sexta-feira, 29 de março de 2019

quinta-feira, 28 de março de 2019

Is Climate Change the End? And if so, the End of What?


Naomi Oreskes: “Quando ignoramos os dados científicos, pomo-nos em perigo”

Descoberta nova espécie de abelha em Portugal

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Foi um acaso feliz. A primeira e única vez que Ana Gonçalves esteve nas margens do rio Vascão, perto de Mértola, em trabalho de campo, para coletar insetos, foi na primavera de 2016. Mas saiu-lhe logo a sorte grande dos biólogos: descobriu uma nova espécie. Neste caso, uma nova abelha, que tem, além disso, a particularidade de ser única na Europa.

Ana Gonçalves, que está neste momento a fazer o mestrado em Biologia da Conservação, na Universidade de Lisboa, não se apercebeu na altura de que tinha um pequeno tesouro científico nas mãos. Nem podia. Como sempre fazia com as abelhas, enviou o exemplar para David Baldock, um inglês que estava na época a completar o catálogo das abelhas de Portugal - e não pensou mais no assunto. Só que, as coisas acabaram por se desenvolver de forma inesperada.

Intrigado com a aparência um pouco bizarra daquela abelha, David Baldock decidiu enviá-la para um especialista francês em entomologia, Gerard Le Goff, que a estudou. E, um belo dia, no ano passado, Ana Gonçalves recebeu um telefonema de Le Goff. A abelha, disse ele, era uma nova espécie, era necessário fazer a sua publicação.

A campanha para tornar o ecocídio num crime foi o trabalho da vida da advogada e visionária britânica Polly Higgins, já falecida

Ela passou a sua última década a fazer com que a palavra “ecocídio” fosse entendida globalmente, dando palestras, fazendo documentários e aconselhando governos. Ao longo do caminho, inspirou milhares, desde parlamentares a ecologistas e de advogados a artistas. Dedicou todo o seu tempo e espírito insaciável a apenas um cliente - a Terra.

A Polly foi diagnosticada com cancro do pulmão em fase terminal em Março de 2019. Ela faleceu pacificamente apenas um mês mais tarde, no Domingo de Páscoa, 21 de Abril. O seu calor, determinação e positividade permaneceram inalterados até ao fim, e ela viveu para ver o seu apelo para Stop Ecocídio ser levado para as ruas pelo movimento Extinction Rebellion.

O Seu Legado Continua

A equipa cresceu rapidamente desde a partida de Polly e é agora coordenada pela sua colega mais próxima Jojo Mehta (que fala no vídeo). Estamos totalmente empenhados em levar por diante este trabalho - com a sua ajuda e a de muitos milhares de Protetores da Terra por todo o mundo.

UMA LEI QUE PODE MUDAR A HISTÓRIA

O espírito de Polly vive em todos aqueles que sabem que os graves danos para a Terra devem ser identificados - e prevenidos. É o nosso papel garantir que destruir a natureza se torne num crime. Não será então apenas a lei que mudará, mas todo o curso da história...
 
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A TRIBUTE TO POLLY HIGGINS

“Porque esperamos até que alguém tenha falecido antes de o honrarmos? Creio que devemos superar o nosso embaraço, e dizê-lo enquanto eles ainda estão connosco. Neste espírito, quero falar-vos do trabalho de Polly Higgins, que está a mudar o mundo”

George Monbiot 28 de Março de 2019

Para mais informações sobre a Polly vá a PollyHiggins.com



DARE TO BE GREAT


To celebrate the life and work of our late co-founder, Polly Higgins, her third book, Dare To Be Great has been republished by Flint Books.

