terça-feira, 30 de setembro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Exposição Cerâmica Terras de Argila, próximo sábado, Matosinhos

Peça de Teresa Freitas

Terras de Argila
Exposição de Cerâmica
Teresa Freitas e Manuela Bravo

Convidam V. Exª a assistir à inauguração da exposição de cerâmica que terá lugar no Espaço Ana Santos, no dia 4 de Outubro pelas 16h00.
A exposição estará aberta ao público até 31 de Outubro das 10h00 às 19h00.
Espaço Ana Santos, Rua Álvaro Castelões, 72 , Matosinhos.
(junto do Mercado de Matosinhos; paragem do Metro Mercado de Matosinhos)

Peça de Manuela Bravo

Música do BioTerra: Laurence Revey - De L'Atri La (Pastourelle)



Laurence Revey usa a palavra falada como um instrumento, transformando várias emoções em sons audíveis, às vezes suaves, às vezes guturais, e integra-os na sua música até as palavras e a música se tornar um, criando uma experiência musical única. Mesmo que a cantora seja originária do cantão de Valais, trabalhou com grandes produtores, como Arto Lindsay (David Byrne dos Talking Heads, Laurie Anderson), do Islandês Valgeir Sigurdsson (Björk), Dr. Das (Asian Dub Foundation), Hector Zazou (Real World), e especialmente Bardi Johansson (Gang Bang) , mas nunca perdeu a ligação da sua música ao mais tradicional de Valais nativa.

sábado, 27 de setembro de 2008

Resultados do 1º Desafio Intermodal no Porto


(clique na imagem para ampliar)
No dia 22 de Setembro, o Dia Sem Carros, deu-se a primeira corrida intermodal no Porto, organizada pelo GAIA.
A corrida intermodal ou desafio intermodal pretende avaliar,de um modo lúdico, a eficiência em tempo, consumos de energia e de emissões de gases poluentes (e de efeito de estufa) os diferentes modos de mobilidade urbana.
No caso do Porto, inicialmente estavam previstos quatro concorrentes: Bicicleta, Carro, Transporte Público e A Pé. Depois foram acrescentados mais dois: a Mota e a combinação Bicicleta+Metro.
Os participantes reuniram-se no local de partida, a rua António Bernardino Almeida em frente ao Instituto Português de Oncologia. O início estava previsto para as 18h mas foi adiado devido ao atraso do concorrente Carro.
Este ainda teve que estacionar a sua viatura num local adequado e dirigir-se a pé para o local de partida, segundo as regras do concurso.
A partida deu-se as 18h15.
Os concorrentes Bicicleta e Mota partiram com os seus veículos directamente do local, pois os tinham consigo. Isso pareceu adequado para a Bicicleta, embora duvidoso no caso da Mota.
Os concorrentes Transporte Público e Metro+Bicicleta rumaram para a estação de Metro logo ali ao lado onde pouco depois passou uma composição. Tiveram sorte com este percurso, por não terem que recorrer a autocarros. De notar que desde há pouco tempo é possível levar a bicicleta no metro a qualquer hora.
O concorrente Carro dirigiu-se para o local onde o tinha estacionado, na rua da Circunvalação e começou a descer as ruas do Porto.
O local de chegada era a Casa da Horta, outro dos organizadores do evento. Como fica junto ao rio, sabia-se do inicio que a força da gravidade iria ajudar a bicicleta. Mas há muitos outros factores em jogo.
A Bicicleta, imune ao trânsito da hora de ponta, chegou em primeiro lugar, com 18 minutos. Em segundo lugar chegou o concorrente Transporte Público, que saiu na estação de metro de São Bento e continuou o caminho a pé.Demoraram 24 minutos.
Em terceiro chegou o Metro+Bicicleta, com 26 minutos. A aparente contradição
entre estes e o anterior deveu-se ao facto de este ter perdido tempo a comprar o bilhete andante para o metro.
Em quarto chegou a Mota logo seguida do Carro, ambos com 27 minutos. O Carro passou em frente à Casa da Horta antes do terceiro classificado mas depois ainda teve que procurar um lugar para estacionar, e regressar a pé.
Finalmente em sexto chegaram os concorrentes A Pé, que fizeram um passeio agradável pela cidade quase a esquecer que tinham um objectivo. Demoraram 99 minutos mas isso também se deve ao facto de terem feito paragens pelo caminho.
Cada percurso foi acompanhado com um GPS de bolso, para uma averiguação do caminho percorrido. Ver o mapa.
Alguns depoimentos:
Mara, A Pé: Para quem foi a pé, o caminho foi agradável! Exceptuando as partes onde os passeios são estreitos para os peões e o fumo dos carros entranha-se nas conversas, foi agradável passear pelos jardins, encontrar pessoas conhecidas, parar para ver a arquitectura do prédio, ou o pormenor da esquina....No final fica o sentimento de este meio de transporte, os pés, são os que melhor contemplam o espaço por onde se caminha e ao mesmo tempo, mais interactivo com o meio social. No entanto, não é conveniente para grandes distâncias e com horários para cumprir!

