Ao João Adrião e ao outro da UTAD, Paulo Fernandes, só lhes faltam os pompons de cheerleaders da indústria dos eucaliptos.
Quando achávamos que já tínhamos visto todo o tipo de pensadores o Observador oferece-nos um woke de eucaliptos. Que é o único tipo de woke que faz sentido.
Nunca vemos um eucalipto a queixar-se de racismo. Está ali parado, cheio de dignidade, enquanto esses racistas arbóreos os atacam. Felizmente há um cronista disponível para defender aqueles que não têm voz.
O eucalipto é uma árvore de sucesso e, por isso, é que é vítima de racismo por parte de pessoas invejosas. É uma árvore amiga da produtividade, que cresce rápido e que não perde tempo como outras árvores preguiçosas, como o pinheiro ou o sobreiro. O seu único objectivo é crescer para nos poder ser útil para a confecção de rebuçados e papel no mínimo tempo possível. Não fica parada à espera de subsídios ou de ser regada e não se importa de sair da sua zona de conforto: procura a água de que necessita nem que, para isso, tenha de destruir outras árvores com as suas grandes e produtivas raízes. Por outro lado, é uma árvore que estimula o trabalho já que cresce em altura e dá muito pouca sombra, ao contrário de árvores que estimulam a preguiça, lançando sombras extensas que estimulam o ócio, como a árvore preferida dos comunistas alentejanos: a azinheira.
O eucalipto, tal como a direita, é uma árvore asseada, bem aprumada e que cheira bem. Podia perfeitamente ter um perfil no LinkedIn. É uma árvores à qual só falta usar fato e gravata para não destoar num conselho de administração da Goldman Sachs. Há produtos de limpeza e pastas de dentes com cheiro a eucalipto e não com cheiro a Festa do Avante.
O eucalipto é vítima do seu sucesso e é muito triste que se use como insulto. Já ouvi pessoas a chamarem eucalipto a homens pouco atraentes porque secam tudo à sua volta. Isto é eucaliptofóbico. A capacidade de secar também tem valor. O eucalipto seca tudo à sua volta porque as outras árvores são mais fracas. É um vencedor e é por isso que desperta racismo. E já agora, amigos, se já vos chamaram eucaliptos porque secam tudo à vossa volta, a culpa não é vossa, é do feminismo que estragou o bom gosto das senhoras.
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