sábado, 19 de dezembro de 2020

Educação ambiental é um processo permanente


O educador ambiental segue os princípios elaborados na Primeira Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na Geórgia (ex-URSS), em 1977.

Recomendações, princípios, características e conteúdos, discutidos e aprovados no encontro orientam estratégias de desenvolvimento da educação ambiental no mundo. Na educação ambiental esse processo é contínuo e permanente. Os objetivos fundamentais do educador são:

Sensibilização - Num primeiro momento, o educador ambiental actua para que os indivíduos e grupos sociais adquiram consciência e sensibilidade em relação ao ambiente e aprendam a identificar problemas. Realização de trilhas e estudos do meio (urbano ou campestre) são actividades educativas que auxiliam o educador.

Conhecimento - Aspecto importante é a transmissão de conhecimento. O educador propicia ao indivíduo uma compreensão básica do ambiente e os seus problemas. A participação em palestras com especialistas ajuda a entender o contexto ambiental.

Formação de atitudes - Outro fundamento importante se refere a formação de atitudes favoráveis à relação com o meio ambiente e a motivação para participar na sua proteção e melhoria. Os fumantes, por exemplo, são conscientes dos males que o cigarro causa à saúde, porém, não têm a predisposição ou motivação necessária para deixar o vício. Em relação ao meio ambiente, o papel do educador ambiental é exatamente a de estimular e de motivar uma intervenção positiva. Essa predisposição, porém, é subjetiva, influenciada pelos valores pessoais, crenças, conhecimentos e experiências anteriores.

Habilidades - Propicia condições para que as pessoas adquiram habilidades para a solução dos problemas ambientais. De acordo com as circunstâncias, o educador ensina como aproveitar partes dos alimentos que são jogados no lixo (casca, folhas, etc.) ou mostra como fazer compostagem e separação do lixo inorgânico para a reciclagem e coleta seletiva. É importante frisar que a educação ambiental deverá, além disso, abordar o problema do consumismo (de supérfluos, é claro), o desperdício, o papel da publicidade que incentiva o consumo, os interesses económicos etc.

Participação - Nesta fase, as pessoas são incentivadas a assumirem responsabilidades em escolas, no bairro, no edifício onde mora, na cidade, no país e no planeta em prol da melhoria da qualidade de vida das gerações futuras e atuais.

Capacidade de avaliação - O educador estimula a avaliação constante durante o processo, o que vai permitir a eficiente condução do projetos educativos.


Fonte: Andréa Pelicioni, educadora ambiental e doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo); Ana Flávia Borges Badue, consultora da área ambiental e diretora-executiva da ONG (organização não-governamental) Comam (Comunicação para o Meio Ambiente).

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