domingo, 31 de dezembro de 2017

Carl Sagan e as Árvores

PT
"Nós, humanos, parecemos bastante diferentes de uma árvore. Sem dúvida, percebemos o mundo de forma diferente do que uma árvore faz. Mas no fundo, no coração molecular da vida, as árvores e nós somos essencialmente idênticos. "~ Carl Sagan, Cosmos

EN
We humans look rather different from a tree. Without a doubt we perceive the world differently than a tree does. But down deep, at the molecular heart of life, the trees and we are essentially identical.” ~ Carl Sagan, Cosmos

sábado, 30 de dezembro de 2017

Lourenço da Silva Mendonça - O primeiro ativista antiescravista


O debate moral e político sobre a abolição da escravatura sempre foi entendido como tendo sido iniciado pelos europeus no século XVIII. Nos casos onde os africanos são reconhecidos como tendo qualquer papel em acabar com a escravidão, seus esforços são tipicamente imaginados como confinados a atos impulsivos de resistência, como revoltas em navio, plantações e casa grande, fugas, marronagem e assim por diante. O livro que estou produzindo no momento, Lourenço da Silva Mendonça and the Black Atlantic Abolitionist Movement in the 17th Century , interrompe essa versão da história através do questionamento ao comércio atlântico de escravos feito por um membro de uma família real angolana no século XVII.

Príncipe Lourenço da Silva Mendonça
O Príncipe Lourenço da Silva Mendonça, um membro do povo Mbundu, nasceu em Angola, provavelmente em Pedras de Pungo-e-Ndongo. O ano de seu nascimento é desconhecido, mas seu avô, o rei Hari ou Philipe I, governou Pedras de Pungo-e-Ndongo de 1626 a 1664, período em que serviu lealmente aos portugueses. Seu sucessor, o tio de Mendonça “Dom João”, no entanto, não desejando permanecer como um rei vassalo obrigado a pagar anualmente 100 escravos (um imposto conhecido como baculamento) à Coroa portuguesa, rompeu a aliança e declarou guerra aos portugueses. Portugal retaliou, e em 1671, após a guerra de Pungo-e-Ndongo, Mendonça e seus três irmãos e dez primos foram exilados para Salvador, Bahia/Brasil, pelo governador de Luanda, Francisco de Távora “Cajanda”. Mendonça morou em Salvador por dezoito meses, depois foi enviado para o Rio de Janeiro em 1673, onde viveu possivelmente por seis meses.

Contudo, as autoridades do governo da Bahia e do Rio tinham Mendonça como uma ameaça. Eles temiam que ele e seus primos pudessem fugir e se unissem à comunidade de escravizados fugitivos ‘Quilombo dos Palmares’, que foi uma das primeiras comunidades quilombolas no Brasil. Em agosto de 1673, Mendonça e seus três irmãos foram enviados a Portugal por ordem da Coroa Portuguesa. Mendonça foi enviado para o Convento de Vilar de Frades, em Braga, enquanto seus irmãos foram para diferentes mosteiros na mesma cidade. No Convento de Vilar de Frades, Mendonça estudou durante três ou quatro anos, antes de se mudar para Lisboa, onde, em 1681, foi nomeado Advogado da Irmandade Negra. Os detalhes exatos da vida de Mendonça durante a meia década subsequente não são claros. O que sabemos é que, enquanto em Portugal, ele desenvolveu rigorosamente um argumento moral, político e legal contra a escravidão, e depois viajou para a Corte Real de Madrid, em Toledo, Espanha, onde viveu dezoito meses, e foi apoiado por Dom Carlos II, rei de Espanha e pelo arcebispo de Toledo, Luis Manuel Fernández de Portocarrero e Guzmán.

De lá, ele viajou para o Vaticano para mover um processo penal contra nações envolvidas na escravidão do Atlântico (incluindo o Vaticano, Itália, Espanha e Portugal), em 6 de março de 1684, acusando-os de cometer um crime contra a humanidade. Antes de chegar ao Vaticano, ele conseguiu galvanizar o apoio das confrarias das Irmandades Negras de escravos e pessoas livres de ascendência africana no Brasil, Portugal e Espanha (onde ele havia viajado e vivido), além de diferentes organizações de Homens, Mulheres e Juventude. Essas organizações formaram grupos de pressão, enviando cartas ao Vaticano que exigiam que o Papa Inocêncio XI tomasse medidas para abolir a escravidão no Atlântico. Em outras palavras, Mendonça mobilizou um movimento ativista contra a escravidão ainda no século XVII, o qual alcançou maior solidariedade internacional até do que os movimentos antiescravistas dos séculos XVIII e XIX. Além disso, embora fosse um esforço global empreendido pelos próprios africanos negros, também foi um movimento inclusivo. O caso apresentado por Mendonça pedia a libertação não apenas dos negros africanos, mas também de outros grupos constituintes da escravidão no Atlântico, como os cristãos-novos e os povos indígenas das Américas. A reivindicação de Mendonça pela liberdade era universal.

Pensamento antiescravagista de Mendonça
No seu processo legal enviado ao Vaticano, Mendonça descreveu pessoas escravizadas no Brasil e  noutros lugares como vivendo suspensas entre a violência e a miséria infligidas por seus senhores e a perda de esperança de existência humana expressa em suicídio, caso decidissem acabar com seu próprio sofrimento. Ele encapsulou sua condição na frase latina “mors certa est”, ou traduzida para o espanhol, “Morir Es Lo Mas Cierto”, ou seja, “A morte é certa”. Isto está inscrito no brasão da carta que o núncio vaticano em Portugal, Gasper de Mesquita, deu a Mendonça, e encapsula o seu processo contra a escravidão. É uma versão condensada do aforismo completo, que é “mors certa est, em eius hora incerta est”, ou “a morte é certa, sua hora não é”. Ao remover ‘hora incerta’ ou ‘sua hora não é’, Mendonça chamou a atenção para o erro fundamental da escravidão.

Da antiga mitologia e filosofia grega em diante, o conhecimento de que a morte é certa, mas não a sua hora, foi entendido como parte integrante da condição humana. Faz parte do que nos distingue dos Deuses (que são imortais) e também de outros animais (que não estão conscientes da sua própria mortalidade). Para os escravizados, no entanto, Mendonça argumentou, o “quod“, ou o quando, que não era mais um mistério. A “hora incerta” da morte de africanos escravizados, ameríndios nativos e também cristãos-novos sob inquisição em Portugal, havia sido removida, já que a morte era sua companheira diária. A cessação da vida não era, para eles, um futuro misterioso, mas uma característica constante do presente. Eles estavam morrendo a medida em que viviam. Assim, Mendonça omitiu intencionalmente a cláusula “hora incerta” para indicar que as pessoas escravizadas estavam sujeitas a uma violência e terror tão extremos e contínuos que viviam na mesma hora da morte. Eles eram, na verdade, mortos-vivos.

