quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dia Mundial da Arquitectura- Edifícios gastam 40 por cento de toda a energia na União Europeia



Randall Bowie integrou a Comissão Europeia na altura em que a eficiência energética entrou na agenda política. Na Direcção-Geral de Energia e Transportes da CE, foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos dois primeiros planos europeus de acção de eficiência energética, em 2000 e 2006, e esteve envolvido no nascimento da directiva da eficiência energética dos edifícios e dos serviços de energia. Diz que teve sorte em participar nesse processo que permitiu à eficiência energética passar à maioridade dos temas políticos. Mesmo que continue a ser o mais difícil de gerir, a eficiência energética é hoje um dos três pilares do programa de energia e alterações climáticas da União Europeia, o plano 20-20-20. A UE quer melhorar a sua eficiência energética em 20 por cento até 2020. Bowie é hoje consultor sénior do grupo dinamarquês Rockwool International, um dos grandes mundiais da indústria de isolamento e da eficiência energética, e com actividade em Portugal.

Fonte: Público
 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eole-Water: dê-nos o vento e nós damos-lhe água







Récupérer l'eau de la rosée : l'idée est ancienne. Marc Parent l'a rajeunie en la couplant à l'énergie du vent. Ce petit patron des Alpes-de-Haute-Provence a créé une éolienne qui produit de l'eau potable à partir de l'humidité de l'air. Si elle est industrialisée, l'invention pourrait être d'une grande utilité dans les zones isolées. Une innovation en quête d'acquéreur. Reportage à Sainte-Tulle, dans l'entreprise de Marc Parent et de ses associés.






Outro pequeno filme aqui

domingo, 27 de junho de 2010

CARTA DA TERRA - por Michèle Sato



Mensagem recebida por e-correio
Oi pessoal
com gratidão à Imara Quadros, Vladimir Gerasimov e Raphael Veronese, fiz um yutube da carta da terra. espero que gostem!
beijocas,
Michele Sato 

Minha resposta
A Carta da Terra foi aprovada pelo nosso Parlamento [Portugal] .É um bom e grande passo, Mi, mas o ser humano insiste em não respeitar a Carta da Terra. Parabéns pela mensagem. Está completa e muito bela. Beijão.

sábado, 26 de junho de 2010

Retrato da Biodiversidade na Área Metropolitana

Jasione lusitanica

A Área Metropolitana do Porto é fundamental para a conservação dos habitats naturais e da fauna e flora selvagens na União Europeia.

Apesar das ameaças às quais o território está sujeito, entre as quais os incêndios florestais, a poluição e a destruição de habitats, a Área Metropolitana do Porto surpreende pela biodiversidade que alberga.

Não é por acaso que 13% do território metropolitano integra a rede ecológica da União Europeia – a Rede Natura 2000. São cinco sítios (Barrinha de Esmoriz, Rio Paiva, Serras da Freita e Arada, Serra de Montemuro, Valongo) onde estão representados 36 habitats destacados, entre os quais os carvalhais, as florestas ribeirinhas de freixos e amieiros, os charcos temporários, as lagunas costeiras e as dunas móveis.

Estes habitats albergam muitas centenas de espécies de fauna e flora mas salientam-se 26.

Destacam-se espécies de fauna endémicas da Península Ibérica, como o Lobo-ibérico, a Salamandra-lusitânica, o Lagarto-de-água, o Bordalo, o Barbo-do-Norte, bem como algumas plantas também ibéricas, tais como os Martelinhos (espécie muito rara e em perigo de extinção) e a Jasione lusitanica, uma planta típica de areais. O Lobo-ibérico tem na Área Metropolitana do Porto o território onde vive a única população a sul do Rio Douro.

Destacam-se ainda algumas relíquias vegetais de um passado distante como o Feto-filme e o Feto-de-cabelinho, os “dinossáurios da flora”. Estas são espécies típicas da floresta que cobria a Europa antes da última glaciação. São raras na Europa Continental e em Portugal só existem na Área Metropolitana do Porto.

Saiba mais sobre o Retrato da Biodiversidade na Área Metropolitana do Porto aqui.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Na Irlanda, um programa de pedalar para o trabalho registou o aumento de 125% de adesões num ano

Cycling to work up 125% in a year 22 June 2010

Cycling to work up 125% in a year

An Irish cycle to work scheme has seen membership increase by 125% in just 12 months.

Green Party minister for sustainable transport, Ciaran Cuffe, has welcomed the new statistics showing a large increase in people taking part in the country's Cycle to Work scheme.

A survey carried out by www.bikescheme.ie shows Cycle to Work Scheme participation has increased by 125% since 2009.

While bike shops have reported an average of 43% of bike sales coming through the scheme.

And, just under half (49%) of bike scheme sales are coming from public sector employees.

Mr Cuffe said: "These statistics show thousands of people are making use of the scheme and choosing to cycle to work.

"I'm delighted participation is so high and that businesses taking part are reporting positive effects on their own business and in cycling habits in their community.

"As it is National Bike Week, I'm encouraging everyone to take part; it's National Cycle to Work Day this Friday and with the current good weather, there's never been a more opportune time to get on your bike."








quarta-feira, 23 de junho de 2010

Todos os efeitos dos derrames de petróleo







SENSITIVITY OF COASTAL ENVIRONMENTS TO OIL
The U.S. Coastguard have listed shoreline types, from the least (low figures) to the most sensitive ones to oil pollution:
Exposed rocky cliffs and seawalls
Wave cut rocky platforms
Fine to medium-grained sand beaches
Coarse-grained sand beaches
Mixed sand and gravel beaches
Gravel beaches/Riprap
Exposed tidal flats
Sheltered rocky shores/man-made structures
Sheltered tidal flats
Marshes

It should be noted that other shore types and shallow underwater habitats are also very sensitive to oil pollution, including:
Mangroves (And according to ITOPF: "Leaving residual oil to weather and degrade naturally is usually recommended for sensitive shoreline types such as salt marshes and mangroves, because they have been shown to be more easily damaged by the physical disturbance caused by clean-up teams and vehicles than by the oil itself. If any cleaning is attempted, it should be carried out with specialist guidance and advice.")
Coral reefs See also NOAA.

