terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Campo Aberto e PNED

Sou sócio da Campo Aberto . Graças a esta associação e ao forum por ela criada, o PNED, tenho trocado ideias e aprendido muito. Deixo-vos aqui a notícia que o meu amigo Nuno Quental os objectivos da Campo Aberto e do PNED :

Tendo concluído que poderia ser de interesse para si manter-se a par das iniciativas PORTO E NOROESTE EM DEBATE, ou porque julgámos que estaria interessado nas informações relativas às dimensões urbanística e ambiental das cidades da área metropolitana do Porto e em geral da região Noroeste de Portugal, convidamos a aderir à lista PNED de informação e debate, que se
inscreve precisamente nesse âmbito geográfico.

Além de informações sobre as iniciativas PNED (Porto e Noroeste em debate), a lista acolhe informações e debate sobre temas urbanísticos e ambientais do Porto e Noroeste em geral, tanto em zona urbana como rural.

A lista é mantida por Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente, embora qualquer pessoa, mesmo não sendo sócio, se possa inscrever ou participar. São também fornecidas informações sobre a revista AR LIVRE,
editada por Campo Aberto.

A criação da associação CAMPO ABERTO, em Dezembro de 2000, resultou do Ciclo
PORTO E NOROESTE EM DEBATE, iniciado em Outubro de 1999.

CAMPO ABERTO defende uma cidade a uma escala mais humana, mais convivial, com maior respeito pelos jardins e outros espaços verdes, a preservação e reintrodução de natureza na cidade (e sua preservação e defesa nas zonas não urbanas), o combate à desertificação do centro histórico, um urbanismo que não resulte em guetos sociais ou privados e que seja pensado para aliviar os
problemas de trânsito, do ruído, da massificação, em suma um urbanismo orientado para uma real qualidade de vida.

CAMPO ABERTO defende sobretudo que a cidade não deve ser posta perante factos consumados, antes a sua evolução deve resultar de um permanente diálogo entre os cidadãos residentes, as suas associações, os técnicos e profissionais e as autoridades municipais, num clima de autêntica
transparência democrática.

CAMPO ABERTO é inteiramente independente do ponto de vista político e partidário. Sente-se por isso livre de apoiar qualquer iniciativa, venha ela de onde vier, que se inscreva nos parâmetros acima descritos, bem como de criticar ou rejeitar qualquer intervenção que os contrarie, seja ela proveniente desta ou daquela ideologia, partido ou força política. Recusamos pois que, a respeito de eventuais tomadas de posição nossas, nos queiram amalgamar com este ou aquele sector. Estamos no entanto abertos a qualquer crítica, reparo ou divergência, e convidamos mesmo os nossos associados,
simpatizantes ou qualquer outra pessoa a manifestarem-nos os seus pontos de vista, sejam eles de aprovação ou de discordância.

J.Dias Marques
Presidente de CAMPO ABERTO - Associação de Defesa do Ambiente
Apartado 5052
4018-001 PORTO
fax e gravação de mensagens 22 9759592

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

MOTIVOS PARA DIZER NÃO À ENERGIA NUCLEAR

19 de Março: Contra o Nuclear!
No dia 15 de Março, a quarta feira anterior, perfazem-se 30 anos sobre a marcha do povo da aldeia de Ferrel sobre o local onde decorriam trabalhos preparatórios para a então projectada central nuclear, numa impressionante manifestação de recusa, pacífica e determinada.( Ler mais na EcoAgenda da Quercus)


Agora que alguns querem ressuscitar a perigosa e inútil ideia de centrais nucleares em Portugal, vamos a Ferrel, no domingo 19 de Março, comemorar os 30 anos sobre essa primeira grande manifestação de carácter ambiental no nosso país e relançar o debate sobre o problema energético em bases realmente sustentáveis, renováveis e alternativas.Inscrições e detalhes da deslocação informe-se na Campo Aberto.



Campanha de cartazes internacional Factos Sobre a Energia Nuclear (várias línguas,com textos e posters livremente disponíveis)


50 dos principais acidentes nucleares até hoje registados

CONSEQUÊNCIAS DO NUCLEAR

MAIS FACTOS

Posição da Quercus

DIVERSOS

Radioactivos nunca mais.

Sobretudo usemos os recursos naturais e renovaveis que temos e somos: o Amor e a Razão!

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Documentário da Semana- Genetic Roulette


When the US government ignored repeated warnings by its own scientists and allowed untested genetically modified (GM) crops into our environment and food supply, it was a gamble of unprecedented proportions. The health of all living things and all future generations were put at risk by an infant technology. After two decades, physicians and scientists have uncovered a grave trend. The same serious health problems found in lab animals, livestock, and pets that have been fed GM foods are now on the rise in the US population. And when people and animals stop eating genetically modified organisms (GMOs), their health improves. This seminal documentary provides compelling evidence to help explain the deteriorating health of Americans, especially among children, and offers a recipe for protecting ourselves and our future. 


