Peixes mortos no maior lago Ho Tay de Hanói em 3 de outubro de 2016 |
Um artigo publicado na Biological Reviews, Janeiro de 2022, alerta para a possibilidade de que a sexta extinção em massa já tenha começado. Analisando dados de crustáceos e outros invertebrados, os cientistas afirmam que não é possível encarar a extinção em massa com ceticismo.
Os pesquisadores catalogaram a extinção de diversas espécies de moluscos, incluindo caracóis, lesmas e mexilhões. O foco nesses invertebrados entra em conflito com a informação recolhida pela lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Estudos anteriores usaram dados da UICN para refutar a noção de que estamos a entrar numa sexta extinção em massa. Robert Cowie e os seus colegas refutaram esta suposição compilando as taxas de extinção de caracóis terrestres e lesmas. O estudo comprovou que, desde 1500, é estimado que 7,5% a 13% de vertebrados tenham sido extintos. Esse nível de extinção é considerado catastrófico, e é maior do que já foi visto no passado.
De acordo com os pesquisadores envolvidos na pesquisa, a UICN não tem dados da maioria dos invertebrados, que constituem cerca de 95% da biodiversidade terrestre.
A mudança e ameaças à biodiversidade terrestre, de acordo com o artigo, foi impulsionada pela ação humana sob essas espécies.
Anteriormente, o planeta já passou por cinco extinções em massa. Porém, nenhuma tinha sido categorizada pelas mãos humanas. As extinções em massa são categorizadas como catástrofes naturais que têm a capacidade de eliminar cerca de 75% de espécies em pouco tempo. Agora, com os avanços da tecnologia que possibilitam a exploração do meio ambiente, os resultados são ainda mais catastróficos.
Embora os resultados da pesquisa indiquem que a extinção é pior em terra do que no mar, as espécies marinhas também estão sendo ameaçadas pela ação humana. É possível, também, que a extinção em ecossistemas de ilhas aconteça mais rapidamente.
Além de alertar sobre uma possível extinção em massa, Cowie e os seus colegas abordam uma série de contra-argumentos que, segundo eles, minimizam a gravidade das pressões humanas sobre as espécies do mundo, ou até mesmo sugerem que os humanos deveriam aproveitar essas mudanças ecológicas para nosso próprio benefício.
A equipa de pesquisadores não vê os resultados como reversíveis, ou que a extinção em massa possa ser evitada. Ela já começou e não há muito o que fazer, porém agir despreocupadamente em frente ao colapso da biodiversidade ainda é errado.
Uma das soluções analisadas é a de reunir e preservar a maior quantidade possível de espécies em centros de reprodução, antes que elas sejam perdidas para sempre.
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