EFFECTS

Spilled oil and certain cleanup operations can threaten different types of marine habitats in different ways.

Coral reefs are important nurseries for shrimp, fish, and other animals as well as recreational attractions for divers. Coral reefs and the marine organisms that live within and around the reefs are at risk from exposure to the toxic substances within oil as well as smothering.

Exposed sandy, gravel or cobbled beaches are usually cleaned by manual techniques. Although oil can soak into sand and gravel, few organisms live full-time in this habitat, so the risk to animal life or the food chain is less than in other habitats, such as tidal flats.

Sheltered beaches have very little wave action to encourage natural dispersion. If timely cleanup efforts are not begun, oil may remain stranded on these beaches for years.

Tidal flats are broad, low-tide zones, usually containing rich plant, animal, and bird communities. Deposited oil may seep into the muddy bottoms of these flats, creating potentially harmful effects on the ecology of the area.

Salt marshes are found in sheltered waters in cold and temperate areas. They host a variety of plant, bird,and mammal life. marsh vegetation, especially root systems, is easily damaged by fresh light oils.

Mangrove forests are located in tropical regions and are home to a diversity of plant and animal life. Mangrove trees have long roots, called prop roots, that stick out well above the water level and help to hold the mangrove tree in place. A coating of oil on these prop roots can be fatal to the mangrove tree, and because they grow so slowly, replacing a mangrove tree can take decades.

Sea-bottoms. Oil contamination of the seabed may cause serious long- and short term effects on bottom-dwelling organisms (animals, algae and microorganisms). Filtering organisms such as oysters and mussels and clams which filters large volumes of water to get their food are especially likely to accumulate oil or oil components. In addition, if tar-like clumps of oil sink to the bottom, they may destroy living conditions for bottom-living organisms, as well as nursing grounds for fish and shellfish.

At low temperatures, oil tends to persist for long periods because of the low rates of evaporation. The frozen ground prevents it from seeping in, and this has the effect of making it travel for long distances. Disturbance of the thin layer of vegetation covering a frozen soil can precipitate catastrophic meeting of the underlying ice and result in extensive thermokarst erosion. Tundra environments are particularly susceptible to disturbance, and effects remain visible for many years. Many of the Arctic plants are very susceptible to pollutants, especially lichens which are the main food of reindeer.

RECOVERY
The negative effects of on oil spill may eventually fade away, but in many cases it will be matter of several years, even decades, before an area or ecosystem has fully recovered from a spill that caused extensive damages. Every situation is unique and depending on the particular conditions and circumstances in that area, and on the characteristics of the spill. Some areas might recover in a matter of weeks, others will need up to 20 years.

The recovery of the affected habitats and species following an oil spill will to a large extent depend on the type of ecosystem , the vulnerability of the species and not least the climate of the region where the oil spill occurs. Generally, recovery will proceed faster in warmer climates and on rocky shores compared to cold climates and, for example, marshes. The long-term effects on deeper bottoms (i.e., if oil sinks and is absorbed in bottom sediments) is also a matter of concern.

The best documented evidence concerning the recovery of ecosystems affected by massive oil pollution are from the Persian Gulf and resulting from the discharges associated with the Gulf War in 1991. Studies (GESAMP) suggest that the chronic and acute releases that took place were rather rapidly accommodated by the system. Already at the end of 1992, researchers reported that many of the worst hit beaches in Saudi Arabia were almost clean of oil. It is believed that this may have been the result of the warm water of the Gulf and the fact that its bacterial populations were able to degrade and weather the oil much more quickly than previously believed to be possible.

The experience gained from the Exxon Valdez spill has been documented, and could serve as one example of what happens in the aftermath of a major spill in a sensitive area. See, for example, the web site of the Exxon Valdez Oil Spill Trustee Council, and NOAA Office of Response and Restoration ("NOAA biologists have been monitoring the long-term effects of the spill and cleanup efforts. Here are some of their reports, along with links to more information elsewhere").

The economic recovery of an area will depend on the possibilities to regain the confidence of the consumers for marine products from the region and convince the tourists that the area is once more clean and as attractive as ever before. Intense marketing campaigns (possibly financed by some of the money paid as compensation) might be important in such endeavours.

The information above has been compiled from several sources, including the following:


sábado, 19 de junho de 2010

Esperança de Vida- Mapas mundiais, nacionais, evolução e índices de qualidade de vida

WELCOME TO WORLD LIFE EXPECTANCY




World Map
THUMBNAIL MENU INSTRUCTIONS:
  1. Scroll to the Section of your choice. Select Chart or Map from each Section by clicking on the Thumbnail Image. You will note that a number will appear above the Image representing the order it will be viewed. You may choose one or more or view them all by clicking on Select All.
  2. After You Have Made Your Selection, Click on the "View Selected" Button to review your choices in the order selected. Use the Green Arrows below the Charts and Maps to Navigate selections. If no order is selected Navigation will be Alpha.
  3. You May Choose Multiple IMAGES From the Same Section Only.
  4. Return to Main Menu By Clicking the World Health Menu link in the Title Header. Use "Return Link" to return to same section.

GET STRONGER LIVE LONGER!

