terça-feira, 30 de junho de 2009

O tema do Dia Mundial da Paz este ano é o desarmamento nuclear



Síntese dos 11 Pontos por um Mundo Livre do Nuclear,após Conferência no Japão, 27 de Abril 2009: tradução [fonte de imagem e informação]

1. liderança de e coordenação entre os Estados Unidos e Rússia avançando desarmamento nuclear global.

2. desarmamento nuclear, inclusive redução de armas nucleares, pela China e outros estados com armamento nuclear.

3. transparência de informação por todos os países nucleares.

4. desarmamento nuclear irreversível por todos os países que possuem armas nucleares.

5. estudos que façam a verificação futura de desmantelamento de arma nuclear.
6. proibição de testes nucleares e ratificação pelos Estados Unidos do Tratado de Proibição de Testes Nucleares.

7. proibição de produção de materiais nucleares para armas.

8. imposição de restrições globais efectivas no desenvolvimento do míssil balístico da Coreia do Norte.

9. cooperação internacional em promover energia nuclear civil com três princípios de assegurar não-proliferação, segurança e segurança nuclear.

10. medidas de protecção pela Agência Internacional de Energia Atómica para todos os países que procuram uso pacífico do poder nuclear.

11. prevenção de terrorismo nuclear fortalecendo controle de todo os material nuclear e materiais de radiação.




segunda-feira, 29 de junho de 2009

Documentário - Beyond Treason

A longa História de Experiências Militares: envenenamento radioactivo; projectos de controlo da mente; exposição a agentes biológicos e armas químicas; vacinas em experimentação; urânio empobrecido.

Página Oficial do documentário: Beyond Treason

domingo, 28 de junho de 2009

David Bolinski explica a animação 3D The Inner Life of Cell


O animador de filmes médicos David Bolinsky apresenta três minutos de uma incrível animação que mostra a frenética vida dentro de uma célula.

David Bolinsky and his team illustrate scientific and medical concepts with high-drama animation. You've never seen the life of a cell quite like this. 

DNA animation (2002-2014) by Drew Berry and Etsuko Uno

sábado, 27 de junho de 2009

Aldeia da Luz (passado) e Alqueva tóxico (presente)




No passado


Eram reproduzidos bens da natureza em muitos monumentos, símbolos de prosperidade e pedido de ajuda divina nas colheitas e na saúde. Nesta imagem detalhe da Igreja Matriz da Aldeia da Luz: a azinheira [fonte]

e no presente

um estudo realizado por investigadores da Universidade de Aveiro conclui que a água do Alqueva é tóxica [notícia, 17 Junho 2009]













sexta-feira, 26 de junho de 2009

Bill Devall (2 December 1938 – 26 June 2009)


Deep ecology sociologist Bill Devall died at the age of 70 at his home in Trinidad, California. Originally from Kansas City, he received graduate degrees from the University of Hawaii and the University of Oregon, writing a thesis titled “What is the Governing of a Voluntary Organization: Oligarchy and Democracy in the Sierra Club.” 

He taught sociology at the University of Alberta for a time before joining the Sociology Department at Humbolt State University (California) in 1968 where he remained for the duration of his teaching career, teaching non-traditional sociology classes on topics such as forestry, radioactive waste, and wilderness. Inspired by the early work of Arne Naess and the poetry of Gary Snyder, Devall co-wrote the 1985 book Deep Ecology: Living as if Nature Mattered with George Sessions (Salt Lake City: Peregrine Smith Books) that became a classic text of deep ecology. 

Devall devoted his life to protecting nature in the classroom and in the socio-political realm. He was a founding member of the North Coast Environmental Center in Arcata, California and was locally active to protect the beaches, forests, and natural species of northern California. 

Active in efforts to protect old growth forests in the Pacific Northwest, he participated in Redwood Summer 1990, a campaign funded by the Foundation of Deep Ecology and led by Earth First! to bear witness to and block logging access to old growth redwood forests in northern California. This led to Devall editing the pictorial book Clearcut: The Tragedy of Industrial Forestry (San Francisco: Sierra Club Books, 1995). 

For Devall, deep ecology united environmental philosophy and environmental practices. Devall’s and Sessions’ 1985 book Deep Ecology, along with Michael Tobias’ edited anthology Deep Ecology (Avant Books, 1983), presented deep ecology to a wider English-speaking audience. Devall and Sessions sought to redirect environmental thinking and action from a shallow, anthropocentric perspective to a deep, holistic, ecocentric perspective that reoriented and reclaimed the environmental movement from a humanistic, resource-conservation, reform position to grassroots actions inspired by deep ecology. 

Deep ecology was not something brand new but, rather, a reawakening of a very old Earth wisdom that would help us understand the current environmental crisis as crises of character and culture. Devall’s books Simple in Means, Rich in Ends: Practicing Deep Ecology (Salt Lake City: Peregrine Smith Books, 1988) and Living Richly in an Age of Limits (Salt Lake City: Peregrine Smith Books, 1993) were further elaborations on the philosophy and practices of deep ecology. With Alan Drengson, he co-edited The Ecology of Wisdom: Writings by Arne Naess (Berkeley: Counterpoint, 2008). As a member of the Arcada Zen Group, Devall was a practicing Buddhist who linked Buddhist principles and practices to environmental thought and practices. 

His home in Trinidad, California was a congregation point for environmentalists, faculty, students, and other house guests participating in environmental campaigns and issues. There will be a memorial service in his honor at the Universal Unitarian Center in Bayside, California on 10 October 2009, and the online The Trumpeter: Journal of Ecosophy will be doing a memorial issue in his honor in 2010. 

