O gato bravo é seguramente um dos mamíferos mais raros e ilusórios que habitam em Portugal.
Pelo que fotografar um destes felinos em ambiente selvagem é um objectivo difícil. Este macho, fotografado na serra de Montesinho no final do Verão de 2017 por uma câmara de armadilhagem, explorava um matagal de carquejas, urzes e giestas.
A cauda espessa e arrredondada na ponta, com bandas escuras bem marcadas (visíveis nesta imagem), a cabeça larga e pescoço robusto e a lista escura que percorre o dorso desde a nuca à base da cauda, são características morfológicas do gato bravo. Porém, distinguir um gato bravo do seu parente doméstico nem sempre é fácil, pois os gatos domésticos resultam da domesticação de uma subespécie de gato bravo, que terá ocorrido no Médio Oriente há quase dez mil anos. Além disso, é frequente a hibridação de gatos bravos com gatos domésticos que visitam habitats naturais, o que complica a sua diferenciação.
Segundo Paulo Célio Alves, investigador da Faculdade de Ciências e do CIBIO da Universidade do Porto, a hibridação com gatos domésticos é provavelmente “uma das principais ameaças à conservação do gato bravo em Portugal e na Europa Ocidental”. Para este investigador, “a falta de conhecimento da população em geral sobre a existência deste pequeno felino e a confusão que existe entre esta espécie selvagem e o gato doméstico, bem como o desconhecimento sobre diversos aspectos da biologia da espécie, põem em causa a conservação do gato bravo”.
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