With inspiring forewards by Marianne Williamson and afterwards by Michael Mansfield QC and Dr Jane Goodall DBE.
You will find more information here

quarta-feira, 27 de março de 2019

Não corte já as "ervas daninhas". As abelhas agradecem

Investigadores desaconselham o corte da vegetação espontânea que cresce nos relvados ou entre os muros da cidade porque assim se retiram recursos a insectos importantes para o equilíbrio dos ecossistemas.
Fonte de imagem e notícia aqui

Mal começa a Primavera, há uma tarefa que se repete por todo o lado: cortar ou atirar um químico qualquer para aniquilar as ervas daninhas e as flores selvagens que delas rebentam entre os passeios de casa ou as pedras e muros das cidades, ou florescem nos relvados citadinos. E se, com esta rotineira acção, estivéssemos a prejudicar insectos polinizadores como as abelhas? E se, com isso, nos estivéssemos também a prejudicar? Algumas das plantas favoritas destes insectos, que ajudam na reprodução da flora, são as mal-amadas ervas daninhas. É por isso que entomólogos (estudiosos dos insectos) desaconselham que se cortem estas plantas mal começam a florescer. Dessa forma, estão a retirar-se recursos a estes bichos tão importantes para o equilíbrio dos ecossistemas.

“É muito comum vermos uma zona relvada e nesta altura do ano começam a aparecer algumas flores espontaneamente e são imediatamente cortadas porque as pessoas querem ver um relvado e não um prado”, diz Carla Rego, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

No entanto, sustenta Carla Rego, é preciso não pensar nesta vegetação como ervas daninhas: “Eu não gosto do termo ervas daninhas. É vegetação espontânea e tem o seu papel a cumprir nos ecossistemas, mesmo num meio urbano”, sublinha.

Segundo a investigadora, que é também membro da Sociedade Portuguesa de Entomologia, “cerca de 80% dos alimentos de origem vegetal” que se ingerem dependem do processo de polinização. “As pessoas não têm consciência disso. Cada vez mais estamos a tirar recursos destes insectos que são bastante importantes para os ecossistemas”, nota.

O alerta ganha outra dimensão se se tiver em conta que o mundo atravessa “um momento de grande crise em termos de perda de biodiversidade de insectos, sobretudo também de polinizadores”, diz a investigadora.

Declínio dos insectos
A perda de biodiversidade de polinizadores, não está a acontecer a uma escala local, nem sequer europeia. É uma “crise” que se está a verificar a nível mundial independentemente do tipo de habitat. “É um aspecto bastante preocupante porque nós vivemos dentro de um ecossistema e estamos todos muito interdependentes. Dependemos das plantas, dos insectos. Esta perda que estamos a observar pode ter consequências muito grandes para o nosso futuro”, nota Carla Rego.

Este declínio do número de insectos é causado, em grande parte, pelas alterações climáticas mas tudo depende de uma conjugação de factores: a intensificação da agricultura, o crescimento das áreas urbanas e a perda de área verde e a utilização intensiva de herbicidas e pesticidas

“Quando começamos a aplicar um produto químico, o fabricante escreve os efeitos que considera benéficos contra as pragas agrícolas, mas cada vez há mais indicações de que existem efeitos secundários que vão afectar outros insectos e organismos”, explica a investigadora. “Há menos insectos porque acabam por ser sensíveis aos pesticidas aplicados”, diz. E se há menos insectos, também vão existir, por exemplo, menos aves.

Apesar deste cenário, as cidades podem ter o seu papel e criar pequenos redutos para estes bichos.

Saber mais:
Projecto EUA-Canadá: "Lawn to Widflowers"

terça-feira, 26 de março de 2019

#Trashtag Challenge: o desafio online que está levando internautas a recolherem lixo em locais públicos

Foto e notícia aqui

Não é sempre que uma hashtag viraliza para além das redes sociais.

Mas um desafio online que estimula participantes a recolher lixo de locais públicos tem levado dezenas de milhares de pessoas a fazer exatamente isso.

No chamado "Trashtag Challenge" - algo como hashtag "Desafio do Lixo", em português - os participantes escolhem um lugar poluído, limpam esse local e postam fotos mostrando o antes e o depois.

A iniciativa tem ajudado a mudar o cenário em praias, parques e estradas e também a conscientizar sobre a quantidade de lixo plástico que produzimos.

Como surgiu o Trashtag Challenge

O Trashtag Challenge não é um desafio novo. Foi criado em 2015 pela fabricante de produtos de camping UCO Gear, como parte de uma campanha para proteger áreas silvestres.

Mas foi com um post publicado na semana passada no Facebook, voltado a "adolescentes entediados", que aparentemente a ideia ganhou novo fôlego e a hashtag acabou viralizando.