A film by Jeffrey M. Smith. Narrated by Lisa Oz 

sábado, 25 de fevereiro de 2006

Cartaz do dia: trabalhe, compre, consuma e morre


Há um movimento crescente de contestação e alternativas a um estilo de vida pró-consumista, acrítica e irresponsável, até que chegue aos ouvidos dos nossos representantes e decisores político-económicos que devemos abrandar e conservar os recursos e ter mais tempo para nós e amigos e família e não sermos escravos deste ciclo tão oco afinal, mas muito impactante nas nossas vias e na vida selvagem.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

UNIDOS ... EU FAÇO OUTRO PLANETA POSSÍVEL


Texto de Gilson Tessaro e foto de João Soares


UNIDOS ... EU FAÇO OUTRO PLANETA POSSÍVEL

Querer , não querer, falar, não fazer. Idealismo e proclamação, sonho e atitude. Eu, tu, ele – nós.Eu faço a diferença: nós e a individuação. Atitude coerente ou eterna transição?
Palavras e poesias, informação ou comunicação? Bla,bla,blás (escritos ou falados) ou expressões ecosensíveis? Alternativo aos sistemas, ou ecovivente do universo paralelo?
Emprego ou livre ecoprodução? Condicionamento aos (não eco)sistemas ou liberdade ecoociosa? Progresso ou co-evolução? Envolvimento incondicional ou des-envolvimento possessivo? TERRA Planetária ecosolidária ou terra propriedade ao mercado? Campo e Cidade ou Planeta? Urbano e rural ou bioregionalismo planetário? Cooperar ou competir? Trabalhar ou Dedicar-se? Necessidades humanas ou Econecessidiades? Educar ao ser cultural manipulador/ transformador do meio ou facilitamar harmonizações ao Ser natural ? (Pseudo)conscientizar com ilustracionismo mental ou conscientizar com atitudes de intervenção planetária? Tempo é dinheiro ou Tempo é ecoarte? Ativismo sem sentido ou ecoócio? Dinheiro e relações de compra des-envolvente ou moeda ecológica solidária e relações de confiança? Ser ou não ser? Sinto ... logo existo e co-relaciono-me.

Querer e fazer, liberdade e ecodisciplina. Amar compartilhando-se, daí
Eu faço outro planeta e realidade, melhor e possível, quando:

- sou a mudança que quero ver no mundo, porque um planeta melhor e equilibrado, ajudará a ficar bom para todos, e começa por mim;
- busco o re-ligare concreto com o mistério da origem, com a sincronicidade cósmica de Gaia, porque fomentam o sentido do estado de todas as coisas;
- me coloco incondicional e dedicadamente ao servir à vida sustentável, porque só a cooperação inter-seres pode nos manter existentes;
- expresso ecoartisticamente com atitude eco-lógica, porque só com elementos naturais a arte tem sentido e coerência planetária não destrutivos;
- a busca incessante e total ao ecossustentável me toma conta, porque precisamos continuar existindo – com (eco)sistemas sustentáveis;
- busco o natural, lento e tranquilo envolvimento, porque a linear e desvairada panacéia do progresso e des-envolvimento nos adoece e mata;
- tenho a autonomia interdependente, livre e des-apegada, porque não somos número, máquinas, títulos e nem certificados burrocráticos – que nos condicionam e prendem;
- descubro que a verdade/ dogmas não existem, e a Vida é simplicidade de re-construção, porque nada é imutável, tudo se re-faz e está por ser feito por nós;
- Vivo o amor universal e incondicional, faço a favor da Vida, com muita cooperação e ecoternura, porque com violência e luta contra / competitiva, já envelhecemos ... e ampliamos a não harmônica degradação;
- Boicoto todo o não natural, porque todos juntos boicotando, esvaziamos os sistemas de não vida – já que a mudança começa por mim;
- Aprendo a ecologizar(antes de economizar), porque desta, interdepende e subordina-se a economia da Vida;
- Me educo ecolivremente, porque as instituições mentem, iludem e des-educam do interdependente ecossistêmico;
- Vivo o tempo e afazeres do dia a dia para o meu Ser - indivíduo planetário, porque viver para o meu eu sobrevivente, para minhas (não eco)necessidades, degrada mais;
- Re-conecto ao profundo respeito bioregional, porque ali está o conhecimento ancestral abandonado, e o sentido eco-lógico de nossas Vidas e articulações ecopolíticas;
- Dedico-me a solidariedade com todas espécies, como livre ecoprodutor em trocas, porque não posso continuar sacrificando todas elas, em nome do emprego, comercialismo e benefício de um só espécie(a humana);
Enfim, quando percebermos as tantas outras milenares ilusões a nós deixadas como ARMADILHAS ANTROPOCêNTRICAS, iremos retornar à BUSCA DO SER NATURAL, num UNIVERSO PARALELO. Aí reconheceremos (junto a GAIA) que não precisamos de quase nada que os (não eco)sistemas des-envolvimentistas – economicistas nos oferecem, então ... ficará fácil VIVER,
pois TUDO É RE-INVENÇÃO ORGÂNICA, e SIMPLES ECO-LÓGICA.
EIS A VIDA e não mais a doentia sobreviência (que gira atrás do rabo eternamente).
UNIDOS ECOPOLÍTICOS, começa por cada um de nós e eu faço a diferença. Agora.


Gilson Tessaro
Ecopedagogo permacultural; mestrado em Educação UFSC (Univ. Federal de Santa Catarina) Brasil

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

The Future of Life by Edward Wison- Book Review

What We Lose with Species Loss 
Harvard entomologist Edward O. Wilson examines the interaction between humans and other species, in particular those species that have lost or are losing the battle against human encroachment. It is certainly a familiar story, but Wilson's approach in The Future of Life is one of intelligence and hope. "The race is now going on between the technoscientific forces that are destroying the living environment and those that can be harnessed to save it," he writes. "If the race is won, humanity can emerge in far better condition than when it entered, and with most of the diversity of life still intact." 

The tragedy of the disappearance of species--some once widespread and familiar, some newly discovered at the brink of extinction, some gone before we know they exist--is far-reaching. We don't know, for example, all that a rain forest has to offer or all the uses that may lie hidden in a single gene of an animal like South America's poison dart frog. 

