quarta-feira, 30 de junho de 2004

Cinco mitos que te farão mudar de ideia sobre o Naturismo


O naturismo vêm ganhando cada vez mais adeptos. No entanto, esta prática ainda sofre de certos clichês que não fazem o menor sentido. Aqui estão cinco equívocos que precisam ter um pouco de bom senso e lucidez.

Sabemos que muitas vezes, os clichês são difíceis de morrer! Se olharmos mais de perto para o naturismo, encontramos uma série de equívocos e até mesmo medos ou juízos infundados. Por isso, vamos mudar todas essas impressões a seguir:

1. “Naturismo É PARA VELHOS!”
Naturismo não é reservado somento para uma geração mais velha, apesar de todas as idades serem, naturalmente, bem-vindas. Nos últimos anos, os seguidores do naturismo são cada vez mais os jovens e famílias com crianças (2% de aumento naturista no ano). Muitos novos praticantes aderem a esse processo com vista ao desenvolvimento pessoal, para se reconectar com a natureza e aprender a aceitar seu corpo como ele é.

2. “Naturismo É VENDA!”
Naturismo não é ‘sujo’ e regras de higiene são rigorosamente respeitadas. Naturistas são pessoas que respeitem seu planeta e os outros. Além disso, o naturismo é oferecido em estabelecimentos certificados pelo Turismo de Qualidade  e pelas autoridades. A maioria das estruturas são também “Chave Verde”, com equipamentos modernos e uma oferta de bem-estar altamente desenvolvida (como spas). Assim, campings e aldeias da França 4 encontram-se na faixa de Naturismo de 3 a 5 estrelas.

3. “Naturismo É APENAS PARA PESSOAS ALTERNATIVAS!”
A nudez é base da vida naturista, mas esta não é a única característica desta prática. Naturismo é principalmente um estilo de vida, cuja característica é viver sem roupa e em harmonia com a natureza. No entanto, além de locais de banho onde a nudez é necessária, temos resultados com o Naturismo na tolerância de cada, especialmente entre as crianças e adolescentes. Também são consideradas as razões práticas (atividades meteorológicas, restaurantes) ou médicos.

4. “Naturismo não é para crianças!”
Naturismo não é saudável para as crianças? Ao contrário das crianças que não vivem nesse estilo de vida, as que crescem num ambiente nudista aprendem desde cedo a manter um relacionamento saudável com seus corpos e aceitá-los como eles são, sem complexos. Na França o naturismo  faz a ligação com atividades de desenvolvimento sustentável, cerâmica, jardim e que são oferecidos para as crianças em mini-clubes.

5. “Naturismo É PARA voyeurs!”
O naturismo não significa sexualidade,  não tem nada a ver com  sexo.  Naturistas não são voyeurs ou exibicionistas: eles praticam naturismo para si e não para os outros.  Naturistas sentem-se muito menos observados do que quando estão em outros lugares, onde a aparência desempenha um papel muito importante.

terça-feira, 29 de junho de 2004

REBATE - Miguel Torga

Tempos muito insólitos estes que vive a Democracia e que agravarão ainda mais o Ambiente, já de si ignorado e excluído dos discursos dos 3 B ( BUSH, BARROSO e BLAIR). Em relação à crise politica nacional instalada, é necessário pensar na estabilidade mas atravessá-la com lucidez, restituindo a segurança e a confiança dos cidadãos no seu Governo. Encontrei esta reflexão que li no blog Macacos Sem Galho e que achei o texto muito curioso e que se relaciona com a palvra AWOL:

Hoje apetece-me dar-vos uma palavra e essa palavra é AWOL.

AWOL significa ausente do seu posto sem permissão. Por exemplo, se um belo dia decidirem não ir trabalhar, passar o dia na praia e não dizer nada a ninguém, poderá dizer-se que estão AWOL.

O termo é mais comum entre os militares: aquilo a que também se chama deserção. Mas não é bem exactamente deserção, porque da deserção não se volta, está subentendido que se fugiu de vez, ou mesmo que se passou para o lado do inimigo. A ausência do posto sem autorização pode ter uma explicação qualquer (como, ter-se levado uma valente coronhada e estar-se amarrado na traseira de um Chaimite) e o soldado em questão pode ainda regressar ao seu posto, teoricamente.
AWOL é, então - adivinharam - uma sigla, daí escrever-se sempre em maiúsculas. E como manda a lógica, significa Absent Without Official Leave. Portanto, como eu já tinha dito, ausente sem ordem de saída oficial.

Perante o que se possa avizinhar mais de grave nos próximos tempos, é urgente estarmos bem atentos e saber VER. Juntemos a nossa vossa Voz ao grande Miguel Torga e tocar a rebate!

REBATE

Minha terra,
Meu povo,
Que sempre vos amei,
Que sempre vos cantei,
E que nunca jurei
O vosso nome em vão.

Minha terra,
Meu povo,
Dizei-me nesta hora de agonia
Que essa fidelidade
Desafia
Quem à sombra da noite e à luz do dia
Negue no mundo a vossa eternidade.

Diário XII, p. 180.


Diga-me amigo

o senhor que tanto sabe /do passado, do presente e do futuro da nossa gente /

diga-me que genética ou que História /nos transformou nas quimeras que hoje somos/ quem nos fez de tão larga imaginação e tão estreito agir / de tanto falar e tão pouco fazer d'este permanente ser e não ser /de tanto querer e tanto temer / de tanto criar e tão pouco ousar
.

«Cuido que as coisas mais válidas que escrevi, sabem à terra nativa que trago agarrada aos pés».

Miguel Torga




segunda-feira, 28 de junho de 2004

Blog AMBIO

Transcrevo, com enorme satisfação, a carta enviada por Miguel Araújo. PARABENS!

"Caros ambionautas

Mais vale tarde que nunca. A ambio tem a partir de hoje um "blog"!!

Ambio

A intencao e' criar um espaco para publicacao de artigos de reflexao sobre
ambiente. Estes poderao advir de artigos publicados por ambionautas na
ambio mas poderao, igualmente, incluir artigos nao divulgados na lista. Os
unicos lemas a seguir serao reflexao, originalidade e (deseja-se)
qualidade.

Penso que este espaco fazia falta. A lista ambio favorece debates e
divulgacao de noticias mas retira peso a artigos de fundo que rapidamente
desaparecem no espaco virtual. Com este novo espaco, associado a' lista
ambio, espera-se potenciar a escrita de ensaio e aprofundamento de temas
ambientais em lingua Portuguesa.

A "blog" ainda esta' em estado experimental. Para ja' publiquei alguns
artigos de minha autoria e dois, de outros autores, que sao do dominio
publico. Se algum ambionauta possuir artigos antigos, ou recentes, que
considere relevantes e que gostaria de ver publicados no "blog" da ambio,
por favor, envie o dito para o meu correio pessoal que eu procurarei
coloca-lo no "blog".

Saudacoes cordiais,

Miguel Araujo"

domingo, 27 de junho de 2004

Porque a nossa única riqueza é ver

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caeiro in Guardador de Rebanhos

sábado, 26 de junho de 2004

Sabe o que come?


Organismos Geneticamente Modificados entram ilegalmente em Portugal

Na LUSA e Quercus: "A recém-criada plataforma portuguesa contra organismos geneticamente modificados* (OGM) avisou sábado que estão a entrar ilegalmente em Portugal alimentos manipulados não aprovados pela União Europeia."

"Em declarações à agência Lusa, Margarida Silva, responsável da "Plataforma Transgénicos Fora do Prato", disse que as "fronteiras marítimas portuguesas não têm qualquer controlo para os OGM".

"Muitos navios vindos dos Estados Unidos ou Argentina para descarregar cereais chegam a Portugal e despejam-nos nos silos sem que haja controlo. Esses cereais podem ser legais nos países de origem, mas em Portugal não são, porque muitos não estão sequer autorizados pela União Europeia", explicou.

Os OGM são desenvolvidos pelas indústrias de biotecnologia para resistir a doenças, a herbicidas e a insectos. Os alimentos trasngénicos são geralmente maiores e têm mais probabilidade de originar uma produção rentável.

Para Margarida Silva, todos os importadores de matérias-primas alimentares deviam ser obrigados a apresentar à entrada em Portugal um certificado que comprovasse a ausência de OGM.






sexta-feira, 25 de junho de 2004

Glória e Miséria 2

A grave situação financeira que afecta as áreas protegidas está a pôr em causa a conservação da natureza em Portugal. O PÚBLICO traça o quadro geral e a situação específica de alguns parques, que espelham o que se passa no resto das zonas classificadas.

Instituto da Conservação da Natureza na Penúria
Sexta-feira, 25 de Junho de 2004
Por Ana Fernandes

O Instituto da Conservação da Natureza está na mais absoluta penúria. Nos parques não há dinheiro nem para colocar cartas no correio e muito menos para contratar pessoal ou pôr de pé os projectos previstos nos planos de actividade. O orçamento está reduzido a metade do inicialmente previsto, perdem-se os fundos comunitários e a desmotivação é geral. As demissões sucedem-se.(...)A outra fórmula encontrada foi o corte das despesas com pessoal, o que significa que dezenas de contratados estão sem receber. E não se contrata mais ninguém, o que leva a situações caricatas, como a que se passa no Parque Natural do Vale do Guadiana, que não tem um único administrativo, ninguém que atenda telefones ou receba visitantes.



Ria Formosa Não Pode Comprar Sacos para o Lixo
Sexta-feira, 25 de Junho de 2004
Por Idálio Revez

O Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) "bateu no fundo", por falta de dinheiro para a gestão e conservação da Natureza. O Centro de Recuperação de Aves (CRA), por exemplo, não tem sequer verbas para comprar medicamentos. Anteontem, a Câmara de Faro enviou um galeirão e dois patos, vítimas de intoxicação na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) - casos que ocorrem com frequência, quando o calor aperta - e só foram tratados porque a farmácia deu crédito na compra dos antibióticos.





quinta-feira, 24 de junho de 2004

Mudanças climáticas mais rápidas que as mudanças de mentalidades(2)

Porque o tema desta semana é a árvore e a floresta, não podia deixar passar a decisão pela barragem no Sabor...hoje falo do papão EUCALIPTO

Planos regionais de ordenamento florestal abrem caminho ao eucalipto
Publico

"Segundo os estudos dos indicadores ecológicos que permitem definir a aptidão
dos solos, desenvolvidos pelas equipas responsáveis pela elaboração dos seis
Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) da zona Centro do país, a zona
de Mação, bem como o espaço que se estende para sul quase até à entrada do vale
do Tejo, é uma faixa com grande potencial para o eucalipto e não tão
interessante para o pinheiro bravo."

