Um estudo inovador, recentemente publicado na prestigiada revista científica PLOS ONE, lança uma nova perspectiva sobre a história da relação entre os humanos e os cetáceos (baleias, golfinhos e toninhas) em Portugal, graças ao trabalho de especialistas de diversas instituições europeias, incluindo investigadores do Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (UNIARQ).
A investigação, liderada por Mariana Nabais do IPHES-CERCA (Tarragona, Espanha), contou com a participação da UNIARQ, que contribuiu na escavação e análise de vestígios arqueológicos, fundamentais para a identificação da cronologia das descobertas e para a interpretação do papel dos cetáceos no quotidiano das antigas sociedades portuguesas. “As nossas descobertas revelam uma ligação humana de longa data com os cetáceos, desde o aproveitamento oportunista de animais encalhados no Paleolítico até à pesca baleeira organizada em períodos posteriores”, explica a responsável. “Estas descobertas desafiam a visão simplista das sociedades interiores portuguesas antigas como exclusivamente dependentes de recursos terrestres”.
Esta investigação, para além de enriquecer a informação existente sobre a vida antiga em Portugal, oferece dados muito interessantes sobre a ecologia histórica do país, destacando os impactos duradouros da pesca baleeira nas populações marinhas, tais como a baleia-franca-do-atlântico-norte, actualmente extinta nas águas portuguesas.
A colaboração entre a UNIARQ e parceiros internacionais, como o Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES-CERCA) e a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) reforça a importância da cooperação internacional na descoberta e interpretação da relação complexa entre humanos e ecossistemas marinhos ao longo do tempo.
Este trabalho sublinha o compromisso da UNIARQ em aliar métodos de investigação tradicionais a tecnologias de ponta, contribuindo para um entendimento mais profundo da história.
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