Ao remover a incerteza da hora de sua morte dessa maneira, sugere Mendonça, os escravos são removidos da categoria da humanidade. “Morir Es Lo Mas Cierto” era uma mensagem clara ao Papa de que a escravidão era um erro fundamental e universal contra a humanidade e incompatível com os preceitos do cristianismo. Vale a pena lembrar que um africano entregou essa mensagem cerca de cem anos antes de o movimento antiescravista europeu começar a ganhar ímpeto.

Saber mais:

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

As ruas e a arte de caminhar

A pé vê-se muito intensamente as cidades e paramos, pelo menos eu, travo e fixo e reflito e aprendo sempre mais. Mas também espanto-me e sinto as mesmas emoções com as "ruas" que as redes sociais nos dão a mostrar.
E pelas ruas não encontro "medos": Converso, falam comigo, há alguém que passeia um cão, indicam-me caminhos, não uso muito gps ou faço do gps móvel pretexto para conversar e sentir o barómetro da cidade, do local onde estou a caminhar.  E encontramos mensagens, nas paredes (refiro-me a arte de rua), a magia e a emoção e sonhos e mistérios quando avisto uma casa abandonada, uma quinta histórica. Por vezes estou em grupo. E o mais relevante  desligo o wifi e estar atento. Simples.

Arte de rua  Lisboa
Foto de autor

Arquitectos


Review "The End of Nature" by Bill McKibben


What will the end of the world look like? In 1989, Nicholas Wade reviewed Bill McKibben’s “The End of Nature,” which argued that society’s unchecked materialism and hunger for natural resources would lead to humanity’s end. Read an excerpt below.

When, Milton reports in “Paradise Lost,” Adam asked the archangel Raphael to explain the movement of the heavens, he was rebuffed with some frosty words about man dwelling in “An edifice too large for him to fill, / Lodg’d in a small partition, and the rest / Ordain’d for uses to his Lord best known.” Bill McKibben, a frequent contributor to The New Yorker, quotes the put-down with approval at the conclusion of his interesting essay, “The End of Nature.” The greenhouse effect is his text, and his moral is that humankind should stick to its small partition, halting its implicit program of polluting, dominating and managing the natural world.

By the end of nature Mr. McKibben means the end of nature as a force independent of man. He sees nature being dominated in two ways. First, the pollution created by human societies has now begun to have global impact. The feared climatic warming from the greenhouse effect, which Mr. McKibben considers to be a sure thing, is another.

It would be easy to dismiss the thesis as a restatement of the limits-to-growth debate or as yet another instance of how everyone uses the greenhouse effect to promote his own agenda. It would be reasonable to argue with his unmitigated trust in the computer models used to predict the greenhouse warming and his exaggeration of the present powers of genetic engineering.

But all such pretexts for dismissing the book would be easy ways of avoiding the hard questions it raises. The economic frame of reference in which most public debate takes place sets no intrinsic value on natural beauty or uniqueness. Unless protected by special lawslike the Endangered Species Act, natural habitats almost always yield to the bulldozer.

The conventional reply to critics like Mr. McKibben is that prosperity and individual choice are also high values, that economic systems always adapt with unexpected success to scarcity or the constraints imposed by antipollution laws and that better or more cleverly applied technology is a surer answer to environmental destruction than repudiating technical advance. If the climate heats up, and if the rate of warming should prove too fast for natural systems to adapt to, then there could be widespread ecological collapse. Most climatologists are unwilling to state that any degree of greenhouse warming has begun. But for a man preaching apocalypse, Mr. McKibben speaks in a measured and civilized voice that deserves a hearing. Even those who reject his idea that humans should not exceed the limits of their small partition may pause to wonder if the balance between man’s progress and nature’s decline has been struck at the right point.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Poema da Semana: Onde a Lua cruza os espinhos das estrelas, por João Soares

Onde a Lua cruza os espinhos das estrelas


Onde a Lua cruza os espinhos das estrelas
Onde o Sol espreita pelas raízes da erva
Onde no oceano, no frio do abismo, se descobre o mais profundo prémio da vida

Onde no fruto se antecipa o universo à espera
do infinito ao infinito

Onde na curva do ramo da árvore a silhueta esbelta
do limbo do Éden sagrado

Onde enfim dialogo com os cogumelos e os insectos
e serei água e solo e luz e fogo

Possuo uma agenda cósmica, acima das fronteiras
acima do ódio, bem no alto do mais alto penhasco

João Soares, 17.12.16.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Natividade


Bob Dylan- Just remember that death is not the end

 Nick Cave, Kylie Minogue, Shane MacGowan, Blixa Bargeld, Mick Harvey - Death is not the end

Very beautiful and moving Xmas song 

When you're sad and when you're lonely
And you haven't got a friend
Just remember that death is not the end

And all that you held sacred
Falls down and does not mend
Just remember that death is not the end
Not the end, not the end
Just remember that death is not the end

When you're standing on the crossroads
That you cannot comprehend
Just remember that death is not the end

And all your dreams have vanished
And you don't know what's up the bend
Just remember that death is not the end
Not the end, not the end
Just remember that death is not the end

When the storm clouds gather round you
And heavy rains descend
Just remember that death is not the end

And there's no-one there to comfort you
With a helping hand to lend
Just remember that death is not the end
Not the end, not the end
Just remember that death is not the end

For the tree of life is growing
Where the spirit never dies
And the bright light of salvation
Up in dark and empty skies
When the cities are on fire
With the burning flesh of men
Just remember that death is not the end

When you search in vain to find
Some law-abiding citizen
Just remember that death is not the end
Not the end, not the end
Just remember that death is not the end

Not the end, not the end
Just remember that death is not the end

2. O original de Bob Dylan (com extractos do filme Outrage (1950) dir. Ida Lupino, com Mala Powers como Ann Walton)

sábado, 23 de dezembro de 2017

Franklin D. Roosevelt e as Florestas


"Uma nação que destrói os seus solos está a autodestruir-se.  As florestas são os pulmões da nossa terra, purificando o ar e dando nova força para o nosso povo~ Franklin D. Roosevelt

"A nation that destroys its soils destroys itself. Forests are the lungs of our land, purifying the air and giving fresh strength to our people "~ Franklin D. Roosevelt

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Poema da Semana: Vastidão de pétalas soltas na língua, por João Soares

Vastidão de pétalas soltas na língua


Sim, vastidão de pétalas soltas na língua

Sim, amplos campos nos dedos de vento e pólen

Sim, gigantes faúlhas de cores amestradas pela Lua e Sol,

perdido contente entre as nuvens do éter dos poetas

dos loucos dias e momentos cravados em pele e pétalas

e os cheiros tremendos da carqueja e esteva e

além os abelharucos

num exotismo presente, aqui, nada mais

aqui e, sim, à vastidão das pétalas soltas na língua.

