É consensual que uma alimentação equilibrada deve incluir o consumo diário de frutas e vegetais. O ritmo de vida e o aumento dos preços é muitas vezes responsável pela tendência para cortar nesse tipo de alimentos. O consumo de legumes e frutos congelados é uma boa alternativa que, em certos casos, é até mais rica em alguns nutrientes, além de se tornar mais económica também pelo facto de evitar desperdícios.
Uma investigadora do Programa de Nutrição e Ciências dos Alimentos da Universidade do Sul da Austrália não só desfaz o mito de que "fresco é melhor", como também explica que em certos casos estes alimentos podem até ser mais ricos em alguns nutrientes quando são congelados.
Evangeline Mantzioris, diretora do Programa de Nutrição e Ciências dos Alimentos da Universidade do Sul da Austrália, explica que os vegetais e frutas congelados logo após o momento da colheita podem ser mais ricos em alguns nutrientes, como as vitaminas C e E.
A investigadora adianta que se estes produtos forem adequadamente congelados têm propriedades nutricionais equivalentes aos frescos.
"Minerais como cálcio, ferro e magnésio permanecem em níveis semelhantes nos produtos congelados em comparação com os frescos. Outra vantagem dos vegetais e frutas congelados é o potencial de redução do desperdício de alimentos, já que se pode usar apenas o que se precisa no momento", refere Mantzioris, num artigo publicado no site The Conversation.
A especialista enumera outras vantagens dos produtos congelados, nomeadamente a possibilidade de serem conservados durante mais tempo, quando são congelados logo após a colheita ou depois de comprados ao produtor, no mercado ou na feira.
Mantzioris indica também a técnica adequada para um congelamento adequado dos vegetais, que devem ser cozidos por pouco tempo em água a ferver e logo de seguida passar para água com gelo. Após este processo, o produto pode ser congelado sem perder os seus nutrientes.
"Os vegetais congelados não são adequados para saladas, mas podem ser consumidos assados ou cozidos no vapor e usados em sopas, ensopados, caçarolas, caril, tortas e quiches. As frutas congeladas podem ser usadas ao pequeno-almoço, com cereais, iogurte ou utilizadas na culinária de tortas e bolos de frutas, por exemplo", acrescenta a especialista.Mudar hábitos alimentares pode dar-lhe mais 10 anos de vida
Relação entre longevidade e o consumo de frutas e vegetais
A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de pelo menos 400g (o equivalente a cinco porções) de frutas e vegetais por dia. O reduzido consumo destes alimentos é um dos dez principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis, alerta a OMS.
Um estudo recente da Universidade de Harvard, divulgado pela Associação Americana de Saúde Pública, vem ao encontro das diretrizes da OMS ao concluir que para viver mais é recomendado o consumo de duas porções de frutas e três porções de vegetais todos os dias.
"Essa quantidade provavelmente oferece o maior benefício em termos de prevenção de doenças crónicas graves e é uma ingestão relativamente alcançável para o público em geral", refere Dong Wang, principal autor do estudo, em entrevista ao site CNBC.
Com o objetivo de investigar a relação entre longevidade, mortalidade e o consumo de frutas e vegetais, foram analisados dados de mais de 100 mil adultos desde 1984 a 2014.
Durante 30 anos, foram usados questionários de hábitos alimentar a cada dois ou quatro anos. Esta investigação também recolheu informações de outros 26 estudos sobre o consumo de frutas e vegetais.
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