For more about Bill Devall, please visit his Facebook page.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Descoberta de uma floresta tropical em Moçambique através do Google Earth



Chama-se Montanha Mabu.
Um admirável novo mundo. Foram descobertas novas espécies, em particular borboletas e cobras, bem como sete aves ameaçadas a nível global (notícia), após expedição (ver vídeo e uma fotoreportagem do Guardian).
Tal como muitos cientistas predizem, haverá ainda muitos novos seres vivos por descobrir.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

The Genius of Charles Darwin, Uncut Interviews, por Richard Dawkins

Lançamento em Junho de 2009. Vídeos disponíveis no youtube:

Daniel Dennett

Steven Pinker

Randolph Ness

George Coyne

Dada a longa duração dos mesmos, é impraticável (re)colocá-los aqui. Entretanto, na página de Richard Dawkins avisa que mais entrevistas estarão disponíveis.

domingo, 21 de junho de 2009

OGM: Vila Franca de Xira está na vanguarda das cantinas escolares

A Assembleia Municipal aprovou, na terça-feira, uma recomendação à câmara municipal em que se solicita que metade de todos os alimentos servidos nas cantinas das escolas básicas e pré-escolas sejam produzidos na região. Pede ainda que destes, cerca de 10 por cento sejam produzidos em regime de agricultura biológica e que nenhum alimento servido nas cantinas seja resultado da agricultura transgénica.

Entretanto, um vídeo humorístico relativo a uma gafe de um deputado australiano, (que já correu algum mundo e chega agora a Portugal): Jason Wood had multiple genetically modified orgasms (!!) in parliament



sexta-feira, 19 de junho de 2009

Alterações Climáticas: a visão de José J.Delgado Domingos



Fonte de imagem: Quercus 
De acordo com os principais autores do IPCC, não há nada que possamos fazer para reduzir os efeitos das emissões antropogénicas nos próximos 20 ou 30 anos 69 (porque tais efeitos resultarão dos GEE que já se encontram na atmosfera) pelo que o mais urgente é a adaptação às alterações climáticas. Tal não significa descurar a emissão de GEE, mas sim colocar essa redução no contexto das alterações provocadas por um conjunto alargado de actividades humanas que afectam o clima, nomeadamente à escala regional e local, tanto directamente pelas alterações do uso do solo, como indirectamente através dos efeitos no ecossistema. É aí que devem concentrar-se os sempre escassos recursos disponíveis O contrário seria atacar sintomas sem cuidar das causas 70. E as causas são o uso. irracional e desregrado de energia, em particular dos combustíveis fósseis, e um ordenamento do território que ignora princípios básicos da Ecologia, das Ciências Físicas e das Ciências da Saúde. Esta ignorância paga-se com consumos evitáveis de energia e de cuidados médicos. Tornar prioritário o combate às emissões de CO2 , invocando catástrofes climáticas sem fundamento científico convincente, é esquecer o contexto mais global. Uma das mais graves consequências deste reducionismo é a promoção de soluções altamente centralizadoras e perversas, de que são exemplo a captura e sequestro do carbono (CCS) 71 e a energia nuclear, qualquer delas defendida em nome das gerações vindouras mas às quais apenas poderia vir a deixar ameaças sob a forma de resíduos 72. Actualmente, nenhuma das bases de dados de referência mostra aumento global da temperatura terrestre desde 1998, ou da camada superior dos oceanos 73. Tal não significa que podemos estar tranquilos, mas sim que é urgente combater as miragens tecnológicas e os desvios perversos que originam, de modo a concentrar esforços e recursos nas tarefas urgentes que a Ciência e a racionalidade económica nos apontam e que são: a) Uma politica energética centrada nos recursos naturais renováveis e na eficiência energética, encarada como estruturante do ordenamento do território e em particular do planeamento urbano 74. b) Uma adaptação à já bem conhecida variabilidade climática, que todos os anos se manifesta sob a forma de cheias e tempestades, provocando mortos e biliões de euros em prejuízos materiais 75. Tendo em conta que (segundo os autores principais do próprio IPCC) não há nada que possamos fazer para reduzir os efeitos das emissões antropogénicas nos próximos 20 ou 30 anos, impõe-se concluir que de nada valerá o custo social e económico desse esforço de redução motivado pelos seus presumidos efeitos a mais de 50 anos de distancia se o mundo que até lá construirmos não for mais justo e habitável à escala global do que hoje o conhecemos. É por isso que se impõe: Dar prioridade aos investimentos que são simultaneamente recomendados pela política energética e pelo combate à degradação do ambiente, e prevenir as consequências da variabilidade climática. Ou seja, enfrentar desde já as certezas sem descurar a eventualidade das incertezas climáticas se virem a manifestar.[Ler todo o artigo, em pdf] 
69 WMO, 2008, Future Climate Change Research and Observations: GCOS, WCRP and IGBP Learning from the IPCC Fourth Assessment Report, Workshop and Survey Report, GCOS-117, WCRP-127, IGBP Report No. 58, World Meteorological Organization, (WMO/TD No. 1418), January 2008, Geneva, 68pp , p.7 
70 Os exemplos mais flagrantes desta atitude são a captura e sequestro do carbono (CCS) e a promoção da energia nuclear. 
71 A queima de carvão é uma das fontes mais importantes de gravíssimas emissões de mercúrio e outros metais pesados, de poeiras e ainda causadora das chuvas ácidas entre muitos outros efeitos nocivos. Todavia, o CCS apenas se preocupa com o CO2 ( que não é um poluente), consumindo de 15 a 40% da energia produzida só para o separar e liquefazer. 
72 O CCS (mesmo se fosse solução economicamente viável), exigiria que os biliões de toneladas que ficariam armazenados nunca se libertassem para a atmosfera nas próximas centenas de anos. 
73 Ver Pielke Sr., R.A., 2008: A broader view of the role of humans in the climate system. Physics Today, 61, Vol. 11,54-55., disponivel em http://climatesci.org/ . 
74 Tal politica conduzirá, automaticamente, a uma redução decisiva das emissões de CO2 acompanhada de substancial melhoria da qualidade do ar, para além de contribuir significativamente para a criação de emprego qualificado e maior independência energética. 
75 Tal adaptação traduz-se, em inúmeros casos, na mera racionalidade de não construir em leitos de cheia, em arribas e zonas instáveis, tanto mais que sabemos da sua enorme vulnerabilidade muito antes de se falar em alterações climáticas.
Reúnem-se neste sítio textos pedagógicos e de intervenção pública do Professor José Delgado Domingos