Pedro Gonçalves, Transporte Público: Quem foi de transportes públicos, teve a sorte de apanhar logo o metro no IPO. O metro estava consideravelmente cheio. Engraçado verificar que encontramos vários revisores, em várias paragens. Estavam, com certeza, a tentar apanhar alguém que tivesse a ousadia que no dia sem carros os transportes públicos seriam de graça. A câmara do Porto mostra mais uma vez quais são as suas prioridades. Nem transportes de graça, muito menos cidade sem carros. Engraçado também verificar, no entanto, que na fantástica, e não muito ecológica, corrida do red bull algumas ruas foram cortadas ao transito. Irónico.

Joana Cruz, Metro+Bicicleta: O uso do metro, neste caso específico, não se revela vantajoso... no entanto se o caminho fosse o inverso o metro seria, seguramente, a opção mais fácil, menos cansativa e mais relaxada! nas horas de ponta, por experiência, em quase qualquer parte do porto, não é muito agradável levar a bicicleta porque há um grande número de pessoas e torna-se mais incómodo e mais
stressante, do que ir, com calma, mm numa subida, em cima da bicicleta, ou a empurrá-la no passeio, encontrando pessoas conhecidas, respirando um ar mais
leve (apesar de tudo), e vendo um sem número de coisas agradáveis pelo caminho.

João, Bicicleta (e primeiro classificado) : Para quem foi de bicicleta, vários benefícios teve: o tempo, fresco, ajuda bastante a pedalar; o caminho, grande parte a descer, permite descansar em cima do selim. Acrescenta-se ainda a sorte com os semáforos, que foram todos cumpridos, e o estacionamento à porta, fica em aberto um desafio para o sentido contrário de forma a tirar as dúvidas. [Fonte:Gaia]

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Do Telégrafo para a Internete: 80 associações e ONG de caridade aderentes aos Programas Informáticos Livres ( Open Source Software)


Jason, que possui um blogue formidável, como aprender na internete de forma gratuita, deu-me a conhecer esta hiperligação The Top 80 Charities for Open Source and Open Access Advocates. Explica ele na sua postagem: You should go right this very second and check out all the open goodness! (Deve ir já imediatamente e ver com os seus olhos toda esta bondade, genuínamente livre e gratuita!). Está tudo dito.



quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O genoma da demosponja A. queenslandica oferece a pista sobre as origens dos seres multicelulares

NATURE the A. queenslandica Genome and the Evolution of Animal Complexity


As Esponjas são um antigo grupo de animais que divergiram de outros metazoários mais de 600 milhões de anos atrás. Aqui apresentamos a seqüência do genoma projecto de Amphimedon queenslandica, uma demosponge da Grande Barreira de Corais, e mostrar que ela é extremamente semelhante ao genoma outro animal na estrutura, conteúdo e organização. Análise comparativa possibilitada por esses quencing do genoma de esponja revela eventos genómicos ligados à origem e evolução inicial dos animais, incluindo o surgimento, expansão e diversificação do pan-metazoários fator de transcrição, via de sinalização e genes estruturais. Este "kit de ferramentas" diversificado de genes correlaciona-se com os aspectos críticos de todos os planos corporais dos metazoários, e compreende o controle do ciclo celular e crescimento, desenvolvimento somático e de células germinativas especificação, adesão celular, imunidade inata e alorreconhecimento. Notavelmente, muitos dos genes associados com o surgimento de sare animal também implicado no cancro, que surge de defeitos em processos básicos associados a multicelularidade metazoários

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Freeganismo


Pequeno documentário sobre os freegans e o seu modo de vida, baseada no anti-consumismo

Nas nossas cidades há freegans sem saberem que o são: vejo-os a recolher electrodomésticos, roupas, cartão, revistas e alimentos que outros rejeitaram.Vejo-os junto dos restaurantes, supermercados e nos contentores do lixo. Muitos envergonhados, poucos os confiantes.
Freegan nasceu da junção da palvra free (liberdade) com vegan (preferência por regime vegetariano). Mas o freeganismo pressupões outras atitudes ou comportamentos. Preferem meios de transporte mais ecológicos, incentivam à criação de hortas urbanas ou em espaços mais densamente povoados e tentam praticar modelos de economia de expressão menos materialista. Contudo o freeganismo e os freegans não são meramente mais uma tribo urbana.
Podemos integrar com mais pacifismo o freeganismo, não olhar com alguma marginalidade e discriminação e reflectir se o que consumimos, trabalhamos e o nosso modo de vida individual (e colectivo) é realmente feliz, eficiente e amiga do ambiente.

Ligações externas
Erva Daninha
Freegan.Info
Freeganismo (em português)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Dossiê Povos Indígenas e Conservação da Natureza

ATENÇÃO © Copyleft - É permitida a partilha do dossiê exclusivamente para fins não comerciais e desde que o autor e o BioTerra sejam citados.