João Soares, 16.12.16

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Verdades inconvenientes sobre a migração


A sociologia, a antropologia e a história têm feito grandes incursões no debate sobre a imigração. Parece que o Homo economicus, que vive só pelo pão, deu lugar a alguém para quem um sentimento de pertença é pelo menos tão importante como comer.

Isso faz-nos duvidar de que a hostilidade para com a imigração em massa seja simplesmente um protesto contra perdas de empregos, baixos salários e desigualdades crescentes. A economia desempenhou certamente o seu papel no surgimento da política identitária, mas a crise da identidade não será eliminada apenas pelas reformas económicas. O bem-estar económico não é o mesmo que o bem-estar social.

Vamos começar, no entanto, pela economia, usando o Reino Unido – que está agora de saída da UE - como um exemplo. Entre 1991 e 2013, houve uma entrada líquida de 4,9 milhões de migrantes estrangeiros no país.

A teoria económica padrão diz-nos que a imigração líquida, como o comércio livre, beneficia a população nativa, mas com um certo atraso. O argumento aqui é que se aumentarmos a quantidade de mão-de-obra, o seu preço (salários) cai. Isso aumentará os lucros. O crescimento dos lucros gera mais investimentos, o que aumentará a procura por mão-de-obra, revertendo a queda inicial dos salários. A imigração permite assim que uma população maior desfrute do mesmo padrão de vida que a população menor, anteriormente - uma clara melhoria no bem-estar total.

No entanto, um estudo recente do economista da Universidade de Cambridge, Robert Rowthorn, mostrou que esse argumento está cheio de falhas. Os chamados efeitos temporários em termos de trabalhadores nativos deslocados e salários mais baixos podem durar cinco ou dez anos, enquanto os efeitos benéficos assumem a ausência de recessão. E, mesmo sem recessão, se houver uma entrada contínua de migrantes, em vez de um aumento extraordinário do tamanho da força de trabalho, a procura por mão-de-obra pode ficar constantemente aquém do crescimento da oferta. A "afirmação de que os imigrantes tiram os empregos dos trabalhadores locais e fazem baixar os seus salários", argumenta Rowthorn, "pode ser exagerada, mas nem sempre é falsa".

Um segundo argumento económico é que a imigração rejuvenescerá a força de trabalho e estabilizará as finanças públicas, porque os trabalhadores importados e jovens gerarão os impostos necessários para apoiar o aumento do número de pensionistas. A população do Reino Unido deverá superar os 70 milhões antes do final da próxima década, um aumento de 3,6 milhões, ou 5,5%, devido à imigração líquida e um excedente de nascimentos em relação às mortes entre os recém-chegados.

Rowthorn rejeita esse argumento. "O rejuvenescimento através da imigração é uma passadeira sem fim", diz ele. "Manter uma redução definitiva no índice de dependência requer um fluxo interminável de imigrantes. Assim que o fluxo pára, a estrutura etária reverterá para a sua trajectória original". Um fluxo menor e o aumento da idade da reforma seria uma solução muito melhor para o envelhecimento da população.

Assim, mesmo com resultados óptimos, como conseguir evitar uma recessão, os argumentos económicos para a imigração em larga escala não são conclusivos. Então, o cerne da questão é realmente o seu impacto social. Aqui, o benefício familiar da diversidade confronta-se com o risco negativo de uma perda de coesão social.

David Goodhart, antigo editor do jornal Prospect, debateu o argumento para uma restrição de uma perspectiva social-democrata. Goodhart não toma nenhuma posição sobre se a diversidade cultural é intrinsecamente ou moralmente boa ou má. Ele simplesmente dá por adquirido que a maioria das pessoas prefere viver com o seu próprio tipo e que os responsáveis políticos devem respeitar essa preferência. Uma atitude de laissez-faire em relação à composição da população de um país é tão insustentável como a indiferença em relação ao seu tamanho.

Para Goodhart, a raiz da hostilidade dos liberais para com os controlos de migração é a sua visão individualista da sociedade. Ao não compreenderem o apego das pessoas às comunidades estabelecidas, rotulam a hostilidade à imigração como irracional ou racista.

O excesso de optimismo liberal sobre a facilidade de integração dos migrantes tem a mesma origem: se a sociedade não é mais do que uma colecção de indivíduos, a integração nem é uma questão. Naturalmente, diz Goodhart, os imigrantes não precisam de abandonar completamente as suas tradições, mas "há uma coisa chamada sociedade", e se não fizerem nenhum esforço para se juntar a ela, os cidadãos nativos terão dificuldade em considerá-los parte da "comunidade imaginada".

Uma entrada muito rápida de imigrantes enfraquece os laços de solidariedade e, a longo prazo, diminui os laços afectivos necessários para sustentar o estado de bem-estar social. "As pessoas sempre favorecerão as suas próprias famílias e comunidades", argumenta Goodhart, e "é tarefa de um liberalismo realista esforçar-se para uma definição de comunidade suficientemente ampla para incluir pessoas de diferentes origens, sem ser tão ampla que lhe retire o sentido".

Os liberais económicos e políticos são aliados na defesa da imigração irrestrita. Os liberais económicos consideram as fronteiras nacionais como obstáculos irracionais para a integração global dos mercados. Muitos liberais políticos consideram os Estados-nação e as lealdades que inspiram como obstáculos à integração política mais ampla da humanidade. Ambos apelam a obrigações morais que se estendem muito além das fronteiras culturais e físicas das nações.

Em causa está o debate mais antigo nas ciências sociais. As comunidades podem ser criadas pela política e pelos mercados, ou pressupõem um sentimento anterior de pertença?

Parece-me que qualquer pessoa que pense sobre estes assuntos é obrigada a concordar com Goodhart que a cidadania, para a maioria das pessoas, é algo em que se nasceu. Os valores são cultivados a partir de uma história e geografia específicas. Se a composição de uma comunidade for alterada muito rapidamente, as pessoas são arrancadas da sua própria história e perdem as suas raízes. A ansiedade dos liberais de não parecerem racistas não os deixa ver essas verdades. Uma explosão do que se chama agora populismo é o resultado inevitável.

