domingo, 23 de junho de 2024

Milhares de pessoas marcham em Londres pela proteção da natureza e do clima


Londres, 22 jun 2024 (Lusa) - Milhares de pessoas participaram hoje numa manifestação em Londres, promovida por organizações como a Extinction Rebellion (XR) e o World Wide Fund for Nature (WWF), para apelar aos políticos para que atuem pela natureza e pelo clima.

Esta manifestação acontece a menos de duas semanas das eleições legislativas de 04 de julho no Reino Unido. Segundo as recentes sondagens, os trabalhistas estão amplamente em vantagem, prevendo-se, assim, uma pesada derrota para os conservadores, no poder há 14 anos.

A atriz britânica Emma Thompson e o naturalista e apresentador britânico Chris Packham ocuparam os lugares da frente na marcha realizada em Londres, pedindo para se “restaurar a natureza agora”.

Chris Packham explicou que esta é a primeira vez que organizações tão diferentes se unem para uma manifestação, dando como exemplo o National Trust (Fundo Nacional para Locais de Interesse Histórico ou Beleza Natural), que defende a herança britânica, e o grupo ativista ambiental Just Stop Oil, representado por ecologistas que são muito controversos pelas ações contundentes que realizam.

Fazendo-se notar de forma muito colorida, a manifestação decorreu num ambiente de boa disposição, num percurso desde Hyde Park até ao parlamento, em Westminster.

Entre a multidão de manifestantes, que vieram de várias zonas do Reino Unido, havia muitos fantasiados de animais, incluindo girafas e ursos.

“Não há vida sem vida selvagem” e “Não há botão para começar do zero” eram algumas das mensagens dos cartazes erguidos na manifestação.

Em declarações à agência de notícias France-Presse (APF), a atriz britânica Emma Thompson dirigiu-se aos políticos: “Parem de ser tão profundamente irresponsáveis”.
“Não acredito na falta de compromisso deles” com o clima durante a campanha eleitoral, criticou a atriz, que é ativista ambiental, alertando que o planeta está “no meio da tempestade”, manifestando “surpresa ao ver quanta negação ainda existe”.

Emma Thompson disse que apoia o grupo Just Stop Oil, do qual dois ativistas pulverizaram, na quarta-feira, tinta nos monólitos do famoso sítio pré-histórico inglês de Stonehenge.

O Just Stop Oil reclama o fim da exploração de combustíveis fósseis até 2030.

“Penso que apoio todos os que estão a liderar este combate extraordinário”, disse Emma Thompson, defendendo que não se pode mais extrair petróleo do solo.

O naturalista e apresentador britânico Chris Packham disse não estar muito impressionado com o conteúdo dos programas dos vários partidos políticos britânicos.

“Quando se trata de enfrentar os verdadeiros grandes problemas, não há substância, compromisso ou determinação para enfrentá-los, e isso é realmente dececionante”, criticou Chris Packham

sábado, 22 de junho de 2024

Cientistas descobrem população de ursos polares que sobrevive com pouco gelo


Um grupo de cientistas da Universidade de Washington descobriu uma subpopulação de ursos-polares (Ursus maritimus) que vive com pouco gelo marinho no sudeste da Gronelândia. Com as alterações climáticas e cada vez menos gelo no Ártico, a sobrevivência das populações de ursos polares tem sido um tema cada vez mais preocupante. A equipa decidiu estudar esta população isolada, de forma a compreender como é que se adapta a este ambiente – o que pode trazer novas respostas para o futuro da espécie nesta região, que é cada vez mais afetada pelo aquecimento global.

Foram recolhidos dados que compreendem um período de sete anos, tendo os mesmos sido cruzados com dados históricos dos últimos 30 anos. Sabe-se, agora, que têm uma grande diferença genética das outras populações de ursos polares.“São a população de ursos polares mais geneticamente isolada do planeta. Sabemos que esta população vive separada de outras populações de ursos polares há pelo menos várias centenas de anos e que o tamanho da sua população ao longo do tempo permaneceu pequeno”, explica a investigadora Beth Shapiro, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Uma das características que os distingue é serem “caseiros” e manterem-se sempre no mesmo local. Mesmo quando se deslocam para caçar, estes ursos regressam a casa. Para caçar as focas, eles recorrem aos blocos de gelo que se desprendem do manto de gelo e flutuam pela água doce, saltando depois na hora de regressar. Outra diferença está no seu tamanho: comparativamente a outras populações, as fêmeas adultas são menores e têm menos crias.

“Se estiver preocupado em preservar a espécie, então sim, as nossas descobertas são esperançosas – acho que nos mostram como alguns ursos polares podem persistir sob as alterações climáticas”, refere a autora principal do estudo, Kristin Laidre. “Mas não acho que o habitat das geleiras vá sustentar um grande número de ursos polares. Simplesmente não existe o suficiente. Continuamos a esperar grandes declínios de ursos polares no Ártico”.

Birds Are Indie - "Close, but no cigar"



Don’t you wanna think about it
One more time
Or do you wanna talk about it now?
Don’t you wanna think about it
One more time
Or do you want to dream about it now?

Do you want me to roll over
Close, but no cigar
Till this conversation is over
We’ll stay where you are
Then we’ll see if I still hang around

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Chimpanzés poderão estar a automedicar-se com plantas medicinais


Os chimpanzés parecem consumir plantas com propriedades medicinais para tratar as suas doenças, de acordo com um estudo publicado na revista PLOS ONE por Elodie Freymann da Universidade de Oxford, Reino Unido, e colegas.

Muitas plantas produzem compostos que têm efeitos medicinais nos seres humanos e noutros animais. Os chimpanzés selvagens comem uma grande variedade de plantas, incluindo algumas que são nutricionalmente pobres mas que podem tratar ou atenuar os sintomas de doenças.

No entanto, é difícil determinar se os chimpanzés se auto-medicam, procurando intencionalmente plantas com propriedades que ajudem as suas doenças específicas, ou se consomem passivamente plantas que por acaso são medicinais.

Os autores do presente estudo combinaram observações comportamentais de chimpanzés selvagens (Pan troglodytes) com testes farmacológicos das plantas potencialmente medicinais que comem. Monitorizaram o comportamento e a saúde de 51 chimpanzés de duas comunidades habituadas na Reserva Florestal Central de Budongo, no Uganda.

Em seguida, recolheram extratos de plantas de 13 espécies de árvores e ervas da reserva, que suspeitavam que os chimpanzés poderiam estar a utilizar para se automedicarem, e testaram as suas propriedades anti-inflamatórias e antibióticas.

Estas incluíam plantas que observaram os chimpanzés doentes ou feridos a comer, mas que não faziam parte da sua dieta normal, e plantas que investigações anteriores sugeriram que os chimpanzés poderiam consumir pelas suas propriedades medicinais.

