terça-feira, 15 de novembro de 2022

"Mãe heroína": Putin recupera tradição soviética

Distinção foi concedida pela primeira vez na URSS em outubro de 1944, com o objetivo de estimular as taxas de natalidade.

No ano de 1944, no auge da Segunda Guerra Mundial, o governo da União Soviética criou a ordem de Mãe Heroína, atribuída às mulheres responsáveis pela criação de dez ou mais filhos próprios. Após a queda da União Soviética, o título mudou de nome e atualmente é conhecido como a ordem da Glória dos Pais.


De acordo com as condições estabelecidas pelos dirigentes soviéticos, o título de Mãe Heroína era entregue às mulheres com dez filhos vivos, assim que o último deles completasse um ano de idade. Ao longo de 40 anos da sua existência, o prêmio foi recebido por mais de 750 mil mulheres.

Além disso, a legislação da União Soviética previa a premiação das cidadãs mães de seis e cinco filhos, inclusive adotados, com a ordem de Maternidade do primeiro e segundo grau respectivamente. A ordem do primeiro grau foi adquirida por mais de 1,5 milhões de mulheres e do segundo por mais de 2,7 milhões. As últimas receberem os prêmios em 14 de novembro de 1991, durante o governo do Mikhail Gorbachev.

Com a queda da União Soviética, ambas as ordens deixaram de existir devido a uma série de problemas económicos e políticos que haviam tirado o foco dos dirigentes do país dos assuntos demográficos.

Depois, deixou de existir após a queda da União Soviética em 1991.

A Rússia enfrenta há anos uma nova crise demográfica, que se agravou com a pandemia de covid-19 e o início da ofensiva russa na Ucrânia.

Retoma

No entanto, mais tarde, a prática de premiação das famílias numerosas foi retomada. Em fevereiro de 2008, o então primeiro vice-presidente do Conselho do Governo da Federação Russa, Dmitri Medvedev, sugeriu a criação da ordem de Glória dos Pais, cujo projeto foi baseado no prémio soviético de Glória Maternal.

A nova recompensa começou a ser distribuída entre as famílias com quatro ou mais herdeiros em 2009, visando valorizar o seu “mérito marcante no fortalecimento do casamento como instituto social e na criação dos seus filhos”. Até 2013, um dos pais premiados recebia uma parcela única no valor equivalente a US$ 1.300 dólares, que posteriormente subiu para US$ 2.600. O valor é atualmente depositado para os casais que cumprem todos os requisitos necessários.

Em fevereiro de 2013, Mikhail Serdiuk, membro do Comitê de Orçamento da Duma Federal e pai de uma grande família, sugeriu o restabelecimento da prática de premiação com a ordem de Mãe Heroína. O projeto, no entanto, não foi aprovado pelos seus colegas
.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu os primeiros títulos de "mãe heroína", retomando uma tradição soviética que homenageia mulheres com dez ou mais filhos, de acordo com um decreto presidencial hoje divulgado.

Medni Kadyrova, mulher do líder checheno Ramzan Kadyrov, que tem 14 filhos segundo o 'site' oficial da presidência chechena, tornou-se uma das duas primeiras mulheres russas a receber este título.

A segunda mulher distinguida é Olga Dekhtiarenko, da península de Yamal, localizada ao norte do Círculo Polar Ártico.

A sua família, com dez filhos, venceu a competição nacional "Família do Ano" em 2020, segundo os órgãos de comunicação social locais.

O título "mãe heroína", por vezes traduzido como "mãe heroica", foi implementando na era soviética e Putin decidiu restaura-lo em agosto.

Vladimir Putin decidiu restaurar este título, determinando também o pagamento de um milhão de rublos [cerca de 16.200 euros] às mulheres homenageadas.

De acordo com os resultados preliminares dos últimos censos, publicados pela agência russa de estatística (Rosstat), cerca de 147 milhões de pessoas viviam na Rússia em outubro/novembro de 2021, um milhão a menos do que em 1992, após a queda da URSS.

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