A conclusão política que se pode retirar é banal, mas vale a pena reafirmá-la. A tolerância das pessoas para com a mudança e a adaptação não deve ser forçada além dos seus limites, apesar das diferenças que possam existir entre países. A imigração não deve ser forçada em demasia, porque, caso contrário, gerará hostilidade. Os políticos que falham na tarefa de "controlar as fronteiras" não merecem a confiança do seu povo.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Encontros Improváveis- Nadir Afonso (citação) e Álfheimer - Pretty (música e video)


"O homem volta-se para a geometria como as plantas se voltam para o sol: é a mesma necessidade de clareza" ~ Nadir Afonso


O Natal cuja celebração original era Celta/Pagã, celebrava, no solstício do inverno, o fim da obscuridade e o retorno da luz e da esperança.

Portanto o Natal é uma transição interior e de harmonia que faça sentido. Esperança, Partilha. Genuíno. Renovação. Tempo de ação.

Um feliz Natal para todo os meus leitores e amig@s.
Merry Eco-Xmas to all my followers and friends

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Documentário- "Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade" (dublado)


Um documentário dirigido por Kip Andersen e Keegan Kuhn, que trata de questões ambientais. Lançado em 26 de junho de 2014, o documentário debate sobre como a agropecuária intensiva tem contribuído para diminuição dos recursos naturais e aumento na emissão de gases.

Kip Andersen, protagoniza o papel de investigador onde vai a procura das organizações ambientais mais prestigiadas do mundo, como por exemplo, a Greenpeace, com a finalidade de questionar o porquê que tais organizações evitam ou temem falar sobre como a criação animal tem trazido impactos ao meio ambiente.

Contando com 1h30min de duração, o documentário trás diversos questionamentos, críticas e conclusões. Quem assiste pode sentir-se motivado a analisar as próprias práticas de consumo e pesquisar sobre os dados mostrados, seja para concordar ou discordar, o ponto é que, o documentário gera um senso crítico e de conscientização.

Saber mais:

Página Oficial 


Criticismo sobre o filme

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Estudo Internacional revela que os eucaliptos reduzem de forma dramática a biodiversidade do território


O investigador Daniel Montesinos, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), participou num estudo internacional, já publicado na revista "Global Ecology and Biogeography", juntamente com investigadores da Austrália, Chile, EUA e Índia.
Daniel Montesinos revela que "as substâncias químicas presentes nas folhas dos eucaliptos impedem o crescimento das raízes de outras espécies nativas, motivo pelo qual os eucaliptais contêm muita pouca biodiversidade fora da sua área nativa, na Austrália" e que "a plantação de eucaliptos é altamente prejudicial. O empobrecimento de espécies gerado pelos eucaliptos tem impacto em todo o ecossistema, por exemplo, ao nível do controlo da erosão dos solos ou da manutenção da biodiversidade".
O investigador, ressalva ainda que fora da Austrália, "ironicamente, algumas das espécies que de facto conseguem sobreviver debaixo dos eucaliptais são também espécies exóticas, criando um círculo vicioso de reduzida biodiversidade e espécies invasoras. Os resultados do trabalho mostram, já sem qualquer dúvida, o empobrecimento das superfícies plantadas com eucalipto, que mesmo que de longe possam ter uma aparência “verde”, são na realidade “desertos".

Fonte: Notícias de Coimbra

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Há cinco anos, o Brasil perdia Oscar Niemeyer, o Gênio do Concreto

Há cinco anos, o Brasil entrava em luto pela morte do artista que revolucionou a arquitetura moderna mundial e deu ao país um patrimônio que entrou para a história. Oscar Niemeyer (1907-2012) é considerado, ainda hoje, o maior arquiteto brasileiro. Reconhecido internacionalmente, o Gênio do Concreto deixou como legado a cidade que continua impressionando moradores e visitantes: Brasília.

A capital federal, maior e mais famosa obra de Niemeyer, é chamada pelo professor aposentado de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Carlos Cabral de "obra indelével". Cabral, paulista, veio para a cidade por influência do trabalho de Niemeyer ; queria aprender com o ícone.

O preferido do próprio Niemeyer, segundo o também professor da UnB Frederico Holanda, era o Congresso Nacional. Holanda lembra a genialidade do mestre também no projeto do Palácio Itamaraty, que resgata influências clássicas, como nas colunas ao redor, parecidas com o Partenon, na Grécia, e ao mesmo tempo homenageia o antigo palácio, no Rio de Janeiro, com arcos plenos (meio círculos) nas janelas.

No entanto, Holanda acredita que a verdadeira revolução de Niemeyer aconteceu antes mesmo de Brasília: no início da década de 1940, o carioca projetou o conjunto arquitetónico da Pampulha, em Belo Horizonte, e depois considerou esse o seu verdadeiro começo. "Ele introduz uma dimensão poética que não era comum e se insurgiu contra a linha dominante, mais racional, canônica, de modulações rígidas, traçados reguladores e ortogonalidade", explica o professor da UnB. Enquanto Le Corbusier, mestre e "guru assumido" de Niemeyer (ler Carta de Atenas)  e Lucio Costa, era racionalista, Oscar era poesia, imaginação e fantasia, segundo Holanda.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Ice Apocalypse


In a remote region of Antarctica known as Pine Island Bay, 2,500 miles from the tip of South America, two glaciers hold human civilization hostage.

Stretching across a frozen plain more than 150 miles long, these glaciers, named Pine Island and Thwaites, have marched steadily for millennia toward the Amundsen Sea, part of the vast Southern Ocean. Further inland, the glaciers widen into a two-mile-thick reserve of ice covering an area the size of Texas.

There’s no doubt this ice will melt as the world warms. The vital question is when.

The glaciers of Pine Island Bay are two of the largest and fastest-melting in Antarctica. (A Rolling Stone feature earlier this year dubbed Thwaites “The Doomsday Glacier.”) Together, they act as a plug holding back enough ice to pour 11 feet of sea-level rise into the world’s oceans — an amount that would submerge every coastal city on the planet. For that reason, finding out how fast these glaciers will collapse is one of the most important scientific questions in the world today.

To figure that out, scientists have been looking back to the end of the last ice age, about 11,000 years ago, when global temperatures stood at roughly their current levels. The bad news? There’s growing evidence that the Pine Island Bay glaciers collapsed rapidly back then, flooding the world’s coastlines — partially the result of something called “marine ice-cliff instability.”