88% dos extratos de plantas inibiam o crescimento bacteriano
Os investigadores descobriram que 88% dos extratos de plantas inibiam o crescimento bacteriano, enquanto 33% tinham propriedades anti-inflamatórias. A madeira morta de uma árvore da família Dogbane (Alstonia boonei) apresentou a atividade antibacteriana mais forte e também tinha propriedades anti-inflamatórias, sugerindo que poderia ser utilizada para tratar feridas.

A casca e a resina da árvore de mogno da África Oriental (Khaya anthotheca) e as folhas de um feto (Christella parasitica) apresentaram efeitos anti-inflamatórios potentes.

Os investigadores observaram um chimpanzé macho com uma mão ferida a procurar e a comer folhas do feto, o que pode ter ajudado a reduzir a dor e o inchaço. Também registaram um indivíduo com uma infeção parasitária a consumir casca da árvore espinho-de-gato (Scutia myrtina).

Os resultados sugerem que os chimpanzés procuram plantas específicas pelos seus efeitos medicinais. O estudo é um dos primeiros a fornecer provas comportamentais e farmacológicas dos benefícios medicinais para os chimpanzés selvagens de se alimentarem de cascas e madeira morta.

As plantas medicinais que crescem na Reserva Florestal Central de Budongo também podem ser úteis para o desenvolvimento de novos medicamentos para enfrentar os desafios das bactérias resistentes aos antibióticos e das doenças inflamatórias crónicas, dizem os autores.

Os autores concluem: “Neste artigo, demonstramos como observar e aprender com os nossos primos primatas pode acelerar a descoberta de novos medicamentos, ao mesmo tempo que enfatizamos a importância de proteger as nossas farmácias florestais”.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Alterações climáticas aceleram aparecimento de insetos na região alpina


Os investigadores do Centro de Ecossistemas de Água Doce da Universidade de La Trobe revelaram as consequências ocultas das alterações climáticas nos ecossistemas dos riachos alpinos, que poderão assistir a um aparecimento mais precoce de insetos.

O estudo, liderado pelo Professor Sénior de Ambiente e Genética, Michael Shackleton, centrou-se nos riachos em torno de Falls Creek e projetou alterações significativas nas temperaturas da água decorrentes do aquecimento climático e do seu impacto na vida aquática.

Verificou-se que a taxa de acumulação de temperatura ao longo dos anos irá aumentar, o que provavelmente influencia a forma como os organismos crescem e se desenvolvem.

“Estas alterações podem ter um impacto significativo nos organismos aquáticos, em especial nos que emergem dos cursos de água alpinos no outono e nas redes alimentares que servem”, afirmou Shackleton.

“No futuro, os organismos do final da estação poderão emergir dos sistemas fluviais para temperaturas do ar até 12 graus mais elevadas do que as que registam atualmente”, explicou.

“Como resultado, esperamos que os insetos, em particular, emerjam mais cedo no ano porque terão ganho energia térmica suficiente para se tornarem adultos mais cedo”, acrescentou.

Os investigadores utilizaram técnicas de modelação sofisticadas e analisaram dados anteriores sobre a temperatura da água para prever as futuras temperaturas da água dos cursos de água em cenários de alterações climáticas.

O estudo apela urgentemente a esforços de conservação proactivos para mitigar os impactos das alterações climáticas nos ecossistemas vulneráveis.

“Uma vez que os climas mais quentes influenciam o metabolismo dos insectos, a disponibilidade de recursos alimentares e de locais de postura de ovos, bem como o potencial reprodutivo, há profundas implicações para as estruturas e o funcionamento dos ecossistemas”, afirmou Shackleton.

“As espécies aquáticas que amadurecem e se deslocam para terra representam um importante fluxo de energia e nutrientes, mas as alterações do ciclo de vida dos diferentes animais podem separar as interações entre predadores e presas”, acrescentou.

“Este aparecimento precoce de insetos é apenas um exemplo de como as alterações climáticas estão a remodelar o nosso mundo natural”, concluiu.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Nature’s Warning: Early Signs in Marine Life Predicting the Next Mass Extinction


A study using foraminifera fossils suggests that shifts in marine community structures can predict future extinctions, highlighting the role of historical data in forecasting climate change impacts on biodiversity.

For hundreds of millions of years, single-celled organisms known as foraminifera, which are microscopic and hard-shelled, have thrived in the oceans. These tiny creatures form the foundation of the food chain. The fossils of these ancient organisms provide insights into potential shifts in global biodiversity linked to our warming climate.

Using a high-resolution global dataset of planktonic foraminifera fossils that are among the richest biological archives available to science, researchers have found that major environmental stress events leading to mass extinctions are reliably preceded by subtle changes in how a biological community is composed, acting as a pre-extinction early warning signal.

The results are in Nature, co-led by Anshuman Swain, a Junior Fellow in the Harvard Society of Fellows, a researcher in the Department of Organismic and Evolutionary Biology, and an affiliate of the Museum of Comparative Zoology. A physicist by training who applies networks to biological and paleontological data, Swain teamed with co-first author Adam Woodhouse at the University of Bristol to probe the global, community structure of ancient marine plankton that could serve as an early warning system for future extinction of ocean life.

“Can we leverage the past to understand what might happen in the future, in the context of global change?” said Swain, who previously co-authored a study about the formation of polar ice caps driving changes in marine plankton communities over the last 15 million years. “Our work offers new insight into how biodiversity responds spatially to global changes in climate, especially during intervals of global warmth, which are relevant to future warming projections.”

Leveraging Historical Data for Future Predictions
The researchers used the Triton database, developed by Woodhouse, to ascertain how the composition of foraminifera communities changed over millions of years – orders of magnitude longer time spans than are typically studied at this scale. They focused on the Early Eocene Climatic Optimum, the last major period of sustained high global temperatures since the dinosaurs, analogous to worst-case global warming scenarios.

They found that, before an extinction pulse of 34 million years ago, marine communities became highly specialized everywhere but southern high latitudes, implying that these micro-plankton migrated en masse to higher latitudes and away from the tropics. This finding indicates that community-scale changes like the ones seen in these migration patterns are evident in fossil records long before actual extinctions and losses in biodiversity occur.

The researchers thus think it’s important to place emphasis on monitoring the structure of biological communities to predict future extinctions.

According to Swain, the results from the foraminifera studies open avenues of inquiry into other organismal groups, including other marine life, sharks, and insects. Such studies may spark a revolution in an emerging field called paleoinformatics, or use large spatiotemporally resolved databases of fossil records to glean new insights into the future of Earth.

Reference: “Biogeographic response of marine plankton to Cenozoic environmental changes” by Anshuman Swain, Adam Woodhouse, William F. Fagan, Andrew J. Fraass and Christopher M. Lowery, 17 April 2024, Nature.