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O estranho caso de uma lesma marinha, Elysia chlorotica


O gastrópode é verde na fase adulta, é um animal com cloroplastos, com organitos [estruturas das células] capazes de fazer a fotossíntese [processo através do qual as plantas e alguns outros organismos trans­formam a energia do Sol em energia quími­ca, produzindo oxigénio e processando dióxido de carbono, água e minerais]. Quando nasce não tem plastos, tem de se alimentar de uma alga, e o que sucede é uma coisa muito curiosa: ao alimentar-se, incorpora os cloroplastos da alga nas suas células. Isto não é vulgar, aliás, teoricamente, os cloroplastos deviam ser digeridos - veja o nosso caso, quando comemos alface não ficamos ver­des. Os cloroplastos são incorporados nas células do animal e mantêm-se funcionais, fazem a fotossíntese, produzem oxigénio, fixam dióxido de carbono... Para isso acontecer, a alga tem de passar genes para o animal, e essa passagem é feita através de vírus (isto foi provado há pouco tempo). Quando estes vírus passam genes que são capazes de possibilitar a permanên­cia dos cloroplastos nas células do animal, significa que este animal já é uma estrutura diferente daquela que era quando nasceu. (Francisco Carrapiço)
Mais informação:
O que é um eucarionte?




quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação


O Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação celebra-se a 17 de junho.

Este dia foi instituído pela ONU em 1994 e foi celebrado pela primeira vez em 1995. Desde então comemora-se anualmente a 17 de junho.

O objetivo do Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação é sensibilizar as populações e governos quanto à necessidade de cooperação mundial no que respeita a desertificação e a seca, assim como sublinhar a importância do respeito da Convenção da ONU de Combate à Desertificação nos países mais afetados pela seca/desertificação (países africanos especialmente).

Não só nos países que assinaram a convenção da ONU, como em grande parte dos países do mundo, se realizam atividades neste dia para incentivar o combate à desertificação e à seca.

A desertificação é a perda da capacidade de renovação biológica das zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas, por ação humana ou variação climática.

A seca é um fenómeno natural onde se regista um défice de água por um extenso período de tempo, com danos na agricultura, pesca e no habitat dos seres vivos, entre outros.

Ligação externa

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Documentário : Holes in Heaven, por Martin Sheen


HAARP é o plano militar norte-americano para manipular a ionosfera, e pode criar terramotos, tornados, furacões, maremotos, modificar as comunicações globais, afectar sistemas climáticos, interferir com padrões migratórios, perturbar os processos mentais humanos, afectar negativamente a sua saúde e perturbar o estrato superior da atmosfera.
HAARP é a última tecnologia de rádio frequência que são armas dissimuladas como um instrumento de investigação. Na publicidade dá a impressão de que HAARP é um projecto académico com o objectivo de mudar a ionosfera melhorando a comunicação global. Contudo, de acordo com os próprios documentos militares E.U.A - HAARP visa explorar a ionosfera para fins exclusivos do Departamento de Defesa dos EUA.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles "Em Nome da Terra"



Programa da RTP1,da autoria de Rita Saldanha 2008 postado muito recentemente no youtube pelo IDP
Vou iniciar hoje (mais) uma homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles, um senhor simpático,irreverente, combativo, erudito, activista exemplar, figura proeminente na área da Arquitectura Paisagística e político, que muito tem dado à Investigação e ao Ambiente em Portugal.

Biografia
Gonçalo Pereira Ribeiro Telles (n. Lisboa 1922), arquitecto paisagista e dirigente político português.
Militou na Juventude Agrária e Rural Católica, acentuando a sua oposição ao regime nas sessões do Centro Nacional de Cultura. Com Francisco Sousa Tavares, em 1957, fundou o Movimento dos Monárquicos Independentes, a que se seguiu o Movimento dos Monárquicos Populares, assumindo-se claramente contra a ditadura. Em 1967, aquando das cheias de Lisboa, impôs-se, publicamente, contra a política de urbanização do Governo. Após a Revolução de Abril, fundou o Partido Popular Monárquico, cujo Directório presidiu, o Movimento Alfacinha e o Movimento Partido da Terra, de que é Presidente Honorário. Desempenhou o cargo de Ministro de Estado e da Qualidade de Vida no VIII Governo Constitucional, liderado por Francisco Pinto Balsemão. É dirigente da Convergência Monárquica, desde 1971.
Figura notável do ambientalismo em Portugal, é Professor Catedrático da Universidade Técnica de Lisboa, desde 1976. Assinou os projectos do jardim da Fundação Calouste Gulbenkian[1] (com o qual recebeu, ex aequo, o Prémio Valmor de 1975) e o Jardim Amália Rodrigues, junto ao Parque Eduardo VII. Foi ainda o fundador das Licenciaturas em Arquitectura Paisagista e Engenharia Biofísica, na Universidade de Évora, onde é Professor Catedrático Jubilado.

