sábado, 5 de outubro de 2024

O Indo que há em nós


Por Nuno Gomes
A Europa moldou o mundo durante os últimos 500 anos, com as invasões em todos os continentes, espalhando a sua "superioridade". Os nazis levaram essa "superioridade" ao extremo e tentaram exterminar aqueles que não encaixavam na sua ideia de raça pura ariana onde nem o próprio Hitler cabia, devendo, portanto, ser mais um para as câmaras de gás, segundo a sua lógica doentia. Hoje em dia, russos e israelitas apregoam essa "superioridade" com bombas e assassínios em massa.
Mas o espantoso é que na verdade a maioria dos europeus, incluindo os arianos, são emigrantes asiáticos, sobretudo das estepes da Ásia Central, que podem ser seguidos até ao vale do Indo, entre a Índia e Paquistão. As primeiras vagas de migração dos africanos modernos na Europa (Cro-Magnons) aconteceram há cerca de 40.000 anos, onde encontraram os Neanderthais e com eles se misturaram. Mas os Africanos ocuparam a Ásia muito mais cedo, chegando à Austrália há cerca de 60-65.000 anos. Os povos asiáticos tiveram, por isso, um desenvolvimento independente dos europeus e enquanto civilizações prosperavam na Índia, China, etc., na Europa vivia-se uma idade da pedra tardia. Basta ver que Göbekli Tepe, na Turquia, tem 12.000 anos e Stonehenge apenas 4.000. O nosso Cromeleque de Almendres é mais antigo que Stonehenge começando a ser construído há 6.000 anos, com modificações durante cerca de 3.000 anos. Mas enquanto os habitantes da Grã-Bretanha construíam Stonehenge os egípcios construíam as primeiras pirâmides. Os chamados povos indo-europeus tiveram origem no Vale do Indo, que migraram para a Europa através das estepes do Uzbequistão e Cazaquistão, Rússia, Ucrânia, etc., pela rota norte do Mar Cáspio e através do Irão, Turquia, Grécia, etc. Entre 4.000 e 5.000 anos atrás, dando origem às civilizações europeias actuais, pouco restando dos cro-magnons originais. Aliás, com a invasão da cultura yamnaya houve um genocídio dos homens, que foram massacrados, mas poupadas as mulheres, havendo uma substituição genética rápida na Península Ibérica há cerca de 4.500 anos.
E o povo ariano, esse tal de Hitler, é tão impuro como os outros e veio também do Indo, de onde veio, aliás, a cruz suástica usada pelos nazis, que por aqueles lados e noutras culturas era símbolo de prosperidade, não de destruição. 

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