The ocean floor gets deeper toward the center of this part of Antarctica, so each new iceberg that breaks away exposes taller and taller cliffs. Ice gets so heavy that these taller cliffs can’t support their own weight. Once they start to crumble, the destruction would be unstoppable.

“Ice is only so strong, so it will collapse if these cliffs reach a certain height,” explains Kristin Poinar, a glaciologist at NASA’s Goddard Space Flight Center. “We need to know how fast it’s going to happen.”

In the past few years, scientists have identified marine ice-cliff instability as a feedback loop that could kickstart the disintegration of the entire West Antarctic ice sheet this century — much more quickly than previously thought.

Minute-by-minute, huge skyscraper-sized shards of ice cliffs would crumble into the sea, as tall as the Statue of Liberty and as deep underwater as the height of the Empire State Building. The result: a global catastrophe the likes of which we’ve never seen.

Ice comes in many forms, with different consequences when it melts. Floating ice, like the kind that covers the Arctic Ocean in wintertime and comprises ice shelves, doesn’t raise sea levels. (Think of a melting ice cube, which won’t cause a drink to spill over.)

Land-based ice, on the other hand, is much more troublesome. When it falls into the ocean, it adds to the overall volume of liquid in the seas. Thus, sea-level rise.

Antarctica is a giant landmass — about half the size of Africa — and the ice that covers it averages more than a mile thick. Before human burning of fossil fuels triggered global warming, the continent’s ice was in relative balance: The snows in the interior of the continent roughly matched the icebergs that broke away from glaciers at its edges.

Now, as carbon dioxide traps more heat in the atmosphere and warms the planet, the scales have tipped.

A wholesale collapse of Pine Island and Thwaites would set off a catastrophe. Giant icebergs would stream away from Antarctica like a parade of frozen soldiers. All over the world, high tides would creep higher, slowly burying every shoreline on the planet, flooding coastal cities and creating hundreds of millions of climate refugees.

All this could play out in a mere 20 to 50 years — much too quickly for humanity to adapt.

“With marine ice cliff instability, sea-level rise for the next century is potentially much larger than we thought it might be five or 10 years ago,” Poinar says.

A lot of this newfound concern is driven by the research of two climatologists: Rob DeConto at the University of Massachusetts-Amherst and David Pollard at Penn State University. A study they published last year was the first to incorporate the latest understanding of marine ice-cliff instability into a continent-scale model of Antarctica.

Their results drove estimates for how high the seas could rise this century sharply higher. “Antarctic model raises prospect of unstoppable ice collapse,” read the headline in the scientific journal Nature, a publication not known for hyperbole.

Instead of a three-foot increase in ocean levels by the end of the century, six feet was more likely, according to DeConto and Pollard’s findings. But if carbon emissions continue to track on something resembling a worst-case scenario, the full 11 feet of ice locked in West Antarctica might be freed up, their study showed.

Three feet of sea-level rise would be bad, leading to more frequent flooding of U.S. cities such as New Orleans, Houston, New York, and Miami. Pacific Island nations, like the Marshall Islands, would lose most of their territory. Unfortunately, it now seems like three feet is possible only under the rosiest of scenarios.

At six feet, though, around 12 million people in the United States would be displaced, and the world’s most vulnerable megacities, like Shanghai, Mumbai, and Ho Chi Minh City, could be wiped off the map.

At 11 feet, land currently inhabited by hundreds of millions of people worldwide would wind up underwater. South Florida would be largely uninhabitable; floods on the scale of Hurricane Sandy would strike twice a month in New York and New Jersey, as the tug of the moon alone would be enough to send tidewaters into homes and buildings.

DeConto and Pollard’s breakthrough came from trying to match observations of ancient sea levels at shorelines around the world with current ice sheet behavior.

Around 3 million years ago, when global temperatures were about as warm as they’re expected to be later this century, oceans were dozens of feet higher than today.

Previous models suggested that it would take hundreds or thousands of years for sea-level rise of that magnitude to occur. But once they accounted for marine ice-cliff instability, DeConto and Pollard’s model pointed toward a catastrophe if the world maintains a “business as usual” path — meaning we don’t dramatically reduce carbon emissions.

Rapid cuts in greenhouse gases, however, showed Antarctica remaining almost completely intact for hundreds of years.

Pollard and DeConto are the first to admit that their model is still crude, but its results have pushed the entire scientific community into emergency mode.

“It could happen faster or slower, I don’t think we really know yet,” says Jeremy Bassis, a leading ice sheet scientist at the University of Michigan. “But it’s within the realm of possibility, and that’s kind of a scary thing.”

Scientists used to think that ice sheets could take millennia to respond to changing climates. These are, after all, mile-thick chunks of ice.

The new evidence, though, says that once a certain temperature threshold is reached, ice shelves of glaciers that extend into the sea, like those near Pine Island Bay, will begin to melt from both above and below, weakening their structure and hastening their demise, and paving the way for ice-cliff instability to kick in.

In a new study out last month in the journal Nature, a team of scientists from Cambridge and Sweden point to evidence from thousands of scratches left by ancient icebergs on the ocean floor, indicating that Pine Island’s glaciers shattered in a relatively short amount of time at the end of the last ice age.

The only place in the world where you can see ice-cliff instability in action today is at Jakobshavn glacier in Greenland, one of the fastest-collapsing glaciers in the world. DeConto says that to construct their model, they took the collapse rate of Jakobshavn, cut it in half to be extra conservative, then applied it to Thwaites and Pine Island.

But there’s reason to think Thwaites and Pine Island could go even faster than Jakobshavn.

Right now, there’s a floating ice shelf protecting the two glaciers, helping to hold back the flow of ice into the sea. But recent examples from other regions, like the rapidly collapsing Larsen B ice shelf on the Antarctic Peninsula, show that once ice shelves break apart as a result of warming, their parent glaciers start to flow faster toward the sea, an effect that can weaken the stability of ice further inland, too.

“If you remove the ice shelf, there’s a potential that not just ice-cliff instabilities will start occurring, but a process called marine ice-sheet instabilities,” says Matthew Wise, a polar scientist at the University of Cambridge.

This signals the possible rapid destabilization of the entire West Antarctic ice sheet in this century. “Once the stresses exceed the strength of the ice,” Wise says, “it just falls off.”

And, it’s not just Pine Island Bay. On our current course, other glaciers around Antarctica will be similarly vulnerable. And then there’s Greenland, which could contribute as much as 20 feet of sea-level rise if it melts.