Posicionamentos e frases
Ecologia era uma palavra desconhecida em Portugal quando o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, muito antes do 25 de Abril, se fez ouvir para defender o ordenamento do território e o desenvolvimento da sustentabilidade

Numa entrevista ao Planeta Diário, 2005:
As Câmaras Municipais fazem do sistema natural um espaço verde e do espaço verde uma decoração
Há a fazer uma nova política em que não deve existir mais consumo de solo vivo e solo ainda não urbano.
Estão a construir cidades só por construir e a criar não o vazio do espaço, mas o vazio do espaço construído. Os andares vazios em toda a Área Metropolitana de Lisboa apavoram-me. Continua-se a construir densamente noutras áreas. Umas esvaziam-se para se construir outras. É todo um processo de asneira e de especulação. A paisagem quer dizer país, região + agem, agir, ou seja, agir sobre a região. Quem age sobre a região, é o Homem. A paisagem é uma construção humana, feita, fundamentalmente, com materiais vivos. Há cerca de 50 anos, o que era contínuo na paisagem era o sistema natural. Tudo isto era uma paisagem, onde o sistema natural dominava, e era contínuo. As cidades eram pontos nessa continuidade de espaço natural, agrícola, florestal, de pastagens ou abandonado. Hoje, é exactamente o contrário, o contínuo na paisagem é o construído, e o pontual, é o que resta de agricultura, de espaço livre, que passou a ser descontínuo.

Alguma bibliografia
A Árvore em Portugal, 2007. Edição Assírio-Alvim, Lisboa
Plano Verde de Lisboa, 1997. Edições Colibri, Lisboa
Um novo conceito de cidade: A paisagem global, 1996. Contemporânea Editora, Matosinhos

Ler mais
Ler biografia no Realistas Org

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Brian Eno - This




Fabuloso. Sonhador!
Brian Eno - This

This chord
This water
This son
This daughter
This day
This time
This land
It's all mine

This Calling Bell
This Forge Bell
This Dark Bell
This The Knife Bell
This calling
This burden
This falling
The world's turning
 
This What I thought I knew
This What I thought was true
This I understood
This In the deep wood
This Ah there I stood a child so fair
This On a certain square
This Down the dirty stairs
This To see the table set
This With golden chairs
This Ah to follow, follow, follow, follow there

This race
And this world
This feeling
And this girl
This revolver
This fire
This I'll hold it up higher, higher, high

Brian Eno [wiki]
Brian Eno [site]

terça-feira, 9 de junho de 2009

Animais urbanos - partilhando connosco a mesma floresta metropolitana

Urban Coyote on a Train

Urban Coyotes

Urban Bear Capture

Urban Falcons

Coyotes, black bears and peregrine falcons have been known to set up shop in cities. Bears love dumpster diving, and it sometimes takes as much as rubber bullets and pepper spray to shoo them for good. Coyotes are clever and adaptable and, like raccoons, can often be found lazily patrolling cities and suburbs. Falcons have been found roosting in the skyscrapers of New York, and have been known to scare pedestrians while swooping to catch prey at speeds of up to 200 miles per hour.
Fonte: Weburbanist

Música do BioTerra: Sisters of Mercy- Driven like the snow


Still night, nothing for miles
A white curtain come down
Kill the lights in the middle of the road
And take a, take a look around
It don't help to be one of the chosen
One of the few to be sure
When the wheels are spinning around
And the ground is frozen through

And you're driven like the snow
Pure in heart
Driven together

And given away to the west
A white dress but still the river don't run
A black dress looking like mine
'Til the sun don't shine no more
Where the sky meet the ground
Where the street fold round
Where the voice you hold don't make no sound
Look snow on the river and two by two
Took a lot to live, a lot like you
I don't go there now, but I hear they sung their
"Fuck me and marry me young"
Some wild idea and a big white bed
Now, you know better than that, I said

Like a voice in the wind blow little crystals down
Like brittle things will break before they turn
Like a lipstick on my cigarette
And the ice get harder overhead
Like think it twice but never, never learn

And the mist will wrap around us
And the crystal, if you touch it

And the cars lost in the drift are there
And the people that drive lost in the drift are there
And the cars I've lost in the drift are there
Theirs, ours, lost in the drift are, are, are, are, are
Driven
Driven together
And driven apart

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ACROS, Fukuoka - um exemplo de edifício ecológico e cultural

Sinto ano após ano um aumento do número de alunos meus que sentem um fascínio pelo Japão. Muito tem contribuído a abundância de animação nipónica nas TV e videojogos. Além disso, é um país que temos tido relações culturais e diplomáticas de grande qualidade. Não resisti hoje dedicar uma postagem pró-nipónica. Podemos reforçar enquanto cidaãos e técnicos a sincronização de causas sociais, ligação Portugal-Oriente e causas ambientais entre os dois povos.
No extinto blogue Um Minuto faz referência a uma obra-prima que simbolizará, a meu ver, essa conjugação de causas comuns : o edifício ACROS.








O edifício
ACROS Fukuoka é dos centros culturais por excelência da cidade de Fukuoka, na ilha de Kyushu, no Japão. No seu interior podemos assistir a concertos, espectáculos,visitar exposições, assistir a conferências, consultar um centro documental, etc. Se é um edifício cujo exterior se afigura visualmente muito apelativo, se atentarmos nas suas funcionalidades mais interessante se torna. No seu telhado/frente os terraços ajardinados contêm cerca de 35 mil plantas representando 76 espécies. Entre outros aspectos esta configuração reduz o consumo energético do edifício pois mantém a temperatura constante e confortável, retém água da chuva, permite a vida de espécies (insectos e pássaros), etc.


Outras postagens sobre Japão no BioTerra




domingo, 7 de junho de 2009

Herbário de Lineu

Nome: Rosa carolina L. [Fonte:Linnaeus Herbarium ]

Clica nas seguintes letras e observarás as espécies de plantas recolhidas por Lineu. As imagens são os microfilmes a partir do Herbário de Lineu.

At present: 3658 sheets are presented.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z      

sábado, 6 de junho de 2009

Impacto da produção de etanol de milho nos recursos hídricos é 3 vezes maior do que o estimado





Produção de etanol de milho (bioetanol) nos EUA


[7.08.09 Por Henrique Cortez, do EcoDebate] A cada dia são apresentadas novas pesquisas que detalham os pesados impactos ambientais da produção do etanol de milho, também chamado de bioetanol, contrariando os argumentos dos produtores e do governo em sua defesa e na manutenção de grandes subsídios.
Uma nova pesquisa detalha que o impacto da produção de etanol de milho nos recursos hídricos é 3 vezes maior do que o estimado. Numa altura em que o abastecimento de água já é crítico em muitas áreas dos Estados Unidos isto pode ser um desastre ao longo prazo. É isto que demonstram os cientistas no artigo publicado na revista.