Paulo Pereira:

O estudo visou o potencial de produção de cada árvore, baseado nas
temperaturas, precipitações, litologia e geomorfologia, usando como dados de
base o Inventário Florestal... O único sítio em que deveria haver uma
reorientação é Mação; por exemplo na Beira Interior Sul, o eucalipto
simplesmente não devia existir (mas este facto a jornalista omite
convenientemente - deveria vender menos jornais).

Público:

"Na zona de Mação, há um potencial da produção que está desaproveitado", refere
Rui Pedro Ribeiro, da empresa Metacortex, que liderou o consórcio que elaborou
os seis PROF do Centro. De resto, esta é a única zona em que é sugerida uma
reorientação funcional da floresta, que a acontecer seria "regulada" pela
reconversão de outras áreas de eucalipto, que "demonstram produções marginais",
e que podem ser transformadas em áreas de silvo-pastorícia.

Paulo Pereira:

Curiosamente a área de Eucaliptal a reconverter é muito maior que a nova área
de Eucaliptal... Detalhes que estragariam o título do artigo.

Paulo Pereira é editor do blogue Blogo Social Português


quarta-feira, 23 de junho de 2004

Controlo social e ambiental sobre a expansão das culturas OGM

Agradeço divulgação alargada- Texto e apelo da Plataforma Transgénicos Fora do Prato

Todos sabemos: a luta pelo ambiente é difícil, exige a perseverança de um sem-número de cidadãos anónimos, e muitas vezes é preciso reconhecer a derrota, como no caso da barragem do Alqueva.
Ora, a nível mundial e sobretudo europeu, há uma luta que, embora longe de estar decidida, partiu de uma posição inicial muito difícil e quase perdida para a perspectiva ambiental e veio a registar, nos últimos 10 anos, uma evolução que marca uma gradual vitória, se bem que lenta e ainda em aberto. Precisamente porque está em aberto, porque há muito caminho a percorrer para consolidar alguns ganhos já obtidos e alcançar outros ainda negados, precisamente por isso é necessária a solidariedade e o interesse de todos nos pequenos episódios que se vão sucedendo.

Falamos do controlo social e ambiental sobre a expansão das culturas de organismos geneticamente modificados (OGM), incluindo em primeira linha os
chamados alimentos transgénicos. A legislação geral europeia, aplicável em Portugal, é agora a mais rigorosa do mundo - mas ainda assim é claramente insuficiente e apresenta lacunas graves que não são aceitáveis. Além disso a posição oficial de Portugal está longe de se pautar pela precaução - e o nosso (in)cumprimento da legislação apresenta falhas que não nos permitem ficar de braços cruzados. Sabemos que é possível fazer muito melhor: a recente legislação alemã, por exemplo, cria um quadro jurídico nacional de elevada protecção e segurança para consumidores e agricultores. Por tudo isso, a Plataforma Transgénicos Fora do Prato convida toda a gente a participar na primeira mobilização pública portuguesa contra os OGM e em prol da protecção da nossa alimentação e agricultura.

Este é um evento co-organizado com a Greenpeace Internacional, que apadrinha assim o lançamento oficial da Plataforma. No mesmo dia 26, em múltiplas capitais europeias, a Greenpeace organiza uma jornada de luta que permitirá reunir imagens de uma União Europeia pós-alargamento unida na sua determinação de impedir a chegada de transgénicos ao prado ou ao prato.

A Plataforma Transgénicos Fora do Prato é uma estrutura informal, integrada por oito entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (Agrobio, Biocoop, Fapas, Gaia, Geota, Liga para a Protecção da Natureza, Liga Portuguesa dos Direitos do Animal e Quercus) e aberta a todos os que pretendam colaborar.
No sábado a Plataforma irá apresentar a sua primeira campanha geral de sensibilização e mobilização dos consumidores, em que estes poderão assumir um papel activo na protecção da integridade da sua cadeia alimentar.

Aparece! Porque todos queremos uma alimentação sem a intrusão transgénica, vem estar connosco já neste próximo sábado e assim defender o ambiente e a saúde, dos teus e dos das gerações futuras.

Coordenadas:
Em frente à Torre de Belém, em Lisboa 26 de Junho de 2004, pelas 10:30 da manhã (e até
às 12:00, com conferência de imprensa às 11:00)
Estarão disponíveis algumas cartolinas em branco para escrever palavras de ordem personalizadas.

Para mais informações contactar info@stopogm.net
Para ficar a saber mais sobre transgénicos, inscreva-se na lista electrónica ogm_pt: basta enviar um email vazio para
ogm_pt-subscribe@yahoogrupos.com.br


NÃO FALTES - SÊ SOLIDÁRIO!

terça-feira, 22 de junho de 2004

Preservemos as Árvores Monumentais- um exemplo a seguir

Refere a notícia que "A Campo Aberto promoveu neste sábado uma visita pelo património arbóreo da cidade, com início na Casa Tait e acabando na Cordoaria. Está em marcha a candidatura daqueles espécimes a serem classificados como árvores monumentais. Até agora, esse título só abrange seis exemplares portuenses(...)São árvores como esta, quase todas centenárias, que três amigos, membros da Associação pela Defesa do Ambiente - Campo Aberto - pretendem ver protegidas. A fim de chamar a atenção para a proposta, realizaram ontem uma visita às árvores monumentais da cidade do Porto(...) Estes exemplares fazem parte de um conjunto de 178, cuja classificação como árvores monumentais foi requerida junto da Direcção-Geral das Florestas há cerca de cinco meses. Para finalizar a classificação falta só o parecer da Câmara Municipal do Porto, enquanto proprietária das árvores. Os entraves burocráticos contrastam com o entusiasmo dos três guias, dois professores de matemática e uma professora do ensino básico, sem formação alguma na área da botânica. Segundo Manuela Ramos, este grupo foram "três almas gémeas que se encontraram na paixão comum pelas árvores" e tiveram tempo e disponibilidade para fazer alguma coisa pela protecção de "um tesouro que é de todos". Mostrar que estes exemplares pertencem à riqueza cultural da cidade foi, na realidade, o objectivo principal desta visita, a quarta de um ciclo iniciado em Abril com a visita a vários jardins particulares."Publico

segunda-feira, 21 de junho de 2004

Tragédia de 2003- NUNCA MAIS!

Fogos combatidos por dezenas de bombeiros
Incêndios activos em Serpa, Tomar e Viana do Castelo (Publico, 20/06)

Três incêndios deflagraram ao início da tarde nos concelhos de Serpa, Tomar e Viana do Castelo e estão a ser combatidos por dezenas de bombeiros locais, disse fonte dos bombeiros.


Em Santa Iria, Serpa, nove veículos com 30 bombeiros estão a combater um fogo numa zona de mato.

No concelho de Tomar, junto à Estrada Nacional 113, está lavrar um incêndio, numa zona de pinhal e eucaliptos, que está a ser combatido por 59 bombeiros, apoiados por 15 veículos.

Em Balinhas, Viana do Castelo, 22 bombeiros combatem um fogo que está a destruir mato e pinhal.

A informação sobre os fogos a nível nacional foi dada por fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Fotos de satélite mostrando a dimensão trágica dos incêndios ano 2003- Earth Observatory NASA

Fotos de satélite mostrando o cenário dantesco do ano 2003-Geometral.Pt

domingo, 20 de junho de 2004

Como evitar os riscos de erosão induzidos pelos incêndios florestais



EVITAR OS RISCOS DE EROSÃO INDUZIDOS PELOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
- 6 MEDIDAS PREVENTIVAS -



A primeira reacção a uma catástrofe como os fogos florestais que assolaram o país nas últimas semanas tende a ser a elaboração de grandes planos de recuperação das áreas ardidas.
Muitos desses planos nunca são implementados, caindo rapidamente no esquecimento há medida que a época de incêndios termina e os fogos deixam de ser um acontecimento mediático. No entanto, as medidas mais imediatas a implementar no terreno são por regra esquecidas.

A LPN - Liga para a Protecção da Natureza vem apresentar, uma vez mais, soluções concretas para o problema dos fogos florestais e das suas consequências.

Os incêndios florestais acarretam problemas secundários graves que se propagam no tempo.
Um dos principais está relacionado com a erosão do solo (desprotegido após o incêndio florestal) durante a época de chuvas. Apesar disso, é geral o desconhecimento por parte de muitos produtores florestais e mesmo entidades públicas sobre as medidas adequadas para prevenir ou minimizar os efeitos de erosão e perca de solo.
Muitas dessas medidas são de fácil implementação no terreno e algumas, podem e devem ser tomadas durante o processo de corte da madeira queimada. Para isso é necessário que as diversas entidades envolvidas reconheçam que o investimento a este nível mais do que justifica os benefícios que daí advêm. O esforço de alguns meses não pode ter comparação com a duração da formação de solo, medida em milhares de anos. O que for perdido hoje não poderá tão cedo ser recuperado.

O problema da erosão e da perca de solo não toca apenas a cada um dos muitos proprietários florestais portugueses que por si, trabalhando isoladamente, pouco poderão fazer para evitar tais riscos. O solo, como a floresta, é um bem de todos. É urgente e imperioso o envolvimento de todas as entidades com responsabilidade na gestão do território para a resolução deste problema.

A LPN acredita que só com o esforço concertado de proprietários, associações de produtores florestais, Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, Direcções Regionais de Agricultura, entre outros, se poderá evitar ou minimizar uma segunda catástrofe no início deste Inverno.
Uma catástrofe silenciosa e menos mediática que os fogos que a causam mas que pode, deve e tem, a todo o custo, que ser evitada!

