domingo, 30 de junho de 2024

Milhares protestam em Santiago de Compostela contra projeto da portuguesa Altri


Este domingo, milhares de pessoas juntaram-se para protestar frente à Junta de Galiza, em Santiago de Compostela, contra o projeto que a portuguesa Altri quer instalar em Palas de Rei. Desde maio, esta é a segunda manifestação que se realiza na Galiza contra a instalação do projeto, que prevê a construção de uma biofábrica de fibras sustentáveis.

"A Galiza está em luta [...]. Não ao roubo da nossa terra", foram algumas das palavras de ordem que se ouviram durante o protesto. Citada pela agência EFE, a porta-voz da plataforma Ulloa Viva, que organizou a iniciativa, Marta Gontá, indicou que o protesto juntou 30 mil pessoas, pedindo que o executivo oiça as reivindicações.
"A Junta deve ouvir as razões pelas quais somos contra um projeto altamente poluente, que nos obrigaria a viver pior [...] em toda a Galiza", vincou.

No mesmo sentido, o porta-voz da Plataforma de defesa da Ria de Arousa, Xaquín Rúbido, exigiu que o projeto seja travado, defendendo que este é poluente, podendo assim provocar danos graves à população. "São projetos que não deixam nada aqui. Só poluição e isso é contrário ao nosso modelo produtivo", referiu.

O projeto para a construção de uma biofábrica de fibras sustentáveis, liderado pela Atri, está avaliado em cerca de 900 milhões de euros.

O grupo Altri registou, no primeiro trimestre deste ano, lucros de 21,6 milhões de euros, um aumento de 10% em relação a igual período do ano passado.

Lembrando que Arousa produz 70% do mexilhão galego e que aquele ecossistema sustenta quatro mil famílias, a vice porta-voz do Bloque Nacionalista Galelgo, Olalla Rodil, prometeu continuar a defender que esse dinheiro público não vai parar ao bolso da empresa portuguesa que quer ali instalar uma “bomba ambiental”, mas sim investido em benefício da Galiza.

Terá sido esta a primeira casa auto-sustentável?


Em 1995, o Estúdio José Luis Rodríguez Gil criou uma casa sustentável nas Ilhas Canárias, Espanha. Chamada “Casa em Urbanização Experimental Bioclimática”, o edifício tem 120 metros quadrados em contraplacado e foi cuidadosamente desenhada para optimizar a eficiência dos seus painéis solares no telhado, enquanto uma pedra de basalto ajuda o edifício a proteger-se do sol e do vento.

Utilizando apenas materiais locais como pedra e basalto, para além de madeira certificada, a casa acaba por ter uma pegada carbónica reduzidíssima. E são exactamente estes materiais permitem que a moradia se integre com o ambiente natural envolvente, bastante rígido, deixando o impacto visual ao mínimo possível – o mesmo não se pode dizer das turbinas eólicas presentes no local, mas elas são fundamentais para que a casa seja energeticamente independente.

O mais interessante deste projecto é ver que, há três décadas, um proprietário teve a visão e fez o investimento financeiro para desenhar uma moradia completamente auto-sustentável. As turbinas eólicas, ainda que esteticamente questionáveis, são cruciais para que este objectivo se cumprisse, assim como os painéis fotovoltaicos.

Os materiais escolhidos também ajudam a maximizar a eficiência energética. Isto tudo em 1995, quando a reciclagem ainda era um termo desconhecido para a Europa do Sul, quanto mais as renováveis.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Portugal é o único país a alcançar presidência da Comissão Europeia, Conselho e ONU


Com a eleição do ex-primeiro-ministro António Costa pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Portugal torna-se o único país a ter alcançado a liderança do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e das Nações Unidas.

O ex-primeiro-ministro português, o socialista António Costa, foi ontem eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, foi anunciado em Bruxelas.

De acordo com fontes diplomáticas, a decisão foi adotada numa reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na qual os líderes da União Europeia (UE) propuseram também o nome de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, que depende porém do aval final do Parlamento Europeu, e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, sujeita à eleição pelos eurodeputados de todo o colégio de comissários.

Um feito que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, atribuiu esta semana a uma “capacidade extraordinária de Portugal”, que alcançou “apoio e reconhecimento suficientes para o desempenho de altas funções em organizações internacionais variadas e de reputada importância”.

O antigo chefe do Governo socialista António Guterres desempenha atualmente o segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas, cargo que iniciou em janeiro de 2017.

José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro social-democrata, liderou a Comissão Europeia durante dois mandatos, entre 2004 e 2014.