"Aqui está um novo #desafio para vocês, adolescentes entediados. Tire uma foto de uma área que precise de alguma limpeza ou manutenção, depois tire uma foto mostrando o que fez em relação a isso e poste a imagem. Aqui estão as pessoas fazendo isso #BasuraChallenge #trashtag Challenge, junte-se à causa. #BasuraChallengeAZ", diz a postagem.
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Nas redes sociais, imagens de ações realizadas por participantes começaram então a se espalhar.

"Eu não tenho foto de antes e depois, mas aqui estão imagens com a minha família apanhando lixo na marginal da rodovia, sempre que paramos para descansar", postou uma usuária do Twitter, da Argélia, com a hashtag do desafio.


Na Índia, outros usuários usaram o Instagram para mostrar que também estão participando. Mais de 25 mil postagens apareceram na rede social com a hashtag #trashtag - variações incluíam #trashtagchallenge e #trashchallenge.

Em espanhol, ela foi traduzida como #BasuraChallenge.

"Aqui estamos.. Com uma pequena contribuição para o meio ambiente... Nós tentamos recolher parte do plástico que a população local jogou em Laldhori, Junagadh, uma das áreas mais bonitas de Girnar (na Índia)", disse um dos que aderiram.

"É nosso humilde dever manter o MEIO AMBIENTE LIMPO E VERDE e LIVRE do lixo de PLÁSTICO e de outros tipos de LIXO, para que a próxima geração possa desfrutar da beleza original de GIRNAR".Presentational white space
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Este outro grupo em Novosibirsk, na Rússia, disse ter enchido 223 sacolas com lixo, das quais 75% seriam enviadas para reciclagem.
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Usuários no Brasil também comentaram o assunto, elogiando o desafio como "um que realmente vale à pena".

Há quem tenha aderido à iniciativa, como esta internauta de Curitiba:
E este outro do México, que partiu para a ação: "Hoje completamos o primeiro dia em que nos propusemos a limpar um terreno baldio bem grande, em que colônias vizinhas se acostumaram a jogar lixo e entulho. Anexo o pequeno primeiro avanço. Aceita-se ajuda para os próximos dias de limpeza. #basurachallenge", postou ele.
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E quais serão os rumos dessa história?

"Tirar o plástico do meio ambiente é importante", disse Mark Butler, diretor de políticas do Centro Canadense de Ação Ecológica (EAC, da sigla em inglês), ao jornal Star de Halifax.

"Mas nós precisamos fazer mais do que apenas ir atrás de quem está jogando esse lixo e mais do que limpar essas áreas. Nós precisamos fechar a torneira do plástico", disse ele, se referindo à produção desse tipo de resíduo e acrescentando que espera que a campanha leve a mudanças fundamentais sobre plásticos descartáveis, por exemplo.

"Existe a hierarquia dos resíduos, que é recusar, reduzir, reutilizar, reciclar. Se nós não fizermos isso, tudo o que vai nos restar é ficar recolhendo o lixo sem parar."

segunda-feira, 25 de março de 2019

Manifesto por uma Floresta Discriminada

Para: Sociedade

O SEU APOIO É MUITO IMPORTANTE 
Imagine o leitor uma floresta natural madura e longeva no espaço que hoje é Portugal. As árvores são, naturalmente, uma componente estrutural dominante, mas não exclusiva dessa floresta. Entre a restante vegetação há várias outras espécies, quer arbustivas quer herbáceas, e organismos mais simples como os musgos. Haverá árvores de todas as idades, mas são as árvores centenárias que dominam o ecossistema, não apenas pela sua dimensão, mas também porque, no seu longo processo de decadência e finalmente morte, abrigam todo um universo de seres vivos. Os organismos decompositores – bactérias, fungos, microinverterbrados – pululam na manta morta proveniente da folhagem que se desprende cada ano, e transformam a matéria orgânica, permitindo que os nutrientes sejam gradualmente libertados e disponibilizados às raízes das plantas vivas. Desta complexa teia dependem todos os animais da floresta, desde os microscópicos, que vivem no solo e na matéria vegetal morta, aos que dependem das folhas e dos frutos, aos roedores e aos herbívoros. Animais de tamanho e visibilidade crescente à medida que percorremos a cadeia alimentar, culminando nos predadores, mamíferos e aves, diurnos e noturnos. 