Já agora, valia a pena pensar nisto...

A média de formação de solos de xisto, (solos típicos de muitas das áreas mais afectadas), prevendo-se uma erosão nula, é de:

0,03 a 0,05 cm / ano

0,3 a 0,5 cm / 10 anos

3 a 5 cm / 100 anos

30 a 50 cm / 1000 anos !!!

Um solo ideal para actividades de produção demora cerca de 7 mil anos a formar-se!!!


6 MEDIDAS PREVENTIVAS

Os riscos de erosão depois de um fogo dependem essencialmente de três factores:

declive dos terrenos afectados;

natureza geológica e pedológica do terreno;

intensidade das chuvas (particularmente as primeiras) que se seguem aos incêndios;

A intensidade das primeiras chuvas de Inverno é determinante nos efeitos erosivos ao nível do solo. Uma grande chuvada inicial terá efeitos catastróficos. Por outro lado, uma pluviosidade menos intensa favorecerá o estabelecimento de uma primeira vegetação de cobertura que diminuirá o efeito da erosão.

1. BOAS PRÁCTICAS FLORESTAIS
A primeira intervenção situa-se ao nível dos trabalhos de corte da madeira queimada. Há alguns cuidados básicos que podem e devem ser seguidos pelas empresas que procederam ao corte da madeira queimada:

- Cortar apenas o que não tem viabilidade de regenerar.
Sempre que possível deixar em pé o arvoredo afectado mas com capacidade de resistir. Neste caso atenção particular às quercíneas (Carvalho-negral, sobreiro, azinheira, carrasco).

- Cuidados a ter com a rechega (arrastamento dos toros).
Esta é a operação que mais problemas causa dado implicar a movimentação de equipamentos pesados com rodados que sulcam o solo (uns mais que outros) e o arrastamento dos toros cortados. Geralmente é efectuada de vários pontos de uma encosta para um único local de carregamento, criando situações com desenho próximo do "pé de galinha" onde os problemas de erosão são fortemente agravados. As movimentações de maquinaria sobre o terreno devem se restritas ao essencial e de modo a evitar configurações de sulcos que promovam um maior escoamento da água.

2. CRIAÇÃO DE BARREIRAS COM A VEGETAÇÃO
A vegetação queimada que após o corte é deixada no terreno pode ser aproveitada para a criação de barreiras ao escoamento da água. Usando, por exemplo, dois toços adjacentes de pinheiro como pontos de apoio, os ramos podem ser dispostos entrecruzados, como uma vedação, usando ramos mais resistentes como pontos de apoio intermédios.

3. ABERTURA DE VALAS DE RETENÇÃO
Estas valas devem ser abertas, sempre que possível, ao longo das curvas de nível à semelhança de socalcos. O seu fundo deve ser recoberto com pedras ou restos de material vegetal queimado de modo a aumentar o atrito, reduzindo assim a velocidade de escoamento da água e, logo, o seu efeito de erosão. A sua dimensão deve ser relacionada com o grau de pluviosidade prevista para a área.

4. CONSTRUÇÃO DE AÇUDES DE RETENÇÃO
O sistema de valas descrito anteriormente pode ser desenhado de modo a desaguar em pequenos açudes de retenção. Nestes pequenos charcos a água acumulada terá possibilidade de se infiltrar no solo.
A taxa de infiltração de água poderá ser grandemente aumentada com a plantação de espécies adaptadas a zonas húmidas (como o junco ou a tábua), facilmente transplantáveis.
A LPN chama, no entanto, à atenção para o facto da recolha destas plantas não dever ser feita em locais de vegetação depauperada ou em áreas protegidas e nunca de uma forma uniforme numa dada área. Deve-se sim acautelar a possibilidade de regeneração da vegetação deixando sempre muito mais do que aquilo que é retirado.

5. VALAS DE DRENAGEM COM BARRAGENS DE CORRECÇÃO TORRENCIAL
Nas linhas de escorrimento ou nas valas abertas para drenagem podem ser espaçadamente construídas barragens de correcção torrencial de construção básica, do tipo dois toros de suporte e tábuas para barrento do curso de água. A construção e dimensão destas barragens deve ter em linha de conta o caudal específico da linha de água dado que o que se pretende não é barrar de todo o escorrimento da água mas apenas retardar no tempo esse escorrimento evitando caudais tumultuosos e mantendo um fluxo de água mais ou menos regular.

6. SEMEAR ÀS PRIMEIRAS ÁGUAS
Efectuar, se possível, uma sementeira de pasto às primeiras chuvas, espalhando as sementes na zona afectada pelos fogos. Onde exequível, a sementeira aérea é de extrema eficácia. O pasto, que rapidamente crescerá, ajudará a consolidar o solo.


A Direcção Nacionalda da Liga para a Protecção da Natureza

Para mais informações:
Liga para a Protecção da Natureza - Estrada do Calhariz de Benfica, 187 - 1500-124 Lisboa
José Manuel Alho 217 780 097

Foto da ESA

sábado, 19 de junho de 2004

É urgente reformular os ciclos de vida dos produtos para que sejam recicláveis

"Embalões" dos Ecopontos Têm 40 por Cento de Refugo
Por RICARDO GARCIA
Sábado, 15 de Maio de 2004

Cerca de 40 por cento do que está dentro dos contentores amarelos dos ecopontos da região de Lisboa - conhecidos como "embalões" - está a ser encaminhada para a incineração e não para a reciclagem. Em grande medida, a responsabilidade é do próprio cidadão, que está a colocar no contentor (mesmo que involuntariamente) muita coisa que lá não deveria estar. Mas no meio do refugo, há materiais que poderiam ser reciclados.
Publico

sexta-feira, 18 de junho de 2004

Poema da Semana - Árvore rumorosa por António Gedeão


Árvore rumorosa pedestal da sombra
Sinal de intimidade decrescente
Que a Primavera veste pontualmente
E os olhos do poeta de repente deslumbra.

Receptáculo anónimo do espanto
Capaz de encher aquele que direito à morte passa
E no ar da manhã inconsequentemente traça
O rasto desprendido do seu canto.

Não há Inverno rigoroso que te impeça
De rematar esse trabalho que começa
Na primeira folha que nos braços te desponta

Explodiste de vida e és serenidade
E imprimes no coração mais fundo da cidade
A marca do princípio a que tudo remonta.

António Gedeão in Primavera

quinta-feira, 17 de junho de 2004

Raízes

An Nette- part of the roots of an alder (very stony)

"Amo a Natureza! Olha estas árvores. É como se as árvores tivessem raízes no meu coração! Se não fosse a Natureza já me tinha matado!" Beethoven

terça-feira, 15 de junho de 2004

Podas camarárias e a Arte de lidar com as Árvores em Portugal- Que justificação para o exagero?

1. UM JARDIM MULTIFUNCIONAL

por Paulo Araújo, Campo Aberto- Público, 11/06/04

Todos os domingos, ao princípio da tarde, se junta muita gente à entrada do Hospital de Santo António para visitar os seus doentes. O estacionamento é caótico e não parece haver qualquer esforço em discipliná-lo: afinal, também os agentes da lei têm direito a descansar ao sétimo dia. Com as alterações viárias recentemente ocorridas, passou a ser fácil o acesso da Cordoaria ao Hospital.
Resultado: é ver aquele larguíssimo passeio que delimita o jardim, paralelo à alameda dos plátanos, preenchido com automóveis, alguns deles pisando mesmo a relva; e, para completar o quadro, os condutores mais afoitos sobem ao próprio jardim e estacionam na alameda, à sombra dos plátanos. Haverá quadro mais eloquente do nosso irrecuparável atraso civilizacional?


2. MUTILAÇÕES RITUAIS
por Paulo Araújo, Campo Aberto - Público, 11/06/04

As jovens tílias da rua D. Manuel II, frente ao edifício Cristal Park, entraram finalmente na idade adulta: sofreram, em plena Primavera, a primeira poda da sua vida. Depois de uma juventude despreocupada, em que desenvolveram copas frondosas, e quando se preparavam para florir, sabem agora que a vida não é para brincadeiras: toca a aparar a cabeleira, que ninguém lhes perdoa a beleza.
Daqui em diante irão crescer em conformidade com as regras municipais: disformes e debilitadas. A seu tempo serão diagnosticados como seriamente doentes e abatidas em nome da segurança pública; logo virão outras para cumprir o mesmo triste ciclo. As muitas ruas arborizadas do Porto podiam ser bonitas; mas o que temos, em muitas delas, são árvores grotescas e débeis, vítimas periódicas de mutilações rituais.

PODAS CAMARÁRIAS

por Raul Rodrigues,ASPA - ASSOCIAÇÃO PARA A DEFESA, ESTUDO E DIVULGAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL (Braga)- Entre Aspas,26/01/04

Estas podas deveriam ser banidas porque são manifestamente prejudiciais, quer para a saúde das árvores, quer para o bolso do contribuinte. As árvores assim podadas perdem o seu porte natural e, portanto, a sua beleza. Quando se elimina uma grande quantidade das suas reservas armazenadas nos ramos e troncos, as árvores ficam debilitadas e, consequentemente, mais vulneráveis ao ataque de pragas e doenças.

O que é a mutilação das árvores? A mutilação é uma poda indiscriminada dos ramos das árvores, deixando apenas alguns troncos ou mesmo apenas o simples tronco principal da árvore. Trata-se de uma prática de poda bastante difundida e, ao mesmo tempo, a mais perniciosa para a saúde e longevidade das árvores. Apesar da generalidade dos especialistas em podas de árvores condenarem esta prática, ela continua a ser uma prática comum na nossa cidade.