LIFE EXPECTANCY is a term that seeks to apply information from the past to predict what might happen in the future. This time tested statistical average has grown in stature year after year and is now one of the leading health performance metrics in the world. It reflects the health of a country's people and is often used to measure the quality of healthcare they receive. Life expectancy at birth, from a global perspective, is the average number of years a newborn infant would be expected to live if health and living conditions at the time of its birth remained the same throughout its life. Although Life Expectancy at birth is the standard most often used, it can be calculated for any age and gender and you can compare those differences for virtually every country in the world here in various sections of the Site.
The confusion surrounding Life Expectancy as a statistical average is it considers all deaths equally. It doesn't address the underlying cause or where the death took place. Modern thought on this important subject is it loses some of it's meaning as a global or national metric to measure such things as healthcare and other important evaluative criteria without this important information.

SPECIAL CHARTS AND MAPS TO ENHANCE YOUR EDUCATIONAL EXPERIENCE

There are hundreds of other Charts and Maps all throughout the Website. They'll provide you with meaningful Health data for virtually every country in the world and every State in America down to the county level. We'll be adding more as we add or update our data in our ongoing effort to help you discover new relationships. Our latest Chart will assist you in understanding the important role age and gender play in determining causes of death and how they impact a country's population.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Documentário: Oil, Smoke & Mirrors



Um dos vídeos mais imprescindíveis sobre dois dos eventos mais determinantes do Séc XXI: a verdade por detrás do 11 de Setembro e o Pico da Produção de Petróleo.

Muito poucos têm consciência da gravidade das repercussões que esse acontecimento terá no nosso dia-a-dia e todas as previsões parecem quase sempre como perspectivas demasiado pessimistas ou catastróficas ... mas será que é possível uma dependência quase insana de uma recurso findável e limitado não ter consequências brutais quando se tornar óbvia que essa dependência é impossível de manter?

E o que acontecerá a todo um sistema económico e produtivo sem qualquer preparação para uma realidade pós carbono?
A não perder para quem quiser reflectir um pouco sobre o assunto e se assim o entender pensar em formas de estar dentro do possível preparado para um dos acontecimentos que parece mais inevitável e mesmo certo estar para acontecer, ou estar já a acontecer...


The DVD, with 60 mins of additional interview material, can be purchased here

Peritos convidados: Richard Heinberg, Colin Campbell, Michael Meacher MP, Julian Darley, Chris Sanders, Nafeez Mosaddeq Ahmed, Philip J.Berg, Webster G. Tarpley, Andreas Von Beulow, David Shayler, Christopher Bollyn, Paul Roberts. 
"Oil Smoke and Mirrors" offers us a sobering critique of our perceived recent history, of our present global circumstances, and of our shared future in light of imminent, under-reported and mis-represented energy production constraints. Through a series of impressively candid, informed and articulate interviews, this film argues that the bizzare events surrounding the 9/11 attacks, and the equally bizzare prosecution of the so-called "war on terror", can be more credibly understood in the wider context of an imminent and critical divergence between available global oil supply and increasing global oil demand. The picture "Oil, Smoke & Mirrors" paints is one of a tragically hyper-mediated global-political culture, which, for whatever reason, demonstrably disassociates itself from the values it claims to represent. While the ideas presented in this film can at first seem daunting, it's ultimate assertion is that these challenges can indeed be met and perhaps surpassed if, but only if, we can find first the courage to perceive them.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pico petrolífero, a realidade omitida




                                  
por Lionel Badal [*]


Ato I – Uma realidade inconveniente
Ato II – A sombra dos EUA
Ato III – O que eles não querem que você saiba



Ato I – Uma realidade inconveniente

Há doze anos, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) descobriu que o Pico Petrolífero ameaçaria a prosperidade e estabilidade de nossas sociedades. Sim, eles sabiam. Enquanto alguns funcionários da IEA tentavam informar ao mundo essa mudança do jogo, parece que outros tinham prioridades diferentes...

Em 1998, a equipe do IEA que trabalhava no influente Perspectiva Energética Mundial (World Energy Outlook, WEO) fez uma avaliação autorizada e detalhada da produção futura de petróleo. A equipe era composta pelos melhores especialistas mundiais em energia, entre os quais Jean-Marie Bourdaire, coordenador do estudo, Ken Wigley, Keith Miller e o homem que se tornaria mais tarde Economista-Chefe do IEA, Dr. Fatih Birol.

Usando bases de dados confidenciais e perícia sofisticada, chegaram a uma conclusão dramática: o Pico Petrolífero, o momento no qual a produção global de petróleo começa seu declínio irreversível, aconteceria bem antes de 2020, por volta de 2014.

Ainda que a IEA afirme publicamente estar livre de qualquer interferência externa, a equipe estava sob pressão e escrutínio intensos. Como recorda o veterano geólogo e antigo vice-presidente da Fina, Dr. Colin Campbell, que assessorou a IEA no WEO de 1998, a certa altura Bourdaire teve de parar de telefonar-lhe do seu escritório na IEA porque a questão aparentemente tornara-se "tão sensível" que eles não deveriam ser vistos em contato um com o outro.

Criada como consequência da crise do petróleo de 1973 por países ricos da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento e Econômico (OCDE), a IEA, autoproclamada "vigilante global do petróleo", e seu principal relatório, o WEO, são considerados como a fonte mais autorizada de informação sobre o setor de energia. Nas palavras da Agência:
"Os governos e a indústria ao redor do mundo vieram a acreditar que o WEO fornece uma base consistente sobre a qual podem formular políticas e desenvolver planos de negócios".