The discovery of a beneficial painkiller derived from the frog's poisonous secretions came at the very moment when its habitat is all but gone and the species is nearly extinct. We may never know what remains to be discovered or what was snuffed out before we knew what it was or what it could do. A letter to Thoreau serves as Wilson's introduction. It outlines the state of the world ecosystem, quoting statistics and drawing on Thoreau's proposal of a land ethic as an answer to the "bottleneck of overpopulation and wasteful consumption." 

This land ethic, says Wilson, must be a global one "where economic progress and conservation are treated as one and the same goal." Wilson's approach is mostly historical, narrating stories of encounters between humans and nature where the environment has lost out. He remains optimistic for the future, however. "Everyone has some kind of environmental ethic," he says, and the solution requires cooperation among government, the private sector, and science and technology. Wilson does not neglect the importance of religion or the growing prominence of the environment in religious thought; most of the details of his solution, however, are placed squarely on the shoulders of politicians, private conservation agencies, and the technoscientific community. "The interlocking of the three agents is vital to global conservation," he writes. "The trends in their evolution are encouraging."


Vencedor do Prémio Pulitzer, Edward Wilson apresenta agora uma obra importantíssima para quem ainda se preocupa com o futuro da vida sobre o planeta. Ainda que apresente permanentemente uma posição conservadora, O Futuro da Vida nos traz, ao mesmo tempo, informações relevantes sobre os impactos que estamos causando à biodiversidade e reflexões de fundo sobre nosso modo de vida e as consequentes externalidades causadas pelo nosso estilo de desenvolvimento. Entre os destaques, poderíamos citar o "diálogo" entre o economista e o ambientalista, uma montagem de dados e discursos correntes em nosso meio (e no dele, nos USA), sustentado por diferentes visões de mundo e diferentes pontos de vista sobre o futuro.

Como ele afirma, os economistas "sabem que a humanidade está destruindo a biodiversidade, simplesmente não gostam de passar muito tempo pensando sobre o assunto". Deste "diálogo", o autor conclui que o grande "dilema do ambientalismo" é resultado da falta de aproximação e acordo entre "dois sistemas de valores": o conflito entre valores de curto prazo e de longo prazo. Encontrar o meio termo sobre o agora e o futuro que queremos seria fundamental para que se possa "passar pelo gargalo em que nossa espécie imprudentemente se meteu".

A exterminação de espécies, o impacto dos processos de colonização e a ocupação humana dos espaços são abordados de uma maneira singela e compreensível, ao mesmo tempo em que o autor relaciona estas questões com aspectos da macroeconomia, para mostrar que o crescimento ilimitado é impossível, pois jamais conseguiremos substituir os serviços ofertados pela natureza por recursos artificiais. Assim mesmo, desde uma posição conservadora, o autor destaca os riscos dos cultivos e produtos transgénicos. Ainda que veja na engenharia genética uma arma para o que chama de "revolução verde sustentável", Wilson destaca a necessidade de adoptar-se o princípio da precaução.

Trata-se, pois, de um livro que pode ajudar os iniciantes nos temas ambientais a familiarizar-se com um conjunto de aspectos que estão em jogo neste século XXI e que serão decisivos para o futuro da humanidade, inclusive o potencial para a vida que a natureza ainda nos oferece, pela biodiversidade que nós ainda não conseguimos destruir com a "avalanche do capitalismo baseado na tecnologia" que só será enfrentada a partir de uma "ética ambiental a longo prazo e que conte com o apoio da maioria".

Para saber mais sobre Edward.O.Wilson

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

África e Diálogos Lusófonos- cultivando o pensamento de Agostinho da Silva e promovendo as estratégias do Desenvolvimento Sustentável

Mais fotos belíssimas de Moçambique no blogue Nosso Moçambique

Cresci muito ao ler e ver os programas de Agostinho da Silva(1906-1996). O tema mais candente da sua obra foi a cultura de língua portuguesa, num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos. Portanto com este artigo pretendo não apenas prestar-lhe homenagem, mas dar o meu contributo divulgando mais projectos LINDOS que estão a acontecer no terreno na promoção da lusofonia e da Educação Ambiental. 

1.Rede do Festival Virtual Africano O Movimento Mulheres pela Paz, fundado pela economista Amyra El Khalili, coordena esta rede formada com a participação exclusiva de conferencistas e imprensa para a cobertura on line, divulgando em demais veículos de comunicação, como rádios espalhadas pelo mundo. Pois trata-se de um Festival diferente e muito peculiar. Através dele, vários conhecimentos, ideias e contribuições estão sendo graciosamente transmitidas na Internet. Idealizado e dirigido por Celso Salles, organizado por africanos e afro-descendentes, esta iniciativa tem como principal objetivo levar a mensagem do mundo para a África e, tão importante quanto, a mensagem da África para o mundo, mixando conhecimentos relacionados com o desenvolvimento sustentável do ser humano, do meio ambiente e da humanidade. São diversificadas visões de um mesmo ou vários assuntos, que se completam e contribuem para diminuir as desigualdades e tornar a vida menos injusta em nosso Planeta. Vamos, por isso,cantar todos Filhos do mesmo Sol,chegou a hora África de mostrar sua grandeza! 

