sábado, 21 de agosto de 2021

Poema: Vita brevis

Andrena denticulata suga néctar de Solidago virgaurea (foto de Jan Jansen)

Um fio em que caminhamos nós mesmos
com os outros e contra os outros
Desviamos e prevenimo-nos
Mas não chega
Vive-se individualmente e com o outro
É o outro que nos orienta
Cuidamos do outro
Conhecemos as estradas e rotas e vemos becos sem saída
Aí tudo pára. Choca, dói, sofremos
Ao nosso lado pode ser um livro, uma música
Pode ser outro a escutar-nos e retomamos o sentido
Tecituras de amizades, de seres vivos, planeta
É a receita mais provável para sentirmos a vida, a felicidade
A peste, doenças têm causas
Conhecendo-as, e com os outros, superamos as adversidades
Esperança também é vital
Mantê-la entre nossas mãos e partilhar.
Há os diletantes, são mais inquietos e são esses os mais preciosos
Nunca estamos certos. Isso é burrice. Ter dúvidas é vital.
A nossa vida é toda ela feita de acasos.
João Soares, 14/08/20021

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