Chega ao fim primeira semana de negociações na COP27
Primeira semana de negociações chega ao fim na COP27. Os vários países presentes na Cimeira do Clima tentam chegar a acordos significativos para travar as alterações climáticas e limitar o aumento da temperatura a 1.5ºC.
A ministra do Ambiente do Egito, Yasmine Fouad, disse que os ministros que comecarão as discussões esta segunda-feira, bem como a presidência egípcia, iriam facilitar toda a discussão para colmatar a lacuna existente entre os países desenvolvidos e as nações em desenvolvimento, mas avisou que o sucesso das negociações depende “de todos”.
Na COP27 está a ser discutida, pela primeira vez, a possibilidade de uma compensação financeira, que seria atribuída aos países mais afetados pelas alterações climáticas.
A ministra do Ambiente das Maldivas, Aminath Shauna, referiu que o mais importante para o país e para as pequenas ilhas são as negociações sobre perdas e danos, algo que tem sido muito discutido e referiu que ter este ponto na agenda é algo que nunca tinha acontecido antes.
Os vários líderes mundiais estão numa corrida contra o tempo para tentar salvar o planeta. Na próxima semana, será a vez dos ministros se sentarem à mesa das negociações e tentarem fazer progressos ao nível do diálogo em três pontos fulcrais relacionados com as alterações climáticas: perdas e danos, adaptação e mitigação.
O encontro está a decorrer em Sharm-el-Sheik, no Egito, e prolonga-se até ao próximo dia 18 de novembro.
John Kerry, o enviado americano à COP27, anunciou um novo plano para obter financiamento climático para os países em desenvolvimento, através da venda de créditos de carbono a empresas que queiram compensar as suas emissões. Esta proposta, apresentada como "Energy Transition Accelerator", atraiu imediatamente críticas. Rachel Kyte, co-presidente da Iniciativa Voluntária para a Integridade dos Mercados de Carbono, disse que o plano é uma "distração colossal". "Não se pode descartar de um momento para o outro as regras do mercado de crédito de carbono que deram tanto trabalho a conseguir”, acrescentou. Um editorial da Associated Press disse: "Quando se trata de ajudar as nações pobres a lidar com as alterações climáticas, o governo dos EUA deixa a sua carteira em casa e espera que o seu amigo, o grande capital, possa ajudar a pagar a conta". Muitos no Egipto responderam ao anúncio de Kerry com algum cepticismo, dizendo que as empresas americanas deveriam concentrar-se em cortar a sua própria poluição de carbono antes de pagarem pelos cortes de emissões no mundo em desenvolvimento. O anúncio vem também um dia depois de a ONU ter divulgado um relatório de peritos sobre os compromissos de carbono zero, que advertia que tais compromissos representam o risco de serem pouco mais do que "lavagem verde" se não forem apoiados por planos robustos. A capacidade de reclamar a redução de emissões através de compensações pode permitir às empresas evitarem reduzir a sua própria produção de carbono", dizia o relatório.
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