Calor extremo. Centenas de mortos em peregrinação a Meca


Segundo as atualizações mais recentes da AFP, o número de mortos subiu para 577, mais do dobro do ano passado. Destes, pelo menos 323 eram cidadãos egípcios e, de acordo com as autoridades locais, morreram devido a doenças relacionadas à exposição ao calor.

"Todos morreram de doenças relacionadas com o calor", com exceção de um peregrino que morreu depois de ter sido ferido numa debandada da multidão, disse um diplomata árabe à agência, acrescentando que o número total provém da morgue de um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.

Pelo menos 60 jordanos também morreram, mais do que o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã. Entre as vítimas estarão também cidadãos da Turquia, Indonésia, Irão e Senegal.

As novas mortes registadas elevam o total relatado até agora por vários países para 577, segundo a AFP. Já os diplomatas árabes disseram que o total no necrotério de Al-Muaisem, um dos maiores de Meca, era de 550.

Desconhece-se se as mortes aconteceram depois do início oficial do Hajj, na última sexta-feira, ou se já tinham sido registados falecimentos antes, entre os peregrinos que chegaram com antecedência ao local. Este ano, o Hajj atraiu cerca de 1,8 milhões de peregrinos à Arábia Saudita, sendo a maioria estrangeiros.

Mortes mais que duplicam
Debandadas, incêndios e outros acidentes têm causado centenas de mortes durante a peregrinação anual, nos últimos 30 anos. O número total de mortos durante esta peregrinação muçulmana compara com pelo menos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as elevadas temperaturas.
A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 graus Celsius em Meca, a cidade mais sagrada do Islão.

Para a peregrinação deste ano, autoridades locais adotaram medidas para ajudar os peregrinos a suportar o calor no país desértico, incluindo a instalação de nebulizadores na área externa e guardas que iam borrifando água nos fiéis.

O Hajj é um dos cinco pilares do Islão e determina que um muçulmano faça uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, caso tenha condições de fazê-lo. A peregrinação começa com o ritual do "tawaf", que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta na direção da qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.

Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilómetros de Meca, onde passam a noite em tendas climatizadas. Esta prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de "Guardião das duas mesquitas sagradas" de Meca e Medina.

Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação. Já esta quarta-feira, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca.

Calor de até 40 graus coloca mais de 73 milhões de pessoas em alerta nos EUA


Várias cidades do nordeste dos Estados Unidos foram colocadas esta quarta-feira em alerta devido à onda de calor que, segundo as previsões oficiais, será longa, com temperaturas perto dos 40 graus e afetando mais de 73 milhões de pessoas.

Na sua última atualização, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) afirmou que "são prováveis recordes diários generalizados de calor durante o dia, com a possibilidade de alguns recordes mensais".

O NWS advertiu também que "a chegada antecipada do calor, a sua persistência durante vários dias e os ventos fracos aumentarão o perigo para além do que os valores exatos das temperatura sugerem", e acrescentou que as temperaturas máximas deverão situar-se entre os 37,8 e os 40,5 graus Celsius.

As regiões mais afetadas pela onda de calor a partir de hoje e durante os próximos dias serão os Grandes Lagos, o vale do rio Ohio e a Nova Inglaterra.

A cidade de Chicago está no nível 4 de risco, o mais elevado, e considerado extremo, segundo o NWS.

Outras cidades na mesma categoria são Cincinnati ou Toledo, em Ohio; Grand Rapids, em Michigan; Louisville, em Kentucky; ou Cedar Rapids, em Iowa.

Nos próximos dias, outras grandes cidades como Washington, Detroit (Michigan), Cleveland ou Columbus (Ohio), Pittsburgh (Pensilvânia), Indianapolis (Indiana) ou Nashville (Tennessee) também atingirão esse nível.

A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, aconselhou as pessoas a "manterem-se hidratadas, evitarem atividades físicas excessivas ao ar livre e, se necessário, visitarem um abrigo meteorológico próximo".
Prevê-se que a vaga de calor tenha efeitos não só na saúde pública, mas também na produção industrial e até nas infraestruturas.

O NWS advertiu que "este nível de calor extremo invulgar e/ou prolongado, com pouco ou nenhum alívio durante a noite, afeta qualquer pessoa sem arrefecimento eficaz e/ou hidratação adequada".

Música do BioTerra: Always Centered at Night feat. Moby & Gaidaa - Transit


It's too hard to pick up all the way
That I have found where your precious love don't come back for more
Will you?
How to move on cause
What is it for?
Let's cruise it all away

Why do you want more than
Shadow man
Shadow man
Where do you run from then?
Shadow man
And the way it made me feel untrue
Hold it back don't be like you
Then you're on the way
You don't pass
The timings on the left
But it calls

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off
Wondering how better off again
I'm better off
I'm better off
I'm better off

Who am I?
I'm thinner
Finished upon
Everything that's wrong with me
How does my head spin
Something is destined
I'm through scared of what these words will form
You grew
Sing your tune

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off
Wondering how better off again
I'm better off

Better off
Don't better things
What you want
Can't hurt to sing
How to be, don't ask
Where you is
Don't gotta know
What it do
Don't gotta show
Will it last
What I am
Don't gotta be
Find amends
Don't got to see
Will it lie?

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off  [6X]

terça-feira, 18 de junho de 2024

Mapear a “árvore da superfamília” de uma planta pode criar culturas resilientes face às crises climáticas


Tendo crescido no Punjab, conhecido como “o celeiro da Índia”, o percurso profissional da investigadora da Universidade de Murdoch, Vanika Garg, no domínio da genómica das culturas esteve profundamente ligado à sua herança.

Sendo a agricultura a espinha dorsal da sua região, desenvolveu desde cedo uma apreciação tanto do significado da agricultura como do seu impacto nas comunidades.

A sua investigação atual como bióloga computacional centra-se na genómica do grão-de-bico, do trigo e das culturas hortícolas – e é coautora de uma série de artigos que exploram a utilização do super-pangenoma.

Ao construir e analisar a “árvore genealógica” de cada cultura, a investigação de Garg ajudará os agricultores e os cientistas a combater novas doenças e a resistir à alteração dos padrões climáticos.

Garg disse que o pangenoma tradicional, uma coleção de DNA compartilhada por todos os indivíduos de uma espécie, agia como um “álbum de família”, e o super-pangenoma que inclui um perfil distinto da genética de uma cultura, incluindo seus parentes selvagens, fornece um contexto extra crucial.

O conceito de super-pangenoma foi introduzido pela primeira vez num artigo de coautoria de investigadores, incluindo Garg, sob a liderança do Professor da Universidade de Murdoch, Rajeev Varshney, em 2019.