2.Entrevista da minha amiga Michele Sato para o Forum Africano Manifesto a favor da Educação Ambiental. Convidada pela querida amiga Amyra El Khalili, tenho enorme satisfação de participar deste momento, celebrando também um renovar de esperanças. Agradeço a oportunidade de estar junto, enviando uma mensagem sobre as orientações duvidosas internacionais que varrem identidades construídas no âmago de cada cultura. A entrevista foi realizada por João Carlos Gomes e falo também no nome de Mauro Guimarães, que lançou um manifesto a favor da Educação Ambiental junto comigo, durante o lançamento da década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, pela UNESCO, no Rio de Janeiro-2005. Agradeço, também, a estes dois amigos especiais. Adensa-se a era das incertezas, o mar revolto poderá trazer discórdias e dúvidas. Entretanto, e certamente, um fio conduzirá a possibilidade de continuarmos nossa luta. É possível que não sejamos vitoriosos e o destino da Terra já tenha uma rota não promissora. O que nos move, todavia, é lutar contra o imobilismo, a castração intelectual e a coragem de fazer de nossa luta, novos enredos à construção de espaços coletivos que possam espelhar posturas éticas frente a este mundo e a este século. Desejo, desta maneira, territórios e temporalidades de utopias que nos conduzam a construir várias sociedades sustentáveis, com inclusão social e proteção ecológica. Um forte abraço, carregado de esperanças. Michèle Sato MICHÈLE SATO - Licenciada em biologia, mestre em filosofia e doutora em ciências. É coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 

3. Lusotopia - página actualizada e empenhadamente mantida por Carlos Fontes 

4.Projecto Às Portas do Mundo Temos como uma verdade incontestável que a Língua, as culturas, as vivências interactivas dos povos de expressão lusa, os valores que os informam e que lhes imprimem carácter, constituem verdadeiros portais franqueados sobre o Mundo e para ele. Reconhecendo que, entre povos amigos, se têm verificado múltiplas realizações cujos resultados incentivam sempre a uma maior consolidação do diálogo cultural, surgiu a proposta do Projecto Às Portas do Mundo. Pretende-se, através da sua implementação, desenvolver uma intervenção cultural e social inédita nos países irmanados pela Língua portuguesa.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Marcello Buiatti- Biological complexity and punctuated equilibria



International Meeting "Stephen J. Gould ´s Legacy: Nature, History, Society"

Organized by Istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti in collaboration with Università Ca' Foscari, Venezia


Biografia de Marcello Buiatti

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Bayard Rustin (1912-1987)


Bayard Rustin (17 de Março de 1912 – 24 de Agosto de 1987) foi um activista pelos direitos civis dos Afro-Americanos, sobretudo pelo seu papel de organizador da Marcha sobre Washington pelo Trabalho e pela Liberdade, em 1963. Foi conselheiro de Martin Luther King sobre resistência civil não-violenta. Rustin era abertamente gay e, na parte final da sua carreira, defendeu as causas gay e lésbicas. Pouco antes da sua morte, em 1987, Rustin disse: "O barómetro da nossa posição sobre a questão dos direitos humanos já não reside na comunidade negra, mas na comunidade gay. Porque é esta comunidade que é mais facilmente maltratada."

Without Bayard Rustin’s vision and leadership many of the equal rights we take for granted today wouldn’t have been possible. He was a strategist and activist for civil, human as well as gay and lesbian rights. Rustin was involved in pacifist groups and early civil rights protests. He was a main advisor to Martin Luther King, Jr. He was arrested several times for his civil disobedience and because he was gay, but he continued to fight for equality.

Biografia mais completa no Wiki Ingles

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Robert Kurz- O desenvolvimento insustentável da natureza

Robert Kurz
São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002
Inundações e secas ocorridas nos últimos meses no mundo todo anunciam uma nova e grave dimensão da crise ecológica. Essa relação contém uma tensão que pode rebentar destrutivamente. Já que processos sociais e naturais não são idênticos, eles podem colidir.
Nenhum ser humano é capaz simplesmente de viver em harmonia com a natureza", como requer a ideologia verde.
Do contrário, ele mesmo seria simples natureza, ou seja, um animal. Para que esse processo não leve a fricções catastróficas, é indispensável uma organização racional da sociedade. Razão significa, nesse aspecto, nada mais que uma reflexão sobre os nexos naturais na consciência e um comportamento
correspondente na reconfiguração social da natureza que evite a exploração exaustiva e absurda e os efeitos colaterais destrutivos. Uma organização racional da sociedade não pode, porém, se restringir somente ao processo de metabolismo com a natureza. A razão é indivisível. Sem uma relação racional dos membros da sociedade entre si, isto é, uma relação que satisfaça as carências sociais, não pode haver razão nenhuma na remodelagem da natureza. Como Horkheimer e Adorno haviam mostrado na Dialética do Esclarecimento (ed. Jorge Zahar), um domínio sobre a natureza irracional, destrutivo e irrefletido, e um idêntico domínio do homem sobre o homem se condicionam reciprocamente.