“E houve outras alturas em que tivemos lugares importantes”, salientou Montenegro, dando os exemplos do antigo comissário europeu António Vitorino (PS) à frente da Organização Internacional das Migrações (2018-2023), da presidência do Eurogrupo exercida pelo antigo ministro das Finanças do PS Mário Centeno (2018-2020), ou, atualmente, do antigo ministro social-democrata Jorge Moreira da Silva, que dirige a UNOPS (agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos).

“É o reconhecimento da qualidade dos nossos cidadãos que se disponibilizam para o exercício de funções políticas, e obviamente de todos os serviços e acompanhamento de retaguarda, incluindo a nossa rede diplomática e todos os funcionários que temos em várias instituições”, referiu o primeiro-ministro esta quarta-feira, no parlamento, durante o debate preparatório do Conselho Europeu.

“O facto de termos um país com uma grande história, termos demonstrado ao longo dos séculos a nossa capacidade, termos uma das línguas mais faladas do mundo - tudo isso tem sido reconhecido”, comentou Luís Montenegro.

Para o chefe do Governo, estas nomeações de portugueses para cargos de topo são uma “oportunidade de não sermos aquilo que às vezes somos, demasiado pessimistas sobre nós próprios”.

Supremo dos EUA inflige revés a luta contra poluição atmosférica


Washington, 27 jun 2024 (Lusa) - O Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América (EUA), de maioria conservadora, infligiu hoje um revés à Agência de Proteção do Ambiente (EPA) ao suspender a aplicação de um plano de combate à poluição atmosférica.

Os juízes da mais alta instância judicial dos Estados Unidos decidiram, por cinco votos a favor e quatro contra, suspender a aplicação de um chamado plano de “boa vizinhança”, que pretende combater a poluição atmosférica que passa de um Estado para outro, enquanto não estiver resolvido um litígio num tribunal de apelação.

“A aplicação do plano da EPA aos queixosos deve ser suspensa até que os seus pedidos de revisão sejam decididos” por um tribunal de recurso em Washington, declarou o Supremo Tribunal no seu parecer.
A decisão foi tomada por uma maioria de cinco juízes conservadores contra os três progressistas, aos quais se juntou a juíza conservadora Amy Coney Barrett.

Segundo a EPA, o plano deve permitir reduzir o ‘smog’ (poluição atmosférica), que é prejudicial à saúde, mas pode também ter “vantagens económicas”.

Mas a regulamentação foi contestada em tribunal por três estados governados por Republicanos - Ohio, Virgínia Ocidental e Indiana -, apoiados pelas indústrias metalúrgica e do carvão.

De acordo com uma lei norte-americana sobre a poluição atmosférica, os estados federados são responsáveis por regulamentar a poluição pelo ozono a baixa altitude, mas a Agência de Proteção do Ambiente pode rejeitar ou obrigá-los a alterar os seus planos e definir normas comuns.

“A decisão de hoje é prejudicial não só para as comunidades que respiram ar poluído, mas para a própria democracia”, reagiu Holly Bender, do grupo de defesa ambiental Sierra Club, condenando o facto de o Supremo Tribunal “ter ficado do lado dos poluidores e da indústria”.

O Governo do Presidente Joe Biden tentou, nos últimos anos, repor legislação sobre a poluição atmosférica abolida pelo seu antecessor na Casa Branca, Donald Trump (2017-2021).

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Música do BioTerra: Alison Moyet - Love Resurrection


What can I do to make light of this dull dull day?
What switch can I pull to illuminate the way?

Show me one direction
I will not question again
For a warm injection
Is all I need to calm the pain

We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)
We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)

What seed must I sow to replenish this barren land
Teach me to harvest, I want you to grow in my hand
Let's be optimistic, let's say that we won't toil in vain
If we pull together we'll never fall apart again

We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)
We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)
We need love
Resurrection
(We need a love)
Just a little divine (intervention)

Show me one direction
I will not question again, no, no
For a warm injection
Is all I need to calm the pain

We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)
We all need a love (resurrection, just a little divine intervention)
We need love

Resurrection
We need love
(We need a love resurrection)
(Just a little divine intervention)
Resurrection
(We need a love resurrection)
(Just a little divine intervention)
(We need a love resurrection)
(Just a little divine intervention) resurrection

Almaraz: Movimento Ibérico satisfeito com anúncio do encerramento da central nuclear


O Movimento Antinuclear Ibérico (MIA) manifestou a sua satisfação com o anúncio do encerramento da central nuclear espanhola de Almaraz anunciada pela empresa pública espanhola ENRESA, responsável pela gestão de resíduos radioativos.

