terça-feira, 12 de outubro de 2021

Insolvências mundiais devem subir 33% em 2022, prevê a Crédito e Caución



As insolvências mundiais deverão aumentar 33% em 2022, de acordo com as previsões da empresa Crédito y Caución. Na maioria dos mercados, as falências deverão mesmo subir para níveis acima dos verificados antes da pandemia.

Os três países mais afetados serão Itália - com um salto de 34% - Reino Unido, nos 33%, e Austrália, na mesma fasquia. Em Portugal, o incremento será de 14%. Por outro lado, na Alemanha, os níveis estão quase estáveis, sofrendo apenas um aumento de 2%. Os Estados Unidos ficam-se pelos 6%.

“O ainda baixo nível de insolvências registado este ano deve-se à prorrogação das medidas fiscais e à continuação das moratórias na aplicação da legislação sobre insolvências em muitos países”, analisa a mesma fonte. Em 2022, com o fim dos estímulos fiscais e o possível endurecimento das políticas monetárias, resultante das crescentes pressões inflacionistas, o cenário pode complicar-se.

Mas na Europa, já se regista um aumento das insolvências em 2021, embora na América do Norte e na região da Ásia-Pacífico ainda se denote ainda “um relativo atraso”. A situação pandémica e as medidas de contenção podem ter criado “uma bolsa de empresas financeiramente fracas que não conseguirão sobreviver quando as circunstâncias económicas normalizarem”.

“Está claro que, a curto prazo, a eliminação das ajudas poderá constituir um desafio para algumas empresas, na medida em que têm que voltar a operar num quadro de mercado sem apoios públicos significativos. Algumas são especialmente vulneráveis dado que se endividaram mais para sobreviver à pandemia do coronavírus”, indica a mesma avaliação.

A Crédito y Caución prevê que as denominadas empresas "zombies" materializem as suas falências nos quatro trimestres posteriores ao termo dos estímulos fiscais.

É que em 2020 houve países que promulgaram leis que congelaram temporariamente os procedimentos de insolvência, como foi o caso de França, Bélgica, Itália ou Espanha. “As medidas de estímulo fiscal também desempenharam um papel crucial para conter as insolvências”, escreve a Crédito e Caución.

A retirada dos incentivos fiscais já se verificou em alguns mercados como o Brasil, Turquia ou Rússia. Noutros casos, como a Austrália, Irlanda, Japão, Espanha ou Suécia, manter-se-ão até ao quarto trimestre de 2021. Coreia do Sul vai prolongá-los até ao segundo trimestre de 2022.

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