O leitor deverá agora ter em conta que apenas pode imaginar uma floresta assim em Portugal, pois no nosso país as florestas primárias foram todas destruídas pelo Homem ao longo dos milénios. Sim, foram destruídas, mas outras vezes apenas alteradas na sua composição, e em situações mais raras foram apenas pouco alteradas, permitindo-nos ter um vislumbre das antigas florestas que acompanharam as diferentes civilizações que passaram pelo nosso território. Ainda existem alguns resquícios destas florestas: a Mata do Solitário na Serra da Arrábida, a de Albergaria na Serra do Gerês, a da Margaraça na Serra do Açor ou a Laurissilva da Madeira constituem uma amostra, mesmo que alterada, do que foram as florestas pristinas do passado. Devido à sua raridade e ao seu valor natural e histórico, estas florestas têm um grande valor patrimonial. Para além do seu valor patrimonial, em geral as florestas nativas podem prestar um enorme manancial de serviços à sociedade: a regulação do regime hidrológico, suavizando os picos de cheia e fornecendo água de qualidade; a conservação do solo e a manutenção de elevados níveis de fertilidade, o armazenamento prolongado de carbono (algo muito diferente de simples fixação de carbono) necessário para contrariar o aquecimento global; a paisagem, que faz com que estes locais sejam muito visitados para recreio e lazer; ou o abrigo a animais e plantas, constituindo sistemas com elevada biodiversidade. Num país onde os incêndios são um fenómeno recorrente, estas florestas podem ser locais muito pouco favoráveis à propagação do fogo. Em particular as florestas maduras dominadas por espécies folhosas caducifólias como os carvalhos ou o freixo, dão normalmente origem a um ambiente aprazível de sombra e de frescura durante o verão, que torna mais difícil a propagação dos incêndios, algo amplamente comprovado cientificamente. As florestas nativas são também uma excelente barreira ao avanço de espécies exóticas invasoras, como tem sido também recorrentemente demonstrado por estudos científicos. 

Com todos estes benefícios, parece natural que algo seja feito pela sociedade para favorecer estas florestas, relativamente à floresta estritamente produtiva. No entanto, há a tentativa de passar a mensagem mesmo por agentes do meio académico, que as florestas não devem ser discriminadas. Há quem chegue ao ponto de comparar a discriminação das espécies florestais a questões sociais como o racismo, numa espécie de antropomorfismo das árvores no mínimo absurdo, para não dizer ridículo. A acompanhar esta linha de raciocínio vem a afirmação de que apenas a gestão florestal faz a diferença em termos dos serviços prestados à sociedade. Esta assunção nega décadas de investigação científica que demonstram até à exaustão que as espécies são todas diferentes, e que há umas mais diferentes que outras, chama-se a isso distância filogenética. Esta distância faz por exemplo com que pouquíssimos animais da nossa fauna se alimentem de espécies provenientes do outro extremo do Planeta, como o eucalipto ou as acácias. O chavão da gestão, tão recorrente no discurso sobre a floresta, parte do princípio que tudo deve ser gerido, e que, portanto, cai sobre o Homem e não sobre as espécies, o papel que eventualmente possam ter quanto aos serviços que prestam e sobre os problemas que possam causar. Esta atitude exageradamente antropocêntrica revela não só ignorância como também uma enorme falta de humildade e de respeito pela natureza. Revela também um enorme irrealismo, dado que é impossível gerir cada metro quadrado do território deste ou de qualquer outro país. 

Repare-se que a discriminação das espécies sempre foi uma evidência aos longo dos séculos, tal como aliás acontece hoje em dia. El-rei D. Dinis terá decretado que “sse non faça dano nos soueraes” de modo a travar a destruição dos sobreirais, no século XIV. A discriminação positiva do sobreiro mantem-se até aos dias de hoje, através de legislação de proteção, impedindo/dificultando a sua substituição por outras espécies e usos do solo. A legislação também discrimina, neste caso negativamente, as acácias, pelo impacto que a sua expansão pode causar nos ecossistemas nativos. A discriminação tem sido naturalmente feita pela industria de pasta para papel ao optar por uma única espécie, o eucalipto, para abastecer as suas fábricas. Essa discriminação positiva foi também feita pelo Estado ao fomentar a procura de matéria-prima através do aumento da capacidade industrial instalada. O aumento da procura fez aumentar naturalmente a oferta de madeira através da expansão das plantações, fazendo com que o eucalipto seja atualmente a espécie dominante na paisagem florestal portuguesa, à custa de uma discriminação negativa das espécies de crescimento lento, menos interessantes economicamente. 