“Imagine criar um ‘álbum de superfamília’. Em vez de fotografias de uma só família, reúne fotografias de várias famílias, dos seus familiares, dos seus vizinhos e até de amigos de diferentes cidades”, afirmou Garg, citada em comunicado.

“Este álbum de superfamílias dá-lhe uma perspetiva muito mais ampla do aspeto das famílias e das variações de aparência, personalidades e estilos de vida”, acrescentou.

Segundo ela, através do estudo e, por vezes, do cruzamento de culturas domesticadas com parentes selvagens, os agricultores podem introduzir características especiais nas suas culturas, tornando-as mais fortes e adaptáveis.

“Quando os agricultores ou os cientistas se vêem confrontados com desafios, como uma nova doença que afecta as culturas ou a alteração dos padrões meteorológicos devido às alterações climáticas, podem procurar soluções nestes parentes selvagens”, sublinhou.

“Em termos simples, os parentes selvagens das culturas são como os primos distantes resistentes e engenhosos de uma família que podem ensinar às nossas culturas normais alguns truques de sobrevivência”, concluiu.

Pelo menos 19 mortos na peregrinação a Meca devido ao calor extremo


Pelo menos 19 muçulmanos morreram e cerca de 2.700 ficaram doentes devido a insolações causadas pelo calor extremo durante a peregrinação do Hajj em Meca, na Arábia Saudita.

Entre as vítimas mortais estão 14 jordanos e cinco iranianos. Outros 17 cidadãos da Jordânia estão desaparecidos, informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país em comunicado.

Mais de 1,8 milhões de muçulmanos estavam a completar a sua peregrinação de cinco dias quando as temperaturas chegaram aos 48 graus Celsius, de acordo com o Centro Nacional Saudita de Meteorologia.

Os peregrinos aproveitaram as primeiras horas da manhã de segunda-feira para realizar o segundo dia do apedrejamento simbólico do demónio, um dos rituais integrados nas celebrações religiosas.
O apedrejamento dos pilares que representam o demónio tem lugar em Mina, uma planície desértica nos arredores da cidade de Meca. Para esta terça-feira está prevista uma terceira lapidação.

A peregrinação Hajj, um dos maiores encontros religiosos do mundo, é um dos cinco pilares do Islão. Todos os muçulmanos devem fazer o Hajj de cinco dias pelo menos uma vez na vida, se tiverem condições físicas e financeiras para tal.

Durante o Hajj do ano passado, pelo menos 240 pessoas - muitas das quais oriundas da Indonésia - morreram, de acordo com os números anunciados por vários países, que também não especificaram as causas das mortes.

Em 2023, foram registadas mais de 10 mil doenças relacionadas com o calor, 10% das quais por insolação, disse um funcionário saudita à AFP esta semana.

domingo, 16 de junho de 2024

Banco Mundial prepara Relatório sobre Clima e Desenvolvimento em Cabo Verde


O Banco Mundial vai apresentar este ano um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento (CCDR, sigla inglesa) dedicado a Cabo Verde, devido aos riscos que o arquipélago enfrenta, anunciou a instituição.

“O Banco Mundial está a levar a sério estes desafios e está a preparar um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento dedicado a Cabo Verde, em estreita colaboração com o Governo”, lê-se no mais recente boletim de atualização económica da instituição.

Fonte do Banco Mundial (BM) contactada pela Lusa referiu que a publicação deverá ser feita ainda este ano.

A instituição classifica Cabo Verde como “o país com o maior risco de desastres climáticos na África Subsariana e um dos níveis de risco mais elevados a nível global”.

Os episódios de secas cíclicas prolongadas, desertificação e eventos extremos de precipitação que causam cheias repentinas, especialmente nas áreas urbanas, são exemplos das ameaças.

A subida do nível do mar, a erosão costeira e a perda de biodiversidade e ecossistemas são problemas que afetam particularmente as praias e zonas costeiras, “pondo em risco a sustentabilidade do setor do turismo”, o motor da economia.

“As mudanças na temperatura da superfície do mar, salinidade, acidez e níveis de oxigénio terão provavelmente efeitos catastróficos nas pescas”, acrescenta o último boletim do BM em relação a outra área de atividade, a pesca, responsável pela maioria da exportação de bens e pela segurança alimentar.

No caso de Cabo Verde, um dos objetivos do relatório será ajudar a compreender os impactos das alterações climáticas sobre a quantidade de captura de peixe e a sua composição ao longo do tempo, algo “vital para construir resiliência e adaptação no setor”.

O BM destaca a parceria do Governo de Cabo Verde com a Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) para realizar um estudo abrangente sobre os impactos das alterações climáticas nas pescas, com ênfase na importância socioeconómica para o país.

Os relatórios CCDR foram produzidos inicialmente para 25 países e estão a ser implementados em todos os países do Grupo Banco Mundial.

O objetivo é envolver Governos, setor privado, meio académico, grupos de reflexão e a sociedade civil na discussão sobre as mudanças climáticas.

Enquanto documentos públicos, pretendem ajudar a enquadrar ações na agenda do desenvolvimento e clima, assim como sinalizar ações de alto impacto que podem atrair financiamento.

“Este diagnóstico central integra as mudanças climáticas com o desenvolvimento para ajudar a priorizar as ações mais eficazes na mitigação das emissões de gases com efeito de estufa”, acrescenta o BM.

Cabo Verde tem apresentado como um bom exemplo a nível internacional a iniciativa celebrada com Portugal de troca de dívida por financiamento orientado para o clima.

Portugal assumiu em 2023 o compromisso de ser o primeiro participante no fundo climático de Cabo Verde, com 12 milhões de euros, para projetos relacionados com o reforço de energias renováveis.

Ainda no que respeita às alterações climáticas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está a apoiar o arquipélago com um financiamento de 31,7 milhões de dólares (29,3 milhões de euros) ao abrigo do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade (RSF).

O apoio destina-se aos esforços do Governo em áreas relacionadas com a captação de investimento externo e reformas governamentais para mitigação das alterações climáticas e transição energética.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, tem defendido a criação de novos mecanismos de financiamento para os pequenos Estados insulares poderem enfrentar alterações climáticas sem recorrer às verbas orçamentadas para o desenvolvimento.

Da mesma forma, defende o recurso a índices ajustados às características dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa), saudando a criação de um Índice de Vulnerabilidade Multidimensional pelas Nações Unidas, com a capacidade de ajustar a elegibilidade para financiamentos à realidade dos países.