Várias são as "falsas" razões para se justificar a mutilação das árvores: necessidade de se reduzir o tamanho da árvore quando esta é demasiado grande para o local onde foi implantada; receio das árvores grandes constituírem um perigo, etc., etc. A mutilação não é um método viável para reduzir a altura da árvore nem tão pouco para reduzir o risco de queda, antes pelo contrário, a mutilação fará uma árvore mais perigosa a médio e longo prazo (Ex: Av. Central, Traseiras do edifício da Câmara Municipal de Braga, Mata do Bom Jesus, Av. Imaculada Conceição).

Consequências da mutilação das árvores: esta prática elimina uma grande parte da copa das árvores chegando nos casos mais drásticos à eliminação total. Como consequência, a superfície fotossinteticamente activa (as folhas que são como que uma fábrica de alimento das árvores) é parcial ou totalmente eliminada, pelo que a árvore fica bastante debilitada (pode passar fome). Esta gravidade da poda, estimula um tipo de mecanismo de sobrevivência, no sentido da árvore se recompor do traumatismo sofrido, recorrendo para tal às suas reservas energéticas. Se a árvore não dispõe de tais reservas em abundância, ficará gravemente debilitada, podendo em muitos dos casos morrer (lódãos, na Av. Imaculada Conceição). Uma árvore debilitada, fica mais vulnerável ao ataque de pragas e doenças, sendo que alguns insectos acabam por se aproveitarem destas debilidades e instalar aí as suas colónias, acelerando nalguns casos a morte das árvores (Ex: Tílias da Av. Central).
Sem folhas, (durante cerca de meio ano nas nossas condições) uma árvore decapitada fica completamente desfigurada e debilitada, e jamais recuperará por completo a sua forma natural. A decapitação é uma prática incoerente com a fisiologia das árvores, cientificamente errada e socialmente inaceitável.

A mutilação acarreta riscos. Como resposta aos cortes violentos, as árvores recorrem a um mecanismo de sobrevivência que as levam a produzir múltiplos rebentos causando um grande desgaste. Os novos rebentos crescem muito rapidamente, podendo nalgumas espécies alcançar 6 metros no primeiro ano. Infelizmente, estes novos ramos têm tendência para esgaçar com facilidade, principalmente por acção de ventos fortes. Neste caso, vira-se o feitiço contra o feiticeiro, em que a mutilação vista como uma forma de proporcionar segurança, torna-se numa forte ameaça para os transeuntes.

A mutilação sai cara. O custo com a mutilação, não se limita apenas aos encargos com mão-de-obra e maquinaria. Se a árvore sobrevive, necessitará de outra poda dentro de poucos anos, voltando novamente a ser severamente castigada. Se a árvore morre, será pura e simplesmente abandonada no local até que a natureza ou alguém se encarregue de a retirar de lá.

Responsabilidade civil. Outro custo das árvores podadas violentamente ao longo de vários anos tem a ver com a responsabilidade civil. Estas árvores com maior propensão ao esgaçamento, podem constituir um risco não negligenciável, pelo que qualquer dano provocado pela queda de um ramo de uma árvore mutilada poderá levar a um veredicto de negligência nos tribunais.

É errado o conceito tão difundido no que respeita a vantagens ou benefícios que significa a poda para a árvore. No que respeita à poda do arvoredo urbano, há vários conceitos e práticas erróneas, que se transmitem de geração em geração, sem que haja coragem ou vontade política de pôr cobro a tais situações.
Nalgumas espécies, quando se utiliza erradamente uma técnica de poda, observa-se normalmente o aparecimento de podridões (como consequência da contaminação por fungos oportunistas). Este processo é irreversível, leva ao declínio prematuro e frequentemente à morte das árvores.

OS TOUROS EM BARRANCOS E AS ÁRVORES EM COIMBRA

Carlos Noronha,OzOlivais Diário das Beiras, 31/08/2000

Na minha opinião a tradição é um direito das populações e deve ser preservada.

As características peculiares das comunidades definem-se pelas suas atitudes e comportamentos, de carácter repetido, ao longo dos tempos.

Nos últimos anos, na cidade de Coimbra, têm-se verificado um conjunto de comportamentos que, pelo seu caracter repetido e sistemático, iniciam um processo de construção de uma "nova tradição". A forma como as gentes de Coimbra, ou aliás, os seus representantes, se têm relacionado com as árvores têm constituído não mais do que uma interessante forma de tradição: a interessante e peculiar Arte de "Lidar" as árvores e as zonas verdes da cidade - "Árvores de morte".

Atendemos a alguns ilustres exemplos desta verdadeira Arte:

A "arte da poda radical" tem possibilitado, nos últimos anos, a existência de verdadeiras esculturas dinâmicas pelas ruas e praças da cidade, como por exemplo a Av. Afonso Henriques e Praça da República. Até alguns pequenos Plátanos na Quinta das Flores também já foram sujeitos àquela arte.

Uma outra técnica mais peculiar, pois requer uma maior atenção do observador ao nível do solo, é a omissão das caldeiras (área de terra na base das árvores por onde estas captam água e nutrientes) ou a construção de uma caldeira com o perímetro de cada tronco. Estas "artes de lidar as árvores" podem-se observar nas árvores da Rua Antero de Quental e da Av. Navarro.

Em Coimbra consegue-se fazer das árvores verdadeiros bens do mobiliário urbano. Na baixa da cidade, Praça Velha, está prevista uma rearrumação de árvores com cerca 20 anos.

Temos assistido ao aparecimento de alguns pequenos movimentos de cidadãos que têm tentado, sem grandes resultados, impedir que o desenvolvimento desta "nova tradição". No que se refere ao projecto de construção de um parque de estacionamento na Praça da República, Uma comissão cívica "Salvemos a Praça" tenta evitar que assistamos a uma verdadeira e peculiar demonstração desta recente tradição Coimbrã, ou Lide das árvores de morte.

Mas os aficcionados destas lides de morte poderão estar descansados que a tradição tem-se cumprido e continuará a cumprir-se em Coimbra. Recentemente com o desbaste de um número considerável de árvores nas margens do rio numa zona que agora se denomina de "Parque Verde"! e, em breve, com construção de um hotel de 5 estrelas numa zona considerada, há apenas uns meses, como reserva ecológica nacional.

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segunda-feira, 14 de junho de 2004

Incêndios florestais - medidas de prevenção para 2004- Vamos estar atentos...

Fonte: Portal do Governo


Incêndios florestais - medidas de prevenção para 2004


2004-05-05Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas

Gabinete do Ministro

Incêndios florestais - medidas na área da prevenção para 2004

Independentemente das várias medidas no âmbito da reforma estrutural em curso no sector florestal, que, na área da prevenção contra incêndios, terão um impacto significativo a médio e longo prazo 1, o Ministério da Agricultura preparou e está a executar um importante conjunto de medidas e acções de curto prazo na área de prevenção, com impacto previsível já em 2004.

Essas medidas e acções, financiadas com dinheiros públicos, que estão a ser desenvolvidas pelos serviços do Ministério da Agricultura, pelas Autarquias, pelas Associações de Produtores e por produtores individuais, repartem-se pelas áreas seguintes 2:

1. Silvicultura preventiva e infraestruturas de prevenção:

Limpeza selectiva de matos, acessos e caminhos, faixas corta fogos, aceiros, pontos de água, etc.

Nesta área, estão em curso mais de uma centena de projectos liderados pelas Direcções Regionais de Agricultura, pelas Autarquias e pelas Associações de Produtores Florestais (alguns desses projectos, em espaços públicos, têm a participação da engenharia militar).

O financiamento público, varia entre 80 e 100% e estima-se um custo superior a 50 milhões de euros.

Os projectos de execução, desenvolvem-se nas áreas florestais de todo o país, foram organizados em função de diagnósticos prévios e na sequência da aprovação de legislação que permitiu o apoio público a Autarquias, órgãos de administração de baldios, organizações de produtores florestais, produtores florestais e organismos da Administração Pública.

A estas acções, somam-se as de silvicultura preventiva executadas pelos 800 sapadores florestais agrupados em 160 equipas de 5 elementos, adiante classificadas também como acções de vigilância activa.

A título de exemplo, mencionam-se, os 33 projectos aprovados na chamada área do pinhal interior, envolvendo um investimento de cerca de 12 milhões de Euros, executado pela Direcção Regional de Agricultura (4 projectos) pelas Autarquias (13 projectos liderados pelas Câmaras Municipais de Góis, de Pampilhosa da Serra, de Pedrógão Grande, da Lousã, da Sertã, de Proença a Nova, de Mação, de Castelo Branco e do Fundão), por 5 áreas agrupadas (Concelhos de Oleiros e Fundão), 2 associações de produtores florestais (Oleiros) 8 produtores individuais e 1 Conselho Directivo de Baldio (Castanheira de Pêra).

2. Campanha de sensibilização pública:

A partir de 15 de Maio, até Setembro, a RTP, a SIC e a TVI, divulgarão diariamente chamadas de atenção para a importância da floresta e para os prejuízos provocados pelos incêndios, com o lema "Juntos Pela Floresta; Todos Contra o Fogo".

3. Acções de Vigilância activa das matas

A vigilância activa das matas far-se-á por meios localmente coordenados (móveis, fixos, motorizados e apeados) envolvendo os seguintes elementos:

Nº de elementos
Sapadores Florestais 800
Corpo Nacional da Guarda Florestal 576
Vigilantes da Natureza 300
GNR 200
Rede Nacional de Postos de Vigia 900
Militares 1.600
Brigadas Autárquicas de Voluntários 3.400
Brigadas de Voluntários do MADRP 200
Total 4.976


Ao total destes meios humanos somam-se:

Os meios resultantes da cooperação com o Ministério da Segurança Social e do Emprego que, através dos Centros de Emprego, organizará a participação voluntária de beneficiários do Rendimento Mínimo de Inserção em acções de defesa de floresta;
Os meios relacionados com dois projectos piloto de mobilização de jovens para ocupação de tempos livres nos Distritos de Coimbra e de Castelo Branco;
Os cerca de 2.500 Guardas Auxiliares das "Zonas de Caça", cuja colaboração na vigilância é agora solicitada.
4. Detecção e Alarme

Além de todo o corpo de vigilância activa, que comunicará aos Centros de Prevenção e Detecção (CPD) a existência de qualquer anomalia relacionável com incêndios, a Rede Nacional de Postos de Vigia, composta por 216 postos de vigia (PV) e 18 CPD, num total de cerca de 900 elementos, constituirá a base de detecção e alarme relativa ao início dos incêndios.