Não obstante, em 1998, o membro mais influente da Agência, os EUA, não estava gostando do que estava saindo de seus estudos. Um problema estrutural com o petróleo, conforme foi identificado pela equipe da IEA, indubitavelmente questionaria a sustentabilidade do modelo econômico atual. Durante o estudo, a equipe da IEA compreendeu até que ponto o crescimento econômico estava correlacionado com a disponibilidade de energia abundante e barata. Assim, uma vez que a produção de petróleo cessasse de crescer e surgissem tensões, o crescimento econômico tornar-se-ia muito mais difícil, se não impossível, de ser sustentado.

Para suavizar essa mensagem impactante, a IEA acrescentou que um "item de equilíbrio" chamado "Petróleo Não-identificado Não-convencional" ("“Unidentified Unconventional Oil") surgiria repentinamente, e cresceria de zero em 2010 para 19,1 milhões de barris por dia (mb/d) em 2020 (convenientemente bem a tempo de esconder a escassez...)

O único problema é que as fontes não-convencionais de petróleo eram bem conhecidas. O "item de equilíbrio" era na verdade um código para escassez. O "item de equilíbrio" nunca existiu nem existirá. Um antigo membro da equipe da IEA encarregada do WEO de 1998 confirmou-me isso em dezembro de 2009 durante uma entrevista, sob condições de confidencialidade.

[O interessante é que a Administração de Informação em Energia (EIA - Energy Information Administration), o braço de estatística do Departamento de Energia dos EUA, usará subterfúgio similar em 2009, quando falará de "projetos não-identificados" que preencherão as falhas da produção declinante a partir de 2011...]

Felizmente a história não acaba aqui. Campbell esteve em contado com um especialista ambiental britânico, Dr.David Fleming, que por acaso foi colaborador regular da revista Prospect. Como tal, quando o WEO de 1998 foi publicado, Campbell, que estava perfeitamente ciente da mensagem nele contida, explicou isso a Fleming. Em 20 de abril de 1999, Fleming escreveu um artigo profético intitulado: "O próximo choque do petróleo?" . O artigo afirmava efetivamente o que a equipe da IEA não podia escrever em seu relatório.
"A última edição da publicação anual da Agência Internacional de Energia, a World Energy Outlook, é um exemplo disso. Tem uma história para contar que afetará profundamente o futuro de cada homem e mulher na terra... A perspectiva de um choque irreversível de preços do petróleo no início da próxima década modifica profundamente a atual agenda política e econômica. As suposições de crescimento econômico sustentado e baixo desemprego irão cair por terra... Então por qual razão a IEA não grita acerca disso? Como a instituição política mais influente no negócio do petróleo, ela está numa posição delicada. Não pode simplesmente despejar isso. Não pode dizer: 'Estamos olhando para um déficit de petróleo grande e permanente, para o qual não podemos oferecer soluções' ... A IEA revelou a situação de forma codificada ."
Do seu quartel-general em Paris, a IEA levantou um poderoso mas indesejado alarme. Um contragolpe estava para cair sobre os autores no WEO de 1998...


Ato II – A sombra dos EUA


Conforme revelou o Dr.Colin Campbell, quando o artigo de 1999 da Perspectiva foi publicado, "a IEA evidentemente se meteu em sérios problemas" [1] Então, o que aconteceu por trás das paredes da Agência Internacional de Energia?

Em primeiro lugar, elementos da alta hierarquia da Administração Federal dos EUA se enfureceram ao saber o que um par de empregados civis europeus havia feito com o WEO de 1998. Mensagem codificada ou não, o que estava saindo da agência baseada em Paris era inaceitável para eles. O tipo de crise estrutural denunciada no WEO de 1998 deveria ser enterrado e silenciado.

Além disso, é importante saber que o WEO de 1998 saiu somente alguns meses depois da Perspectiva Internacional de Energia (IEO) de 1998 publicada desta vez pela Administração de Informação em Energia dos EUA (EIA). Ao contrário da IEA, a EIA nunca se preocupou em elaborar cenários de produção de energia; seus estudos sempre consistiram na modelagem da demanda, supondo então que a produção a seguiria. Muito simples, mas totalmente não-confiável. Pondo isso de lado, no IEO de 1998, a EIA chegou a conclusões animadoras e chegou a declarar que:

"Os preços do petróleo deverão permanecer relativamente baixos, e não se espera que os recursos limitem crescimentos substanciais da demanda até 2020... em 2020, projeta-se que o consumo diário mundial de petróleo excederá 115 milhões de barris/dia". [2]

Claro que isso acabou por mostrar-se pura fantasia, mas a EIA acrescentou:
"Existe agora amplo consenso de que os recursos não são um limitante chave para satisfazer aumentos na demanda mundial por petróleo até 2020".
Bem, para grande desgosto da EIA, poucos meses depois a IEA diria e demonstraria exatamente o contrário. Pode-se imaginar o quão felizes ficaram a EIA e o departamento que a abriga, o Departamento de Estado. Um artigo de 2006 sobre previsões e metodologias de produção de petróleo do Dr. Roger Bentley (Universidade de Reading) e do Professor Godfrey Boyle (Open University) similarmente mencionou "pressões políticas dos EUA e Canadá" depois da publicação do WEO de 1998. [3]

Motivados pelo que só pode ser descrito como incompetência e arrogância, elementos da administração dos EUA exerceram então grande pressão sobre a liderança da IEA. O que eles queriam? O coordenador do WEO de 1998, Bourdaire, teria que deixar a Agência. Enquanto isso, Wigley se aposentou e Miller também deixou a IEA. A equipe da IEA que escreveu o WEO de 1998 foi derrubada e seu único "sobrevivente", o Dr. Fatih Birol, agora controlando o WEO, aprenderia bastante com esses eventos.