De acordo com os pesquisadores a produção atual de etanol de milho, nos EUA, é de 9 biliões de galões, com tendência ao crescimento, em razão da expansão da área plantada e da manutenção dos subsídios.

A produção já impacta a disponibilidade hídrica e seu crescimento pode ser uma ameaça ainda maior. Estudos anteriores estimaram que um galão(3,78l) de bioetanol à base de milho requer a utilização de 263(995l) a 784(2967,7l) galões de água, da exploração agrícola até à bomba de combustível.

Os cientistas fizeram uma nova estimativa do impacto do bioetanol sobre o abastecimento de água usando dados mais detalhados da irrigação em 41 estados, estimando que um galão de etanol pode exigir a mais de 2.100 galões de água a partir da exploração agrícola até à bomba de combustível, dependendo da prática de irrigação regional.

No entanto, os Estados do cinturão de milho (Corn Belt) consomem menos de 100 galões de água por galão de etanol, tornando-os mais adequados para a produção de etanol.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

As alterações climáticas, segurança e política

As alterações climáticas começam a preocupar o Departamento de Defesa dos EUA e o Pentágono. No ensaio de John Broder, os militares incitam os governos a uma resolução económica eficaz para mitigar os efeitos do aquecimento global, caso contrário os custos serão muito mais elevados e desastrosos, se houver recurso a acções militares. Contudo Andrew Revkin (neste ensaio) vai mais longe, questionando se as pretensas medidas militares preventivas, que já estão no terreno, servem os reais interesses dos estados em conflito? A ler (em inglês).
Climate, Security and Politics


O conflito no Darfur foi em parte devido a seca intensa e prolongada
John Broder has a story above the fold in Sunday’s Times describing growing concerns of Defense Department planners over the potential destabilizing effect of the building global greenhouse effect.
Strategists and planners within the Pentagon have for many years been exploring the military implications of rising temperatures and seas and retreating Arctic sea ice. But such studies had, until recently, been a relatively low priority.
The story notes that lawmakers pursuing climate legislation are seeking to use the security risks embedded within climate change to build support among hesitant lawmakers.
The Pentagon is clearly taking the security risks related to human-driven climate change seriously. But do they hold up as justification for a bill capping carbon dioxide and other greenhouse gases that would take decades to result in big emissions reductions?
One statement in the piece implies there’s an either-or aspect to the question:
“We will pay for this one way or another,” Gen. Anthony C. Zinni, a retired Marine and the former head of the Central Command, wrote recently in a report he prepared as a member of a military advisory board on energy and climate at CNA, a private group that does research for the Navy. “We will pay to reduce greenhouse gas emissions today, and we’ll have to take an economic hit of some kind. “Or we will pay the price later in military terms,” he warned. “And that will involve human lives.”
In contrast, many experts on climate and security policy would say this is really already a “both” issue. A host of climate studies, including the 2007 reports of the Intergovernmental Panel on Climate Change, conclude that it would take decades for substantial emissions cuts — even if achieved globally, let alone in the United States — to have a substantial impact on warming rates.
In the meantime, climate-related risks don’t exist in a vacuum. Even if the legislation took effect and emissions were curtailed, the world would still see disruptive pressures building in places already facing severe drought and flood risks with or without the added kick from greenhouse warming. Africa’s population could easily double by midcentury, and recent research has shown that its most volatile region, along the south flank of the Sahara, faces the inevitability of epic droughts.
Another reality is that while worries about climate-related instability are rising, near-term concerns about energy insecurity are already a top-tier issue both here and in China, the two dominant contributors to the planet’s greenhouse-gas blanket. China has made it clear lately that energy security there trumps climate concerns.
All of this surely speaks of glaring security challenges in a world heading toward nine billion people, with most of that growth in poor places and marginal environments. And there are plenty of actions that could cut energy insecurity while also curbing greenhouse gases.
But does this security issue relate to the main provisions of the climate bill, or more to how much the Pentagon and State Department spend on preemptive risk reduction as opposed to war-fighting, on the scope and focus of American foreign aid, on building prosperity and resilience in Africa and South Asia?

Obrigado Paixão da Água e ao Claro pela informação.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ecoarte: Ursos Polares flutuando no Tamisa, Janeiro de 2009


Eden TV, o novo canal no Reino-Unido dedicado à história natural foi recentemente inaugurado. Para celebrar seu lançamneto, a cadeia mandou construir uma escultura gigantesca de uma mãe de urso polar e a sua cria em cima de um iceberg, que flutuou ao longo do rio Tamisa.

Pretende por isso chamar a atenção e aumentar a consciência sobre a pressão sobre a destruição do habitat natural do urso polar devido às alterações climáticas.

Broadcaster and eminent wildlife conservationist, Sir David Attenborough says: The melting of the polar bears’ sea ice habitat is one of the most pressing environmental concerns of our time. I commend Eden for highlighting the issue; we need to do what we can to protect the world’s largest land carnivores from extinction.

Para conhecer melhor Eden, verifica aqui o sítio oficial.

Fonte:Ecorazzi


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Câmaras digitais, componentes e meio ambiente



Vai para férias? Adora tirar imensas fotos e a Natureza? As câmaras digitais são mais amigas do ambiente. Irei tentar saber do ranking de marcas mais eco-amigas. Por agora fica este texto.