Dinâmica ameaçadora
Nesse sentido, todas as sociedades até hoje devem ser consideradas irracionais, visto que não se desvencilharam da irracionalidade da dominação. Mesmo as catástrofes sociais, como as guerras ou os flagelos da fome, e a destruição da natureza se condicionam reciprocamente. A dominação é sempre destrutiva, já que representa uma relação de poder irrefletida. Definidas por relações de dominação e submissão no nível das relações sociais, as sociedades agrárias pré-modernas também conheceram a destruição dos nexos naturais ligada a isso. A calcarização das margens do Mediterrâneo, outrora
enflorestadas, foi, como se sabe, uma consequência do consumo inescrupuloso de madeira pelas potências antigas, sobretudo pelo Império Romano. A construção de frotas de guerra desempenhou aí um grande papel.
Mas essa destruição da natureza se limitava a aspectos isolados da biosfera, ela não assumia ainda um caráter sistemático e abrangente. SÓ A MARAVILHOSA MODERNIDADE DESENCADEOU UMA DINÂMICA QUE SE TORNOU DE MODO GERAL UMA AMEAÇA PARA A VIDA TERRENA ,suscitando em grande escala aquelas catástrofes sociais da natureza; e com tanto maior impeto quanto mais a sociedade moderna se desenvolve, convertendo-se num sistema planetário total.
Seria barato demais atribuir a dinâmica da destruição moderna da natureza exclusivamente à técnica. Certamente são os meios técnicos que interferem direta ou indiretamente nos nexos naturais. Mas esses meios não são responsáveis por si, são o resultado de uma determinada forma de organização social, que define tanto as relações sociais quanto o processo de metabolismo com a natureza. O MODERNO SISTEMA PRODUTOR DE MERCADORIAS, BASEADO NA VALORIZAÇÃO DO CAPITAL MONETÁRIO COMO FIM EM SI MESMO, REVELA-SE AÍ, DE DUPLA MANEIRA, IRRACIONAL: TANTO NO MACROPLANO DA ECONOMIA NACIONAL E MUNDIAL QUANTO NO MICROPLANO DA ECONOMIA INDUSTRIAL.
O macroplano, isto é, a soma social de todos os processos de valorização e de mercado,produz a coerção para um crescimento abstrato permanente da massa de valores. Isso leva a formas e conteúdos nocivos de produção e a modos de vida que não são compatíveis nem com as carências sociais nem com a ecologia dos nexos naturais (transporte individual,assentamento irregular, desgaste do ambiente, formação de aglomerações-monstro nas cidades, turismo de massa etc.).
No microplano da economia industrial, as coerções do crescimento e da concorrência conduzem a uma política de redução dos custos a qualquer preço, não importando se o conteúdo da produção é em si conveniente ou diruptivo. Mas os custos não são na maior parte objetivamente reduzidos, mas simplesmente deslocados para fora: para a sociedadeinteira, para a natureza, para o futuro. Essa externalização dos custos aparece então,de um lado, como desemprego e pobreza, de outro, como poluição do ar e da água, lixiviação e erosão do solo, transformação destruidora das condições climáticas etc .

O pós-guerra
As consequências destrutivas desse modo de produção irracional sobre o clima e a biosfera pareciam ser a princípio uma questão meramente teórica, visto que se manifestam em escala planetária só a longos intervalos. Esse processo de destruição foi preparado em dois séculos de industrialização, apressado no desenvolvimento do mercado mundial depois de 1945 e extremado na globalização das duas últimas décadas. Repetindo-se a intervalos cada vez mais curtos e alastrando-se por um número cada vez maior de regiões do globo, as catástrofes das enchentes e das secas anunciam os limites ecológicos absolutos desse modo de produção, assim como o desemprego e a pobreza em massa, globais e crescentes, marcam seus limites socioeconômicos absolutos. O dilúvio e a seca podem ser explicados de maneira precisa como relações de causa e efeito a partir da lógica destrutiva do mercado mundial e da economia industrial. Em escala continental e transcontinental, as chuvas e os temporais extremos e anormais bem como, inversamente, a escassez extrema e anormal de água são provocados por modificações climáticas, que por sua vez são o resultado da emissão industrial desenfreada dos chamados gases-estufa (clorofluorcarbonetos). Esses gases, que esquentam artificialmente a longo prazo a temperatura da terra, são liberados na produção e na operação de quase todas as mercadorias industriais importantes, embora haja também outras possibilidades técnicas.

Fracasso das ONGs
Em escalas regionais menores, é uma série inteira de intervenções na natureza produzidas ela economia de mercado que leva à intensificação da nova dimensão dos temporais,chegando às catástrofes de enchentes que se estendem por grandes superfícies: nos vales fluviais, as terras são industrialmente enresinadas, as várzeas aniquiladas e mercadejadas como regiões de comércio e construção e, os próprios rios, retificados, dragados e transformados em rodovias de água. De um lado, portanto, a mudança do clima, gerada pela economia da indústria e do mercado, concentra maciçamente as chuvas, antes distribuídas com uniformidade, em determinadas zonas; de outro lado, igualmente em razão das práticas inescrupulosas do mercado e da indústria, os volumes de água escoam e se infiltram ali numa medida muito menor do que o faziam no passado. Os críticos ecologistas demonstraram,é verdade, esses nexos, alertando sobre as catástrofes que agora se manifestam realmente.
Mas eles sempre evitaram colocar em questão o princípio econômico causador como tal.
TEÓRICOS E PUBLICISTAS ECOLOGISTAS, PARTIDOS VERDES E ONG’S, COMO O
GREENPEACE,DEIXARAM-SE RENDER TODOS JUNTOS AOS PRINCÍPIOS ETERNOS DO CAPITALISMO
. Nunca quiseram algo diferente de uma espécie de "lobby da natureza", inserido no quadro exato da lógica que destrói a biosfera. Todo o debate sobre o chamado desenvolvimento sustentável ignora o caráter do princípio abstrato da valorização e do crescimento, que não possui nenhum senso para as qualidades materiais, ecológicas e sociais e, por isso, é também completamente incapaz de tomá-las em consideração. Absurdo por inteiro é o projeto de querer que a economia industrial contabilize em seus balanços os custos da destruição da natureza que ela tem acumulado. A essência da economia industrial consiste, é claro, justamente no fato de externalizar sistematicamente os custos, que por fim já não podem mais ser pagos por nenhuma instância. Se ela devesse parar com isso, já não seria mais nenhuma economia industrial, e os recursos sociais para o processo de metabolismo com a natureza teriam de ser organizados em uma forma qualitativamente diferente. É uma ilusão que a economia industrial deva renegar seu próprio princípio. O lobo não vira vegetariano,e o capitalismo não vira uma associação para a proteção da natureza e para a filantropia.