“De acordo com o programa de operação e desmantelamento de instalações nucleares em Espanha, inserido no VII Plano Geral de Resíduos Radioativos, a data de cessação da exploração das Unidades I e II de Almaraz está fixada para novembro de 2027 e outubro de 2028, respetivamente”, refere, em comunicado enviado à agência Lusa, o MIA.

Em declarações à agência Lusa, José Janela, responsável da Quercus uma das associações que integra o MIA em Portugal , afirma que o anúncio “é um primeiro passo e que o governo de Espanha está a ir no bom caminho”.

“O dia da vitória será quando os dois reatores deixarem de funcionar e é necessário que a central seja desmantelada com toda a segurança”, sintetizou.

O ambientalista salienta ainda que a Quercus e o MIA têm vindo a alertar para o perigo que a central nuclear de Almaraz constitui: “Não deveria ter sido prolongado o prazo de funcionamento e iremos todos continuar atentos a todo o processo”.

O MIA tem lutado há muitos anos pelo encerramento desta central nuclear “que constitui um perigo para Espanha e também para Portugal”.

O movimento espera que seja feito também um plano social para a reconversão profissional dos trabalhadores da central de Almaraz e que possam ser criados empregos verdes e dignos para todos.

A central está implantada numa zona de risco sísmico e apenas a 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa.

Os proprietários da central de Almaraz são a Iberdrola (53%), a Endesa (36%) e a Naturgy (11%).

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Como é que podemos dar às abelhas uma alimentação equilibrada?


Como polinizadores essenciais, as abelhas mantêm os nossos sistemas agrícolas em funcionamento, mas as alterações causadas pelo homem no planeta afetam fortemente as suas opções de alimentação. Para ajudar a proteger a nossa segurança alimentar, precisamos de mais informações sobre as necessidades alimentares das abelhas.

Os investigadores que escreveram na revista Frontiers in Sustainable Food Systems estudaram o valor nutricional de 57 tipos de pólen e descobriram que as abelhas precisam de procurar alimento numa variedade de plantas para equilibrar a sua dieta entre ácidos gordos e aminoácidos essenciais.

“Apesar do interesse público e do aumento das plantações de polinizadores, pouco se sabe sobre quais as espécies de plantas mais adequadas para a saúde das abelhas”, afirmou Sandra Rehan da Universidade de York, autora sénior do estudo.

“Este estudo teve como objetivo compreender melhor o valor nutricional das espécies vegetais. Com base nas suas proporções ideais de proteínas e lípidos para a nutrição das abelhas selvagens, recomendamos que as espécies de pólen de rosas, trevos, framboesas vermelhas e ranúnculos altos devem ser enfatizadas em projetos de restauração de flores selvagens”, acrescentou.

As necessidades das abelhas
O pólen e as abelhas são fortemente interdependentes: as plantas precisam que as abelhas espalhem o seu pólen para se reproduzirem e as abelhas precisam de pólen para se alimentarem.

Enquanto as abelhas obtêm os seus hidratos de carbono do néctar, o pólen fornece proteínas, lípidos e outros nutrientes essenciais. As alterações antrópicas do ambiente que alteram a disponibilidade e as propriedades do pólen podem levar à subnutrição das abelhas.

As abelhas precisam especialmente de consumir alimentos de alta qualidade que contenham ácidos gordos não esterificados como o ómega 6 e o ómega 3. Sem estes nutrientes, as abelhas vivem menos tempo, têm sistemas imunitários mais fracos e são menos capazes de lidar com os fatores de stress ambiental – mas se as abelhas os consumirem na proporção errada, terão problemas cognitivos.

As abelhas também precisam de aminoácidos essenciais, que são necessários para a saúde cognitiva e a reprodução – mas se comerem demasiado, podem ser mais suscetíveis a certos parasitas.

Para perceber quais as melhores plantas para as abelhas, os investigadores recolheram amostras de pólen de 57 espécies existentes na América do Norte, quer de flores frescas na natureza, quer de flores secas no laboratório.

Escolheram as espécies de plantas com base na sua importância para as espécies de abelhas selvagens do nordeste e na sua prevalência. O pólen foi processado e analisado quanto aos níveis de diferentes aminoácidos, ácidos gordos não esterificados e rácios de proteínas para lípidos e ómega 6:3, para determinar quais as melhores plantas para as abelhas.

Além disso, investigaram se as espécies de plantas estreitamente relacionadas proporcionavam benefícios nutricionais semelhantes e se as espécies que tinham sido introduzidas na área onde foram recolhidas eram menos nutritivas do que as espécies endémicas.

