sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Nação das Plantas

Existe uma nação sem hierarquias ou fronteiras onde é proibido o uso de recursos naturais não renováveis. É a “Nação das Plantas”, cuja Constituição foi escrita pelo botânico italiano Stefano Mancuso.

Ver as coisas do ponto de vista das plantas é revolucionário. Somos quase o oposto delas. Nós consumimos energia e recursos. Elas produzem. Nosso organismo é concentrado e hierárquico. O delas é difuso, em rede. Fizemos o mundo à nossa imagem: todas as organizações são hierárquicas, há sempre uma “cabeça” no topo que toma todas as decisões. Isso é muito ineficiente. As plantas não têm nada que se compare ao nosso cérebro. Funcionam em rede, como a internet. Todas as decisões são tomadas localmente.

“A Nação das Plantas” imagina uma Constituição vegetal.
A Constituição das plantas tem oito artigos. O primeiro afirma que a nação das plantas reconhece a Terra como o lar comum de toda a vida e que todo ser vivo é soberano. A nação das plantas não reconhece nenhuma hierarquia ou fronteiras e proíbe o consumo de quaisquer recursos que não sejam renováveis para as próximas gerações.

Sobre o Autor
Stefano Mancuso nasceu em 1965, em Catanzaro, na Itália. É formado pela Università degli Studi di Firenze (UniFI). Em 2005, fundou o LINV – International Laboratory of Plant Neurobiology, um laboratório dedicado à neurobiologia vegetal, que explora a sinalização e a comunicação entre plantas em todos os seus níveis de organização biológica. Em 2012, participou do projeto Plantoid e projetou um robô para que agisse e crescesse como uma planta. Em 2014, ele abriu, na UniFI, uma start-up dedicada à biomimética vegetal, ramo que envolve artefatos tecnológicos imitando determinadas capacidades das plantas, e desenvolveu um modelo de estufa flutuante chamado “Jellyfish Barge”. É considerado um dos expoentes da neurobiologia vegetal. Publicou, entre outros, os livros, "Revolução das plantas", "A incrível viagem das plantas" e "Planta do mundo"

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