Um luxo
Como era de esperar, todas as conferências de cúpula acerca da proteção do clima e da sustentabilidade, do Rio a Johannesburgo, passando por Kyoto, fracassaram de forma lamentável, e a resistência "sustentável" dos EUA, que não querem perder a alegria de seu consumo de potência mundial, NÃO FOI A ÚLTIMA DAS RAZÕES. Uma vez que o reequipamento perfeitamente possível com outras tecnologias pesaria nos cálculos da economia industrial e estreitaria os lucros, ele é recusado, e o gás-estufa continua a ser emitido em grandes quantidades; da mesma forma, o desgaste do ambiente segue desenfreado.
Entrementes a disposição para intervenções ecológicas na economia chegou a recuar de maneira dramática, porque o fim do capitalismo de bolhas financeiras ameaça estrangular a economia mundial e, por isso, a proteção da natureza e do clima parece ser apenas um luxo, o primeiro a ser cortado. Sob a impressão da crise econômica, cada vez mais ex-ecoativistas proeminentes se confessam filhos do capitalismo, não querendo saber mais nada de uma limitação da economia industrial. Um deles é o “cientista político dinamarquês Björn Lomborg [autor de O Ambientalista Cético, ed. Campus"], que se tornou o predileto da imprensa econômica e pode viajar a toda parte como missionário bem pago da indústria, já que remete a
catástrofe do clima para o reino da fantasia e assevera que, com a ajuda da economia de mercado global, tudo ficará cada vez melhor e até a natureza desabrochará pra valer.

Sem esfriamento
Tomada de entusiasmo por essa falsificação descarada dos fatos, a Wirtschaftswoche, o órgão central do neoliberalismo alemão, dedicou toda uma série às teses de Lomborg. Quando da última parte dessa série, veio pontualmente a grande enchente.
Meteorologistas e historiadores constataram em comum acordo que havia séculos não ocorriam na Europa Central temporais e enchentes dessa espécie. A alteração do clima foi então direta e sensivelmente perceptível, pois se tratava de tempestades e aguaceiros sem esfriamento, como os que são conhecidos comumente apenas nas regiões tropicais. A catástrofe subsequente da inundação na Alemanha, na República Tcheca e na Áustria causaram, em semelhança com a Ásia, danos de bilhões de euros.
Devido aos cofres vazios do Estado, o chanceler alemão Gerhard Schroeder teve de colocar em questão o pacto da estabilidade da União Européia. A enchente assumiu dimensões que tocam a política financeira. É cada vez mais evidente: crises econômicas e destruição ecológica se entrelaçam em uma catástrofe global única. As leis físicas não podem ser manipuladas nas estatísticas, e os pragmáticos realistas do sistema do mercado global afundam literalmente na água suja e na lama.
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Robert Kurz é sociólogo e ensaísta alemão, autor de "Os Últimos Combates" (ed. Vozes) e "O Colapso da Modernização" (ed. Paz e Terra). Ele escreve mensalmente na secção "Autores", do Mais!

Mais leituras de Robert Kurz no Bioterra

Mais textos actualizados no seu site Robert Kurz

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Porque está Lua Cheia...vamos luarejar um pouco!

Foto de João Soares,Luar em Barca d´Alva,Janeiro 2005


LUAREJAR

No extenso luarento
Surte-se um estrelário faiscante
Extremado num escuro negregoso.
Proibitivo, atenuo a marcha
Desmarco a velocidade atroz do vento,
Que refresca o boscarejo verdoengo.
Do caminho que prossigo
Vindo a propósito casos de alvitres distantes,
Tão perto de mim
Vejo o sono entre os ninhos.

João Soares,Abril 1996

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Documentário: Ashes And Snow - Gregory Colbert



Está a percorrer o mundo a exposição Ashes And Snow , do fotógrafo canadiano Gregory Colbert, do qual já expus algumas vezes fotografias.

Todo o trabalho é um poema e um manifesto à Harmonia de Todos os Seres na Terra.

Liguem o som e façam a experiência .

Entrevista a Gregory Colbert

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Horta à Porta!!


(Foto:João Soares)


Em Almeida, encontrei esta casinha com umas couves óptimas, fresquinhas à porta da casa nº 10 e curiosamente lembrei-me do Primeiro-Ministro de Inglaterra, não sei porquê e com vontade de lhe enviar esta foto também, para lhe dizer que há muitas propostas para haver uma agricultura mais ecológica e que há alternativas aos cultivos OGM e aos pesticidas que matam e intoxicam o nosso planeta,as nossas crianças e o nosso organismo....

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Ainda Educação Ambiental e Religião: Tabu ou abertura, mesmo na Educação Ambiental?