Os postos de vigia foram recuperados e alargados e o sistema de transmissões rádio entre os PV e os CPD foi melhorado.

Os 18 CPD(antes apenas 13) passarão a estar localizados junto aos Centros Distritais de Operações de Socorro (CDOS), integrarão um coordenador e vários operadores de comunicações, disporão de cartografia florestal e de acesso às bases de dados e estarão em contacto permanente com os postos de vigia, Guarda Florestal e outros corpos de vigilantes, fazendo a ponte com o Serviço Nacional de Bombeiros.

5. Prevenção Criminal

O Ministério da Justiça (Policia Judiciária) preparou um plano reforçado dirigido à prevenção e investigação do crime de incêndio florestal, envolvendo não só as Directorias e Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Judiciária mas também a PSP, a GNR e o Corpo Nacional de Guarda Florestal.

Esse plano, que cria um Gabinete Permanente de Apoio, uniformiza métodos interventivos e critérios de investigação, visa aumentar o controlo do território através de uma posição pró-activa na prevenção criminal e uma atitude de "alerta permanente" com equipas de investigação dispostas no terreno nas zonas e no período de maior risco.

6. Projectos Inovadores

O Ministério da Agricultura tem colaborado com diferentes entidades, públicas e privadas, para o desenvolvimento de projectos inovadores no quadro da experimentação de novas tecnologias de detecção de incêndios, mas também no domínio da coordenação de meios e de novos sistemas de comunicações em tempo real.

Como exemplo, neste último caso, refere-se designadamente o Projecto "Pinus Pinaster", que envolve uma colaboração entre a Fundação Vodafone Portugal, (patrocinador exclusivo), o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, a Direcção Geral dos Recursos Florestais e o Governo Civil de Leiria.

Trata-se de um projecto pioneiro que visa efectuar a vigilância aérea, a vigilância terrestre e a 1ª intervenção em todo o distrito de Leiria e ligar, através de sistemas de comunicação inovadores, todos os meios envolvidos (comandos, sapadores e bombeiros).

7. Alterações Legislativas Relativas à Prevenção

Foi revista a legislação actualmente aplicável em matéria de prevenção, designadamente no que se refere a sapadores florestais e aguarda-se que seja em breve publicada nova legislação que cria o Sistema Nacional de Prevenção e Protecção das Florestas. No âmbito da nova legislação:

É definido um período fixo (de 1/07 a 30/09) durante o qual vigoram medidas especiais de prevenção;
É actualizado o conceito de índice de risco de incêndios e a zonagem do Continente em matéria de susceptibilidade aos incêndios;
Prevê-se, com carácter obrigatório a existência de planos de defesa da floresta de âmbito municipal e intermunicipal;
Define-se um quadro jurídico para o acesso, circulação e permanência nas áreas florestais, durante determinados períodos, de acordo com o nível de risco de incêndio;
Estipula-se que os projectos de (re) arborização devem incluir infra-estruturas de prevenção;
Cria-se a obrigatoriedade de se manter limpa uma zona de protecção às habitações e às redes viárias e ferroviárias;
Consagram-se formas de intervenção substitutivas do Estado face aos proprietários e outros produtores florestais;
Regulamenta-se o uso do fogo nas zonas florestais;
Considera-se que as Forças Armadas integram os Corpos Especiais de Vigilantes de Incêndio;
Alarga-se o âmbito das infracções e actualizam-se os valores das respectivas coimas.
_________________________________________

1 Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios; Zonas de Intervenção Florestal; Penalização do abandono; Planos Regionais de Ordenamento; Quadro Fiscal; Cadastro, etc.

2 Ainda que algumas acções se repercutam por várias áreas

3 Às quais serão fornecidas pelo Ministério da Agricultura viaturas, combustíveis, identificadores, binóculos, meios de contacto, manual de procedimentos e subsídio de refeição

domingo, 13 de junho de 2004

IEP Promove Abate Indiscriminado de Árvores


Depois de no último Verão o país ter perdido dezenas de hectares de floresta devido aos fortes incêndios ocorridos no país, o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) está a promover a marcação e o abate de centenas de árvores existentes nas bermas de diversas estradas nacionais do centro do país, denunciam hoje a QUERCUS e a Sociedade Portuguesa de Arboricultura.


Para além da QUERCUS e da Sociedade Portuguesa de Arboricultura terem vindo a constatar no terreno esta situação também temos recebido várias queixas de cidadãos, questionando sobre qual a necessidade de abater o arvoredo indiscriminadamente.

Instituto das Estradas de Portugal Promove Abate Indiscriminado de Árvores na Margem das Estradas

Segundo apurámos, pelo menos as Direcções de Estradas de Santarém e de Portalegre do IEP, estão a promover concursos públicos para o abate de árvores na margem das estradas nacionais, com argumentos pouco fundamentados de as árvores estarem decrépitas, doentes ou que possam representar um perigo potencial para a segurança rodoviária.

Só no Distrito de Santarém, existem centenas de árvores marcadas para abate, desde carvalhos, freixos, plátanos, choupos, eucaliptos, olaias, amoreiras, ulmeiros, ciprestes, incluindo azinheiras e sobreiros protegidos legalmente, nomeadamente na EN 110 (Tomar), EN 113 (Ourém), EN 243 e EN 365 (Golegã) e EN 349 (Torres Novas), para além de outras estradas não vistoriadas.

Concordamos com o abate pontual das árvores que ameaçam a segurança rodoviária, no entanto, constatámos, em vistorias a diversos locais, que muitas das árvores não apresentam problemas fitossanitários que justifiquem uma intervenção de abate, algumas apenas carecem da limpeza de ramos secos, desramas, podas de formação ou outras acções localizadas efectuadas por técnicos especializados.

Direcção de Estradas de Portalegre do IEP, está a abater centenas de árvores na Estrada Nacional 2 em Ponte de Sôr

Actualmente na Estrada Nacional 2, no concelho de Ponte de Sôr, entre a localidade de Domingão e Montargil, a Direcção de Estradas de Portalegre do IEP entregou a empreitada a uma empresa de exploração florestal, a qual se encontra a cortar centenas de árvores existentes na margem da estrada, nomeadamente pinheiros-bravos, pinheiros-de-alepo, eucaliptos ornamentais, para além de outras espécies.

O arvoredo que margina esta estrada, junto da albufeira da barragem de Montargil, representa um elemento cénico fundamental para a valorização da paisagem numa área de interesse turístico, para além das inúmeros benefícios que lhe são sobejamente reconhecidos pela sociedade.

O corte raso de todos os pinheiros-bravos numa faixa com cerca de 5 metros para além da faixa de rodagem é completamente incoerente com o bom estado fitossanitário das árvores, o qual, na maioria dos casos, não representa qualquer risco acrescido para a segurança rodoviária.

A QUERCUS e a Sociedade Portuguesa de Arboricultura consideram esta acção promovida pelo IEP desprovida de fundamentação técnica, parecendo existirem interesses com a exploração das madeiras e lenhas.

Neste sentido, e como se trata de património natural colectivo, o qual está a ser abatido sem fundamento pela entidade responsável pela gestão, o Instituto das Estradas de Portugal, a QUERCUS e Sociedade Portuguesa de Arboricultura espera que o abate das árvores cesse imediatamente e que seja revisto o concurso público, devendo este ser baseado num relatório de diagnóstico fitossanitário do arvoredo, efectuado por uma entidade independente.

Dada a gravidade destas acções sugerimos a necessidade urgente da criação de regulamentação legal para as acções de abate das árvores públicas, património colectivo que não pode ser destruído apenas por decisão do IEP.

Conheçam e apoiem também a Sociedade Portuguesa de Arboricultura

Muitos outros poemas podem ser encontrados neste site Poemas sobre Árvores cujo objectivo é reunir o maior número possível de poemas sobre as árvores.

sábado, 12 de junho de 2004

Música do BioTerra: Killing Joke - Democracy


Killing Joke - Democracy [1996, lyric]

You have a choice, we are your voice
Red, blue or yellow.
We will blow away the green
Another five lane motorway
(You'll never get a referendum anyway)

Funny handshakes. insider dealing
Et in arcadia. arcadia ego
Backhanders and salamanders
A powerhouse that is morally
Mechula
I'm sorry democracy is changing
I'm sorry democracy is changing

I'm not a slogan or a badge
Or a cross in the ballot box
Neither values or objectives
You do not represent my deepest
Thoughts and wishes

Education in obsolete skills
Stereotyping and media projection
Industrial psychologists
Plan a campaign that is financed by
Big business

You have a choice, we are your voice
Red, blue or yellow.
We will blow away the green
Another five lane motorway
(You'll never get a referendum anyway)

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Boas notícias no que refere a um ar puro!



