Para Lipovetsky o termo Pós-Moderno se tornou vago e não consegue exprimir o mundo atual, o pós de pós-moderno se referia ao passado como se este já estivesse morto, antes de afirmar o fim da modernidade, assiste-se ao seu arremate, que se concretiza no liberalismo globalizado, na mercantilização dos modos de vida e numa individualização galopante. Mas esta modernidade, que também é denominada de supermodernidade é integradora, a qual estamos saindo era negadora: não mais destruição do passado, e sim, sua integração com as lógicas modernas do mercado, do consumo e da individualidade. Ao definir o conceito de hipermodernidade, Lipovetsky propõem “superar a temática pós-moderna e reconceptualizar a organização temporal que se apresenta”. Sugere o termo hipermoderno, pois surge uma nova fase da modernidade, que foi do pós ao hiper: “a pós-modernidade não terá sido mais que um estágio de transição, um momento de curta duração.”(Lipovetsky, 2004:58).
A Hipermodernidade é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Todas as coisas se tornam intensas e urgentes. O movimento é uma constante e as mudanças ocorrem em um ritmo quase esquizofrénico determinando um tempo marcado pelo efêmero, no qual a flexibilidade e a fluidez aparecem como tentativas de acompanhar essa velocidade. Hipermercado, hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo: tudo é elevado à potência do mais, do maior. A hipermodernidade revela o paradoxo da sociedade contemporânea: a cultura do excesso e da moderação. (Ler mais aqui , aqui e aqui).
O fim das grandes utopias e o surgimento de uma nova cultura individualista, que privilegia a imediatismo, o consumismo e o hedonismo. Esse é o fio condutor do livro Cartas sobre a Hipermodernidade, do filósofo Sébastien Charles, lançado recentemente pela Editora Barcarolla. Por meio de dez cartas, o autor revela uma sociedade hipermoderna, caracterizada pela indiferença ao bem público, pela prioridade frequentemente dada ao presente, em detrimento do futuro, pela valorização dos particularismos e dos interesses corporativistas, pela desagregação do sentido de dever ou da dívida com a colectividade. “Um novo pacto social é, portanto, mais indispensável do que nunca”, afirma o filósofo. Segundo ele, essa valorização do presente, embora justa, está desfasada com a ideia de pós-modernidade, quando se indicava o desaparecimento da modernidade. Não vivemos, afirma Charles, “o fim da modernidade, mas uma nova modernidade, elevada à uma potência superlativa. Não estamos em uma era ‘pós’, mas ‘hiper’.
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