Quando se fala em religião há sempre um certo tabú?? Não acham?? Levanta-se a poeira do acriticismo ou do laicismo e insurgem-se grupos (pseudo)religiosos extremistas, confiantes e a acharem-se os donos da verdade e da fé?
Outros à espera do Reino de Deus futuro, quando não fazem quase nada para servir com alguma dignidade e humildade os mandamentos e textos sagrados no seu dia-a-dia?
Muitos refugiando-se no consumismo, no materialismo e noutros ismos, prejudicando a si e ao planeta, numa busca incompreensiva de felicidade e apoiados numa visão muito egocêntrica do mundo?
A curto, a médio ou a longo prazo, nas nossas vidas, a religião/espiritualidade vem ter connosco, mesmo aos ateístas e agnósticos mais convictos....independentemente da cor, do sexo, da idade, profissão, de língua,  de opinião política.
A religião que podia ser uma planície de reflexão, de enriquecimento e de ajuda ética, é hoje em dia, fruto de muitas divisões e sectarismos, fracturada, vilipendiada e arma de arremesso entre políticas de guerra e de poder, de contra-informação...misturada em conflitos socioambientais (água, petróleo, recursos pesqueiros, etc).
Não defendo que cristãos, muçulmanos, budistas, etc criem movimentos católicos/muçulmanos/budistas/etc ambientalistas, p.ex...mas defendo que os teóricos/arautos de cada religião abram as suas perspectivas a todos....para todos...e promovam o diálogo entre religiões e que as promovam entre o seu "rebanho" orientando-os também para estas questões socioambientais.
Deixo-vos mais um testemunho, que me foi enviado por mail e que levanta mais questões importantes.
Quer queiramos quer não a Religião é um facto cultural humano de enorme importância...No fundo o que as une é o questionamento da vida e da morte...da dor e do amor....Vamos dar uma força de maior transparência religiosa na estratégia de Ecodesenvolvimento....No caminho da Paz e da Carta da Terra.


Por Alberto Vieira da Silva, Mestrando em Educação Ambiental; licenciado em Gestão de Empresas (ISCTE, Lisboa); actualmente responsável pelo Sistema de Informação de Alta Gestão na Reitoria da Unisul (Universidade do Sul de Catarina, Brasil)


Prezado João Soares
Concordo com a sua colocação abaixo e achei esse texto bem interessante, do ponto de vista das sinapses (ou falta delas) entre os diferentes aspectos de nossa cultura ocidental, e não só. Qualquer abordagem religiosa tradicional tem como objetivo a purificação do ser humano e, portanto, uma aproximação progressiva a algo transcendente, seja qual for o nome que lhe seja dado e em qualquer religião.
Porém, é surpreendente como, de um modo geral, as pessoas soi-disant envolvidas com a prática religiosa - vulgo praticantes, que devem ser a maioria da população - não conduzem seus co-religionários à reflexão, que bem poderia retornar comportamentos ambientais ou, pelo menos, pró-ambientais. Se, como se acredita, a maior parte das pessoas tem uma religião, e diz praticá-la, como pode haver tanto lixo, tanta sujeira, tanta concentração química e bio-química prejudicial no ar, na terra e na água?... tanta... destruição perpetrada pelo ser humano contra a Natureza e contra si mesmo? ...
Um sura do Corão diz assim: Deus é belo e ama a Beleza. Belíssimo. Mas quanto lixo nos países muçulmanos! E quanto lixo nos países que se dizem cristãos!... Quantas latas, garrafas plásticas e sacolas tenho visto serem arremessadas de automóveis, caminhões ou carretas com grandes dísticos como : Deus é Fiel, Veículo monitorado por Deus, Jesus é o Senhor, Este veículo pertence a Jesus, etc. etc?
Numa praia em Santa Catarina onde estive ancorado na época de férias, um grupo religioso fez uma celebração ritual na praia, à noite, com uma enorme fogueira e tochas ao redor; resultado visível - na hora, o vento encheu de fumaça a casa mais próxima, a ponto de os ocupantes terem que fechar todas as portas e janelas, numa noite bem caliente! De manhã, as cinzas da fé estavam tapadas com areia, mas o tronco ainda estava ardendo... Não sei se alguém pisou nessa areia e queimou o pé, mas poderia ter acontecido; entretanto, a maré subiu e distribuiu, por uma área extensa, milhares de bocados de carvão que estavam escondidos logo por baixo na areia, muitos dos quais continuam lá ainda hoje...sujando a areia branca e o pé de todo o mundo que passa por lá.
Bem sei que todo esse assunto é extremamente sensível e polêmico, por isso estou fazendo uma abordagem com o devido respeito a qualquer crença, e também à ausência dela, nos casos aplicáveis.
No fundo, se existem verdades universais acessíveis pelo entendimento humano, chamem-se de Leis Naturais, Leis Universais, A Verdade ou qualquer outra designação, as pessoas com bom senso, sensibilidade e inteligência devem começar a concordar em certos pontos fundamentais e agir de acordo, respeitando, ao mesmo tempo, as opções existenciais umas das outras, sem perda aparente de sua identidade; mas, com certeza, numa perspectiva de melhoramento, de aperfeiçoamento permanente (fará sentido de um outro jeito?).
Será que, aos olhos da Divina Providência, a prática ambiental, a preservação da beleza natural, da limpeza aceitável do ar, da terra e da água, não será tão importante como a fé mais profunda? Por que, então, há-de haver tanta fé para falar, e tão pouca fé para praticar? Por que a fé ilumina a alma mas não ilumina o entendimento de que tudo está ligado, e de que a destruição da Natureza é a destruição da própria Criação? Se considerada a tradicional e judaico-cristã salvação da alma, suponho que tal salvação não poderá ser um processo egoísta, voltado
para si mesmo, cego e esquecido de tudo e de todos que estão no entorno.
Com efeito, se formos buscar todas as teologias e cosmogonias históricas, nenhuma delas deixa de afirmar, com mais ou menos variações, que Deus encontra-se por todo o lado na Criação.
Ora, se o ser humano é considerado a criatura portadora de discernimento por excelência, tocada pela própria Divindade - Criada à imagem e semelhança de Deus, segundo as Escrituras -, não se entende, então, tanta fé, tanta religiosidade e, ao mesmo tempo, tanto desvario, tanto estrago realizado pelo predomínio humano na Criação.
Ou será que a prática da religião se resume apenas à rotina ritual? Haverá redenção possível para tal pecado contra-natura?... Haverá desculpa para tal destruição perante o Criador? O Homem, criatura dileta do Criador, fazer tanto mal à Criação e a si mesmo? Algo parece errado, num mundo com tantas religiões. O que está errado? Por definição, não será certamente o Eterno que está errado. Caso, talvez, para refletir e começar a ligar as coisas. Será que não é a hora de refletir um pouco e rever as formas como a religião é entendida e... praticada, justamente no que diz respeito ao ambiente, ao entorno? à obra da Criação?
Abraços