Não esqueças de visitar regularmente este espaço para manteres-te actualizado

GCAP - Global Call to Action Against Poverty
International Decade of Indigenous Languages (2022-2032)

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NOVA ATENÇÃO © Copyleft - Ao partilhar, agradeço atempadamente a indicação do autor e do meu blogue Bioterra. Estes dossiês resultam de um apurado trabalho de pesquisa, selecção de qualidade e organização.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dia Sem Carros: reposição dos painéis de azulejos de Maria Keil pelo Metropolitano de Lisboa


Neste dia e semana em que se multiplicam iniciativas sobre mobilidade alternativa, venho falar sobre Mobilidade e Arte.
A Arte tem convivido com os transportes públicos de forma crescente, sem dúvida. Multiplicam-se iniciativas conjuntas de divulgação de poetas, músicos e de instituições associadas à promoção de Arte. Muitas vezes é nas próprias estações, em particular nos Metros de Lisboa e Porto. Fui informado por Carlos Augusto, do blogue A Face Oculta da Terra que a Metro de Lisboa destruiu os painéis da magnífica artista Maria Keil (que está quase a completar 100 anos). Há uma petição a exigir ao Conselho de Gerência do Metropolitano de Lisboa que deligencie obter os desenhos dos painéis destruídos e mandar executar, à empresa que produziu (a Viúva Lamego) novos painéis.
Já assinei, divulguei entre os meus amigos e estou a fazer este novo apelo no meu blogue.
Texto da petição


Foto da Exposição sobre Maria Keil na Biblioteca Nacional (excelente enciclopédia ilustrada sobre a obra de Maria Keil)


domingo, 21 de setembro de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Educação Ambiental no Youtube : Limpa o Mundo (Clean Up the World)

O projecto Clean Up the World, criado há 15 anos pela UNEP (United Nations Enviromental Program), é hoje considerado um dos maiores programas ambientais de cariz comunitário a nível mundial, envolvendo diversos actores sociais propondo acções locais que promovam a participação de mais pessoas na limpeza de uma área natural (praia, estuários, rios, ribeiros, etc) ou que que reduzam e minorizem os danos da interferência humana nos ecossistemas (campanhas educativas, plantações de árvores e concursos). É celebrado na terceira semana de Setembro. Esteja atento às iniciativas locais e participe! Quanto ao canal Youtube da Clean Up, foi inaugurado a 16 de Agosto de 2007, contando com cerca de 20 vídeos. Especial atenção às entrevistas a Celine Cousteau, embaixadora mundial desta Organização. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Robert Kaufman - Alterações Climáticas, o Petróleo e o Modo de Vida Americano


O que se passa neste mundo homo-economicus? Que mecanismos e instrumentos possuímos para reduzir os efeitos das alterações climáticas? Qual o estado da arte da crise dos combustíveis? Que conexões entre os dois fenómenos? Há necessidade de reeducar os nossos hábitos de consumo? E como?
Algumas respostas são sugeridas neste vídeo muito recente, 20.06.08(com a intervenção dos melhores especialistas dos EUA em alterações climáticas, nomeadamente Robert Kaufman) e nesta apresentação do mesmo autor (em inglês, mas muito perceptível).
Oil and the American Way of Life (Apresentação, 24.06.2008)

Robert Kaufmann, Professor do Centro de estudos sobre Energia e Ambiente, Universidade de Boston

Sítio recomendado (com imensos artigos, actas e outros documentos sobre ciência, tecnologia e sociedade)
FACS: The Foundation for American Communication


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Base de dados de acções de Conservação em Espanha


A EuroParc Espanha acaba de tornar pública, hoje,16 de Setembro, a nova base de dados de acções de conservação em espaços naturais protegidos.Trata-se de una recompilação de planos e projectos em matéria de conservação da biodiversidade que pretende servir de referência para gestores e técnicos de espaços naturais.

Pode ser consultada neste portal ou clicando sobre a imagem.


Saber Mais

Euro Parc (e Dia Europeu dos Parques)
Fundación Biodiversidad




segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Documentário - A 11ª Hora (The 11th Hour)



Impulsionado por uma estrela de Hollywood, Leonardo DiCaprio, que produz e narra este documentário, realizado em 2007, é um bom filme, pois além de reunir pensadores e cientistas, desde Mikhail Gorbachev e Stephen Hawking e muitas outras personalidades, revela o estado crítico actual da vida no planeta Terra e aponta soluções, incitando-nos a agir.

Conheça o projecto 11th Hour Action que cresceu a partir deste filme.
Entra no Eco-Sítio de Leonardo DiCaprio

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Curta-metragem- "O Homem que Plantava Árvores", baseada no livro de Jean Giono



O homem que plantava árvores
É um desenho animado canadiano, dirigido por Frédéric Back em 1987 e escrito por Jean Giono, que conta a história de Elzèard Bouffier, um ser humano absolutamente humilde e persistente, que salvou a vida de uma grande área dos Alpes franceses e trouxe paz e alegria para milhares de pessoas, plantando milhões de árvores, durante mais de 30 anos.

