terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Tomelo


Por Nuno Gomes
Sou um tipo à antiga e gosto de sabonetes.
Era fã indefectível dos sabonetes Ach Brito até ouvir uma entrevista do actual herdeiro e administrador, feliz a explicar que o produto saponificado à base de óleo de palma vinha pronto de não sei de donde - não explicou -, talvez da Índia ou da China, ao qual juntavam os aromas característicos destes sabonetes. Os sabonetes Ach Brito, são, portanto, feitos do óleo que destrói as florestas de Sumatra e Bornéu e nem sequer a saponificação é feita cá. Longe vão os tempos em que a Ach Brito inovava e experimentava os seus produtos nos próprios funcionários, causando algumas vezes irritações de pele, sempre bem humoradas, mas a maior parte das vezes inócuas, permitindo inovar com os sabonetes que a notabilizaram.
Por isso, pus-me à procura de sabonetes alternativos e há vários artesanais que hei-de experimentar. E fui dar aos sabonetes Tomelo, dos colegas e amigos de longa data Bárbara Fráguas e José Jambas, que têm um projecto maravilhoso de turismo rural integrado em Atenor, Miranda do Douro, actuando simultaneamente na preservação do burro mirandês, a raça autóctone e a mais bonita do mundo.
Como não podia deixar de ser, os sabonetes Tomelo são feitos à base de leite de burra e há vários aromas, todos eles maravilhosos: amêndoa, lírio-do-vale, limonete, alfazema, azeite e mel.
E não se ficam pelos sabonetes, incluindo cremes e difusores ambientais. Se quer dar um presente original, pode explorar os produtos Tomelo. Não sou sócio e não me pediram nada. Certo é que irei comprar mais, antes que acabem!

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