NamNamBulu - Faces


I once used to be just like you
I used to care for things that didn't matter
And I wouldn't? Mind what I do
I would still believe that things got better

But there came a day when all this changed
Where all of my life was rearranged
Without a warning or a sign
Taken away what once was mine

Don't try, don't waste your time
Long before you feel it
It will start to blow your mind

Decide, before you grow old
If you want to get there, be there, stay
Where you were told

I don't really know why I'm here
Maybe there is someone who can tell me
There are days when I see so clear
When I know what people think around me

Even if I do not know their names
I can sense all their pains
All of the dreams they have inside
All of the fears they try to hide

Don't try, don't waste your time
Long before you feel it
It will start to blow your mind

Decide, before you grow old
If you want to get there, be there, stay
Where you were told

I see a painting on the wall
Showing exactly what I feel
Showing exactly what I feel
How could it know?

I look at faces in a hall
I see the stories that they hold
I see the stories that they hold
Passing me by

Uma Vida Singular (2024) - One Life


Baseado na história verídica de Sir Nicholas Winton, conhecido por "Nicky", um jovem corretor da bolsa londrino interpretado por Anthony Hopkins, que, com Trevor Chadwick e Doreen Warriner do Comité Britânico para os Refugiados na Checoslováquia, resgatou 669 crianças aos nazis nos meses que antecederam a Segunda Guerra Mundial, uma operação que ficou conhecida como o Kindertransport.

Nicky visitou Praga em dezembro de 1938 e encontrou famílias que tinham fugido à ascensão dos nazis ao poder na Alemanha e na Áustria e que viviam em condições desesperadas, com falta de abrigo e comida.

Apercebeu-se imediatamente de que se tratava de uma corrida contra o tempo. Quantas crianças poderiam ele e a sua equipa salvar antes do encerramento das fronteiras?

Cinquenta anos depois, em 1988, Nicky vive assombrado pelo destino das crianças que não conseguiu levar para Inglaterra, culpando-se sempre por não ter feito mais. Só quando o programa de televisão da BBC "That's Life!" o surpreende, apresentando-lhe algumas das crianças sobreviventes já adultas, é que Nicky começa finalmente a lidar com a culpa e a dor que carregou durante cinco décadas.

No final uma interrogação persistia em mim, passados oitenta anos como é possível assistirmos ao extermínio sem dó nem piedade de milhares de crianças palestinianas, pelas mãos de alguns que bem podem ser descendentes dos que foram salvos da barbárie nazi. Como é possível e a que ponto chegamos para que quem no mundo tem poder para impedir este monstruoso crime, permaneça impávido e sereno.

ANOHNI and the Johnsons - Why Am I Alive Now?

sábado, 15 de junho de 2024

Só te curves para amar


Só te curves para amar - René Char

René Char (1907-1988) foi um poeta de Isle-sur-la-Sorgue, vilarejo próximo a Avignon, situado no sudeste da França. Ele fez parte do grupo surrealista francês por um curto período (1929-34) junto a nomes como Paul Éluard, André Breton e René Crevel. Lutou na Resistência francesa no Exército Secreto do maquis dos Baixos-Alpes durante a Ocupação Alemã, adquirindo com isso a imagem de uma figura engajada de grande importância no pós-guerra. Ele relata essa sua experiência em uma de suas obras mais famosas, seus Folhetos de Hypnos, dedicada a um dos seus melhores amigos, o escritor Albert Camus. Com grande talento para a amizade, Char foi amigo de filósofos, escritores e sobretudo pintores, como Georges Braque, Salvador Dalí, Alberto Giacometti, Pablo Picasso, Juan Miró e Nicholas de Staël. O poema seguinte passa pelas temáticas do sagrado, do amor e da criação. Traz uma acepção cíclica do tempo, tendo como base simbólica o elemento do fogo no pré-socrático Heráclito de Efeso. A chama que arde é simultaneamente macrocosmo e microcosmo, movimento e inércia, multiplicidade e unidade. Ela ilumina o mundo para nos levar a enxergar em todas as coisas o seu eterno ciclo de morte e renascimento.


A chama sedentária

Precipitemos a rotação dos astros e as lesões do universo.
Mas por que alegria e por que dor?
Assim que chegamos à montanha frontal, surgem minúsculos trajados de sol e de água aqueles que chamamos de deuses, a expressão menos opaca de nós mesmos.

Não teremos que civilizá-los.
Apenas os celebraremos, bem de perto; seu abrigo está numa chama, nossa chama sedentária.

Homens que cortaram árvore centenária, destruindo património mundial, vão a julgamento no Reino Unido


Daniel Graham e Adam Carruthers: são os nomes dos homens acusados de ter abatido uma árvore centenária e causado danos na muralha de Adriano. O julgamento dos dois suspeitos, no Tribunal da Coroa britânico, começa esta quarta-feira.

O caso começou a 28 de setembro do ano passado, quando o Parque Natural de Northumberland, no norte de Inglaterra, acordou com a notícia que que a árvore com mais de 150 anos tinha sido deliberadamente cortada. A árvore, um plátano, ficou famosa por crescer solitária num vale da planície, uma imagem cinematográfica que ficou imortalizada no filme de 1991 Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões.

Depois de cortada, a árvore caiu em cima da Muralha de Adriano, uma fronteira do tempo do império romano que se estendia ao longo de mais de 100 quilómetros, de oeste ao este da Grã-Bretanha. A ruína, que foi declarada Património Mundial da UNESCO em 1987, ficou parcialmente destruída pela queda da árvore.

Segundo a BBC, a polícia britânica abriu uma investigação ao caso, para averiguar os culpados, acabando por deter Graham e Carruthers em abril deste ano.

Os suspeitos foram depois presentes ao tribunal de Newcastle no dia 15 de maio. A procuradora Rebecca Brown, citada pela AP, declarou que o custo dos danos aos dois marcos emblemáticos ultrapassou as 620 mil libras (cerca de 735 mil euros). “A acusação diz que a árvore foi deliberadamente abatida em 28 de setembro do ano passado e que a queda resultante danificou a Muralha de Adriano, Património Mundial da UNESCO”, afirmou Brown no tribunal.

Os homens enfrentam duas acusações de crime de dano. Em tribunal, Daniel Graham declarou-se inocente, enquanto Carruthers não se pronunciou.

A juíza Zoe Passfield acabou por redirecionar o caso para o Tribunal da Coroa, responsável pela apreciação dos casos penais graves. Justificou-se, dizendo que “o caso é demasiado grave para ser julgado no tribunal de magistrados”. Nas suas declarações, citadas pela Sky News, Passfield afirmou: “Estou ciente de que os ânimos estão exaltados em relação a este caso”.

O caso mediático começa a ser julgado no Tribunal da Coroa de Newcastle, esta terça-feira, dia 12 de junho. Entre os dois julgamentos, os suspeitos foram libertados sob fiança.

Nota



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Per Störby Jutbring - As You Left It


An ambient minimalistic neoclassical piece, with piano, cello and electronics. The music video made with help from Midjourney, Runway and photoshop.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Nos últimos 40 anos, a Europa aqueceu ao dobro da taxa global


O bem-estar das pessoas e a natureza estão em risco se continuarmos a adiar a adoção do pacote Natureza, que beneficia os ecossistemas, os agricultores e os pescadores.