Página Oficial

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Wikia Green ou wikipedia verde


Jimmy Wales, o fundador do Wikipedia e dono do Wikia, lançou em 8 de Setembro uma nova wikipedia completamente dedicada ao Ambiente, em green.wikia




quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dalai-Lama e a Marcha para o Despertar de Shantideva (séc.IX)



Por J.Casalis, Centre Protestant d´Etudes et Documentation

Como um Relâmpago Rasgando a Noite reproduz os ensinamentos feitos pelo Dalai-Lama, durante uma jornada dedicada à paz, em Agosto de 1991, perante um auditório de personalidades polítcas.(...)A apresentação das principais noções budistas interessará os não iniciados pela sua clareza, pela forma como são decompostos os temas nos seus diferentes elementos de base, pela busca da racionalidade e da generosidade como responsabilidade com respeito ao universo.O interesse do leitor é solicitado por uma aproximação, possível, entre as vias abertas pela espiritualidade tibetana e aquelas que oferecem o humanismo antigo e a espiritualidade judaico-cristã.




terça-feira, 9 de setembro de 2008

Manifestação pelo Encerramento da Central Nuclear de Almaraz em Espanha 13 de Setembro



À semelhança dos anos anteriores , esta manifestação será organizada pelo Movimento Cerrar Almaraz, que congrega diversas associações ambientalistas, tais como Ecologistas en Acción, Adenex, Greenpeace etc, etc.

Portugueses também vão estar presentes.


Mais informações
Almaraz blogue
Plataforma Antinuclar Cerrar Almaraz



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A importância das economias alternativas


Muito se fala da onda de criminalidade. Os Portugueses não são ignorantes e aperceberam-se que tudo não passa de um empolamento dos canais TV. Na falta da época dos incêndios e touros de morte, há que preencher os telejornais panfletários formato 1 hora, mesmo em férias. Assim eis criada a onda de crimes que as TV nos impingem com imagens dessa violência, incitando a que haja mais violência para que esses actos apareçam de preferência nas primeiras páginas. Negócio mórbido.
No entanto as causas continuam as mesmas, como são a extrema pobreza, a pobreza evitável, os baixos salários, a família adiada para muitos jovens e os preços dos bens essenciais sempre altos e inflaccionados.
Todos sabemos que o policiamento é um paliativo social.Todos sabemos que havendo maior clivagem entre muito ricos e muito pobres, gera um fosso de despero e medos e não é bom para um colectivo a que chamamos nação Portugal.
Em ambos também encontramos danos ambientais: nos enclaves dos muito ricos vemos jardins demasiado relvados, gastando grande quantidade de água, construções de hotéis e outros empreendimentos sem plano energético, condomínios de luxo em zonas de interesse ambiental. No caso dos guetos dos mais pobres, o contrário: muros, betão, túneis, auto-estradas, terrenos desordenados.
A grande maioria dos habitantes empurrados para os subúrbios, maus transportes públicos, enquanto tarda a recuperação dos centros das cidades.
Entretanto os mais altos cargos de empresas semi-privatizadas pagos a peso de milhões de euros, os restantes funcionários públicos, com emprego, têm que trabalhar por objectivos e a receber misérias de mil euros ou muito menos.
Ficamos alegres com descidas de 2 cêntimos a gasolina, mas aceitamos resignados os aumentos de 10 ou mais cêntimos no pão, cereais e bens consumíveis.
Além disso, há um conflito mudo entre os comerciantes e consumidores. Os comerciantes praticam os preços mais mirabolantes e o consumidor se não tiver uma família próspera, está na miséria.


Creio que o exemplo dos galegos pode mostrar que podemos escolher economias mais baseadas no altruísmo social, na conservação de recursos e na reutilização e redução do consumo de bens.

Economia Alternativa
Mercado mensal de trocas em Vigo


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O que faço pelo Ambiente? - meu contributo ao desafio Ecosfera Público


Só em Agosto de 2008 encontrei este sítio ou blogue do Ecosfera. Parabéns por mais esta página e projecto. Não resisti e enviei a minha carta, que prontamente foi publicada e que também aqui transcrevo. Vamos todos colaborar! Sobretudo sou educador ambiental, dou a formação aos meus Alunos. Só isso dá um enorme trabalho anual de materiais, recursos, projectos e actividades. Esforço-me por obter a informação mais actualizada possível nas áreas da ciência e fiscalidade e justiça ambiental e incuto neles valores de equidade, generosidade, maior eficiência (menos consumos, menos desperdícios), não competição, auto-formação, trabalho, auto-realização e mais pro-activos. Além disso todo o acto humano é político e espiritual. Portanto podemos ser melhores e estar mais disponíveis ao outro e à simplicidade. Vejo que há muita sensibilização já feita, há pessoas a movimentarem-se por projectos sociais mais amigos do ambiente, mas pouco divulgados e por isso edito ainda o blogue Bioterra, desde 2004, na base do acesso gratuito e maior ampliação dos projectos que vou conhecendo na internet, de contributos de leitores que me contactam. Tudo isto resultante da investigação pessoal e profissional que me dá imenso prazer, pois sou também biólogo. Mas há sempre muito que fazer...repare-se que é o ecos humano que está em causa. A Terra, tem muito tempo...O Homem não.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Consumidor: um ser emocional com cérebro de homem das cavernas

Reduzir oxigénio para tornar a compra mais impulsiva é uma das estratégias das marcas com base nas neurociências.
Fonte: Económico
As decisões dos consumidores são 100% emocionais e não têm nada de racional. Ao contrário do que os especialistas em marketing tomam muitas vezes como garantido, os prós e contras de um produto pesam pouco da decisão de compra. O que é verdadeiramente importante é o capital emotivo que associamos à compra. A decisão, garante o neurologista, é tomada muito antes de termos consciência dela. “O consumidor é um ser irracional que responde a necessidades humanas que estão codificadas no nosso cérebro, praticamente desde os tempos em que vivíamos em cavernas”, explicou ao Diário Económico o neurologista Rodrigo Cunha, no âmbito de uma apresentação feita na gala das Superbrands.

