quinta-feira, 12 de junho de 2025

Façam todos o teste de ADN e verifiquem as suas origens! "Somos todos primos"!


Há vários testes, eu fiz do My Heritage.

Estávamos no ano 2016
O inglês, que é "provavelmente do melhor país no mundo", tem a certeza que é integralmente inglês e foge a sete pés dos alemães. O islandês, que diz ser 100% islandês, sente-se mais importante do que muita gente e a francesa está certa que tem pais franceses, avós franceses, ascendentes unicamente franceses. Mas basta um teste de ADN para derrubar todas as convicções e abalar tudo aquilo em que se acredita: talvez o inglês não seja tão britânico assim, talvez o cubano tenha qualquer coisa do outro lado do mundo. No final de contas, somos todos primos, estamos todos ligados, temos muito mais em comum com outras nacionalidades do que aquilo que se possa pensar — eis a mensagem que a última campanha do motor de busca de viagens Momondo tenta passar. "Não haveria lugar para certas coisas, como extremismo no mundo, se as pessoas conhecessem os seus antepassados desta forma. Quem seria tão estúpido ao ponto de pensar que existem cosias como uma raça pura?", diz, a dada altura, a tal francesa neste vídeo que já é viral. O portal dinamarquês juntou-se à empresa AncestryDNA e testou o ADN de 67 pessoas que aceitaram descobrir o seu passado. O vídeo "The DNA Journey", que ao fim de um mês tem mais de seis milhões de visualizações no YouTube e 29 milhões no Facebook, mostra as primeiras suposições e, depois, as emotivas reacções aos resultados. No entanto, está longe de ser consensual: houve quem criticasse o método científico e a veracidade das reacções, já que algumas das pessoas escolhidas são actores; a empresa, no entanto, emitiu um comunidado em que explica o processo e garante que tudo é real. Esta acção surgiu de um estudo que a Momondo realizou junto de mais de sete mil pessoas de 18 países (entre as quais, cerca de 400 portugueses) e que concluiu que viajar abre mentalidades, diminui a intolerância e aumenta a confiança no outro. Nele, entre outras coisas, mais de 40% pessoas responderam que há hoje mais preconceito do que há cinco anos. Daí surge a campanha "Let's Open Our World" [Vamos abrir o nosso mundo] que promoveu um passatempo para "celebrar a colorida diversidade do mundo", em que qualquer um pode ganhar "uma viagem pelo seu ADN". Até 16 de Agosto, os interessados teriam de convencer a empresa, num texto de 250 caracteres em inglês, como irão ajudar "a abrir o mundo" ao viajarem. As melhores respostas ganharam um kit de ADN. Depois, ao receberem os resultados, foram convidados a filmar a reacção — esse vídeo podia valer viagens para qualquer país que se encontrasse no mapa genético ou para aquele que preferirem. Puderam concorrer residentes de 17 países, entre os quais Portugal.

Em Fevereiro de 2017 Manuel Maqueo Martínez, mexicano de 27 anos, visitou Portugal pela primeira vez. Não veio à toa, veio com uma missão: descobrir as suas raízes portuguesas. Assim, passeou por Lisboa, pelo Porto mas o seu destino principal era Pereira, freguesia de Barcelos – o seu bisavô era português, o sobrenome da mãe Pereira.

No início de 2019, o vídeo tornou-se viral nos Estados Unidos. Enquanto o presidente norte-americano não desistia de erguer um muro na fronteira com o México, a Aero Mexico, companhia aérea mexicana, decidiu lançar uma campanha chamada “DNA Discounts”, em que oferecia descontos em voos para americanos. Os interessados só tinham de fazer um simples teste de saliva. Se tivessem acedência mexicana —e as probabilidades eram muitas — tinham descontos diretos numa viagem para aquele país. 

Foi a forma de a companhia mexicana mostrar a Trump e ao mundo que a ascendência mexicana é generalizada no território americano. Tão generalizada que até há escalões de descontos: uma pessoa com 15% de herança mexicana tem 15% de desconto, 50% dá direito a metade da viagem paga e por aí fora.

Esta é apenas mais uma história daquela que foi, disseram os especialistas, uma das grandes tendências de viagens nos últimos anos. Esteve, aliás, no top das 10 tendências de 2019, segundo a “Lonely Planet”. 

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