Na realidade, o WEO de 2000, que ele projetou e geriu, suprimiu qualquer advertência sobre um problema estrutural com o petróleo:
"O Outlook (2000) vê a base de suprimento mundial de petróleo como adequada para atender a demanda ao longo do período projetado... Não se deve esperar nenhum "esmagamento da oferta".
O esmagamento da oferta aconteceu. Apesar da elevação da procura, dos altos preços e de grandes investimentos, entre 2005 e 2008, e pela primeira vez na história, a produção convencional de petróleo cessou de crescer. [4] Como esperado pela equipe de 1998 da IEA, essas tensões levaram a um choque severo nos preços do petróleo, o que enfraqueceu os fundamentos de uma economia globalizada já frágil.

Mas como a Agência conseguiu explicar a espetacular reviravolta no WEO de 2000?

Por uma feliz coincidência, em 2000, o United States Geological Survey (USGS) publicou uma extremamente otimista "Avaliação Petrolífera Mundial", que foi usada pela IEA de 2000 a 2006. Segundo os antigos funcionários da IEA que eu encontrei, "o USGS anunciou reservas gigantes com base numa metodologia completamente falha". De fato, pouco depois da publicação, Jean Laherrère, o antigo vice-gerente de exploração da Total e um renomado consultor em petróleo, fez uma análise detalhada da avaliação do USGS e concluiu que:
"A discussão que se segue demonstra que o novo estudo da USGS falhou com respeito à evidência de descobertas passadas, tanto em termos de quantidades como de taxas... Em resumo, o novo relatório da USGS é enganoso. Além disso, não é representativo dos padrões normais desta organização altamente respeitada." [6]
Laherrère adiciona, "É de se preocupar se não há uma agenda oculta" [7] por trás dos números do USGS. Dez anos depois, sabemos que os números reais eram 60% mais baixos do que os que o USGS predisse à época [8]

Significativamente, a organização não-governamental anticorrupção Global Witness (GW) identificou outro fator perturbador com o uso que a IEA fez da avaliação de 2000 da USGS. Em 2005, geólogos sênior do USGS publicaram uma atualização da avaliação de 2000 na qual avisavam que as descobertas reais eram muito mais baixas do que as que seu estudo original contemplava. Mas, como descoberto pela GW, a Agência ignorou esta avaliação, mesmo tendo sido ela publicada antes do WEO de 2005.

A GW também revelará que "correspondência com a IEA confirmou que a Agência estava ciente da baixa taxa de descobertas reais", mas não fez NADA.

A GW acrescenta:
"Dado que uma das principais funções da IEA é fornecer aos governos informação acurada a partir da qual eles possam elaborar planos econômicos, sua distorção dos dados desta maneira foi intelectualmente desonesta... A certeza exagerada da Agência, a despeito de que dados críveis, análises externas e fundamentos básicos todos sugeriam fortemente uma abordagem mais cautelosa, teve um impacto global desastroso". [9]

Falando nisso... Bentley e Bole também identificaram "sérios erros técnicos" no WEO de 2000. [10]

Apesar da IEA ter dito aos seus estados-membro em 2004 que os preços do petróleo "deveriam permanecer constantes até 2010, e então começarem a subir de forma estável a US$ 29 em 2030", [11] no mundo real os preços começaram a subir dramaticamente. Quando os preços do petróleo atingiram patamares recorde ano após ano, os cenários feitos pela Agência ficaram cada vez mais absurdos e difíceis de sustentar.

Quando as críticas [12] começaram a questionar a confiabilidade dos prognósticos da IEA, a posição do Economista-Chefe tornou-se crítica.

Desta forma, finalmente decidiu-se que a IEA publicaria em seu WEO de 2008 uma análise detalhada por campo das perspectivas da produção global de petróleo. Em dezembro de 2008, Birol admitiu que os WEO's prévios foram baseados em nada mais que uma "suposição global" [13] a qual, não surpreendentemente, acabou sendo demasiadamente otimista e portanto enganadora.

De fato, uma década depois da equipe de 1998 da IEA, a avaliação global de 2008 da IEA chegou a uma conclusão similarmente sombria. [14] E novamente parece que elementos da administração federal [15] intervieram para amaciar a avaliação pessimista feita pela IEA.

A s seguintes citações mostram aspectos interessantes do embaraçoso relacionamento da Administração dos EUA com o Pico Petrolífero:
"Há, penso eu, ampla evidência, e algumas pessoas no Departamento de Estado chegaram até a dizer isso especificamente, que as pessoas na hierarquia do Departamento de Estado, sob ambas as administrações, compreenderam que havia um problema, e suprimiram trabalhos na área... A história do Pico Petrolífero é definitivamente uma história de más notícias. Não há maneira de torná-la mais digerível..." [16]

Dr. Robert Hirsch, autor principal de um relatório [17] sobre o Pico Petrolífero para o National Energy Technology Laboratory no Departamento de Estado.

"(Steven Chu, Secretário de Energia dos EUA) era meu chefe… ele sabe tudo sobre o pico petrolífero, mas não pode falar sobre isso. Se o governo anunciasse que o pico petrolífero ameaça nossa economia, Wall Street entraria em colapso. Ele simplesmente não pode falar nada sobre isso." [18]

David Fridley, Energy Scientist, Lawrence Berkeley National Laboratory (DOE)

Ato III – O que eles não querem que você saiba

Nas partes anteriores, examinamos como a IEA foi silenciada quando acionou um sutil alarme a respeito do futuro da produção global de petróleo. Permanece uma questão crucial: por que isso interessa? Como poderia esse evento ser tão importante?