Descobertas das neurociências, como esta, podem fazer a diferença na estratégias de ‘branding’. “A vantagem das neurociências é que podem olhar para o cérebro e medir modificações que correspondem ao processo de tomada de decisão, antes do indivíduo sequer ser capaz de relatar que a decisão foi tomada. Estamos a falar de uma fracção de segundos”, explica Rodrigo Cunha.

É uma prática comum no Reino Unido, algumas grandes superfícies baixarem os teores de oxigénio presentes nas grandes superfícies, onde o ar pode ser controlado. O objectivo, tal como explica Rodrigo Cunha, é surpreendente. O último sítio a que o sangue chega com oxigénio é à parte da frente do cérebro, exactamente a zona onde aferimos os prós e os contras e prevemos consequências futuras das nossas acções. Se essa zona tem menos oxigénio ficamos mais impulsivos e tendemos a ser mais controlados pelo nosso lado emocional. Resultado: compramos mais, mas também estamos mais predispostos a entrar em conflitos, nem que seja porque alguém bate no nosso carrinho de compras. Mais: basta olharmos para alguém que passa com um carrinho cheio, teremos uma maior apetência para querer encher o nosso.

A última campanha mundial que a Mercedes gravou em Portugal com McNamara é um dos casos em que as neurociências foram usadas como ferramenta. Vários anúncios integrados nas campanhas de Natal de supermercados britânicos também recorreram a esta componente, não só para criar para televisão mas também para outros meios como o digital e o ‘outdoor’. 

Em Portugal, o recurso a esta ferramenta ainda é muito reduzido e exige que os ‘marketeers’ tenham competências “para fazer as perguntas certas”, continua o neurologista. “Há algum tipo de trabalhos a serem feitos com ‘softwares’ de reconhecimento da íris”, revela mas Pedro Diogo Vaz, um dos responsáveis da Superbrands, mas a maioria das marcas não despertou para esta possibilidade.

Neste contexto, uma marca torna-se “um atalho que permite reunir uma quantidade muito grande de experiências tidas ao longo da vida, que de uma maneira muito holística recupera várias dessas antigas experiências e permite ou não uma adesão ao conceito que é apresentado”. Este processo envolve tudo o que está à volta da marca, desde o nome à cor. Facilmente associamos o vermelho à Coca-Cola ou o violeta a marcas de chocolate, exemplifica o especialista.

Face ao que as neurociências conhecem hoje, torna-se impossível ao consumidor explicar porque é que prefere um produto a outro, “na medida em que não é esta zona da racionalidade que está por trás desta tomada de decisão”.

A irracionalidade da decisão é tanto maior quanto maior for o envolvimento emocional do consumidor com o produto que vai comprar e não depende da gama do produto. Se a compra de arroz para um cozinheiro pode ser totalmente emocional, para alguém que não cozinha essa escolha pode ser permeável a factores mais racionais como o preço.

Se a necessidade de satisfação emocional é transversal ao ser humano, Rodrigo Cunha acrescenta que as neurociências encontram ligeiras diferenças entre géneros: “As mulheres têm uma maior permeabilidade às componentes emocionais, enquanto os homens têm normalmente barreiras mais fortes para permitir que a emoção tome conta do processo de decisão”.

E quando o poder de compra interfere na decisão? O especialista garante que, sobretudo nos produtos básico, o componente emocional continua a ter a maior importância. Para Pedro Diogo Vaz, esta é a prova de que “a influência que o activo marca acaba por ter no consumidor está muito longe de ser de curto prazo”.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ian Angus - Se o Socialismo Falha: O Espectro da Barbárie do Século XXI



A meu pedido, Alexandre Leite, editor do excelente blogue Investigando o Novo Imperialismo traduziu para o Bioterra, mais esta excelente reflexão de um pensador e jornalista Ian Angus, grande divulgador do ecossocialismo. Ian Angus é editor do jornal online Climate and Capitalism, e editor associado da Socialist Voice, publicado na Socialist Voice.
Agradeço muito ao Alexandre pelo seu trabalho, que tem sido inestimável e louvo-o pelo quanto se tem empenhado na tradução de importantes documentos que põe a lume em português
.