Digital cameras are good for the environment
01.02. 2005 Mike Adams, the Health Ranger, NaturalNews Editor

As we consider the digital camera revolution that has taken place over the last decade, most people think about it in terms of enhanced benefits for consumers. We can take a lot more pictures at much lower cost with digital cameras versus film cameras. We can also more easily manipulate and share those photos since they're all in the digital realm.
But one thing many people don't think about actually deserves mention as potentially the most profound effect of the digital camera revolution: how digital cameras greatly reduce the destructive impact on the environment compared to film cameras.
At first, you might think, "How can that be? My film camera didn't harm the environment!" Even though it wasn't your camera that harmed the environment, your film processing did indeed harm it. Any time you take your pictures to a photo processing center, that film is run through batches of chemicals. These chemicals are environmental hazards, and once they are used to process film, those chemicals must be discarded. These chemicals include both developer solutions and fixer solutions.
All film photo processing centers use these chemicals. The question is, what do they do with these chemicals after they use them? According to environmental protection standards, they have to dispose of these chemicals in an environmentally sound way. That can mean trapping them in absorbent materials designed to render the chemicals inert and then disposing of those materials in a landfill. But more often than not, because of the increased expense involved in such endeavors, many film processing companies just pour the chemicals down the drain.
Don't believe me? Just ask anyone who has worked in a film processing company. While certainly the bigger and better known companies probably adhere to the environmental laws, many of the smaller, locally-owned companies don't. As an experiment, one day I went to a local film processing company and asked what they did with their chemicals after they were done using them. The answer? "We pour them down the drain!" And that means these chemicals enter the water supply and go downstream.
Quiz time: what do you get when you have 1,000 film developing companies and industrial chemical producers all breaking the rules and dumping chemicals into the river? You get the lower Mississippi river, which is of course a horrifying stream of man-made pollution that no one would want to swim in or drink... but yet provides the water for many of the cities downstream along the river (not to mention that the whole mess empties into the Gulf of Mexico, which is probably why the fish in the Gulf are too loaded with heavy metals to even consider eating...)
Another interesting angle on all of this is what happens in international waters, because cruise ships don't have to adhere to U.S. environmental protection standards. We already know that cruise ships dump raw sewage into the open ocean on a regular basis, but that's not even the worst part of it. They also dump film developing chemicals into the open ocean. This is done routinely: it's part of the regular process on world famous cruise lines. They develop your film for all the pictures you took on Aruba or the Cayman Islands or the Virgin Islands and then they pump the polluting chemicals to the ocean water. And we wonder why our oceans are dying and our coral reefs are dying at a rate faster than rainforest clear-cutting...
Back to digital cameras: it is pure coincidence, I think, that the upsurge in digital camera use is having a positive environmental impact. With digital photography, we no longer need to use all of those chemical solutions for developing photographs.
This is just one of many positive impacts of the digital camera revolution. But skeptical consumers might say "What about the environmental impact of all of the ink used in inkjet printers that people are printing their photos with?" And that's a reasonable question. The first part of that answer is that most of the photos taken with digital cameras stay in the digital domain (people don't print out all those photos).
As far as the inkjet ink chemistry goes, I'm willing to take an educated guess that there are solvents in those inks and those solvents should not be touched in their liquid form because they will absorbed through the skin and are probably carcinogenic. But once they dry, they're fairly safe to handle.
Regardless of the inkjet ink chemicals, the net effect of digital photography is undoubtedly positive from an environmental standpoint. Of course, most consumers don't even think about this. For most consumers, the digital camera argument is not about saving the planet, it's about getting the latest cool technology, or taking photos without the expense of physical film development. But whether or not the public really gives a hoot about the environment is beside the point in this particular case -- people are buying digital cameras in record numbers, the digital camera market continues to grow and film cameras are finally becoming obsolete. In my view, it couldn't be a moment too soon because a world without film cameras is, of course, a healthier world with fewer chemical contaminants.
One final thought: I do realize there's a potential negative impact to the environment related to the use of batteries in digital cameras. But most such batteries are rechargeable, so we're not talking about consumers chucking alkaline batteries into the landfill every week.
There's also the question of the environmental impact of manufacturing digital cameras. I'm sure that's not inconsequential, but it's probably similar to the impact of manufacturing film cameras anyway. And even high-end estimates of this manufacturing impact are relatively tame compared to the repeated destruction to the environment caused by film developer chemicals.
That's why I say the digital camera revolution is a net positive for the environment

terça-feira, 2 de junho de 2009

Constantin Merezhkowsky e a Teoria da Simbiogénese, 100 anos depois


Constatin Merezhowsky
(imagem retirada do artigo Symbiogenesis:
The Hidden Face of Constantin Merezhkowsky, por Jan Sapp, Francisco Carrapiço & Mikhail Zolotonosov, a ler aqui)














Escrito por Francisco Carrapiço*
Revista Autor, 02-Mar-2009

2009 é uma data muito importante para a Biologia, já que é neste ano que se comemoram vários marcos importantes na história desta ciência ou de diversos dos seus protagonistas. A primeira é, sem dúvida, a data da edição do livro de Charles Darwin (1809-1882) “Origem das Espécies”, publicado em Londres no dia 24 de Novembro de 1859.

Comemoram-se, este ano, 150 anos da sua publicação. Obra fundamental para entendermos a estruturação e evolução dos sistemas biológicos e de algum modo a própria vida, corta de forma radical com as concepções do passado, abrindo novos caminhos e abordagens para o entendimento científico da vida e da sua evolução. De igual modo, 2009 é o ano comemorativo dos 200 anos do nascimento do autor da “Origem das Espécies”, que ocorreu em 12 de Fevereiro de 1809. Mas o ano de 2009 encerra também outras efemérides relacionadas com a Biologia e a Evolução, comemorando-se os 200 anos da edição da obra de Lamarck: “Filosofia Zoológica”. Neste livro, em dois volumes, o autor apresenta as primeiras ideias científicas modernas sobre evolução, visualizando este processo numa perspectiva progressiva, do menos para o mais complexo. Este ano encerra, igualmente, a comemoração do início dum célebre debate entre Louis Pasteur e Félix Pouchet sobre a questão da geração espontânea e que se revestiu duma importância vital para a evolução da ciência e da Biologia em particular.