Europa Declara Guerra às Doenças Provocadas por Um Ambiente Poluído 
Por ANA FERNANDES Sexta-feira, 11 de Junho de 2004
Um terço das doenças que afectam os habitantes do planeta são causadas por problemas ambientais, que vão desde a poluição ao consumo de água imprópria. No caso dos países industrializados, como os EUA e na Europa, esta influência é de 15 por cento. Para melhor perceber a relação entre ambiente e saúde, a Comissão Europeia lançou, na quarta-feira, um plano de acção para criar um sistema que permita dar aos Vinte Cinco dados fiáveis para agir. Este plano de acção é o contributo europeu para a IV Conferência Ministerial sobre Ambiente e Saúde, organizada pela Organização Mundial de Saúde em Budapeste nos próximos dias 23, 24 e 25 de Junho. Os efeitos de um mau ambiente na saúde estão estudados. Alguns documentos dão conta de que um sexto do número total de mortes e doenças entre as crianças podem ser atribuídos a factores ambientais. Em França, entre seis a nove mil urbanos morrem prematuramente todos os anos devido à poluição do ar. Na Europa, a asma e as alergias aumentaram exponencialmente nos últimos 50 anos. Cerca de dez milhões de europeus estão expostos a níveis de ruído que podem provocar perdas de audição. Reduzir estes e outros números é o objectivo da comissão ao desenvolver este plano de acção, a aplicar entre 2004 e 2010. Para isso, será desenvolvido um sistema que pretende integrar as informações provenientes da área do ambiente, da saúde e da investigação de forma a que os três sectores se coordenem melhor. Por outro lado, pretende dar aos políticos instrumentos para decidir. 
As Medidas do Plano de Acção são:
- Melhorar a rede de informações para melhor perceber as ligações entre as fontes dos poluentes e as consequências sobre a saúde 
- Desenvolver indicadores de saúde ambiental 
- Desenvolver monitorização integrada do ambiente, incluindo da alimentação, para determinar qual a exposição humana a poluentes 
- Desenvolver um método coerente de biomonitorização (análises ao sangue, urina ou cabelo para medir a exposição aos poluentes) na Europa 
- Aumentar a coordenação e o número de actividades conjuntas entre o ambiente e a saúde 
- Aumentar os conhecimentos, reforçando a investigação sobre ambiente e saúde e identificar questões emergentes 
- Reforçar e promover a integração da investigação europeia em ambiente e saúde 
- Investigação dirigida às doenças consideradas prioritárias e às formas de exposição aos poluentes 
- Desenvolver bases metodológicas para analisar interacções entre ambiente e saúde 
- Assegurar que os riscos potenciais para a saúde e o ambiente são identificados e a sua resolução é estudada 
- Rever políticas e melhorar a comunicação para dar aos cidadãos a informação que precisam para identificar riscos 
- Desenvolver actividades de divulgação em saúde pública 
- Promover a formação dos profissionais e melhorar a capacidade dos organismos para os preparar para lidar com estas questões 
- Coordenar as medidas que estão em curso para a redução dos riscos e focalizá-las para as doenças prioritárias - Melhorar a qualidade do ar interior 
- Avaliar os desenvolvimentos que forem conseguidos em relação aos campos electromagnéticos 
Publico Cidade de S.Paulo,2002

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Poluição interior- uma notícia, o que é, causas e efeitos



Poluição Interior
Por RICARDO GARCIA
Domingo, 18 de Janeiro de 2004

Casas escondem perigos ambientais

O que mais impressionou naquele caso foi o facto de ter morrido uma criança. Uma vida encurtada ao mínimo, perdida por algo que poderia ter-se evitado. Quando chegou ao hospital Garcia de Orta, em Almada, o menino já estava morto, vítima de uma intoxicação por monóxido de carbono causada por um esquentador. A mãe, em muito mau estado, nem sequer compreendia o que os médicos lhe diziam. O pai, por sua vez, padecia tanto da intoxicação como da ironia trágica de ser, ele próprio, montador de aparelhos de gás.

Essa ocorrência, em Junho de 1998, mudou a rotina do hospital. "Aquilo causou-nos muita impressão e fez-nos estudar o assunto", relembra a médica Paula Azeredo, responsável pela urgência pediátrica. Através de dados do Instituto Nacional de Estatística, os médicos concluíram que, entre 1993 e
1997, o monóxido de carbono fora responsável por 70 por cento das mortes por inalação de gases entre crianças e jovens até aos 19 anos.

Mas esta era apenas a ponta do "iceberg". A inalação de monóxido de carbono começa por causar sintomas comuns, como dor de cabeça, tonturas, náuseas e vómitos. "Parece uma gripe ou uma intoxicação alimentar", diz Paula Azeredo. Por isso, muitos casos passam despercebidos. Nos cinco anos anteriores a Junho de 1998, na pediatria do Garcia de Orta havia registo de apenas 14
intoxicações. Mas quando o hospital começou a prestar mais atenção a este tipo de situações, que se despistam com um simples teste do balão, a verdadeira dimensão do problema tomou forma. Desde aquela data, o número de casos identificados saltou para mais de uma centena, cinco dos quais foram
fatais para crianças.

O que estes dados revelam é que qualquer pessoa, especialmente uma criança, está sujeita a tantos ou mais riscos de natureza ambiental dentro de casa do que fora. No entanto, só muito lentamente, através de pistas dispersas, é que se vai tomando nota da realidade nacional nesta matéria.

A prevalência da asma, por exemplo, está a aumentar no país, sobretudo nas regiões de Lisboa e Porto (ver texto nestas páginas). Uma das explicações possíveis para isso está no facto de as pessoas passarem cada vez mais tempo dentro de casa, onde a exposição à poluição e aos alergénios é maior. "Isto
muito provavelmente tem a ver com hábitos interiores", avalia José Rosado Pinto, director do Serviço de Imunoalergologia do Hospital D.Estefânia, em Lisboa.

Uma estimativa bastante citada diz que os europeus passam 90 por cento do tempo em ambientes fechados. Quem acredita que Portugal, beneficiado pelo clima, tem uma situação diferente, está enganado. Em Ferreira do Alentejo, em plena calma alentejana, mais de metade das crianças até aos 14 anos passam pelo menos 17 horas por dia dentro de casa, segundo os resultados nacionais do inquérito "Habitação e Saúde", realizado pela Organização Mundial de Saúde em oito países europeus.

Outro inquérito, realizado no âmbito do ISAAC, um estudo mundial sobre asma e alergias na infância, revela que 94 por cento das crianças com 13/14 anos que vivem em Lisboa vêem pelo menos uma hora de televisão por dia, 58 por cento assistem no mínimo a três horas de TV e 23 por cento - quase uma em
cada quatro - passam mais de cinco horas imóveis diante do ecrã.

Com tanto tempo dentro de casa, qualquer pessoa fica mais susceptível aos riscos próprios do ambiente interior. E a lista de potenciais perigos é longa. Aparelhos de gás, lareiras e braseiras lançam poluentes no ar - a começar pelo monóxido de carbono, que pode matar ou deixar sequelas para sempre. Móveis, carpetes, solventes e tintas também contribuem, com a emissão de compostos orgânicos voláteis tóxicos. Animais domésticos são fontes de alergénios. No topo da lista está o fumo do tabaco, que combina um pouco de tudo o que há de mal nos poluentes de interior.

Os fungos, que proliferam com a falta de ventilação, também têm efeitos nefastos. Da mesma forma, os produtos de uso corrente numa casa representam um risco significativo. E, neste aspecto, o crescente número de chamadas para o Centro de Informação Antivenenos, do Instituto Nacional de Emergência
Médica, é um sintoma de que a realidade dos tóxicos dentro das habitações é bem maior do que se imagina.

Nada disto é virtual. Pelo contrário, são perigos concretos, que aumentam a possibilidade de acidentes, de intoxicações, de males respiratórios, de cancro. Preocupada, a Organização Mundial de Saúde chegou a aprovar, em 2000, uma declaração dos "Direitos ao Ar Interior Saudável".

Curiosamente, o problema da poluição interna tem-se tornado mais contundente com a melhoria da qualidade das habitações. Há três ou quatro décadas, o ar entrava e saía mais facilmente das casas, pelas frinchas das janelas, por baixo das portas, pelas grandes chaminés das cozinhas. Passava-se frio, mas havia mais ventilação.

Hoje, uma casa "boa" tem caixilhos estanques, que não deixam passar nada, mas nem sempre dispõe de ligações alternativas com a atmosfera exterior.
"Melhoraram-se os componentes, mas não se melhoraram os mecanismos de admissão do ar", afirma João Carlos Viegas, chefe do Núcleo de Componentes e Instalações, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. E quando a permeabiliade do ar é reduzida, acrescenta, isso pode trazer problemas em termos do que se respira no interior.

Abrir as janelas é sempre uma boa forma de ventilação. Mas não basta, mesmo porque, em determinadas alturas, colide com as necessidades de conforto e de poupança de energia. Para João Carlos Viegas, a solução tem de ser concebida de raiz, através de projectos próprios para as novas habitações. "A ventilação tem de ser pensada por quem entende do assunto. Não pode ser improvisada", avisa.

Para já, no entanto, ninguém é obrigado a fazer tais projectos. Da mesma forma, não há qualquer legislação para a qualidade do ar interior. Tudo o que existe, em termos de poluição atmosférica, refere-se aos espaços abertos. Nesse campo, conseguiram-se importantes vitórias. Nos países desenvolvidos, o ar que se respira na rua é hoje incomparavelmente mais limpo do que há apenas algumas décadas. Nos anos 50, morria-se, e muito, com o coquetel de poluentes presente nos nevoeiros que envolviam grandes cidades, como Londres ou Los Angeles.

Em termos de legislação, algumas novidades poderão ser introduzidas, em Portugal, com a revisão do Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios, que está em curso. Ao mesmo tempo, o Governo tem há um ano na gaveta uma proposta de criação de um Regime da Qualidade do Ar Interior, que se destina, porém, apenas a edifícios não-residenciais, com ar climatizado.

Mesmo que haja avanços legais neste domínio, o que se passa no interior das quatro paredes de uma habitação continuará, por natureza, impossível de ser fiscalizado. Quando se trata da poluição exterior, é fácil apontar o dedo ao Estado ou a uma fábrica. Mas dentro de casa a responsabilidade fica nas mãos do próprio cidadão.

quarta-feira, 9 de junho de 2004

Poema da Semana - Agarrei no ar..., por Ruy Cinatti

Betina Johansson

Agarrei no ar...

Agarrei no ar um véu
esmaecido de azul,
igual ao azul do céu
iluminado pela lua.

Eu passo a vida a sonhar
iluminado pela lua.

Ruy Cinatti



segunda-feira, 7 de junho de 2004

Queremos ar para Respirar

Uma apresentção didáctica simples mas muito eficaz e podem consultar aqui.
Vale a pena porque tem muitos recursos óptimos para explicar aos alunos sobre a importância do ar que respiramos.
ESE de Setúbal



Base da dados online sobre a qualidade do ar, onde podem estar actualizados sobre a qualidade do ar na vossa região e muito mais...