Bem, sendo a fonte de informação mais autorizada, a IEA induziu governos e empresas europeus ao erro declarando que até 2008 os preços do petróleo permaneceriam baixos. Não permaneceram. Ao fazer isso, a Agência conseguiu fazer com que energias renováveis parecessem não competitivas em relação ao petróleo. Como mencionado pelo deputado suíço e membro da Comissão Parlamentar de Energia da Suíça, Dr. Rudolf Rechsteiner, a IEA estava efetivamente "atrasando a mudança para um mundo renovável". [19] Notavelmente, o assim chamado "vigilante global do petróleo" agiu cada vez mais como um zeloso lobby da indústria petrolífera. [20]

Não obstante, a IEA pagaria um alto preço por isso quando a concorrente internacional Agência de Energias Renováveis (IRENA, na sigla em inglês) foi criada em janeiro de 2009. Por quê?
Hans Jorgen Koch, o vice-secretário do ministério de energia e mudanças climáticas da Dinamarca, disse que a IRENA tinha sido criada somente porque a IEA não estava dando suficiente destaque à mudança climática e suporte a renováveis. "Por dez anos a IEA subestimou a competitividade das fontes renováveis de energia", disse ele. [21]
Agora a questão principal: a IEA estava simplesmente sendo incompetente ou estava deliberadamente induzindo ao erro seus estados-membros da Europa? Um artigo da BBC de 2004 fornece um elemento para a resposta:
"Em público, Mr.Birol negou que o suprimento não seria capaz de atender à crescente demanda, especialmente das florescentes economias dos EUA, China e Índia. Mas depois de seu discurso ele pareceu mudar de idéia... Quando o BBC News Online prosseguiu, perguntado se esse gigantesco aumento na produção era realmente possível, e não simplesmente desejado, ele se recusou a responder. 'Vocês são da imprensa? Isso não é para vocês. Isso não é para a imprensa. '" [22]
Por que o Economista-Chefe da IEA ocultaria informação crucial à imprensa e ao público?

De modo ainda mais preocupante, quando The Guardian revelou a história sobre o informante da IEA em novembro de 2009, Campbell escreveu uma carta aberta a Terry Macalister, editor de energia do jornal. Ele explicou os eventos que cercaram o WEO de 1998 e declarou:
"Expliquei isso (a "mensagem codificada" no WEO de 1998) a um jornalista (David Fleming) que contatou o elemento dentro da IEA que estava feliz por que essa mensagem oculta importante viria a público". [23]
Tendo lido isso com grande interesse, eu imediatamente quis saber quem poderia ser o "elemento dentro da IEA". Para minha surpresa, Campbell me disse que o "elemento" era Birol, que ainda não era o poderoso Economista-Chefe da Agência. A fim de verificar esta informação, encontrei-me com Fleming em 4 de dezembro de 2009 em Londres. Fleming, um ambientalista altamente respeitado, confirmou a informação.

Ele explicou que, quando publicou seu artigo em 1999, enviou um e-mail a Birol perguntando-lhe se ele aceitaria comentar o artigo. Birol o chamou e lhe perguntou se ele aceitaria um encontro discreto. A pedido de Birol, eles se encontraram secretamente no Oxford&Cambridge Club em Londres para tomar chá. Fleming se lembrava perfeitamente de que eles entraram numa sala tranqüila, e quando Birol se sentou parece que até olhou para trás para checar se ninguém poderia ouvir o que ele estava para dizer.

De acordo com Fleming, Birol então lhe disse: "Há seis pessoas no mundo que compreendem isso". Parece que ele estava se referindo a pessoas como Campbell. Fleming acrescentou que Birol fez a seguinte confidência sobre seu artigo: "você está certo". Ele supostamente disse que o "petróleo não identificado não-convencional" era na verdade um código e que era improvável que a OPEC alguma vez o quebrasse. Durante a discussão, Birol explicou que a IEA foi obrigada, e até reclamou da interferência dos EUA, ou assim recordava Fleming.

Fleming ainda tinha uma opinião muito boa sobre Birol quando eles conversaram. Durante seu encontro, Birol foi "muito perceptivo" e aparentemente até ofereceu sua ajuda. Quando eu perguntei a Fleming em que estado de espírito Birol estava, e se ele parecia ansioso ou nervoso, Fleming me disse que "de jeito algum". Ele parecia "espirituoso" e "em boa forma". Ele até se lembrou de uma piada que Birol fez, "this is a lovely club, but not a lively one" (esse é um clube adorável mas nao animado), boa piada, lembrava-se Fleming.

Minha pergunta : por que o Economista-Chefe da IEA tinha dito publicamente desde 2000 que a produção global de petróleo podia aumentar até 2030, desde que investíssemos, enquanto em 1999 ele supostamente, em segredo, confirmou que a produção global de Petróleo começaria a declinar por volta de 2014? Teria sido porque ele viu o que aconteceu ao seu antigo chefe quando este corajosamente tentou informar os estados-membros da IEA sobre a seriedade da situação?

Contatei o assistente de Birol na IEA e perguntei se ele comentaria a respeito do encontro com Fleming: meu pedido ainda está por ser respondido.

Um relatório [24] encomendado pelo Departamento de Energia dos EUA concluiu que necessitaríamos de 20 anos para nos prepararmos para o Pico Petrolífero, caso contrário enfrentaríamos "custos econômicos, sociais e políticos sem precedentes". Doze anos cruciais foram perdidos, quantos mais desperdiçaremos até que finalmente comecemos a nos preparar para este evento "sem precedentes" ?

Como tive oportunidade de dizer recentemente durante minha apresentação sobre o Pico Petrolífero e a IEA à Comissão Europeia, um inquérito independente e completo sobre as ações da Agência é urgentemente necessário. Além disso, deve-se considerar a criação de uma Agência Européia de Energia independente e transparente.