A Lei do Restauro da Natureza prevê que todos os países da UE sejam obrigados a apresentar e adotar um Plano Nacional de Restauro, com objetivos específicos, os quais terão que prever o restauro de, pelo menos, 30% dos habitats terrestres, costeiros, marinhos e de água doce em estado de conservação desfavorável até 2030, 60% até 2040 e 90% até 2050.

É agora ou nunca. 11 ministros do ambiente da UE, cidadãos, cientistas, empresas e cidades concordam que precisamos da Lei da Restauro da Natureza hoje.

Dia 17 Portugal tem uma palavra a dizer: Sim.

Ambientalistas pedem ao Governo voto favorável na Lei europeia do Restauro da Natureza


Trinta Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) e movimentos de cidadãos apelaram hoje ao Governo que mantenha a intenção de votar favoravelmente, na União Europeia (UE), a Lei do Restauro da Natureza em defesa da conservação de espécies e habitats.

A Lei do Restauro da Natureza prevê que todos os países da UE sejam obrigados a apresentar e adotar um Plano Nacional de Restauro, com objetivos específicos, os quais terão que prever o restauro de, pelo menos, 30% dos habitats terrestres, costeiros, marinhos e de água doce em estado de conservação desfavorável até 2030, 60% até 2040 e 90% até 2050.

Os Estados-Membros da UE terão ainda de garantir que não ocorre uma deterioração significativa nas áreas sujeitas a restauro.

Em comunicado, as 30 ONGA e movimentos pedem ao Governo português que, no Conselho Europeu de Ministros do Ambiente que decorre segunda-feira, vote favoravelmente esta lei, reforçando “os compromissos internacionais relativos à conservação de espécies e habitats e contribuindo, igualmente, para gerar confiança nos cidadãos portugueses face às políticas públicas.

Segundo dados recentes do Eurobarómetro citados no comunicado, 63% dos portugueses identificam o restauro da natureza como uma das formas mais eficazes para enfrentar os problemas ambientais.

“O voto favorável de Portugal é fundamental e evita pôr em perigo a aprovação da mais importante legislação europeia de conservação da natureza desde as Diretivas Aves (1979) e Habitats (1992)”, dizem as ONGA.

A Lei do Restauro da Natureza define metas vinculativas para recuperação de habitats degradados em todos os Estados-Membros, principalmente dos que têm maior potencial para reterem carbono e assim contribuírem para a mitigação das alterações climáticas, reduzindo o impacto de desastres naturais como incêndios e cheias, recordam as organizações.

Para os subscritores, “Portugal está, desta forma, no lado certo, aliando-se aos países que defendem a biodiversidade e os ecossistemas hoje em perigo e em declínio na Europa, não alinhando com governos que não elegem as prioridades definidas pelo Pacto Ecológico”.

Dirigindo-se diretamente à ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, as associações defendem que “é fundamental nesta fase final de decisão manter a posição do Estado Português que sempre tem sido favorável à aprovação da legislação.

Uma eventual inversão dessa tendência seria “terrivelmente desprestigiante” para o país e colocaria em causa “todo o processo democrático que culminou na estabilização de uma posição comum entre Conselho, Comissão e Parlamento Europeu”.

“[Estamos] confiantes de que a senhora ministra do Ambiente e Energia, que representará o Governo e todos os portugueses no Conselho, não se deixará influenciar por interesses que são alheios à salvaguarda do bem comum e que votará favoravelmente a Lei do Restauro da Natureza, em coerência com o próprio programa de Governo, o qual prevê a elaboração de um Plano Nacional de Restauro da Natureza”, referem.

O texto é assinado por representantes da ADPM, AEPGA, Agrobio, Alambi, ALDEIA, Almargem, ANP|WWF, A Rocha, Campo Aberto, CENTA, CIDAMB, CPADA, Dunas Livres, FAPAS, Geota, Grupo Ecológico de Cascais, Íris, Juntos Pelo Sudoeste, LPN, Mov Rio Douro, OIKOS, Palombar, Plataforma Água Sustentável, Protejo, Quercus, Sciaena, SPEA, SPECO, Plataforma Transgénicos Fora e Zero.

A proposta legislativa foi aprovada, em Estrasburgo (França), a 27 de fevereiro, com 329 votos a favor, 275 contra e 24 abstenções, depois de ter sido avançada em 22 de junho de 2022, pela Comissão Europeia para responder às más condições em que foram avaliados 80% dos habitats europeus, tanto terrestres como marinhos.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Invasão russa lançou mais 175 milhões de toneladas de CO2 para atmosfera


Bruxelas, 13 jun 2024 (Lusa) - Dois anos de conflito na Ucrânia devido à invasão pela Rússia lançaram mais 175 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, o equivalente às emissões anuais de 90 milhões de automóveis, segundo um relatório divulgado hoje.

De acordo com o relatório, divulgado por uma iniciativa para a contabilização das emissões de gases com efeito estufa em guerra, com o patrocínio do Ministério da Proteção Ambiental e Recursos Naturais da Ucrânia, para a emissão adicional de 175 milhões de toneladas de dióxido de carbono contribuíram “milhares de milhões de litros de combustível utilizados pelos veículos militares, aproximadamente um milhão de hectares de terrenos e florestas incendiados, centenas de estruturas de petróleo e gás destruídas e grandes quantidades de ferro e betão utilizados para fortificar as linhas defensivas ao longo de centenas de quilómetros".

O documento dá conta de que de que estas emissões, comparáveis às produzidas por 90 milhões de automóveis em apenas um ano, aumentam em 32 mil milhões de euros as reparações que estão a ser imputadas a Moscovo para reconstruir a Ucrânia depois da guerra.

Os dados foram recolhidos em grande parte com recurso a informações de satélite do Governo da Ucrânia e outros publicamente disponíveis, já que a verificação no terreno está dificultada e em alguns casos impossibilitada pelas operações militares.

“As imagens de satélite demonstram que houve pelo menos 27.000 incêndios” desde o início da invasão russa e 150 milhões de metros cúbicos de gás desapareceram por causa da ofensiva russa no território ucraniano.

O relatório também dá conta das consequências de desviar voos que atravessavam o território ucraniano e russo desde 24 de fevereiro de 2022, que terão contribuído para mais horas de voo e mais consumo de combustível.

Os investigadores que participaram no estudo alertam também que o aumento do investimento em defesa acarreta consequências ambientais, assim como o transporte de armamento.