Next to a meteor strike, rapid sea-level rise from collapsing ice cliffs is one of the quickest ways our world can remake itself. This is about as fast as climate change gets.

Still, some scientists aren’t fully convinced the alarm is warranted. Ted Scambos, lead scientist at the National Snow and Ice Data Center in Colorado, says the new research by Wise and his colleagues, which identified ice-cliff instabilities in Pine Island Bay 11,000 years ago, is “tantalizing evidence.” But he says that research doesn’t establish how quickly it happened.

“There’s a whole lot more to understand if we’re going to use this mechanism to predict how far Thwaites glacier and the other glaciers are going to retreat,” he says. “The question boils down to, what are the brakes on this process?”

Scambos thinks it is unlikely that Thwaites or Pine Island would collapse all at once. For one thing, if rapid collapse did happen, it would produce a pile of icebergs that could act like a temporary ice shelf, slowing down the rate of retreat.

Despite the differences of opinion, however, there’s growing agreement within the scientific community that we need to do much more to determine the risk of rapid sea-level rise. In 2015, the U.S. and U.K. governments began to plan a rare and urgent joint research program to study Thwaites glacier. Called “How much, how fast?,” the effort is set to begin early next year and run for five years.

Seeing the two governments pooling their resources is “really a sign of the importance of research like this,” NASA’s Poinar says.

Given what’s at stake, the research program at Thwaites isn’t enough, but it might be the most researchers can get. “Realistically, it’s probably all that can be done in the next five years in the current funding environment,” says Pollard.

He’s referring, of course, to the Trump administration’s disregard for science and adequate scientific funding; the White House’s 2018 budget proposal includes the first-ever cut to the National Science Foundation, which typically funds research in Antarctica.

“It would be sensible to put a huge effort into this, from my perspective,” Pollard says. Structural engineers need to study Antarctica’s key glaciers as though they were analyzing a building, he says, probing for weak spots and understanding how exactly they might fail. “If you vastly increase the research now, [the cost] would still be trivial compared to the losses that might happen.”

Bassis, the ice sheet scientist at the University of Michigan, first described the theoretical process of marine ice-cliff instability in research published only a few years ago.

He’s 40 years old, but his field has already changed enormously over the course of his career. In 2002, when Bassis was conducting his PhD research in a different region of Antarctica, he was shocked to return to his base camp and learn that the Larsen B ice shelf had vanished practically overnight.

“Every revision to our understanding has said that ice sheets can change faster than we thought,” he says. “We didn’t predict that Pine Island was going to retreat, we didn’t predict that Larsen B was going to disintegrate. We tend to look at these things after they’ve happened.”

There’s a recurring theme throughout these scientists’ findings in Antarctica: What we do now will determine how quickly Pine Island and Thwaites collapse. A fast transition away from fossil fuels in the next few decades could be enough to put off rapid sea-level rise for centuries. That’s a decision worth countless trillions of dollars and millions of lives.

“The range of outcomes,” Bassis says, “is really going to depend on choices that people make.”

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Paradise Papers: The True Story Behind The Secret Nine-Month Investigation


Os Paradise Papers são um conjunto de 13,4 milhões de documentos eletrónicos confidenciais de natureza fiscal que foram enviados ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O jornal os compartilhou com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, e alguns detalhes foram divulgados em 5 de novembro de 2017. Wikipédia

Dia Mundial da Diabetes



Efeméride, assinalada dia 14, pretende sensibilizar sobre a doença.

O Dia Mundial da Diabetes é comemorado a 14 de novembro, em memória do dia de aniversário de Frederick Banting, que, juntamente com Charles Best, foi o responsável pela descoberta da insulina em 1922.

Este dia visa consciencializar as pessoas sobre a doença e divulgar as ferramentas para a prevenção da diabetes, que tem tido um aumento alarmante de casos no mundo.

Todos os anos, a Federação Internacional da Diabetes (Internacional Diabetes Federation – IDF, sigla em inglês) escolhe um tema para alertar para as problemáticas e necessidades que enfrentam os doentes diabéticos. Para 2018 – 2019 o tema é «A Família e a Diabetes».

Foi escolhido o período de dois anos para melhor alinhar do Dia Mundial da Diabetes ao atual plano estratégico da IDF e facilitar o planeamento, o desenvolvimento, a promoção e a participação. As ações da campanha terão como objetivo:

  • Aumentar a consciencialização sobre o impacto que a Diabetes tem sobre a família e a rede de apoio das pessoas afetadas.
  • Promover o papel da família na gestão, cuidado, prevenção e educação para a Diabetes.

 

A IDF estima que existam 425 milhões de pessoas a viver com diabetes e que cerca de metade desconhece esse diagnóstico, sendo maioritariamente casos de diabetes tipo 2.

Programa Nacional para a Diabetes prevê a aposta na prevenção

A diabetes é uma doença crónica e progressiva, associada a elevados custos sociais e dos sistemas de saúde.

De acordo com o Relatório do Programa Nacional para a Diabetes 2017, em Portugal estima-se que a diabetes afete 13,3% da população com idades entre os 20-79 anos, das quais 44% desconhecem ter a doença. Diariamente são diagnosticados com diabetes em Portugal cerca de 200 novos doentes.

Estima-se que a diabetes afete mais de 1 milhão de portugueses enquanto a «pré-diabetes» afetará cerca de 2 milhões.

O Programa Nacional para a Diabetes da Direção-Geral da Saúde (DGS) prevê a aposta na prevenção e tratamento atempado das complicações da diabetes, proporcionando a todas as pessoas o acesso aos melhores cuidados de saúde, meios de diagnóstico, tratamento e reabilitação. Para 2017-2018 foi estabelecido o objetivo de aumentar a percentagem de doentes com Rastreio de Retinopatia Diabética efetuado. Neste sentido foram rastreados 198.400 utentes em 2017, o que representou um aumento relativamente a 2016 (158.115 rastreados).

Para saber mais, consulte:

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Al Gore: Nada Pode Deter a Revolução Verde


Com o seu documentário de 2006, Uma Verdade Inconveniente, Al Gore,  o antigo vice-presidente dos Estados Unidos, garantiu a atenção do público para a ameaça das alterações climáticas. Este julho, estreia nos cinemas An Inconvenient Sequel. Gore, 69 anos, diz que a fasquia está mais elevada, mas as soluções são mais claras.

Quais acha serem os mal-entendidos do público relativamente às alterações climáticas?