Qualidade do Ar- IA

domingo, 6 de junho de 2004

Euro2004: Quercus alerta para má qualidade do ar nas cidades do campeonato

O tema da próxima semana é o Ar
Na LUSA: "Lisboa, 20 Mai (Lusa) - A associação ambientalista Quercus alertou hoje para os problemas de falta de qualidade do ar nas cidades que vão receber o campeonato europeu de futebol Euro2004, destacando Lisboa e Porto por ultrapassarem os valores de poluição permitidos por lei."

"O estudo dos ambientalistas, que será divulgado sexta-feira, incide sobre a água para consumo humano, resíduos e ruído, além da qualidade do ar, nas cidades de Aveiro, Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria, Lisboa, Loulé e Porto.

Em termos de ar, Francisco Ferreira, da Quercus adiantou à agência Lusa que as "piores" cidades são as que vão receber mais jogos do Euro2004 - Lisboa e Porto - por o teor de partículas inaláveis apresentar "valores muito acima" da legislação nacional e europeia.

Em Aveiro e Coimbra, a Quercus salienta que os dados apontam para o incumprimento da legislação no caso das partículas, mas não de forma "tão grave" como em Lisboa e no Porto.

Braga e Loulé não têm dados de monitorização, apesar de esta medição ser obrigatória, e em Guimarães e Leiria a avaliação da qualidade do ar é feita apenas com base em estações próximas, devendo ser superiores os valores nas cidades.

Em resultado deste estudo, a Quercus alerta para o risco de a população não poder ser avisada (e protegida) quando houver ultrapassagem do limite permitido de poluição do ar, se ocorrer ao fim da tarde nos dias úteis ou aos fins-de-semana.

"Também não se conhecem medidas ou planos de prevenção no caso de se anteverem concentrações elevadas", alertou Francisco Ferreira.

A lei prevê que as populações sejam avisadas atempadamente se forem ultrapassados os limites de poluição do ar, para que os mais desprotegidos - crianças, idosos ou asmáticos - possam resguardar-se, não saindo de casa e evitando o exercício físico.


sábado, 5 de junho de 2004

A Água: um bem vital; perigos na Hidrosfera e apelos a um consumo responsável

CONSCIÊNCIA SOBRE A ÁGUA

Olimpio Araujo Junior*

Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil, morrem atualmente 29 pessoas/dia por doenças decorrentes da qualidade da água e do não tratamento de esgotos e estima-se que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estão ocupados por pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água.

A superfície de nosso planeta é constituída por apenas 30% de terra firme, os 70% restantes são de água, mas nem toda essa água está disponível para uso humano, 97% são águas salgadas e apenas 3% são doces. Destes, apenas 0,6% são águas doces superficiais sendo que um pouco mais da metade está disponível nos lagos e nos rios. Nosso corpo também é em sua maior parte constituído por água e por isso nossa vida depende diretamente dela.

Cada vez mais vemos crescer a consciência sobre sua importância vital, porém, mesmo sabendo da incomensurável importância para nossas vidas e do risco eminente da falta da mesma, muitos ainda continuam poluindo rios e reservatórios com esgotos domésticos e industriais, retirando vegetação protetora das margens e mananciais, o que apressa seu assoreamento, envenenando com metais pesados e agrotóxicos, construindo em suas margens e modificando seus cursos, além de muitas outras agressões. Ao mesmo tempo, empresas multincionais, que já entenderam o valor vital da água, resolveram agora embutir um valor econômico, transformando o que deveria ser direito de todos em mais um bem de consumo, um produto para enriquecer ainda mais quem já tem bastante dinheiro.

A natureza, o homem e até mesmo as cidades estão interligados e dependem de um equilíbrio do ciclo da água. Apenas quando tivermos um destino adequado para todo o lixo e todo esgoto produzido nas áreas urbanas, poderemos garantir a conservação de nossos rios e mananciais. Por isso é preciso combater a poluição dos rios, impedir a ocupação irregular de seus leitos e, principalmente, investir em na recomposição das matas ciliares e dos mananciais. A vegetação ciliar, ou matas de galeria, atuam como um amortecedor das chuvas, ajudando o solo a absorver cerca de 99,5% das suas águas, que são posteriormente liberadas lentamente para o lençol freático, mantendo desde mananciais e rios até olhos d’água e nascentes.

A ÁGUA EM NOSSAS VIDAS

Olimpio Araujo Junior

A água, como todos sabemos, é um elemento essencial para que a vida exista na Terra. Nenhum ser, animal ou vegetal sobrevive sem ela. Mas esse não é seu único papel na natureza. Como agente intempérico ela molda rochas, modifica paisagens, forma rios, mares e lagos. Sem sua ação intempérica não teríamos o solo que nos dá alimento e é sustentação de grande parte da vida vegetal existente.

A água também enfeita nossos céus. Quem nunca brincou de descobrir a forma das nuvens quando era criança, quem nunca parou para observar as nuvens no horizonte durante o crepúsculo. Na imensidão branca do Alaska, ou no deserto de gelo da Antártida, assim como nos cumes das montanhas a água se apresenta em estado sólido, formando paisagens exuberantes que atraem a curiosidade de milhares de aventureiros.

No ambiente urbano a água tem um papel fundamental, podendo ser fonte de vida ao saciar nossa sede e ajudar em nossa higiene, ou fonte de graves doenças, quando é poluída por nossos próprios dejetos transformando-se em um veículo para micro e macro organismos maléficos.

Ela também é essencial para regular o clima da cidade, pois como tem capacidade de armazenar calor pode colaborar com o arrefecimento da mesma. Em cidades onde a água e a vegetação aparecem com menor freqüência, o micro clima urbano pode variar em até 9ºC a mais do que em ambientes naturais.

A chuva faz parte do ciclo da água, e é graças a ela que muitos de nossos mananciais se mantém abastecidos, que nossas lavouras continuam produzindo alimentos para nossa mesa, porém, ao encontrar o solo impermeabilizado da cidade, o que é uma dádiva para a agricultura pode se tornar um pesadelo para muitos.

A ocupação irregular em áreas de alagamento (várzeas), a poluição excessiva, a retirada indiscriminada das matas ciliares e a própria impermeabilização do solo urbano são responsáveis por enchentes que deixam milhares de pessoas desabrigadas todos os anos. É a natureza dando sua resposta pelos ataques que sofre.

A água no ambiente urbano também pode ter sua função estética e de lazer. Enfeitando praças e chafarizes, formando lagos, ou sendo utilizada em parques aquáticos e clubes, ela também ajuda a melhorar nossa qualidade de vida.

A água é uma grande aliada da vida, mas muitas vezes nós mesmos a transformamos em uma arma por não respeitá-la da forma devida. O futuro de todo o planeta depende dela, e está em nossas mãos encontrar meios para preservá-la.

PERIGO NO PLANETA ÁGUA
Olimpio Araujo Junior

Nos últimos 50 anos a população mundial passou de 2,5 bilhões de pessoas para 6,1 bilhões. Estima-se que até 2050 nosso palneta tenha entre 9 e 11 bilhões de habitantes. Com este crescimento populacional, cresce também a demanda por alimentos, por energia, água e recursos minerais, aumentando também a poluição e a degradação ambiental.

Atualmente a proporção de área cultivada por pessoa caiu de 0,24ha/pessoa em 1950 para 0,12ha/pessoa em 2000. Calcula-se que em 2050 a proporção será de 0,08ha/pessoa. A terra agriculturável é cada vez mais escassa e a biotecnologia já provou não ser eficiente no aumento da produtividade.

Dentro deste contexto, nos resta uma grande esperança nos oceanos e nos mares. Dois terços da superfície do planeta estão cobertos por águas salgadas, caracterizando-se como uma fonte importantíssima de riquezas, de energia e principalmente, de alimentos. Se forem explorados de maneira sustentável, os oceanos e os mares podem contribuir em muito com a solução de nossos principais problemas.

Todos os anos são capturados no mundo cerca de 90 milhões de toneladas de peixes, que além de gerar renda para milhares de famílias de pescadores e de comerciantes, ainda ajudam a amenizar a fome e a melhorar a dieta de muitos. Os oceanos também ajudam a estabilizar o clima mundial, são fonte de água potável, após tratamento especial, em muitos países onde a água doce é escassa, e também são considerados uma importante fonte alternativa de energia elétrica e de combustíveis fósseis. Trinta por cento da produção mundial de petróleo provém dos mares, sendo que o Brasil é líder mundial na exploração em grandes profundidades. O transporte marítimo é responsável hoje por oitenta por cento do comércio mundial.

Com todos estes argumentos, fica fácil perceber que a vida e o futuro na Terra dependem também da utilização correta dos mares e dos oceanos, porém, não estamos tomando todos os cuidados que deveríamos. O litoral brasileiro, por exemplo, é famoso por bons e maus motivos. Com suas praias exuberantes e seus portos indispensáveis para o escoamento de nossos produtos, também enfrenta o despejo de esgotos de cidades inteiras além da falta de consciência de muitos turistas e empresas que colaboram diretamente no aumento da poluição.

Acidentes com petroleiros também tem colocado em risco nossas águas salgadas. Exemplo disso foram os dois petroleiros, o Erika, ao largo da costa de França, e o Prestige, ao largo da costa da Galiza, que juntos causaram um dos mais graves acidentes ambientais da história.

Alguns poucos homens, na ganância de satisfazer seus desejos capitalistas, já destruíram grande parte dos ambientes naturais de nossos continentes, colocando em risco todos os demais seres humanos, agora, estão acabando com os Oceanos, antes mesmo que possamos conhece-los melhor. Precisamos fazer algo imediatamente, pois é o nosso futuro e o de todas os formas de vida que está em jogo.

VAI FALTAR ÁGUA!

Olimpio Araujo Jr.

