Vivem da mentira.
Não, não há mais miúdos de 3 e 6 anos do que crianças portuguesas, no pré-escolar e no 1.º ano de escolaridade. Só 11,3% dos alunos são filhos de mãe estrangeira.
Vivem da mentira
Não, não há nenhuma criança filha de imigrantes que passem à frente de portugueses. Os critérios estão fixados no Despacho Normativo n.º 6/2018 e não dão preferência a estrangeiros, mas às crianças de 5 e 4 anos sobre as de 3 anos. Ou com necessidades educativas especiais. Ou filhos de pais menores estudantes. Ou com necessidade de apoio social escolar.
Vivem da mentira.
Não, não há nenhuma pressão sobre as escolas pública, nem elas têm mais alunos do que tinham anteriormente. Em 2006/2007, havia 263.887 crianças no ensino pré-escolar. Em 2022/2023, havia 265.025. Em 2006/2007, 500.823 crianças no ensino primário. Em 2022/2023, havia 388.316. Acresce que há mais educadoras de infância (hoje, 17.346) e professores do ensino básico (hoje, 31.360) do que 2014/2015 (respetivamente, 16.079 e 28.095).
Vivem da mentira.
Não, não há crianças portuguesas excluídas do ensino pré-escolar e do ensino básico. A taxa de escolarização no ensino básico é hoje de 100% e no pré-escolar de 94%.
Vivem da mentira.
Não, não há crianças a mais. Em 1975, nasceram 177 mil crianças, representando uma taxa de 19,8 por cada 1.000 habitantes. Em 2001, nasceram apenas 112.825, equivalente a 10,9 por 1.000. Em 2024, o número desce drasticamente para 86.642 crianças, equivalente a 7,9 nascimentos por 1.000. Os filhos de mães estrangeiras representam, hoje, 33% do total de crianças nascidas. Sem filhos de imigrantes, a nossa pirâmide demográfica estaria completamente invertida e o país estaria privado de futura população ativa e sem possibilidade de financiar os serviços públicos que beneficiam todos, incluindo os idosos.
Vivem da mentira.
Não, não são “pró-vida”, nem querem proteger a vida de todos e, muito menos, acreditam no “Deixem as nossas crianças em paz”. Foram deputados, membros do governo e dirigentes do PSD e do CDS e não fizeram nada para que fosse criado o ensino pré-escolar ou para que fossem construídas mais creches, jardins de infância ou escolas primárias. Ou para que fossem contratadas mais educadoras de infância, assistentes operacionais ou professoras. A vida (dos outros) só lhes convém enquanto está no útero de mães pobres. Quando os seus filhos nascem, querem é deixá-los na rua, impedidos de ir à escola e de se alimentarem.
Não dá para calar mais.
Gente que nunca teve filhos ou sabe o que é criar uma criança a atirar bitaites para o ar. Sem ter a mínima noção da realidade. Ou um pingo de noção.
O ensino pré-escolar foi criado, em 1997, pelo governo de António Guterres e pelo ministro Marçal Grilo. A taxa de cobertura do pré-escolar, em 1998, era de apenas 32%, 55% e 92%, respetivamente para crianças de 3, 4 e 5 anos. Hoje, é de 94%. Entre 2005 e 2009, outro governo PS, levou a cabo o Plano de Expansão e Desenvolvimento do Pré-Escolar, financiado pelo QREN, que construiu mais de 400 escolas públicas. Em 2006, foram criadas as atividades de prolongamento do tempo escolar para apoio gratuito às famílias (CAF´s) e as atividades extra-curiculares (AEC´s). Em 2009, foi garantidade a universalidade do acesso ao pré-escolar para crianças de 5 anos. Em 2012, o governo PSD/CDS retirou a obrigação legal de ter uma assistente operacional por cada sala de pré-escolar, deixando as educadores de infância sozinhas com 15 (ou mais) crianças. O governo PS repôs essa obrigatoriedade, em 2016. Entre 2015 e 2024, o governo PS criou mais 500 salas e turmas no ensino pré-escolar. Em 2022, foi criado o programa Creche Feliz que permite a todos os pais, independentemente dos seus rendimentos, obter um cofinanciamento até 460 € das despesas com creches para crianças até 3 anos. Esse programa abrange, hoje, cerca de 98 mil crianças e 2.391 creches.
Vivem da mentira.
Não, não é verdade que os governos de esquerda não tenham feito reformas. Fizeram aquelas que importam. Não fizeram – e recusam a fazer – é aquelas que alimentam os grupos de interesses e a fome de quem quer aproveitar-se do dinheiro dos contribuintes para fazer lucro fácil.
Há que falar claro: o que estes demagogos populista querem é atacar a gente pobre. Discriminar quem tem uma cor de pele diferente.
Vivem da mentira.
Não, não há crianças subsidiopendentes. A ação social escolar garante que meninos e meninas pobres e com fome possam comer e ter acesso aos bens mais essenciais: ensino, alimentação e dignidade. Para que todos percebam, só tem acesso a ação social escolar as famílias que ganhem 3.363,01 € por ano (!!!), no escalão A do Abono de Família, 6.726,02 € por ano, no escalão B, e 11.434,23 €, no escalão C. Já imaginaram o que é viver com 240,21 € por ano?... E sabem que apoios “incríveis” têm essas crianças? 100% do custo de 1,46 € das refeições escolares, no escalão A, e 50% no escalão B. Os pobres do escalão C paguem as refeições, por inteiro. Sabem quanto recebem para material escolar que tem de durar o ano interior? 16 € para as crianças do escalão A e 8 € para as do escalão b. As do escalão C pagam tudo.
O Chega não quer saber da vida. Só da vida deles. A vida das crianças pobres, dos imigrantes, das pessoas racializadas, das pessoas que não são heterossexuais, das gentes da cultura, de quem pensa, desses “malandros” da esquerda não vale nada.
As pessoas concretas não valem nada para eles.
Em contrapartida, para poderem viralizar “Tik-Toks”, vale tudo.
Incluindo mentir com todos os dentes que têm.
Para quem finge acreditar no Juízo Final, aparentam ter uma elevada fé na sua resistência às altas e incinerantes temperaturas.