Dado que tudo se conjuga para favorecer a floresta de produção, é fundamental que se discrimine positivamente a floresta de conservação, para que possam continuar a existir ecossistemas florestais dignos desse nome, não obstante a lógica económica tender a suprimi-los. Por isso, a dotação de recursos, quer privados quer públicos, para a criação e manutenção de florestas nativas, discriminando-as positivamente em relação às monoculturas industriais, é fundamental, e só a sociedade, refletindo e agindo acima de uma lógica imediatista, pode garanti-los. A discriminação positiva da floresta nativa tão necessária em Portugal, deverá passar por um pacote de medidas a nível legal, fiscal e financeiro. Em particular continua a não existir legislação de proteção às espécies arbóreas nativas, tal como já acontece com o sobreiro, a azinheira e o azevinho. Existem muitas manchas de floresta nativa em propriedades privadas sem qualquer estatuto de proteção e existem muitas outras áreas em que, com pouco esforço, se poderiam converter matagais em florestas nativas maduras. Mas para que se possam expandir e conservar estas manchas de floresta, é necessário fazer mais do que tem sido feito até agora, dando incentivos aos proprietários e compensando-os pelo serviço que prestam à sociedade. Em alternativa, estas áreas, algumas delas sem dono conhecido, poderão ser adquiridas pelo Estado ou outras entidades públicas, corrigindo o enorme deficit de florestas públicas em comparação com todos os outros países da Europa. Ao nível do planeamento seria desejável que os Planos Regionais de Ordenamento Florestal fossem muito mais ambiciosos no fomento da floresta nativa. Enfim, discrimine-se o que deve ser discriminado, porque as florestas não são todas iguais e porque a sociedade valoriza de forma diferente os diferentes tipos de floresta e as espécies que os constituem. Pugnemos por isso por uma floresta discriminada! 


Subscritores:
Ana Raquel Calapez; Carlo Bifulco; Carlos Pacheco Marques; Fernando Leão; Filipe Catry; Filipe Duarte Santos; Francisco Castro Rego; Francisco Ferreira; Francisco Moreira; Gonçalo Duarte; Helena Freitas; João Joanaz de Melo; João Loureiro; Joaquim Sande Silva; Jorge Palmeirim; José Gaspar; José Manuel Alho; Justin Roborg-Söndergaard; Laura Roldão Costa; Manuel Graça; Maria João Costa; Maria João Feio; Nuno Pedroso; Paulo Alexandre Estrela Lucas; Paulo Domingues; Raul Silva; Rosa Pinho; Rui Cortes; Rui Lourenço; Sónia Serra; Teresa Ferreira; Verónica Ferreira 

sexta-feira, 22 de março de 2019

Azinheira de Mértola ficou em 3.º lugar no concurso Árvore Europeia do Ano

É a segunda vez que uma árvore portuguesa fica no pódio deste concurso. A Árvore Europeia de 2019 é uma amendoeira da Hungria.
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Uma azinheira de Mértola com uma sombra majestosa ficou em terceiro lugar no concurso Árvore Europeia do Ano, anunciou-se ao final da tarde deste terça-feira numa cerimónia no Parlamento Europeu (Bruxelas), depois de uma votação online que decorreu em Fevereiro. Em primeiro lugar ficou uma amendoeira da Hungria e o segundo lugar foi para um carvalho russo. Participaram na 9.ª edição deste concurso 15 árvores de diferentes países da Europa.

Ao todo, foram contabilizados 311.772 votos. Quanto ao pódio, por ordem crescente, a azinheira de Mértola – chamada “Azinheira Secular do Monte Barbeiro” – teve 32.630​ votos, o carvalho russo teve 39.538 votos e a amendoeira húngara mais de 45.132 votos.