Por fim, faremos referência à comemoração da publicação da obra de Constantin Merezhkowsky (1855-1921) “A Teoria dos Dois Plasmas como Fundação da Simbiogénese, Nova Doutrina Sobre a Origem dos Organismos”, editada em 1909. Este biólogo russo, na altura professor da Universidade de Kazan, introduz o conceito de simbiogénese definindo-o como “a origem de organismos pela combinação ou associação de dois ou mais seres que entram em simbiose”. Neste trabalho, Merezhkowsky não introduz apenas novos conceitos no domínio da simbiogénese, mas desenvolve também importantes ideias sobre a origem da vida, relacionadas nomeadamente com o papel dos organismos extremófilos neste cenário. O conceito de simbiogénese reveste-se duma grande importância em Biologia, já que o mesmo ultrapassa os pressupostos e bases científicas do neodarwinismo clássico, projectando-se no âmbito do que actualmente se designa pós-neodarwinismo.

Tradicionalmente consideramos a evolução como o resultado de mutações e recombinações genéticas associadas com a selecção natural, embora quase todas as formas de vida apresentem associações simbióticas com microorganismos, sendo por isso natural que a simbiogénese desempenhe um papel muito importante na evolução biológica, facto que tem sido negligenciado pela abordagem neodarwinista da evolução. Esta abordagem, ao ignorar o papel dos microorganismos na evolução, criou a ideia errada de que a evolução biológica teria ocorrido sem a participação destes. Remeteu o seu âmbito de acção para as plantas e os animais, deixando de fora 80% do tempo evolutivo do nosso planeta. No entanto, para muitos investigadores, a simbiose continua a ser considerada como uma excepção à regra da estrutura e organização do mundo biológico e não a regra que existe na natureza. Aliás, a abordagem por parte dos autores evolucionistas tradicionais em relação ao fenómeno simbiótico é que o mesmo não passa dum aspecto residual do problema evolutivo. Ora, os dados mais recentes apontam exactamente no sentido contrário, revelando que a simbiose é factor de mudança evolutiva e que não pode ser enquadrada e compreendida de forma integral no âmbito da teoria neodarwinista.

O conceito de simbiose foi introduzido pelo botânico alemão Heinrich Anton de Bary (1831-1888) em 1878, como a vida conjunta de organismos diferentes e é actualmente considerada um meio pelo qual a aquisição de novos genomas e novas valências metabólicas e organismais ocorrem, permitindo a construção evolutiva dos organismos biológicos. O rápido aparecimento destas novas características ou valências evolutivas adquiridas a partir dos organismos associados contraria, do nosso ponto de vista, a perspectiva gradualista da teoria neodarwinista. Neste sentido, as modificações evolutivas podem igualmente ser explicadas por uma integração sinergística entre organismos, a qual constitui a principal regra no mundo natural e não a sua excepção.

Todos estes trabalhos estiveram na base do desenvolvimento da abordagem simbiogénica da evolução, de que talvez as faces mais conhecidas sejam actualmente as de Lynn Margulis e de Jan Sapp. A primeira autora conhecida mundialmente através da teoria endossimbiótica sequencial, defende que a passagem do nível procariótico para o nível eucariótico da organização dos organismos biológicos foi feita através de processos simbióticos, sendo a célula eucariótica vista como o resultado da evolução de simbioses primitivas. Por outro lado, Jan Sapp tem dado ênfase aos aspectos da construção do pensamento simbiogénico, nomeadamente no âmbito da História da Biologia, e do confronto desta vertente científica com as ideias neodarwinistas no âmbito evolutivo. No entanto, outros autores ao longo dos anos foram construindo esta nova velha abordagem da ciência, salientando-se entre eles, Andreas Schimper (1856-1901), Shosaburo Watasé (1862-1929), Andrey Famintsyn (1835-1918), Félix d’ Hérelle (1873-1949), Paul Portier (1890-1962), Boris Kozo-Polyansky (1890-1957) e Ivan Wallin (1883-1969). Em súmula, a simbiogénese deve ser entendida como um mecanismo evolutivo e a simbiose o veículo através do qual esse mecanismo ocorre. Neste âmbito, a selecção natural deve actuar em organismos com diferentes adaptações simbióticas e não apenas em organismos que apresentam mutações.

O ano de 2009 não é apenas um palco para comemorar uma série notável de efemérides em Biologia, mas uma excelente oportunidade e um virar de página na forma como o Homem lida, estuda e compreende a Natureza e os organismos que a povoam. Que a abordagem e praxis científicas da evolução saiam mais uma vez enriquecidas deste trajecto e que as comunidades científica e educativa estejam à altura do desafio.

Referências bibliográficas

Carrapiço, F. e Rita, O. (2009). Simbiogénese e Evolução in Evolução. Conceitos e Debates, Levy, A., Carrapiço, F., Abreu, H. & Pina, M. (eds). Lisboa: Esfera do Caos (no prelo).

Margulis, L. & Sagan, D. (2002). Acquiring Genomes. A Theory of the Origin of Species .New York: Basic Books.

Sapp, J. (2003). Genesis. The Evolution of Biology. Oxford, New York: Oxford University Press.

* Francisco Carrapiço (ver currículo): Professor Universitário, FCUL, Departamento de Biologia Vegetal, Centro de Biologia Ambiental, Lisboa

Mais info:
Wikipedia

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Charter for Compassion - Carta pela Compaixão


2. Reconhecemos que a interconexão de todos os seres e ecossistemas se conjuga com o valor intrínseco e não meramente instrumental de cada um e de todos. Cada ser vivo, dotado ou não de senciência, é uma manifestação singular e única do fenómeno da vida, tal como todas as formas de existência, mesmo inanimadas, constituem igualmente manifestações singulares e únicas do corpo uno e múltiplo da natureza. Conscientes disto, admiramos e respeitamos todos os seres e entidades do mundo natural, humanos e não-humanos, como sagrados, considerando-os com total respeito pelo seu modo próprio de existência e, no caso dos seres sencientes, tratá-los-emos com plena justiça e equidade, assegurando a satisfação dos seus interesses fundamentais na preservação da vida, da integridade psicofisiológica e do bem-estar, tendo em conta as suas diferenças e características próprias.

