Inaugurada em 2019, a torre solar de Ashalim é uma das estruturas mais altas de Israel e no meio do deserto produz energia para milhares de habitantes. Conhecida como “Olho de Sauron”, essa enorme construção leva o apelido inspirado em “Senhor dos Anéis”, também por conta de seu tamanho, mas principalmente de seu brilho intenso.
É o equivalente a um prédio de 50 andares (a torre é muito mais alta do que alguns dos maiores arranha-céus do mundo) e tem o objetivo de ajudar o país a produzir 10% da sua energia através de fontes renováveis até ao próximo ano.[dados de 2019]
Este país do Médio Oriente contava ainda há bem pouco tempo com uma produção de 2.5% de energias renováveis, um patamar bastante baixo comparativamente ao que a torre de Ashalim, de 240 metros é capaz.
Trata-se de um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power – CSP).
Tem 50.600 espelhos controlados por computador (helióstatos), com até 20 metros quadrados cada, que ocupam uma área de 3 quilómetros quadrados.
Ao longo do dia e através da movimentação do sol, os espelhos têm a capacidade de refletir a luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre de Ashalim, não gerando, portanto, eletricidade de forma direta como acontece com as células solares fotovoltaicas.
O calor da luz do sol direcionado para a caldeira no alto da torre permite a produção de vapor super-aquecido através da água quente que se encontra nessa caldeira (a mais de 500ºC). A radiação solar infravermelha que os espelhos conseguem captar é refletida na caldeira, originando um processo térmico de vapor capaz de mover enormes turbinas.
A energia solar produzida por esta torre, cuja construção se iniciou no ano 2013 e culminou em 2017, é capaz de iluminar 125 mil casas. O contrato foi desenhado para 25 anos.
Este projeto auspicioso e um dos maiores projetos de energia solar a nível mundial permite ao país evitar 110 000 toneladas de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, por ano.
A torre de Ashalim consegue armazenar energia para ser usada durante a noite e, desta forma, proporciona eletricidade de forma contínua.
A escolha do deserto de Negev para a construção desta torre não terá sido um mero acaso já que neste local há mais de 300 dias de sol por ano. Na verdade, há sol quase o ano inteiro.
Envolta em polémicas e críticas
Segundo o The New York Times, esta torre solar térmica, de 240 metros, era a mais alta do mundo, mas já perdeu essa posição no ranking global. Em Dubai, está o Noor Energy 1, com 260 metros de altura.
Entretanto esta central solar térmica já não é a maior do mundo. No deserto americano de Mojave, está instalada o Ivanpah Solar Power Facility, um impressionante complexo com três torres do tipo.
A torre solar é tão brilhante que olhar diretamente para ela pode ser perigoso para a visão. As aves que passam nas proximidades são queimadas e caem mortas.
Mas a principal polémica está relacionada com o elevado custo- é cara. A Megalim custou US$ 800 milhões e, em troca, o governo prometeu comprar a eletricidade da torre a uma taxa de cerca de 23 centavos de dólar por quilowatt-hora. Isso faz com que a energia produzida no local, apesar de verde, seja mais cara do que outras fontes solares. Especialistas dizem que melhorias tecnológicas podem corrigir essa desvantagem.[tecnologia MOST]
No geral podemos afirmar que Israel caminha a passos largos para um futuro sustentável e esta torre a par dos gigantescos depósitos de gás natural ao longo da sua costa mediterrânea são um exemplo disso.
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