domingo, 13 de novembro de 2022

Chega ao fim primeira semana de negociações na COP27


Primeira semana de negociações chega ao fim na COP27. Os vários países presentes na Cimeira do Clima tentam chegar a acordos significativos para travar as alterações climáticas e limitar o aumento da temperatura a 1.5ºC.

A ministra do Ambiente do Egito, Yasmine Fouad, disse que os ministros que comecarão as discussões esta segunda-feira, bem como a presidência egípcia, iriam facilitar toda a discussão para colmatar a lacuna existente entre os países desenvolvidos e as nações em desenvolvimento, mas avisou que o sucesso das negociações depende “de todos”.

Na COP27 está a ser discutida, pela primeira vez, a possibilidade de uma compensação financeira, que seria atribuída aos países mais afetados pelas alterações climáticas.

A ministra do Ambiente das Maldivas, Aminath Shauna, referiu que o mais importante para o país e para as pequenas ilhas são as negociações sobre perdas e danos, algo que tem sido muito discutido e referiu que ter este ponto na agenda é algo que nunca tinha acontecido antes.


Os vários líderes mundiais estão numa corrida contra o tempo para tentar salvar o planeta. Na próxima semana, será a vez dos ministros se sentarem à mesa das negociações e tentarem fazer progressos ao nível do diálogo em três pontos fulcrais relacionados com as alterações climáticas: perdas e danos, adaptação e mitigação.

O encontro está a decorrer em Sharm-el-Sheik, no Egito, e prolonga-se até ao próximo dia 18 de novembro.


John Kerry, o enviado americano à COP27, anunciou um novo plano para obter financiamento climático para os países em desenvolvimento, através da venda de créditos de carbono a empresas que queiram compensar as suas emissões. Esta proposta, apresentada como "Energy Transition Accelerator", atraiu imediatamente críticas.  Rachel Kyte, co-presidente da Iniciativa Voluntária para a Integridade dos Mercados de Carbono, disse que o plano é uma "distração colossal". "Não se pode descartar de um momento para o outro as regras do mercado de crédito de carbono que deram tanto trabalho a conseguir”, acrescentou. Um editorial da Associated Press disse: "Quando se trata de ajudar as nações pobres a lidar com as alterações climáticas, o governo dos EUA deixa a sua carteira em casa e espera que o seu amigo, o grande capital, possa ajudar a pagar a conta". Muitos no Egipto responderam ao anúncio de Kerry com algum cepticismo, dizendo que as empresas americanas deveriam concentrar-se em cortar a sua própria poluição de carbono antes de pagarem pelos cortes de emissões no mundo em desenvolvimento. O anúncio vem também um dia depois de a ONU ter divulgado um relatório de peritos sobre os compromissos de carbono zero, que advertia que tais compromissos representam o risco de serem pouco mais do que "lavagem verde" se não forem apoiados por planos robustos. A capacidade de reclamar a redução de emissões através de compensações pode permitir às empresas evitarem reduzir a sua própria produção de carbono", dizia o relatório.

Site oficial
COP 27 - Sharm El-Sheikh Climate Change Conference

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