“Neste momento, é importantíssimo receber estes prémios: são reconhecimentos de uma floresta bem tratada pelos produtores florestais”, disse ao PÚBLICO Duarte Mira, representante da Confederação dos Agricultores de Portugal em Bruxelas, da qual a UNAC – União da Floresta Mediterrânea (organizadora do concurso nacional) é afiliada, e que esteve na cerimónia no Parlamento Europeu.

Duarte Mira destaca que, numa altura em que os incêndios têm sido recorrentes, esta é uma forma encorajar os produtores. Além disso, como a azinheira tem já 150 anos frisa: “É uma prova de que a nossa floresta tem resiliência e que as árvores autóctones passam de geração em geração e têm capacidade de ter um reconhecimento europeu.”

“Para nós já foi muito importante o reconhecimento em Portugal e o facto de sermos o representante português”, diz Jorge Rosa, presidente da Câmara Municipal de Mértola – entidade responsável pela candidatura desta árvore no concurso nacional –, salientando que esta azinheira representa todo o subsistema do montado. Segundo o autarca, um dos objectivos era mesmo chegar ao pódio deste concurso. “É um terceiro lugar muito relevante até porque se fala sempre nas três primeiras [árvores]”, frisa.

A Azinheira Secular do Monte Barbeiro fica a cerca de sete quilómetros da aldeia de Alcaria Ruiva (concelho de Mértola) e permanece na ponta de um montado. “[A Azinheira Secular do Monte Barbeiro] é especial pela idade que conseguiu atingir e porque se desenvolveu de uma forma extraordinária”, dizia ao PÚBLICO Jorge Rosa, quando esta azinheira (Quercus rotundifólia) foi eleita a Árvore Portuguesa do Ano.

Uma das suas características é uma sombra majestosa que em dias de calor no Baixo Alentejo pode fazer toda a diferença. Afinal, tem uma copa de 23,28 metros de diâmetro e ocupa uma área com cerca de 487 metros quadrados.

Esta azinheira gigante tem uma forte ligação à comunidade. “Desde logo, há uma ligação sentimental das pessoas à volta daquela zona. Há uma série de pequenos povoados que conhecem a árvore há muito tempo”, referia Jorge Rosa. Há ainda uma ligação das novas gerações a esta árvore que visitam – por exemplo – durante o período escolar. Segundo o autarca, as visitas a esta azinheira aumentaram desde que ganhou o título de Árvore Portuguesa do Ano.

Leitura completa e mais imagens aqui

Benefícios das árvores urbanas (poster)

quarta-feira, 20 de março de 2019

Envio imediato de de substancial contingente de Fuzileiros e meios de resgate, para o centro de Moçambique

Para: Presidente da República, Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa de Portugal

Na sequência da devastadora tempestade Idai, o centro de Moçambique está transformado, ao longo de bem mais de uma centena de quilómetros, num mar de água doce pejado de crocodilos, com milhares de pessoas tentando desesperadamente sobreviver em cima de árvores, de construções e em zonas altas cuja área não alagada vai diminuindo. 

É de esperar que a situação ainda se agrave em breve, com a necessidade de abrir comportas de barragens no Zimbabwe. 

Os meios de salvamento disponíveis no terreno, embora contando com apoio da África do Sul e outros países, são claramente insuficientes para a dimensão avassaladora do desastre. 

APELAMOS AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA, CHEFE SUPREMOS DAS FORÇAS ARMADAS, E AO GOVERNO DA REPÚBLICA, PARA O IMEDIATO ENVIO PARA A ZONA AFECTADA, POR VIA AÉREA, DE UM CONTINGENTE SUBSTANCIAL DE FUZILEIROS, COM O RESPECTIVO EQUIPAMENTO E MEIOS DE RESGATE. 

Essa força da Marinha portuguesa possui os meios, as competências e a coragem para ajudar a fazer a diferença. 

A curto prazo, toda a ajuda alimentar e material que vier a ser prestada por parte dos governos, instituições e particulares, será preciosa. 

Neste momento, contudo, trata-se de salvar milhares de vidas em risco imediato. 