Hábitos alimentares saudáveis
Em geral, as plantas da mesma família ofereciam aos abelhas nutrientes bastante diferentes dos de outros membros da mesma família, com exceção dos aminoácidos essenciais.

As plantas da família das couves, da família das leguminosas e da família das margaridas apresentavam níveis semelhantes de aminoácidos essenciais em comparação com outras plantas da mesma família.

As margaridas, uma planta muito importante para as abelhas forrageiras, apresentavam níveis particularmente elevados de aminoácidos essenciais.

Curiosamente, as plantas com elevado teor de aminoácidos essenciais apresentavam um teor relativamente baixo de ácidos gordos não esterificados e vice-versa.

“Existe um potencial compromisso entre o teor de ácidos gordos e de aminoácidos no pólen, o que sugere que uma dieta floral diversificada pode beneficiar mais as abelhas do que uma única fonte de pólen”, afirmou Rehan. “Nenhuma espécie de planta é ótima para a saúde das abelhas selvagens generalistas”, acrescentou.

Os resultados dos cientistas indicaram que a alimentação a partir de muitas flores diferentes é melhor para a maioria das abelhas e que a alimentação a partir de espécies endémicas de plantas não oferece qualquer vantagem nutricional.

A maioria das espécies de pólen contém a maior parte dos nutrientes necessários, mas para obter os níveis ideais de nutrientes nas suas dietas, as abelhas teriam de se alimentar de várias espécies de plantas diferentes.

Os investigadores sugeriram que esta diversidade de conteúdo nutricional reflete as diversas necessidades das diferentes espécies de abelhas, especialmente as espécies especializadas que preferem determinadas plantas.

Uma grande variedade de fontes de nutrição com propriedades diferentes significa que todas as abelhas podem procurar as plantas que melhor as alimentam.

“Esperamos que este trabalho ajude a informar a seleção de plantas com flores para jardins de polinizadores”, disse Rehan. “Mas aqui examinámos apenas 57 espécies de plantas, e há milhares a examinar para compreender os perfis nutricionais. Esperamos que isto inspire futuras investigações semelhantes, bem como estudos de acompanhamento sobre a preferência e a sobrevivência das abelhas em diferentes dietas”, concluiu.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

S. João- Figurado de Estremoz


São João Baptista, que terá nascido sensivelmente na mesma época que Jesus Cristo, diz a tradição cristã que foi a 24 de Junho que baptizou Jesus.
Um eremita profeta muito apreciado pelo povo há mais de 2.000 anos, por pregar a necessidade do arrependimento e converter os gentios. 
Foi morto num célebre episódio descrito na Bíblia (Marcos 6:14-29), no qual Herodes, seduzido pela dança da sobrinha Salomé, filha de sua mulher Herodíades, acede ao pedido desta para lhe dar a cabeça do profeta numa bandeja de prata.
A Produção de Figurado em Barro de Estremoz integra o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, desde 2014, sendo desde  2017 Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.
O S. João de Estremoz apresenta-se com peles de animais (pele de camelo atada com rude cinto de couro) e um cordeiro apoiado nas patas traseiras (evocação que foi este que anunciou a chegada do Cordeiro de Deus), junto da sua perna direita. Apoia-se num bastão com bandeira. Há peças que apresentam plantas muito altas detrás do Santo, representação da sua condição de Eremita.

Você sabia: Véspera de São João ao redor do mundo


Segundo o Evangelho de Lucas, João nasceu seis meses antes de Jesus, por isso o aniversário do santo foi comemorado no dia 24 de junho. Na verdade, é um dos poucos aniversários que homenageia o nascimento de uma pessoa santa, em vez da morte. Na véspera de São João realizam-se festas em muitos países, de acordo com a sua herança folclórica especial. A noite de 23 de junho promete uma série de acontecimentos tradicionais em todo o mundo e é assim que a data especial é passada na Hungria e em todo o mundo.
Hungria
Em primeiro lugar, os húngaros celebram Szentiván-éj (Ivan traduzido da forma eslava de João) no dia 21 de junho. A importância do acontecimento também é comprovada pelo fato de que, até o século XIX , todo o mês de junho era denominado Mês de São Ivan. As tradições folclóricas incluem acender uma fogueira e fazer as meninas pularem sobre ela.

Itália
São João Baptista é, de facto, uma figura popular no país mediterrânico: é o padroeiro de várias cidades como Génova, Florença e Turim. Acontecem fogueiras, feiras livres, fogos de artifício, música ao vivo e dança – as festividades podem durar de 21 a 24 de junho em diversas cidades do país.