Penso que a grande maioria das pessoas entende que as alterações climáticas são um desafio extremamente importante, que os seres humanos são responsáveis por isso e que temos de agir rapidamente e de forma decisiva para conseguir resolver o assunto. Os argumentos mais persuasivos vieram da Mãe Natureza. Os eventos meteorológicos extremos são cada vez mais frequentes e severos, e é cada vez mais difícil ignorar o que está a acontecer. E mesmo aqueles que não querem utilizar as palavras “ aquecimento global” ou “crise climática” estão a encontrar maneiras de dizer, “sim, temos de mudar para energia solar, eólica, baterias, carros elétricos e por aí a diante”. Temos tanto em risco.

Porque surgiram divergências políticas tão acutilantes sobre as alterações climáticas?

Há um antigo ditado popular no Tennessee que diz: “se vires uma tartaruga no cimo do poste de uma vedação, podes ter a certeza de que não chegou ali sozinha”. Uma maioria determinada – com apoio financeiro ativo de alguns dos grandes poluidores de carbono – atrasou o progresso durante uns tempos. Utilizaram o poder dos lobbies e ameaças de financiar opositores, utilizaram as mesmas técnicas que já vimos utilizar no passado pelas grandes tabaqueiras para criar falsas dúvidas. Todos nós somos vulneráveis ao que os psicólogos chamam “negação”: se alguma coisa é desconfortável, é mais fácil afastá-la, é mais fácil não nos envolvermos. Mas a solução é ouvir e aproximarmo-nos das pessoas a partir de onde elas estão.

Disse publicamente que a saída do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas preconizada pela Administração Trump era uma “ação irresponsável e indefensável.” Qual é o caminho agora?

Mesmo que Trump consiga eliminar medidas que ajudem os EUA a reduzir as emissões, os desenvolvimentos no mercado — como a queda continuada do custo da eletricidade renovável — fazem com que os EUA possam atingir os objetivos definidos para os EUA no Acordo de Paris não obstante as ações de Trump. A Califórnia e Nova Iorque estão a progredir mais rapidamente do que o exigido pelo Plano de Energia Limpa. E há um número crescente de cidades que está a progredir ainda mais rapidamente. Além disso, a comunidade empresarial está muito à frente da comunidade política e muitas empresas orientadas para o consumo estão a prometer usar energia 100% renovável.

E o papel da China?

A China está a evoluir de forma bastante impressionante. Este é o quarto ano em que regista uma redução de emissões de dióxido de carbono e o terceiro em que apresenta uma queda no uso de carvão. No final deste ano, vai implementar um teto para as emissões e um plano de comércio. É líder mundial no fabrico de painéis solares e de turbinas eólicas, comboios rápidos e redes elétricas inteligentes. A China mostrou uma liderança forte neste tema.

O documentário Uma Verdade Inconveniente teve uma enorme ressonância em 2006 e ajudou a que se atingisse um momento de viragem no que respeita à sensibilização para as mudanças climáticas. Porque acha que isto aconteceu?

Dou grande parte do mérito a David Guggenheim, realizador do filme. Sinto-me envergonhado ao admitir que não achava que fazer o filme fosse boa ideia. Não acreditava que fosse possível transformar uma apresentação de diapositivos num filme. Mas ele convenceu-me e fez um trabalho fantástico.

O primeiro filme juntava partes de uma série de estudos científicos que mostravam que era preciso tomar medidas para parar o aquecimento global de responsabilidade humana, pelo que se tratou de uma feliz confluência de acontecimentos. Mas, depois, os grandes poluidores de carbono congregaram-se e começaram a aplicar muito mais dinheiro em campanhas de negação das mudanças climáticas e em argumentos pseudocientíficos falsos e, ajudados pelas contribuições e pelo dinheiro de grupos de pressão, conseguiram travar os progressos. Mais recentemente, voltamos a tomar as rédeas da iniciativa.

Qual é o seu objetivo neste novo filme, An Inconvenient Sequel?

O meu principal objetivo é contribuir para a dinâmica atual. Cem por cento dos proveitos do filme, e do livro, que estamos a fazer serão destinados à formação de mais ativistas do clima. Foi também o que aconteceu com o primeiro filme.

No novo filme, uma cena muito forte mostra o Al Gore a visitar a cidade conservadora de Georgetown, no Texas, onde o presidente da câmara republicano, Dale Ross, tem vindo a encetar esforços para que a cidade dependa de energia 100 por cento renovável. Parece que se deu muito bem com Ross. Como é que isso aconteceu?

A ligação foi estabelecida do ponto de vista humano, apesar de pertencermos a partidos diferentes. Ele é contabilista certificado, pelo que consegue perceber claramente o dinheiro que os cidadãos da cidade a que preside poderiam poupar se desse o arrojado passo de usar eletricidade 100% renovável. Esta oportunidade de poupar o dinheiro das pessoas e, ao mesmo tempo, reduzir a poluição está a ficar disponível em todo o mundo.

Qual é o segredo para trabalhar com pessoas que podem não concordar consigo em muitos aspetos?

Bem, é preciso ouvir as pessoas e falar com elas tendo em conta aquilo que pensam naquele momento. Acho que à medida que fui envelhecendo fui aprendendo a fazê-lo um pouco melhor. A Mãe Natureza é uma grande aliada quando tentamos convencer as pessoas sobre a seriedade de tudo isto, mas o mercado também o é.

No novo filme, diz que considera as recentes contrariedades na causa climática um fracasso pessoal. Pode explicar-nos porquê?

Houve momentos em que pensei que poderia ter feito mais. Se nos dedicamos a algo e não vemos o objetivo a concretizar-se, temos a tentação de pensar que talvez tenhamos falhado. Em alguns momentos mais sombrios da última década, não consegui deixar de pensar que estávamos a perder esta batalha. Não é o que penso neste momento. Acredito que vamos vencer esta luta.

Alguns ambientalistas dizem que é o mensageiro errado na causa do clima devido à sua filiação e história partidária, tal como Hillary Clinton pode ter sido a mensageira errada em novembro último. Dizem que o Al Gore afasta muitas pessoas. O que tem a dizer sobre isso?

A ciência social refuta esse argumento. O que fez crescer o negacionismo climático foi a grande recessão de 2008 e as despesas cada vez maiores dos partidários do negacionismo. Recentemente, verificou-se um regresso aos níveis de apoio público à ação sobre a crise climática que se registaram depois do lançamento de Uma Verdade Inconveniente.

O que é que o assusta mais no futuro?

Embora estejamos a vencer esta luta, não o estamos a fazer tão rapidamente quanto necessário. A acumulação continuada de poluição humana causadora de aquecimento global vem aumentar os danos que irão repercutir-se no futuro. Algumas das mudanças não são recuperáveis. Não podemos simplesmente ligar o interruptor e reverter o derretimento dos grandes mantos de gelo.