Ian Angus - Se o Socialismo Falha: O Espectro da Barbárie do Século XXI
27 de Julho de 2008
[original em inglês:
If socialism fails: the spectre of a 21st Century Barbarism]

Desde o primeiro dia em que surgiu em linha, o blogue Climate and Capitalism tem no seu topo o lema Ecossocialismo ou Barbárie: não há uma terceira via. Temos deixado bem claro que o ecossocialismo não é uma nova teoria ou ramo do socialismo. É o socialismo com os importantes pontos de vista de Marx sobre a ecologia aperfeiçoados, socialismo empenhado na luta contra a destruição ecológica. Mas porque é que dizemos que a alternativa ao ecossocialismo é a barbárie?
Os marxistas têm usado a palavra barbárie em várias situações, mas a maioria das vezes é para descrever as acções ou condições sociais que são grosseiramente desumanas, brutais e violentas. Não é uma palavra que usemos com ligeireza, porque significa não apenas mau comportamento mas também violações das mais importantes normas de solidariedade humana e da vida civilizada. [1]
O lema Socialismo ou Barbárie nasceu com a grande líder socialista revolucionária alemã Rosa Luxembrugo, que repetidamente o frisou durante a 1ª Grande Guerra. Era um conceito profundo, e que se tornou cada vez mais relevante com o passar dos anos.
Rosa Luxemburgo passou toda a sua vida adulta na organização e educação da classe trabalhadora para a luta pelo socialismo. Ela estava convencida de que se o socialismo não triunfasse, o capitalismo tornar-se-ia cada vez mais bárbaro, varrendo séculos de avanços civilizacionais. Em 1915, numa grande polémica contra a guerra, ela referiu-se à visão de Friedrich Engels de que a sociedade tem de avançar para o socialismo ou reverter à barbárie, e depois perguntou: O que é que significa uma reversão à barbárie no actual estado da civilização europeia?
Ela deu duas respostas em relação a isso. A longo prazo, disse ela, uma continuação do capitalismo levaria ao colapso literal da sociedade civilizada e o surgimento de uma nova Era das Trevas, semelhante à Europa depois da queda do Império Romano: O colapso de todas a civilização como a da antiga Roma, despovoamento, desolação, degeneração: um grande cemitério. (The Junius Pamphlet) [2]
Ao dizer isto, Rosa Luxemburgo estava a recordar à esquerda revolucionária que o socialismo não é inevitável, que se o movimento socialista falhar, o capitalismo pode destruir a civilização moderna, deixando para trás um mundo muito mais pobre e austero. Esse não era um conceito novo, fazia parte do pensamento Marxista desde o seu início. Em 1848, no Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram: A história de toda a sociedade até aqui é uma história de luta de classes, que de cada vez acabou, ora numa reconfiguração revolucionária de toda a sociedade, ora no declínio comum de todas as classes em luta.
Nas palavras de Luxemburgo: A Humanidade enfrenta a alternativa: Dissolução e queda numa anarquia capitalista, ou regeneração através de uma revolução social. (Um Apelo aos Trabalhadores do Mundo).

As Duas Faces do Capitalismo
Mas Luxemburgo, mais uma vez seguindo o exemplo de Marx e Engels, também usou o termo barbárie de outro modo, para contrastar os nobres ideais capitalistas tão proclamados, com a sua efectiva prática de tortura, fome, assassínio e guerra.
Marx descreveu várias vezes a natureza dual do progresso capitalista. Em 1853, escrevendo sobre o domínio britânico sobre a Índia, ele descreveu a profunda hipocrisia e inerente barbárie da civilização burguesa [que] se revela em frente aos nosso olhos, desde a sua casa, onde assume formas respeitáveis, até às colónias, onde vai nua.
O progresso capitalista, disse ele, assemelha-se a um ídolo pagão, hediondo, que não bebe o néctar a não ser pelas caveiras da chacina. (O Futuro Resulta do Domínio Britânico na Índia).
De forma semelhante, num discurso perante trabalhadores radicais em Londres em 1856, ele disse: Por um lado, despontaram para a vida forças industriais e científicas, de que nenhuma época da história humana alguma vez tinha suspeitado. Por outro lado, existem sintomas de decadência, ultrapassando de longe os horrores registados nos últimos tempos do Império Romano. (Discurso no Aniversário do jornal People’s Paper [O Jornal do Povo])
Imensas melhorias na condição humana foram alcançadas no capitalismo: na saúde, cultura, filosofia, literatura, música e outros. Mas o capitalismo também trouxe fome, destruição, violência em massa, tortura e até genocídio, todos numa escala sem precedentes. À medida que o capitalismo se expandiu e envelheceu, o lado bárbaro da sua natureza tornou-se cada vez mais visível.
A sociedade burguesa, que chegou ao poder prometendo igualdade, democracia, e direitos humanos, nunca se inquietou em atirar essas ideias borda fora para expandir e proteger a sua riqueza e os seus lucros. Esta é a visão da barbárie com a qual Rosa Luxemburgo estava principalmente preocupada durante a 1ª Guerra Mundial. Ela escreveu: Envergonhada, desonrada, embrenhada em sangue e ensopada em porcaria, assim está esta sociedade capitalista. Não como normalmente a vemos, desempenhando os papéis da paz e da rectidão, da ordem, da filosofia, da ética , como uma besta rugindo, como uma orgia de anarquia, como um bafo pestilento, devastando a cultura e a humanidade, mas aparecendo em toda a sua horrorosa nudez. Nesta altura, um olhar à nossa volta mostra o que significa a regressão da sociedade burguesa à barbárie. Esta guerra mundial é uma regressão à barbárie.(The Junius Pamphlet)
Para Luxemburgo, a barbárie não era uma possibilidade futura. Era a presente realidade do imperialismo, uma realidade que estava destinada a tornar-se muito pior se o socialismo não conseguisse travá-la. Tragicamente, viu-se que ela estava correcta. A derrota das revoluções alemãs de 1919 a 1923, conjuntamente com o isolamento e degeneração da Revolução Russa, abriu caminho a um século de genocídio e guerra constante.
Em 1933, Leon Trotsky descreveu o surgimento do fascismo como uma sociedade capitalista a vomitar uma barbárie não digerida. (O que é o Nacional Socialismo?)
Mais tarde ele escreveu: O atraso da revolução socialista engendra o indubitável fenómeno da barbárie: desemprego crónico, depauperação da pequena burguesia, fascismo, e finalmente guerras de exterminação que não abrem nenhum caminho novo. (Em Defesa do Marxismo)
Mais de 250 milhões de pessoas, a maioria delas civis, foram mortas nas guerras de exterminação e em atrocidades em massa no século XX. O século XXI continua esse registo: em menos de oito anos, mais de três milhões de pessoas morreram em guerras no Iraque, Afeganistão e outros locais do Terceiro Mundo, e pelo menos 700,000 morreram em desastres naturais.
Como alertaram Luxemburgo e Trotsky, a barbárie já está sobre nós. Só a acção das massas pode parar o avanço da barbárie, e só o socialismo pode definitivamente derrotá-la. O seu apelo à acção é ainda mais importante actualmente, quando o capitalismo acrescentou a destruição ecológica, afectando principalmente os pobres, às guerras e outros horrores do século XX.