A vida começou com a água e a falta dela pode nos extinguir. Segundo a ONU, até 2025, dois bilhões e setecentos milhões de pessoas vão sofrer severamente com a falta de água. O homem é o grande consumidor de água doce, em média são utilizados 200 litros de água/dia/pessoa, em números aproximados. Sabe-se que o consumo de uma família na cidade é seis vezes maior que de outra família no campo, porém, o consumo de água na agricultura é responsável por 70% do total mundial. Uma descarga sanitária equivale a doze litros, e para se lavar uma quantidade de roupas na máquina, o consumo aproximado é de 120 litros. Um quilo de carne corresponde a 18.000 litros de água que foram fornecidos direta ou indiretamente ao animal que lhe deu origem, até a carne estar pronta para o consumo. Graças a esse consumo exagerado, rios famosos como o Nilo ou o Colorado já não conseguem alcançar sua foz na estação seca. Até mesmo o Mar de Aral na Rússia teve seu volume diminuído pela metade devido a utilização de sua água na agricultura. Todos os setores da economia necessitam de grandes quantidades de água, por isso a preservação dos nossos recursos hídricos devem tornar-se prioridade imediata no que se refere à sua qualidade, pois direta ou indiretamente todos dependemos deles. Um litro de esgoto lançado em um rio deixa centenas litros de água impróprios para consumo e são responsáveis por 5 milhões de mortes por ano, causadas por doenças como a cólera e a disenteria. A degradação de nossos recursos hídricos também está diretamente ligada com os desmatamentos, causados pela mineração e pela urbanização. Isso tudo é resultado da irresponsabilidade dos governos, das indústrias e até mesmo da sociedade, que durante anos não respeitaram as legislações ambientais, por desconhecimento ou mesmo pela constante busca do lucro fácil, resultando na diminuição de investimentos no tratamento de seus resíduos. Através da lei 9.433/97 o uso e a poluição da água começarão a ser cobrados com a intenção de reduzir o consumo e punir quem não se preocupa com a sustentabilidade de nossos recursos hídricos, mas é preciso que a população participe deste processo, tanto na fiscalização, como com denúncias e mesmo com a mudança de seus próprios hábitos, ou não conseguiremos reverter estas tristes estatísticas que podem nos levar a uma catástrofe irreversível.

sexta-feira, 4 de junho de 2004

Conheça os dez mandamentos da Quercus para quem queira gozar as praias este Verão.


1. Verifique se na praia que vai frequentar é realizado o controlo de qualidade da água balnear
Em Portugal, existem diversas praias que não estão classificadas como zonas balneares e nessas não se deve tomar banho. Uma praia não classificada é uma praia onde a água balnear não é monitorizada ou onde a água não apresenta qualidade. Esta classificação é revista anualmente pelo Ministério do Ambiente podendo ser designadas mais praias como zonas balneares. O utilizador pode informar-se através de placas que deverão estar colocadas na praia em locais visíveis ou através da internet em Viva a Praia.

2. Certifique-se de que a qualidade da água da sua praia é aceitável ou, preferencialmente, boa.
Nas zonas balneares há a obrigação de publicitar as últimas análises realizadas à água. Em geral, a frequência das análises é quinzenal, podendo haver casos em que ela é mais diminuta (mensal), ou então maior (semanal). Entre a data da colheita e a data da publicação da análise na praia não se deve ultrapassar mais de quinze dias. Assim, apesar de ser normal não encontrar uma análise de um dia muito recente, não deve encontrar resultados com um atraso superior a um mês. As análises são classificadas como más, aceitáveis e boas, sendo que as duas últimas classificações são compatíveis com a sua utilização para banhos, embora uma análise de qualidade boa seja obviamente preferível. Podem-se conhecer as últimas análises através da Internet nos sites já mencionados, mas é uma obrigação a sua afixação nas praias. Podem acontecer situações excepcionais de poluição visível em que a praia não apresente qualidade e não existam dados actualizados de análise e nesse caso não deve tomar banho.

3. Escolha uma das Praias com Qualidade de Ouro da Quercus
A Quercus elege sempre um conjunto de praias que nos últimos 5 anos apresentaram uma qualidade da água Boa, como as Praias com Qualidade de Ouro de Portugal Continental. A existência de Bandeira Azul também é um critério de qualidade que pode ser tomado em conta e que vai para além da qualidade da água.

4. Verifique os meios de segurança e as infraestruturas.
Ao utilizar uma praia deve verificar-se a permanência de um nadador-salvador, a delimitação da área para banhos, a existência de um posto de primeiros-socorros, a possibilidade de acesso rápido de uma ambulância. Em termos de infraestruturas devem-se avaliar aspectos como a presença de casas de banho em número suficiente, duches, bebedouro e parque de estacionamento. Os utentes da praia devem respeitar a sinalização através das bandeiras hasteadas.

5. Verifique e contribua para a limpeza do areal. Exija a ausência de cães.
Verifique se a areia do local onde vai permanecer se encontra devidamente limpa e contribua para essa limpeza, não deixando nem enterrando quaisquer detritos. Colabore na limpeza da praia: utilize sempre os recipientes do lixo ou, na falta destes, guarde e transporte consigo o lixo, deitando-o posteriormente em local próprio. Se encontrar vidro ou outro tipo de lixo espalhado sobre a areia, não o ignore. Apanhe-o e coloque-o no recipiente do lixo mais próximo. Nalgumas praias a recolha selectiva é já uma realidade, podendo assim separar vidro, papel e cartão, embalagens e o restante lixo.

Utilize sempre uma toalha para se deitar na areia. Na praia prefira chinelos de material lavável e não os empreste a ninguém, inclusive seus familiares. Assim, prevenirá a eventual transmissão de uma doença de pele. Vigie os seus filhos mais pequenos, não permitindo que metam os dedos na boca quando brincam com a areia. Se surgirem quaisquer alterações na sua pele, nos olhos, ouvidos ou garganta consulte rapidamente o médico.

Nunca traga animais para a praia! Para além de serem geralmente um incómodo, podem ser portadores de microrganismos prejudiciais à saúde humana e originarem a contaminação do areal.

6. Evite permanecer na praia nas horas de maior calor e evitar uma exposição excessiva ao sol.
Evite permanecer na praia nas horas de maior calor e não se exponha exageradamente ao sol, especialmente se a sua pele for clara. O período em que não se deve expor ao sol é aproximadamente entre as 11 e as 16 horas, sendo que o Instituto de Meteorologia publica diariamente uma previsão da altura em que a radiação solar é mais forte e pode ser mais perigosa . Uma queimadura solar para além de incómoda, constitui uma agressão altamente prejudicial que deve sempre evitar. Utilize protectores solares mas, sobretudo, não permaneça imóvel sob um sol forte. Tenha particular atenção às crianças pequenas. Elas são mais sensíveis ao sol. Insista sempre no uso de chapéus e deixe-as andar de cabelo solto, pois isso constitui uma protecção suplementar da face e dos ombros.

7. Evite fazer ruído.
A praia é acima de tudo um local onde temos a oportunidade de descansar e recuperar forças. O ruído é assim um factor de stress e de perturbação. A presença de aparelhagens com som demasiado elevado ou uma grande frequência de barcos e principalmente motas de água, prejudica a qualidade da praia.

8. Proteja as dunas e as falésias das praias costeiras e a vegetação nas praias fluviais.
A protecção do cordão dunar é essencial para que o mar não avance e a praia não desapareça. Esta realidade, que infelizmente já é corrente em algumas zonas do país, pode ser evitada, não pisando a vegetação mais sensível, particularmente a que está mais próxima da água na chamada duna primária, mas também evitando o pisoteio das restantes dunas. Também a vegetação das falésias deve ser evitada, sendo que algumas podem apresentar o perigo de derrocada. As praias fluviais são em geral locais muito aprazíveis onde ser deve evitar destruir a vegetação envolvente.

9. Vá de transportes menos poluentes até à zona balnear; deixe o carro em casa.
Ir a pé, de bicicleta ou de transporte público, ajuda o ambiente evitando o ruído e a poluição do ar provocada pelo automóvel. Além disso, pode ser uma excelente oportunidade para um passeio agradável. Experimente e evite o congestionamento dos acessos e dos parques de estacionamento (evite situações como estas). Pode inclusive encontrar praias e lugares menos ocupados e um maior contacto com a natureza.

10. Denuncie o que não estiver bem.
Melhorar a qualidade das praias em Portugal passa por denunciar as situações de falta de infraestruturas, má qualidade da água, problemas de limpeza do areal, falta de informação ao utente, falta de vigilância e/ou segurança da praia. O problema é sempre saber a quem dirigir as suas queixas de forma a que sejam ouvidas, dado o elevado número de entidades aparentemente responsáveis, mas que afirmam sempre que o erro em causa recai sobre outra entidade que não ela.

Deixamos ainda identificadas as responsabilidades de gestão das zonas balneares para onde podem e devem ser direccionadas eventuais queixas:
Nas praias costeiras a concessão do areal é da responsabilidade das Administrações Portuárias ou das Capitanias; a atribuição das concessões dos apoios de praia é da responsabilidade das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR); a vigilância é da responsabilidade dos concessionários ou das autarquias, fiscalizados pelas Capitanias; as análises das águas nas praias costeiras são efectuadas pelo Instituto de Ambiente.

Nas praias com Bandeira Azul, um símbolo de qualidade ambiental atribuído às praias que cumpram um conjunto de 27 critérios, dos quais, 22 são imperativos, a fiscalização durante a época balnear cabe aos coordenadores regionais (normalmente as CCDR) e ao operador nacional, a Associação Bandeira Azul da Europa .

Nas praias fluviais, a atribuição das concessões é das CCDR; as autarquias em geral têm funções importantes na limpeza e no acompanhamento das praias; as análises às águas das praias fluviais são efectuadas pelas CCDR.

Se tiver acesso à internet utilize a página da Campanha Viv’aPraia (www.vivapraia.com) uma iniciativa do Instituto da Água, onde pode deixar a sua opinião ou protesto sobre a sua praia favorita. Se necessário, recorra também à Quercus pelo correio electrónico quercus@quercus.pt ou pelo telefone 21-7788474. Visite ainda a página Quercus-Praias, onde encontrará links para outras iniciativas.

Os votos da Quercus são: Um Verão com muito Bom Ambiente