E não há tempo a perder.

sábado, 16 de março de 2019

Documentário: Symphony of Soil (Sinfonia do Solo)


Drawing from ancient knowledge and cutting edge science, Symphony of the Soil is an artistic exploration of the miraculous substance soil. By understanding the elaborate relationships and mutuality between soil, water, the atmosphere, plants and animals, we come to appreciate the complex and dynamic nature of this precious resource. The film also examines our human relationship with soil, the use and misuse of soil in agriculture, deforestation and development, and the latest scientific research on soil’s key role in ameliorating the most challenging environmental issues of our time. Filmed on four continents, featuring esteemed scientists and working farmers and ranchers, Symphony of the Soil is an intriguing presentation that highlights possibilities of healthy soil creating healthy plants creating healthy humans living on a healthy planet.

Página Oficial
Symphony of the Soil

Poster

The UN reports humanity is failing its climate change goals


Despite the danger, there has been little climate change action since the 2016 Paris Agreement — three years later, the world is still on track to exceed the 2°C of warming target by as early as 2040. So this week, the UN is once again sounding the alarm on the unprecedented environmental damage that has proceeded largely unchecked.

In its 6th Global Environmental Outlook report, released today, scientists explore how human actions are threatening the food, water, and natural systems that we take for granted. The report highlights how air pollution from fossil fuels and chemical production kills 6 to 7 million people every year. It underscores the unprecedented scale of biodiversity loss around the planet, which threatens food supplies for billions of people. And it emphasizes the rapid decline of safe drinking water sources around the world as a result of intensive agriculture and chemical contamination.

Throughout the report, the specter of unmitigated climate change looms. Climate change isn’t just a problem in itself; it also amplifies existing environmental challenges, making them more difficult to solve. Take overfishing, for example. Warming oceans are bleaching coral reefs, obliterating remaining fish habitats in some of the most productive areas of the oceans. Or consider the depletion and contamination of freshwater resources. Climate change is spurring drought and desertification — and consequently, war and human migration — in the world’s most parched regions, including the Middle East, Latin America, and Africa. Not convinced? Look at air pollution: Larger, more frequent wildfires in arid regions and increasing humidity in wet regions are contributing to smog and multiplying its negative health effects.

Meanwhile, the report emphasizes that 45 percent of all dangerous greenhouse gas emissions are produced by just ten countries — including China, the US, the EU, and India. With the exception of the US, all ten are signatories to the Paris Agreement. But without exception, none of these countries are taking the emissions reduction steps necessary to meet the agreement’s 2°C target.

So will this bleak picture spark action from governments when past agreements and reports have failed? It seems unlikely.

To date, the top emitters have made a lot of noise about climate change, but little meaningful government action. Despite lofty policy statements from the EU, Europe’s greenhouse gas emissions still increased in 2017. Germany and Poland — Europe’s two largest sources of coal-fired power — remain far from phasing out their plants. Even policies in China, which has been celebrated as a global leader in reducing emissions, still fall far short of what’s needed to keep global temperature from rising above 2°C.

In the US, the Trump Administration has gutted Obama-era emissions goals. They have dramatically increased the rate of public land leases to the oil and gas industry, while simultaneously attacking California’s ability to set more stringent emissions standards than the rest of the country. While some US cities are forging ahead with renewable energy and climate policies, they are most often doing so without the support of — or even in direct opposition to — federal and state governments.

These short-sighted policies are enabled by the fact that there remains little political consequence to ignoring the UN’s warnings. Climate science is often not taught in schools. After the last Intergovernmental Panel on Climate Change report, more than 28 American newspapers did not mention the report on their homepage. As the frequency of extreme weather events increased both at home and abroad, US television news coverage of climate change plummeted in 2018. Climate change was even omitted from reporting on disasters such as wildfires in California, despite overwhelming scientific evidence that greenhouse gas emissions are making these natural events more destructive. In part because of this lack of information, less than four in 10 Americans prioritize climate policy in their choices of elected representatives.

The information that does get published tends to focus on quick, individual fixes — biking to work, switching to energy-efficient appliances, or even adding solar panels to your home. But the UN report is a stark reminder that without a national and global appetite for systemic change, the planet faces dire straits. Electricity generation is responsible for one-quarter of global carbon dioxide emissions, and agriculture and deforestation for another twenty percent. Concrete production alone accounts for eight percentgreenhouse gas emissions. Climate change won’t be fixed by individual actions — the world needs aggressive international policy changes. Accordingly, more than half of the UN report is devoted to discussing emissions policy solutions that can be implemented immediately in countries around the world.

