domingo, 20 de novembro de 2022

Análise da greve estudantil durante o mês de Novembro em Portugal


Sejamos imparciais, objectivos e científicos:
1.Invasão - consiste de uma ação militar em que forças armadas de uma entidade geopolítica, entram em território controlado por outra entidade, geralmente com objetivos de conquista territorial ou de alterar o governo estabelecido na região.

2. Motim - caracteriza-se por atos explícitos de desobediência a autoridades ou contra a ordem pública, sendo frequentemente acompanhado de tumulto, vandalismo contra a propriedade pública e privada (lojas, automóveis, sedes de instituições, etc.) e atos de violência contra pessoas.

3. Ocupação - os manifestantes, na continuação dos protestos por fim aos fósseis, ocuparam algumas escolas e universidades sobretudo na capital. Não vandalizaram as instalações, não houve danos, não destruíram móveis, não furtaram computadores. Ou seja movia-os apenas a vontade em ser ouvidos e culpar os lobistas da indústria petrolífera em não respeitarem o Acordo de Paris.

4. Aquecimento global-> crise da biodiversidade -> crise ecológica -> sobreconsumo -> mais aquecimento global.

Perguntamos: e soluções? Os jovens apontaram e estão correctos: fim aos subsídios da indústria fóssil e pediram a demissão do ministro da Economia e do Mar. E nós, geração dos 55 anos, como responder a esta questão. De facto nós, a minha geração de 55-58 anos assumamos a quota parte de ineficácia e impotência e agressão que estamos a causar sobre os jovens de hoje. COPs, ONGA, debater em múltiplas consultas públicas, a sensação de impotência também nos atinge. Sou há muitos anos defensor do decrescimento económico, simplicidade voluntária,  em recusar o marketing agressivo das marcas que nos aliciam a comprar, degradando ainda mais o ambiente e acelerando o aquecimento global.

Resumindo e concluindo, não houve invasão, não houve motim. Houve ocupação. Não vi instrumentalização política dos jovens. Ninguém está tipo bicho papão "comunista" ou de "esquerda" a manipular os estudantes e /ou incutir medo nesta geração que tem 16-18 anos. Também pude testemunhar que nem todos os jovens grevistas eram "betinhos". Ocupação das escolas coincidiu com a época dos testes. Como em tudo. As greves, maioritariamente decididas por associações sindicais, só fazem sentido criando dilemas e transtornos vários, mostrando à população como essa "classe" social em greve é relevante para a economia e progresso do País.

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