Barbárie do Século XXI
Essa visão tem sido exprimida repetida e vincadamente pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. Discursando em Viena em Maio de 2006, ele referiu-se explicitamente às palavras de Luxemburgo: A escolha da humanidade é entre o socialismo e a barbárie. … Quando Rosa Luxemburgo disse esta frase, ela estava a falar de um futuro relativamente distante. Mas agora a situação mundial é tão má que a ameaça sobre a raça humana não é no futuro, mas sim agora. [3]
Alguns meses antes, em Caracas, ele argumentou que a destruição capitalista do ambiente impõe uma particular urgência na luta contra a barbárie actualmente: Eu recordava Karl Marx e Rosa Luxemburgo e a frase que cada um deles, no seu tempo e contexto particulares proferiram; o dilema 'socialismo ou barbárie’. Eu acredito que é altura de empreendermos com coragem e clareza uma ofensiva política, social, colectiva e ideológica em todo o mundo. Uma verdadeira ofensiva que nos permita avançar progressivamente, durante os próximos anos, as próximas décadas, deixando para trás o perverso e destruidor modelo capitalista e avançar na construção de um modelo socialista para evitar a barbárie e para além disso a aniquilação da vida no planeta. Eu acredito que esta ideia tem uma forte ligação com a realidade. Não creio que tenhamos muito tempo. Fidel Castro disse num dos seus discursos que eu li, não há muito tempo: Amanhã pode ser tarde demais, façamos agora o que temos de fazer.
Eu não acho que que isto seja um exagero. O ambiente está a sofrer danos que poderão ser irreversíveis: aquecimento global, o efeito de estufa, o degelo das calotes polares, a subida do nível do mar, furacões, com terríveis consequências sociais que irão abalar a vida neste planeta
. [4]
Chávez e o movimento revolucionário Bolivariano na Venezuela ergueram orgulhosamente a bandeira do Socialismo do Século XXI para descreverem os seus objectivos. Como mostram estes comentários, eles também estão a levantar uma bandeira de alerta, de que a alternativa ao socialismo é a Barbárie do Século XXI, a barbárie do século passado amplificada e intensificada com a crise ecológica.

Alteração Climática e Barbarização
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla inglesa) há duas décadas que estuda e relata as alterações do clima. Recentemente, o Vice-Presidente do IPCC, o professor Mohan Munasinghe, deu uma palestra na Universidade de Cambridge onde descreveu um possível futuro mundo distópico no qual os problemas sociais são piorados pelas consequências ambientais do aumento das emissões dos gases com efeitos de estufa.
Ele afirmou: A alteração do clima é, ou pode ser, o factor adicional que vem exacerbar os problemas existentes de pobreza, degradação ambiental, polarização social e terrorismo, e pode conduzir a uma situação muito caótica.
A Barbarização, disse Munasinghe, já está a acontecer. Nós enfrentamos uma situação onde os ricos vivem em enclaves, protegidos, e os pobres vivem cá fora em condições insustentáveis. [5]. Uma crítica usual ao IPCC é que os seus relatórios são muito conservadores, que eles atenuam quão rápida está a ser a alteração e quão desastrosos podem ser os seus efeitos. Por isso, quando o Vice-Presidente do IPCC diz que a barbarização já está a acontecer, ninguém deve insinuar que isso é um exagero.