3. Sabemos que há muito caminho a percorrer neste sentido, despertando consciências e sensibilidades e mudando velhos paradigmas mentais e culturais, infelizmente ainda reproduzidos por muitos de nós, indivíduos e instituições laicas e religiosas. Apesar de muitos progressos no domínio da ética humana, animal e ambiental, a Terra é ainda hoje palco de um imenso sofrimento e destruição, que em muitos casos se agravam, provocados pela falta de consciência, amor e compaixão dos humanos no modo como tratam os seres humanos e os animais, bem como os recursos naturais da Terra da qual todos dependemos. Disto resulta um crescente mal-estar na civilização globalizada, um crescendo do stresse, da violência, da toxicodependência e da consumodependência, um aumento do fosso económico entre ricos e pobres em cada nação, entre o Norte e o Sul do planeta, entre os países ditos desenvolvidos e aqueles em vias de desenvolvimento, bem como o risco de novas guerras, convulsões sociais e um colapso ecológico sem precedentes, que alguns cientistas designam como a sexta extinção massiva da biodiversidade do Holoceno, a primeira gerada por causas humanas. Disso resulta também um autêntico holocausto da vida animal, por motivos que vão da pesca industrial à agropecuária intensiva. A indústria da carne e dos lacticínios é responsável pelo indescritível sofrimento de milhões de animais, que vivem em verdadeiros campos de concentração . Há ainda graves atentados à saúde humana e de brutal impacte ambiental. Conscientes disto, comprometemo-nos a não ser cúmplices destas práticas e a fazer desde já tudo o que pudermos para alterar esta situação, a começar pelo modo como nos alimentamos, consumimos e utilizamos os recursos naturais.

4. Estamos conscientes de que a crise global do planeta não se resolve com mais reformas superficiais e pontuais, sendo a crise de uma civilização que chegou a um ponto de mutação. Sentimos ser nossa tarefa transitar do modelo dominante de opressão e exploração desenfreada dos humanos, dos animais e da Terra, bem como de competição entre indivíduos, grupos, nações e corporações político-económico-financeiras, para um novo paradigma centrado na consciência da interdependência e no amor e na compaixão universais, que promova uma cultura da paz, da justiça e da cooperação fraterna de âmbito planetário. Isto exige preservar a diversidade cultural e sermos capazes de aprender com o melhor das culturas do planeta, com modelos mentais e de sustentabilidade ecológica alternativos. Isto exige também mudar o actual modelo de crescimento económico, substituindo-o por uma economia do bem comum, baseada na gestão racional e ética dos recursos disponíveis no planeta, na aposta crescente nas energias renováveis e no respeito integral pelos seres vivos e pelos ecossistemas. Comprometemo-nos a tudo fazer para que isto seja possível.

5. Estamos particularmente convencidos de que a necessária e urgente mutação do paradigma civilizacional exige e depende de uma profunda mutação da consciência individual e colectiva, que tem de começar por cada um de nós agora mesmo. Por isso empenhamo-nos em dirigir a atenção para o nosso íntimo, vigiar as intenções subjacentes a pensamentos, palavras e acções e pormo-nos sempre no lugar do outro, humano, animal ou mundo natural, antes de tomar decisões que o vão afectar, tal como a nós mesmos. Estamos conscientes de que isto tem de incluir os que actualmente percepcionamos, também em função dos nossos limites, como adversários, hostis ou inimigos. Esforçar-nos-emos para que as nossas decisões sejam sempre movidas pela sabedoria, pelo amor e pela compaixão e visem o maior bem comum possível.
Para que isto aconteça empenhamo-nos em promover uma cultura da expansão da consciência, que alguns chamam espiritualidade, que pode ser laica e não religiosa, baseada em valores transversais a crentes, ateus e agnósticos, como o amor, a compaixão, a solidariedade, a generosidade, a paz e a justiça. Importa que essa cultura, orientando a mente para o bem comum de todos os seres e do planeta, seja o centro de uma nova educação e se reflicta em todos os níveis dos sistemas de ensino. Há que formar novas gerações de cidadãos conscientes e responsáveis que se empenhem numa nova intervenção social, cívica e política, radicalmente não-violenta e movida pela sabedoria, amor e compaixão universais. Deles surgirão novas pessoas que ocuparão os novos centros de decisão política, económico-financeira e administrativa, assumindo responsabilidades institucionais e governativas em prol do bem comum global. Para tal parece-nos essencial transitar da democracia representativa para a participativa, assegurando aos eleitores mecanismos de fiscalização eficaz dos eleitos. Estamos conscientes da urgência de novas formas de liderança e exercício do poder, o mais descentralizadas e partilhadas possível. O poder é um serviço e uma responsabilidade, não um usufruto movido por interesses pessoais e de grupos. Estamos decididos a redignificar a política, emancipando-a dos poderes económico-financeiros, vinculando-a à cultura da expansão da consciência e pondo-a ao serviço de uma ética do bem comum de todos os seres e da Terra.
Apesar da aparência preocupante e caótica do estado actual do mundo, estamos decididos a não nos deixarmos dominar pela tristeza, desalento, desespero, angústia ou agressividade. Somos já milhões em toda a Terra a construir esta nova realidade nas nossas vidas, com alegria e confiança nos imensos resultados benéficos já evidentes. Com o eloquente exemplo destes benefícios, e da nossa acção baseada na paz, na alegria e na confiança, sabemos que cada vez mais consciências despertam e despertarão para esta profunda mudança.