O PAN às vezes parece uma seita new age


Vou explicar: são contra as jarras de flores, coitadas, condenadas a morrer lentamente. As plantas ornamentais e autóctones podem estar envasadas ou em terrenos. Vamos queimar todos os quadros de natureza morta? Vamos exigir às pessoas que gostam de jarras de flores uma coima por destruir o valor estético das flores, às vezes só com 5-6 plantas diferentes? Mas temos o uso medicinal das mesmas. Vamos arrancá-las meigamente ou nunca podemos utilizá-las? Outra- charretes de cavalos. Pobres cavalos manipulados e escravizados pelo homem para fins não agrícolas, fins turísticos e até religiosos. Vamos condenar e criminalizar os Amish, por exemplo? Outra embirração do PAN: aquários- ai pobres peixinhos só para "efeitos" decorativos, descaracterizando a sua senciência, etc, etc. Mas há aquários científicos, onde é a única solução que se encontra para salvar espécies em vias de extinção. Ou que dizer da relevância dos aquários para o estudo do ciclo de vida dos corais? Sim, porque na Natureza é muito mais difícil compreender e estudar os diferentes estádios de desenvolvimento do corais. Finalmente, o ataque cerrado aos jardins zoológicos e oceanários. Esquecem-se que hoje em dia estes evoluíram na sua concepção e não são meras telas e jaulas de exibição de animais, mas sim, têm cada vez mais importância na conservação de animais com estatuto vulnerável ou próximo da extinção.

Música do BioTerra: Molchat Doma - Son (Молчат Дома - Сон)



Сон:

Красными искрами валится небо на нас,
Купол надежды расплавив в тот час.
Жалкими взглядами их не провести.
Поздно скрестись: нас не спасти.

Сон, мой страшный сон.
Есть только он, мой странный сон.
Я ставлю на кон,
Всю свою жизнь меняю на сон.

Тихо! Послушай, как ветер зовёт за собой,
Шепчет на ухо: «Заигрались с судьбой!»
Глянь на следы, что оставили мы.
Ветер развеет их вскоре — дальше иди.

Сон, мой страшный сон.
Есть только он, мой странный сон.
Я ставлю на кон,
Всю свою жизнь меняю на сон.


Dream:

The sky is falling down on us like red sparks,
The dome of hope melted during that time.
You can’t deceive them with pitiful glances.
It is too late to do the sign of the cross: we can’t be saved.

Dream, my terrible dream.
There is only it, my strange dream.
I am betting on it,
I change my whole life for a dream.

Quiet! Listen, how the wind calls for you,
It whispers in your ear: “tempt fate!”
Look at the footprints we left behind.
The wind will blow them away soon – carry on.

Dream, my terrible dream.
There is only it, my strange dream.
I am betting on it,
I change my whole life for a dream.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Documentário: Antes que vire lixo


Na cidade de São Paulo, uma das mais influentes do Brasil, duas realidades contraditórias dividem o mesmo cenário, mas nem sempre são captadas pelo nosso olhar. 

Foi depois de cruzar a porta de um restaurante (onde um pedido chegou errado à mesa e a porção inteira de comida foi jogada fora) e se deparar com pessoas implorando por um pedaço de pão que a ideia do 'Antes que vire lixo' surgiu.
 
Neste documentário jornalístico mostramos algumas ações realizadas na cidade de São Paulo para tentar reduzir o desperdício de alimentos dos restaurantes, supermercados e feiras livres. 

Bora conferir? Produzida, gravada e editada por Beatriz Albertoni, Giulia Vidale e Paula Forster, a obra é resultado do nosso Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero (2016).

Mentor das cidades esponja critica o plano municipal de Lisboa


Kongjian Yu quer transformar as cidades em esponjas contra cheias e secas. Cidades devem absorver e libertar água para enfrentar alterações climáticas, defende arquiteto paisagista. Planos de drenagem como o de Lisboa vão falhar a longo prazo, diz. 

Quando a pergunta é sobre o plano de drenagem de Lisboa, que implica um investimento de 250 milhões de euros e, entre outros pontos, a abertura de dois grandes túneis, o arquiteto paisagista ri-se abertamente. “Esse é o modelo business as usual. Não vai resolver o problema”, diz. Além do gigante esforço financeiro, as grandes infra-estruturas — sejam túneis, diques ou outras soluções — são construídas em betão, material que tem um determinado tempo útil até que o desgaste provoque os seus danos. Depois disso, precisa de manutenção, o que implica novo e generoso investimento. Acresce que os episódios de cheia são cada vez mais extremos e, mesmo que os sistemas estejam dimensionados para volumes que consideramos hoje históricos, é uma questão de tempo até que estes sejam superados.

“Do ponto de vista económico, não é sustentável. É absurdo. A longo prazo, é estúpido pensar que a tecnologia vai resolver o problema”, entende. Reter a água na sua “esponja” significa que se pode fazer uso dela durante o outro extremo, nos períodos de seca, ajudando também a arrefecer a cidade em ondas de calor. “Se tiveres água, tens tudo. Se te livrares da água, terás problemas durante os períodos de seca. É uma oportunidade perdida”, nota. Público 10jun2024

Saber mais:

terça-feira, 11 de junho de 2024

Os lameiros - uma grande invenção tecnológica agrícola


Começou a época dos fenos cá na terra. Começa em junho nas cotas mais baixas e termina, no início de agosto, na Serra de Montesinho, se ainda se fenassem os lameiros da Lama Grande. Em Montalegre, Vila Pouca de Aguiar, nas Serras Beira Durienses, e na Cova da Beira–Serra da Estrela as datas (vale-montanha) são similares.
Os lameiros são um tema particularmente interessante de ciência da vegetação e da história da agricultura. As questões em aberto são muitas. Quando foram inventados os lameiros? De onde vem a flora dos lameiros? Como compatibilizar a produção de erva e feno com elevados níveis diversidade biológica? 
Começo pela primeira pergunta.
1. Os relatórios de escavações realizadas na Beira interior pela arqueóloga Catarina Tente (IEM – NOVA FCSH) mostram que nos séc. X-XI as habitações rurais eram ainda construídas em materiais perecíveis (sem corte e palheiro no rés-do-chão) e que os gados eram  guardados ao ar livre. Generalizando a Trás-os-Montes as descobertas beirãs, as aldeias atuais “parecem ter sido formadas a partir da segunda metade do século XI e sobretudo no século XII”.
2. Para produzir feno é preciso proibir o acesso dos herbívoros aos lameiros durante cerca de 90 dias.
Não sou especialista no assunto mas a reserva dos lameiros implica a imposição de direitos privados de propriedade nas pastagens e, suponho, alterações ideológicas profundas apenas possíveis em períodos de grande estress social (veja-se o que escreve Ester Boserup).
Tendo em consideração estas premissas, não é um salto lógico improvável admitir que a propriedade privada perfeita (?) dos lameiros e, implicitamente, a produção de feno dos lameiros seja uma invenção tardimedieval.