O tempo está se esgotando.
18/Maio/2010
              Notas
1 http://www.peakoil.net/files/Campbell_comments_20091110.pdf
2 http://tonto.eia.doe.gov/ftproot/forecasting/048498.pdf
3 http://www.envplan.com/abstract.cgi?id=b33063t
4 www.globalwitness.org
5 blogs.ft.com
6 http://www.oilcrisis.com/laherrere/usgs2000/
7 Ibid
8 http://www.davidstrahan.com/blog/?p=69
9 www.globalwitness.org
10 http://www.envplan.com/abstract.cgi?id=b33063t
11 http://www.iea.org/weo/2004.asp
12 http://www.davidstrahan.com/blog/?p=71
13 http://www.guardian.co.uk/business/2008/dec/15/oil-peak-energy-iea
14 www.theecologist.org
15 www.guardian.co.uk/environment/2009/nov/09/peak-oil-international-energy-agency
16 www.aspousa.org
17 http://www.netl.doe.gov/publications/others/pdf/oil_peaking_netl.pdf
18 http://www.bohemian.com/bohemian/06.17.09/feature-0924.html
19 http://www.guardian.co.uk/environment/2009/jan/08/windpower-energy
20 www.businessgreen.com
21 www.businessgreen.com/business-green
22 http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/3777413.stm
23 www.guardian.co.uk
24 http://www.peakoil.net/files/Campbell_comments_20091110.pdf
25 http://www.netl.doe.gov/publications/others/pdf/oil_peaking_NETL.pdf

[*] Estudante de pós graduação no King's College em Londres (Departamento de Geografia). Trabalho na questão do Pico Petrolífero há mais de um ano. Como entrevistou especialistas dos dois lados do debate, seu trabalho tornou-se uma fonte de pesquisa dentro da indústria petrolífera. Em 10 de novembro de 2009, The Guardian publicou um notícia sobre um informante da IEA, a qual foi principalmente baseada em sua pesquisa ("Key oil figures were distorted by US pressure, says whistleblower" – "Números chave sobre o petróleo foram distorcidos por pressão americana, diz informante").
Em 22 e 23 de fevereiro de 2010 fez apresentações sobre o tema no Parlamento Alemão para deputados, jornalistas e cientistas (inclusive um conselheiro político da BP). O jornal alemão Die Zeit escreveu sobre isso, e mais recentemente The Ecologist publicou um artigo sobre a sua pesquisa ("How a 22-year-old student uncovered peak oil fraud" – "Como um estudante de 22 anos revelou a fraude do pico petrolífero"). (http://twitter.com/LionelBadal)

O original encontra-se em: petrole.blog.lemonde.fr (parte 1), petrole.blog.lemonde.fr petrole.blog.lemonde.fr (parte 3). Tradução de RMP. (parte 2)

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .       


domingo, 13 de junho de 2010

Faz 100 anos que nasceu Jacques Cousteau


Jacques-Yves Cousteau was born a hundred years ago today. "Captain Cousteau," became synonymous with the ocean. "The sea is everything," he said. (Jacques-Yves Cousteau centennial: "The sea is everything"). French inventor, engineer, explorer, naturalist, poet, and ultimately prophet, Jacques Cousteau died in 1997, but, as his son Jean-Michel Cousteau writes in the tribute below, he remains a champion of the oceans.

By Jean-Michel Cousteau, National Geographic

My father, Captain Jacques Cousteau, would have been 100 years old today. He was a man of undeniable charisma, a man who always achieved his objectives, a man of such single-minded determination that he would not give up on a goal until he had achieved it. His lifelong vision was to help millions of people understand the fragility of life on what he called our "'water planet."

From his famous research ship Calypso, my father was one of the first to draw attention to the devastating results of overfishing, climate change and the effect of pollution on our underwater habitats. He became a global ambassador for the sea, a kind of spiritual guide for the environment.

My father would be heartbroken at what is taking place in our seas today, especially the catastrophic oil spill in the Gulf of Mexico.

One of the memories I carry with me to this day is of my father standing on the deck of our wind ship, Alcyone, looking ahead to the legacy he might leave behind. He issued me a challenge that belonged not only to me, but to all who are determined to protect our seas. "It is you, Jean-Michel, who will carry the flame of my faith." Yes, it is on me, and on all of us, to carry on the work of this brilliant, passionate man in protecting our natural resources and to acknowledge the incredible privilege we all share on Planet Ocean.

The more I look back on my father's life and work, the more I realize what a visionary he was, even though he would not have used that term to describe himself. He was a pioneer who broke barriers with his inventions such as the aqua-lung, scuba diving apparatuses and submersibles; his name became synonymous with underwater exploration, ocean photography and conservation; and I believe he did more than anyone to enlighten the world about the complexity of the ocean's ecology and the importance of preserving it.

My father introduced my brother, Philippe, and me to the wonders of the ocean at an early age, and we shared his passion for the sea and his work. One of my father's greatest wishes was to educate all children to be future stewards of the sea. To help fulfill this wish and to continue his legacy, I founded the Ocean Futures Society, a marine conservation and education organization, to open up the seas for young people and instill in them a love of the ocean in the same way my father did for me.

As the centenary of his birth approached, I have thought often about my father and the many moments we shared. Paradoxically, one of the times I felt closest to him was a few weeks after his death in 1997. I was with a group preparing for a dive, and I asked if I could have a few minutes in the water by myself. As I swam in a large kelp forest, I noticed an unusual opening in the kelp, which exposed the sandy ocean floor. The sun's rays shone through the opening, lighting up the patch of sand, like a spotlight on an empty stage. All around me were brightly colored fish that shimmered in the sunlight like festive candles announcing an underwater fiesta. Overcome with emotion, I dropped to my knees. It felt as if my father was with me on the sun-splashed open floor. He was here, among the dazzling seaweeds, among the sparkling fish. This is the real Cousteau, I remember thinking. This is where he lived; this is where he will remain.