Thankfully, there are small signs of a slow, but critical shift in attitudes. The Green New Deal, though far from a silver bullet, sparked one of the first meaningful discussions over climate change in the US Senate and has pushed the environment into conversations about the 2020 elections. China recently declared renewed efforts to reduce the country’s dependence on coal for electricity. And this week, students worldwide are walking out of schools in protest of political leaders not prioritizing reducing emissions.

Will government leaders, news media, or the public notice? Will they remember any of this in a few weeks, or come time for elections? That remains to be seen. But unless we begin to pressure leaders towards action, it seems likely the UN’s latest warning on climate change will fall on deaf ears.

sexta-feira, 15 de março de 2019

São jovens, vivem no interior e não querem estar sozinhos — conheçam-nos no Wildlings



Um grupo de jovens de várias nacionalidades que vive na região Centro lançou, em parceria com artistas europeus, o Wildlings, um projecto que mostra a beleza do Pinhal Interior e convida ao repovoamento do interior do país.

O projecto ganhou forma numa plataforma digital que agrega educação ambiental, informação sobre projectos comunitários ecologicamente sustentáveis em Portugal e no estrangeiro, bem como uma websérie com seis episódios que retrata jovens a morar na zona da Serra do Açor, no distrito de Coimbra, fortemente afectada pelos fogos de Outubro de 2017.
Para além do site, o projecto vai ainda lançar um livro em Abril, que é uma espécie de guia turístico para o Pinhal Interior, revelando cascatas e piscinas naturais escondidas pelo território, ao mesmo tempo que divulga informação sobre a biodiversidade da região, disse à agência Lusa Lynn Mylou, holandesa de 36 anos a morar em Arganil. "Moro aqui há três anos e apercebi-me do envelhecimento e da desertificação na região. Se queremos restaurar a natureza e os ecossistemas, precisamos de muitas pessoas", explicou.

Foi esse o motivo que a levou a criar o Wildlings, em parceria com outros jovens a morar na região e artistas estrangeiros, para tentar atrair pessoas "que vivem nas cidades, que trabalham para o mundo corporativo, mas que têm um sentimento de que não gostam tanto" desse estilo de vida.
Na plataforma, é disponibilizado "conteúdo de qualidade", seja documentários ou artigos sobre o ambiente, sustentabilidade ou alterações climáticas, ou ligações para cursos e artigos de educação nas mesmas áreas ou sobre agricultura sustentável. "É inspirador, mas também educacional", vincou Lynn Mylou.

Ao mesmo tempo, mostra a comunidade já estabelecida e os projectos que vão surgindo, muitas vezes pelas mãos de jovens. "Depois dos fogos, houve muita atenção mediática nesta zona, mas há uma ideia de que as pessoas que vivem aqui são uns hippies, que fumam droga, que não fazem as coisas de acordo com a lei. Essa ideia está errada. A maioria das pessoas que vieram para aqui são muito qualificadas, estão cheias de competências, fazem coisas e investem tudo para revivificar esta região, que está abandonada e negligenciada", frisa a holandesa.

A websérie, feita por Tiago Cerveira, jovem realizador de Oliveira do Hospital, procura mostrar isso mesmo, em episódios curtos que contam as histórias e motivações de seis jovens que escolheram a Serra do Açor para viver. Dois episódios já saíram, sendo que um novo episódio é sempre lançado ao domingo, às 19h. "Nós esperamos inspirar com as nossas histórias, para que as pessoas comecem a tomar diferentes escolhas. Depois, sim, precisamos de mais pessoas e esta plataforma permite dar a conhecer-nos" e criar uma espécie de ligação com jovens que pretendam estabelecer-se na região, resumiu.

Fonte: P3

15º aniversário do blogue BioTerra

Deixei passar a data, ele começou no dia 1 de Março de 2004. Temos todos que re-herdar a Terra. Obrigado a todos os que me visitam, consultam e me estimulam a continuar.