O que lhe dá esperança para o futuro?

Há muitas pessoas pelo mundo a trabalhar sobre esse assunto e isso deixa-me muito otimista. Seria uma grande ajuda ter políticas e leis que acelerassem a nossa resposta. Mas as forças dos mercados estão a trabalhar a nosso favor. A energia solar, a energia eólica e outras energias estão a ficar cada vez mais baratas e melhores. Mais cidades e empresas se estão a converter às energias 100% renováveis. Acredito que não há nada que possa deter a revolução da sustentabilidade.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

The model for recycling our old smartphones is actually causing massive pollution

Millions of new iPhones will be sold this month. What really happens to the millions that get thrown out?


This fall, iPhone 8s and Xs are hitting shelves across North America, setting in motion that most time-honored of rituals — the smartphone funeral.

Around 1.5 billion phones are sold a year, which means about as many get the heave-ho. With little ceremony, we shove them into drawers or pack them away into boxes.

Occasionally, we might just throw them away. We feel sheepish about it, and for good reason: Once trashed, they end up in landfills, leaching toxic chemicals into the soil. In fact, electronics account for up to 70 percent of landfills’ toxic waste.

To avoid this guilt, we try to take our phones — not to mention all those broken printers, dead Fitbits and cracked iPads — to recycling centers. Driving away after such a drop-off feels good: We did the responsible, eco-friendly thing.

But what happens to these devices after we leave? The answer is complicated and, in most cases, far from eco-friendly. Welcome to the murky world of e-waste “recycling,” a.k.a. the sordid afterlife of your smartphone.

The myth of e-waste “recycling”

If the recycler is a reputable organization, it first checks to see whether your electronics can be refurbished and reused. If so, they’ll be scrubbed of data (hopefully) and either donated or resold on the secondary market. Devices that won’t sell in the U.S. are typically shipped to distributors in South America or Asia. (Remember the Motorola Razr? Long after its popularity faded, there was a booming market for it in Latin America.)

Only when it’s cheaper for companies to reuse component parts — rather than manufacturing from scratch — will our old phones truly meet a better fate.

If the electronics are past the point of no return, they’re sent to recycling plants and put through powerful, all-purpose shredders. Metal components are then shipped to one of a handful of registered smelters, where they’re melted down. A few precious metals from the circuit boards, including gold and palladium, are recovered from the molten liquid, but the vast majority of materials are left to burn, releasing chloride, mercury and other vapors into the atmosphere.

But smelting is still a “good” option, if only because the alternatives are far worse. For nearly every above-board recycler, there’s a corresponding organization that makes money by collecting e-waste, packing it into shipping containers and selling it through a shadowy network of middlemen to scrapyards in countries such as China, India, Ghana and Pakistan.

The environmental cost of such a transaction is high — but the human cost is higher. Walk the streets of e-graveyards like Agbobloshie in West Africa or similar sites in Asia or another part of the developing world, and you’ll see hundreds, if not thousands, of microentrepreneurs, essentially cooking printed circuit boards to extract the metals within. From experience, I can say that the smell in the air is dizzying, and sticks in your nostrils and throat for days.

In the process, these workers are exposed to nickel, cadmium and mercury, among other toxic fumes, which leak into the surrounding air, ground and drinking water. This can lead to a wide variety of serious, sometimes life-threatening health problems, including cancers and birth defects.

Searching for a better afterlife for our smartphones

Environmental and human costs aside, there’s another glaring problem with how we currently treat end-of-life electronics. When we toss our gadgets in the trash, the gold in the circuit board goes with them. Though the amounts in any one phone are minute, the aggregate adds up: It’s estimated that the gold in the world’s e-waste equals as much as 11 percent of the total amount mined each year — literally millions of pounds of gold chucked in the garbage.

In response to these concerns, some manufacturers and retailers are starting to take steps in the right direction. Apple, Samsung, Best Buy and Amazon incentivize consumers to return old devices in exchange for cash or gift cards. (Hand over a non-cracked iPhone 6, for example, and you’ll get $145.) Yet one of the big obstacles remains technology. The trace amounts of minerals inside a typical phone simply don’t justify the enormous expense of extraction.

Our best hope lies in a much bigger shift in perspective: Having manufacturers design expressly with reusability in mind. This cradle-to-cradle approach to production is a cornerstone of the circular economy movement. Apple and other companies, for instance, have come under pressure to make screens, batteries and other components easier to replace and upgrade. “Fair trade phones,” with modular components, are still a novelty but gaining a foothold. A loftier goal: Smartphones that separate into component parts at the touch of a button, freeing up materials to reenter the supply chain.

The tipping point, as is often the case, will come down to economics. Only when it’s cheaper for companies to reuse component parts — rather than manufacturing from scratch—will our old phones truly meet a better fate. In the meantime, nearly 100 million pounds of toxic e-waste is generated each year. As a new wave of iPhones (not to mention Galaxies and Huaweis) floods the market, it’s time we found a way to let our old phones rest in peace, once and for all.

Peter Holgate is a circular-economy thought leader and the founder of Ronin8 Technologies. Reach him @peterjholgate

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Dia Mundial da Poupança



O Dia Mundial da Poupança celebra-se anualmente a 31 de outubro.

Origem da data

O Dia Mundial da Poupança foi criado com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar gastos e de amealhar alguma liquidez, de forma a evitar situações de sobre-endividamento.

A ideia de criar uma data especial para promover a noção de poupança surgiu em outubro de 1924, durante o primeiro Congresso Internacional de Economia, em Milão. Todos os anos são organizadas diferentes atividades neste dia. Os eventos deste dia podem ser conhecidos no site oficial da data.

Poupança em tempos de crise

Muitos portugueses alegam que não fazem qualquer tipo de poupança, diária, semanal, mensal ou anual. Em outubro de 2015 tinham chegado à DECO 26.035 pedidos de famílias sobre-endividadas.

Contudo, alguns estudos mostram que é em períodos de crise que se registam os maiores índices de poupança. Empresas e famílias portuguesas fazem esforços para reduzir custos e conseguir poupar.
Ferramentas de poupança

Para auxiliar e facilitar a poupança, existem cada vez mais ferramentas e técnicas de poupança, fornecidas por entidades bancárias, governos e economistas. Para ajudar à poupança existem várias aplicações financeiras gratuitas que podem ser instaladas no smartphone. Na internet encontra também vários sites destinados à poupança.