"People protect what they love," my father once said. My wish today, as we mark his 100th birthday, is that we redouble our efforts to love and cherish our planet and the underwater world that he championed.

Jean-Michel Cousteau is the author of My Father, the Captain: My Life with Jacques Cousteau, published by National Geographic Books on May 25, 2010.

On the occasion of 100th anniversary of Captain Cousteau's birth, The Cousteau Society broadcasts during 3 days Jacques Yves Cousteau's film "The Golden Fish" (with Edmond Séchan) hat won an Oscar in 1960 for Best Short Subject, Live Action Subjects.

sábado, 12 de junho de 2010

As Árvores, por Camões!


















Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;
Nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruto debuxando.
Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,
Se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Luís Vaz de Camões

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pantanal: perdeu, entre 2002 e 2008, 4.279 Km2 (dados oficiais)

Comentários: A destruição do Pantanal, em pouco menos de 6 anos, correspondeu a quase 15% da superfície de Portugal!

Pantanal pressionado

07 Jun 2010, 20:45

altO Pantanal perdeu, entre 2002 e 2008, 4.279 quilômetros quadrados, o que representa 2,82% de sua área total. Estes são alguns números do primeiro levantamento oficial sobre o desmatamento no bioma, divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Meio Ambiente. A cifra é três vezes menor do que a apresentada no estudo feito por organizações não-governamentais para o mesmo período, publicado no final de maio.

Segundo levantamento do MMA, a taxa média anual de desmatamento registrada nestes seis anos para o bioma foi de 713 km², ou 0,47%, o que representa o segundo maior índice de desmate no mesmo período entre os biomas monitorados até agora. O Pantanal só perde para o Cerrado, segundo Ministério.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a produção de carvão vegetal, usado para abastecer a siderurgia de Corumbá, e a pecuária, estão entre as principais causas do desmatamento. A cidade de Corumbá (MS) é, em números absolutos, o responsável pelo maior índice de desmatamento entre 2002 e 2008. Historicamente, entretanto, este título fica com o município de Cáceres, que sempre apresentou os maiores índices de perda de vegetação, segundo o MMA.

Já segundo o estudo feito em parceria entre as ONGs WWF, Conservação Internacional, SOS Pantanal e SOS Mata Atlântica, além da Fundação Avina e Embrapa, a perda total do bioma entre 2002 e 2008 foi de 12,4 mil km². A pressão maior está sobre o planalto do bioma, que possui apenas 41,8% de sua cobertura original. A região de planície conserva ainda 86,6% de sua vegetação original.

De acordo com este estudo, a pecuária é o principal vetor de desmatamento no Pantanal. A conversão de vegetação em pastagens é responsável por 11,1% do uso da terra na área de planície e 43,5% no planalto. A agricultura ocupa 0,3% da região de planície do bioma e 9,9% do planalto.

A grande diferença entre os números do MMA e ONGs deve-se, principalmente, à área considerada para estudo. O levantamento do Ministério levou em conta somente os limites do bioma Pantanal, desconsiderando a área da Bacia do Alto Paraguai, por considerar que as nascentes do Rio Paraguai encontram-se nos domínios do bioma Cerrado. Segundo o MMA, até o final do ano serão realizadas 10 operações estratégicas nas áreas onde a pressão por desmatamento é maior. (Cristiane Prizibisczki)

Atalho (pdf)
- Estudo das ONGs - Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Emissões globais de gases-estufa vão crescer 43% até 2035, estima EIA


 Segundo a Administração de Informações sobre Energia (EIA), o consumo de carvão para suprir a demanda energética deverá crescer

A Administração de Informações sobre Energia (EIA, na sigla em inglês), principal órgão norte-americano sobre consumo energético, informou no dia 25 de maio, que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) irão crescer de 29,7 bilhões de toneladas (2007) para 42,4 bilhões de toneladas até 2035, caso os países deixem de traçar e cumprir um acordo mundial capaz de frear tamanha quantidade de poluentes na atmosfera.

De acordo com o relatório anual da EIA sobre as perspectivas energéticas em longo prazo, boa parte do aumento de emissões será registado em países com processo acelerado de desenvolvimento, como China e Índia, onde a demanda por eletricidade tende a crescer gradativamente.

“Com crescimento económico forte e considerável dependência contínua de combustíveis fósseis previstos para a maioria das economias não integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico), dentro das políticas vigentes, boa parte do aumento projetado das emissões de dióxido de carbono ocorrerá entre esses países em desenvolvimento, projeta o relatório da EIA.

Segundo a agência, a ausência de políticas nacionais para emissões e a falta de acordos internacionais com força de lei para combater as mudanças climáticas, fazem com que o consumo global de carvão esteja previsto para subir de 132 quatriliões de unidades térmicas britânicas (BTUs) em 2007 para 206 quatriliões de BTUs em 2035, acrescentou a EIA.

De acordo com a agência Reuters, os países ricos e as nações em desenvolvimento encontram dificuldades para estabelecer um pacto que reduza as emissões de gases estufa de forma suficiente para prevenir as estiagens, ondas de calor e enchentes previstas para ocorrer em função do aquecimento global.

A lei ambiental norte-americana, que se encontra paralisada e, caso aprovada, poderá ajudar a unir os países, enfrenta futuro incerto, já que tem a oposição de parlamentares de estados produtores de carvão e petróleo. O país é o segundo maior emissor de gases-estufa no mundo, atrás apenas da China.

*Via EcoDesenvolvimento