Para compreender a origem da flora dos lameiros é primeiro preciso perceber que existem dois tipos funcionais fundamentais de gramíneas perenes pratenses – gramíneas altas e gramíneas baixas–, que por sua vez dão origem a outros tantos grandes tipos de pastagens – pastagens altas e pastagens baixas –, sejam elas húmidas, mésicas ou secas. É curioso que as “tall grasslands” e as “short grasslands” são praticamente universais nos territórios pastados por grandes herbívoros, desde África às Américas.
As gramíneas altas têm uma estratégia de tolerância à herbivoria sendo, por isso, mais palatáveis e produtivas, com respostas rápidas à desfoliação, em contrapartida muito sensíveis a eventos reiterados de pastoreio intenso, em particular durante o período reprodutivo. São exemplos Dactylis glomerata, Festuca arundinacea, Festuca rothmaleri, as várias Avenula (agora no género Helictochloa), Celtica  gigantea, Holcus lanatus, Poa trivialis e P. pratensis, os Anthoxanthum perenes, Melica ciliata e, muito importante, o Arrhenatherum bulbosum. As gramíneas baixas optam pela resistência aos herbívoros: são menos palatáveis e produtivas, muitas delas rizomatosas ou bulbosas (as altas são sobretudo cespitosas), como é o caso do Agrostis castellana e do A. capillaris, do Nardus stricta, da Poa bulbosa, da Festuca indigesta e da  F. nigrescens. Nesta altura do ano, as gramíneas altas protegidas nos arbustos são a melhor prova de que um monte está pastado.
Então de onde vêm as plantas dos lameiros?
As gramíneas perenes altas são a chave da estrutura e da produtividade dos lameiros. A persistência destas plantas depende de três fatores: 1) serem poupadas ao pastoreio a partir de Março-Abril, durante pelo menos 90 dias; 2) a fenação tem que as apanhar, se não todos anos, quase todos, maduras, de modo que as sementes caiam no solo durante a fenação e renovem o pasto; 3) as extrações de nutrientes pelo feno têm que ser adequadamente repostas. O resto da flora de lameiro tem várias proveniências, a maioria, obviamente, é característica das comunidades de gramíneas altas; outras plantas, por exemplo, vêm das orlas de bosque.
Portanto, quem inventou os lameiros, além de dispor de muito mais erva (e de feno para o inverno) criou, inadvertidamente, um habitat secundário – tão dependente do maneio humano como a seara de trigo –, perfeito para as plantas das comunidades de gramíneas altas, curiosamente, muito mais diverso e estável do que o original.

Uma equação universal pode prever frequência de batimento de asas de aves, insetos, morcegos e até baleias



Uma única equação universal pode aproximar a frequência dos batimentos das asas e das barbatanas das aves, insetos, morcegos e baleias, apesar dos diferentes tamanhos do corpo e formas das asas, segundo um novo estudo de Jens Højgaard Jensen e colegas da Universidade de Roskilde, na Dinamarca, publicado na revista PLOS ONE.

A capacidade de voar evoluiu de forma independente em muitos grupos de animais diferentes. Para minimizar a energia necessária para voar, os biólogos esperam que a frequência com que os animais batem as asas seja determinada pela frequência de ressonância natural da asa.

No entanto, tem sido difícil encontrar uma descrição matemática universal para o voo. Os investigadores utilizaram a análise dimensional para calcular uma equação que descreve a frequência dos batimentos das asas de aves voadoras, insetos e morcegos, e os batimentos das barbatanas de animais mergulhadores, incluindo pinguins e baleias.

Descobriram que os animais voadores e mergulhadores batem as suas asas ou barbatanas com uma frequência que é proporcional à raiz quadrada da sua massa corporal, dividida pela área da asa. Testaram a exatidão da equação comparando as suas previsões com dados publicados sobre as frequências de batimento das asas de abelhas, traças, libélulas, escaravelhos, mosquitos, morcegos e aves de vários tamanhos, desde beija-flores a cisnes.

Os investigadores também compararam as previsões da equação com dados publicados sobre as frequências de batimentos das barbatanas dos pinguins e de várias espécies de baleias, incluindo as jubartes e os roazes do norte.

A relação entre a massa corporal, a área da asa e a frequência dos batimentos das asas mostra pouca variação entre os animais voadores e mergulhadores, apesar das enormes diferenças no tamanho do corpo, na forma da asa e na história evolutiva, concluíram. Finalmente, estimaram que um pterossauro extinto (Quetzalcoatlus northropi) – o maior animal voador conhecido – batia as suas asas de 10 metros quadrados a uma frequência de 0,7 hertz.

O estudo mostra que, apesar das enormes diferenças físicas, animais tão distintos como as borboletas e os morcegos desenvolveram uma relação relativamente constante entre a massa corporal, a área da asa e a frequência dos batimentos das asas.

Os investigadores referem que, no caso dos animais nadadores, não encontraram publicações com toda a informação necessária; os dados de diferentes publicações foram reunidos para fazer comparações e, nalguns casos, a densidade dos animais foi estimada com base noutras informações.

Além disso, os animais extremamente pequenos – mais pequenos do que qualquer outro ainda descoberto – provavelmente não se encaixariam na equação, porque a física da dinâmica dos fluidos muda a uma escala tão pequena. Este facto poderá ter implicações no futuro para os voadores. Os autores afirmam que a equação é a explicação matemática mais simples que descreve com exatidão o bater das asas e das barbatanas em todo o reino animal.

Os autores concluem: “Com uma diferença de quase um fator de 10.000 na frequência dos batimentos das asas e das barbatanas, os dados relativos a 414 animais, desde a baleia azul até aos mosquitos, situam-se na mesma linha. Como físicos, ficámos surpreendidos ao ver como a nossa simples previsão da fórmula do batimento das asas funciona para uma coleção tão diversa de animais”.

Rescaldo das Europeias de 2024

Albena Vatcheva (Bulgária, n. 1967)

Os eleitores europeus exerceram, uma vez mais, o seu direito ao voto, na liberdade que a Europa deve continuar a celebrar. A redução do número de deputados da Esquerda Verde Europeia deve preocupar-nos, mas também existem novidades verdes no P.E.
De Portugal, tivemos a Catarina Martins, do BE, mas não irá ainda, infelizmente, nenhum eurodeputado do LIVRE; o PAN não conseguiu repetir a proeza, e Os Verdes continuaram fora das prioridades da CDU. Afinal, a ecologia progressista em Portugal tem ainda muito trabalho a fazer rumo a 2029!
Estão, por exemplo, de parabéns o Možemo!, da Croácia, e o Progresīvie, da Letónia, que elegem pela primeira vez para a bancada dos Verdes Europeus, bem como as coligações verdes que, nos Países Baixos e Itália, alcançaram óptimos resultados!