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Morre paleontólogo Richard Leakey, descobridor de fósseis dos primeiros hominídeos


O carismático paleontólogo, personagem político e defensor do meio ambiente, o queniano Richard Leakey, reconhecido mundialmente por suas descobertas de fósseis dos primeiros hominídeos, morreu neste domingo (2/01) aos 77 anos, anunciou o presidente do Quênia.

Leakey teve um papel fundamental na compreensão das origens da humanidade e também lutou contra os caçadores ilegais de elefantes. Embora a causa de sua morte não tenha sido anunciada, o paleontólogo tinha saúde frágil há anos.

"Recebi com profunda tristeza ao meio-dia a notícia do falecimento do doutor Richard Erskine Frere Leakey, ex-encarregado do Serviço Público do Quênia", declarou o presidente Uhuru Kenyatta em um comunicado publicado neste domingo.

Nascido em 19 de dezembro de 1944, Richard Leakey, filho de outros dois paleontólogos de fama mundial, Louis e Mary Leakey, conseguiu seu reconhecimento graças a descobertas que permitiram provar a evolução da humanidade na África.

Crânios de 1,9 milhão de anos
Sem formação formal em arqueologia, Leakey participou de escavações nos anos 1970 que trouxeram à luz, por exemplo, os primeiros crânios de Homo habilis (de cerca de 1,9 milhão de anos) em 1972 e de Homo erectus (1,6 milhão de anos) em 1975.

Mas sua maior descoberta ocorreu no lago Turkana, no Quênia, em 1984, quando encontrou um esqueleto quase completo de um Homo erectus, batizado de "o menino de Turkana".

Protetor dos elefantes
Comprometido desde os anos 1980 com a luta contra a caça ilegal de elefantes e o comércio das presas de marfim, o presidente queniano na época, Daniel arap Moi, o nomeou encarregado do Serviço de Vida Selvagem do país (KWS, em inglês).

Em 1993, sofreu um acidente com seu avião particular Cessna no vale do Rift, no Quênia, e perdeu as duas pernas.

Richard Leakey também se comprometeu com a política, pois chefiou várias instituições da sociedade civil e ocupou brevemente a direção do Serviço Civil local.

Apesar da saúde frágil, entre 2015 e 2018 voltou a chefiar o KWS, diante de uma crescente onda de caça ilegal.

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