1.Livros (se conhecerem mais bibliografia, comuniquem-me por mail)
Dalai Lama- O Dalai Lama Fala de Jesus. Ed. Fissus
Tich Nhat Han- Jesus e Buda. Ed. Vozes
Jesus e Buda Versículos Paralelos- Ed. Instituto Piaget
Buddhism and Ecology: The Interconnection of Dharma and Deeds, edited by
Mary Evelyn Tucker and Duncan Ryuken Williams

2. Um site excelente

sábado, 4 de fevereiro de 2006

Arte Reflexão do BioTerra - Amor pelo Outro


Syd Barrett - Baby Lemonade

* Quando os Presidentes das nossas Câmaras se entregam a rotundas, cobrar parquímetros, fechar cafés para bancos, só pensam em corridas de carros e megapiqueniques para "espectáculo" como se fossem "instalações" e de muito mau gosto, as cidades morrem. 

* O Amor pelo Outro  
Os filósofos e os próprios teólogos distinguem duas espécies de amor, a saber, o amor que chamam de concupiscência, que não passa do desejo ou do sentimento que se tem por aquilo que nos dá prazer, sem que nos interessemos se ele está a receber amor; e o amor de benevolência, que é o sentimento que se tem por aquele que, pelo seu prazer e sua felicidade, nos dá amor. O primeiro faz-nos visar o nosso prazer, e o segundo, o prazer do outro, mas como se fizesse, ou melhor, constituindo o nosso; pois, se não tornasse a cair sobre nós de alguma maneira, não poderíamos por ele nos interessar, porque é impossível, seja o que for que digam, nos desapegarmos do nosso próprio bem.

Wilhelm Leibniz, in 'Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano'
  

* [...] "We've got the capacity, the energy, sufficient intentions, to go into ourselves, look at ourselves, face ourselves, never escaping from ourselves. We've got all energy to do that ... The misfortune is: - Because we don't ourselves, we destroy other human beings. We destroy Mother Earth"[...]
Krishna Murthy
  


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Homenagem a Mahatma Gandhi pela voz de uma criança



No dia 30 de Janeiro de cada ano assinala-se, um pouco por todo o mundo, o Dia Mundial de Mahatma Gandhi em homenagem a esse grande mentor da Paz e Não-Violência, cujo assassinato ocorreu justamente neste mesmo dia do ano de 1948

Ontem, tendo passado o domingo em família, na companhia de cunhados e do nosso afilhado e sobrinho Gil Henrique, que tem 8 anos, qual não foi a minha surpresa e enorme satisfação quando ele nos leu um poema que tinha estado a escrever.
Todos fizemos silêncio para ouvir o Gil... mas quando ele terminou o silêncio ainda permaneceu alguns segundos... todos ficamos pensativos ....e felizes pela lucidez deste pequeno jovem e esperançados, que como ele, as novas gerações pensem, criem e desenvolvam novos equilíbrios na Terra!
Como as crianças compreendem bem o Mundo e os seus problemas e como a Terra seria melhor se todos nós mantivéssemos os olhos de criança e a sua sabedoria pela vida fora !

Não hesitei em querer partilhar esse poema convosco!!!
Compreendam-no também como uma homenagem a Mahatma Gandhi.


Carta aos poluidores

O Homem chegou
Animais matou
A roda inventou
Fábricas construiu
O ambiente poluiu
O petróleo vazou
O mar estragou
O carro construiu
Um escape colocou
Gases tóxicos expeliu
Uns ficaram na extrema pobreza
Outros na inúmera riqueza
A bomba atómica caiu
Prédios e casas destruiu
Vidas matou
Radiações espalhou
E o Irão, os EUA e a França
Pensam em programas nucleares
Para contaminar os mares?
As armas destruíram o mundo
Fazendo feridas sem fundo
Arranha-céus sombrios, o Homem construiu
O mundo na escuridão deixou
Cheio de smog nas cidades
A ferida ecológica alastrou
E mais pobre o mundo ficou.

Mensagem ao mundo:

Há uma luz ao fundo do túnel
É acabar com o êxodo rural
Para acabar com o mal
Do lixão e da poluição
Energias renováveis utilizar
E o ar melhorar e limpar.
E assim o efeito de estufa acabar
O fosso entre classes evitar
Pessoal do Ocidente
Pessoal do Oriente
Pessoal da nova Geração
Vamos renovar, aplicar e mudar
Vamos cumprir a PAZ por um mundo melhor!

Gil Henrique, menino ecopacifista de 8 anos
Para saber mais:
Gandhi Serve Foundation - a maior base de dados sobre Gandhi

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Vejam e arquivem estas Fotos raras de tribos remotas antes que elas desapareçam


Photographer Jimmy Nelson spent over four years documenting 29 cultures and tribes at risk of disappearing, often in remote parts of the world, using a 50-year-old camera. 

BBC News Picture This looks at his book, Before They Pass Away, a collection of the images he made on this journey. 
 He makes no apologies for the romanticised portrayal of his subjects, telling the BBC that he set out to create iconographic images in order to celebrate the beauty of these cultures and their traditional ways of life.