A Presente Realidade da Barbárie
A ideia da Barbárie do Século XXI pode parecer implausível. Mesmo com a inflação dos alimentos e dos combustíveis, crescente desemprego e crises imobiliárias, muitos trabalhadores nos países de capitalismo avançado ainda usufruem de um considerável grau de conforto e segurança.
Mas fora dos enclaves protegidos no norte do planeta, a realidade da barbarização é por demais evidente:
  1. 2.5 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial, sobrevive com menos de dois dólares por dia.
  2. Mais de 850 milhões de pessoas sofrem de má nutrição crónica e o triplo passa frequentemente fome.
  3. Todos os dias, por hora, 180 crianças morrem de fome e 1200 morrem de doenças facilmente evitáveis.
  4. Mais de meio milhão de mulheres morrem todos os anos de complicações na gravidez ou no parto. 99% delas vivem no sul do planeta.
  5. Mais de mil milhões de pessoas vivem em grandes bairros de lata urbanos, sem instalações sanitárias, sem espaço suficiente para viver, ou habitação duradoura.
  6. 1.3 mil milhões de pessoas não têm água potável. 3 milhões morrem de doenças relacionadas com a água, todos os anos.
  7. O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007-2008 das Nações Unida avisa que a não atenuação das alterações climáticas irá afundar os países mais pobres do mundo numa espiral descendente, deixando centenas de milhões de pessoas perante a má nutrição, escassez de água, ameaças ecológicas, e uma perda de meios de subsistência. [6]
Nas palavras do Administrador do PNUD, Kemal Dervi: Em última análise, a alteração climática é uma ameaça à humanidade como um todo. Mas são os pobres, grupo sem nenhuma responsabilidade pelo prejuízo ecológico que estamos a provocar, os que enfrentam os custos humanos mais imediatos e severos. [7]
Entre as ameaças do Século XXI identificadas pelo Relatório de Desenvolvimento Humano estão:
  1. O enfraquecimento dos sistemas agrícolas como resultado da exposição à seca, aumento das temperaturas, e chuva mais errática, colocando até 600 milhões de pessoas em má nutrição.
  2. Uns adicionais 1.8 mil milhões de pessoas enfrentando problemas de água até 2080, com grandes áreas do sul da Ásia e norte da China a enfrentarem graves crises ecológicas como resultado do recuo dos glaciares e de alterações nos padrões de chuvas.
  3. Deslocações forçadas por inundações e tempestades tropicais de até 332 milhões de pessoas e zonas costeiras e de baixa altitude. Mas de 70 milhões de habitantes do Bangladesh, 22 milhões do Vietname, e 6 milhões do Egipto podem ser afectados por inundações relacionadas com o aquecimento global.
  4. Aumento de riscos de saúde, incluindo até mais 400 milhões de pessoas com risco de malária.
A estas ameaças podemos acrescentar certamente pelo menos 100 milhões de pessoas às cifras de fome permanente este ano, como resultado da inflação dos preços dos alimentos.
No relatório da ONU, o antigo bispo sul-africano Desmond Tutu, repercute a previsão de Munasinghe dos enclaves protegidos dos ricos num mundo de destruição ecológica: Enquanto que os cidadãos do mundo rico estão a salvo, os pobres, os vulneráveis e os famintos estão expostos à dura realidade das alterações climáticas na sua vida diária…. Estamos a caminhar para um mundo de ‘apartheid de adaptação’.
Continuando o capitalismo no esquema do costume, as alterações climáticas estão rapidamente a alargar o fosso entre os ricos e os pobres, entre países e internamente, e a impor um sofrimento sem paralelo aos que não têm tanta capacidade de se protegerem. Essa é a realidade da Barbárie do Século XXI.
Nenhuma sociedade que permite que isto aconteça pode ser chamada de civilizada. Nenhuma ordem social que causa isto merece sobreviver.

Notas
[1] Em Empire of Barbarism [Império da Barbárie] (Monthly Review, Dezembro de 2004), John Bellamy Foster e Brett Clark expõem de forma excelente a evolução da palavra barbárie e das suas implicações actuais.
A melhor discussão sobre o uso da palavra por Rosa Luxemburgo está no livro de Norman Geras, The Legacy of Rosa Luxemburg [O Legado de Rosa Luxemburgo](NLB 1976), que infelizmente está esgotado.
[2] Os textos de Marx, Engels, Luxemburgo e Trotsky que são citados neste artigo podem ser encontrados no Marxists Internet Archive.
[3] Hands Off Venezuela, 13 de Maio de 2006
[4] Green Left Weekly, 31 de Agosto de 2005
[5] Expert warns climate change will lead to `barbarisation´ Guardian, 15 de Maio de 2008
[6] Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008
[7] Climate change threatens unprecedented human development reversals. Nota de Imprensa do PNUD, 27 de Novembro de 2007

Outros artigos de Ian Angus já traduzidos por Alexandre Leite:

  1. Crise Alimentar Parte 1
  2. Crise Alimentar Parte 2
  3. Alterações Climáticas