Fonte: Diário de Notícias, 3 de Abril de 2018
A informação foi prestada hoje, em Luanda, por Adjany Costa, bióloga angolana e diretora para Angola deste projeto da National Geographic, no terreno, no Delta do Okavango, até agora praticamente por explorar, desde 2015 e abrangendo ainda a Namíbia (Faixa de Caprivi), Zâmbia (sudoeste) e o Botsuana (norte).
A informação foi prestada hoje, em Luanda, por Adjany Costa, bióloga angolana e diretora para Angola deste projeto da National Geographic, no terreno, no Delta do Okavango, até agora praticamente por explorar, desde 2015 e abrangendo ainda a Namíbia (Faixa de Caprivi), Zâmbia (sudoeste) e o Botsuana (norte).
"Vamos entrar na terceira fase deste projeto, em que
queremos aplicar esses dados todos que obtivemos nos últimos três anos para
enriquecer e facilitar planos de estratégia já existentes no país",
explicou Adjny Costa, à margem de um 'workshop' realizado hoje na capital
angolana, precisamente para abordar os dados recolhidos nas primeiras duas
fases.
A primeira fase, com 34 especialistas e uma expedição que
envolveu avanços por terra e em canoas nas bacias hidrográficas do
Cubango/Okavango, Cuando e Cuiva, foi de exploração científica e geográfica,
recolhendo dados sobre as nascentes de água, espécies e comunidades.
"Estamos a falar, em alguns casos, de zonas que ficaram
isoladas, devido à guerra", explicou Adjany Costa, sendo que a área total
de estudo, entre os quatro países, atinge os 650.000 quilómetros quadrados de
bacias hidrográficas, essencialmente em território angolano.
Cientificamente foram já descritas mais de 1.000 espécies,
nomeadamente 407 de aves, 43 de mamíferos, com destaque para o primeiro
avistamento em Angola do rato-pigmeu, ainda 92 espécies de peixes e 99 de
répteis e anfíbios, além de outros grupos mais pequenos.
"No total temos potencialmente 24 espécies novas para a
ciência, que estão agora em fase de estudo. Descobrimos mais de 16 lagoas de
nascentes, aquela área é rica em água e é a torre de estabilidade tanto do
Cubango/Okavango como do Zambeze", acrescentou a diretora para Angola
deste projeto da National Geographic, desenvolvido em conjunto com a
organização Wild Bird Trust e o Ministério dos Ambiente angolano.
Na segunda fase, as expedições envolveram o compromisso com
as comunidades locais, ao nível das tradições e uso dos recursos naturais,
chegando a mais de 4.000 pessoas que vivem em 36 comunidades, das mais remotas
nesta área.
Na terceira fase, que agora arranca, em paralelo com novas
expedições já previstas para maio, a National Geographic pretende
disponibilizar dados científicos e técnicos, desde logo sobre a fauna e a
flora, mas também relativas à qualidade e quantidade de água, às autoridades
angolanas.
"Para um melhor planeamento e enquadramento das
estratégias nacionais de conservação, especificamente da bacia do
Cubango/Okavango", concluiu Adjany Costa.
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