Polónia
O festival é chamado de 'sobótki' na Polônia. As jovens usam coroas feitas de flores silvestres coloridas que mais tarde jogam num lago próximo. À semelhança das tradições húngaras, também se acendem fogueiras e os aventureiros podem saltar sobre elas.

Suécia
Conhecido como “véspera do solstício de verão”, o feriado era originalmente um festival de fertilidade, com o objetivo de comemorar o início da temporada. Um dos principais elementos é o chamado mastro de solstício de verão – também conhecido como mastro – decorado com flores.

França
Embora “Fête de la Saint-Jean” (que significa festa de São João) possa se assemelhar a alguns antigos rituais pagãos, é uma celebração católica do santo. Em algumas regiões do país, como a parte sul de Meurthe-et-Moselle, a espetacular fogueira é chamada de “chavande”.

Portugal (Porto)
Talvez a festa mais conhecida pelos Europeus. Não há distinção de ricos nem pobres. Todos percorrem a cidade, saltando pequenas fogueiras ou dançando em bailaricos. A "casacata" que representa o rio onde foi baptizado Jesus é simbolicamente representada em fogo de artifício a partir da ponte D. Luíz. Representa o ponto mais alto desta festividade no Porto.

Oito mortos no centro da China na sequência de fortes chuvas


Oito pessoas morreram num deslizamento de terras em Douxi, na província de Hunan, no centro da China, após fortes chuvas na região, avançou hoje a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

As fortes chuvas afetaram sobretudo as províncias de Hunan, Anhui (leste) e Guizhou (centro) e exigiram a retirada no domingo de milhares de vítimas das inundações, detalhou a Xinhua.

As autoridades meteorológicas chinesas advertiram que a chuva persistente e os aguaceiros torrenciais vão continuar no norte e centro de Hunan esta semana, com riscos de mais inundações, riscos geológicos e alagamentos em áreas urbanas.

Em Anhui, chuvas generalizadas atingiram áreas a sul da capital, Hefei, entre sábado e domingo, levando à retirada de cerca de 30 mil residentes e ao resgate de quatro mil pessoas que ficaram presas.

Em Guizhou, as fortes chuvas registadas desde sexta-feira levaram à retirada de sete mil pessoas e afetaram outras 213.300.

Na semana passada, pelo menos 38 pessoas morreram devido às fortes chuvas na província de Guangdong, no sudeste do país.

Devido à influência de fenómenos como o El Niño, prevê-se que a China venha a registar inundações e secas até agosto, período durante o qual os principais rios do país poderão extravasar os leitos, informou recentemente o Ministério dos Recursos Hídricos da China.

Nos últimos verões, os fenómenos meteorológicos extremos causaram estragos no país asiático: o verão de 2023 foi marcado por inundações em Pequim que causaram a morte de mais de 30 pessoas, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram o centro e o leste da China.

Em julho de 2021, chuvas de uma intensidade que não se via há décadas fizeram cerca de 400 mortos na província de Henan, no centro do país, que o Governo chinês atribuiu a uma “falta de preparação e de perceção dos riscos” por parte das autoridades locais.

domingo, 23 de junho de 2024

Milhares de pessoas marcham em Londres pela proteção da natureza e do clima


Londres, 22 jun 2024 (Lusa) - Milhares de pessoas participaram hoje numa manifestação em Londres, promovida por organizações como a Extinction Rebellion (XR) e o World Wide Fund for Nature (WWF), para apelar aos políticos para que atuem pela natureza e pelo clima.

Esta manifestação acontece a menos de duas semanas das eleições legislativas de 04 de julho no Reino Unido. Segundo as recentes sondagens, os trabalhistas estão amplamente em vantagem, prevendo-se, assim, uma pesada derrota para os conservadores, no poder há 14 anos.

A atriz britânica Emma Thompson e o naturalista e apresentador britânico Chris Packham ocuparam os lugares da frente na marcha realizada em Londres, pedindo para se “restaurar a natureza agora”.

Chris Packham explicou que esta é a primeira vez que organizações tão diferentes se unem para uma manifestação, dando como exemplo o National Trust (Fundo Nacional para Locais de Interesse Histórico ou Beleza Natural), que defende a herança britânica, e o grupo ativista ambiental Just Stop Oil, representado por ecologistas que são muito controversos pelas ações contundentes que realizam.

Fazendo-se notar de forma muito colorida, a manifestação decorreu num ambiente de boa disposição, num percurso desde Hyde Park até ao parlamento, em Westminster.

Entre a multidão de manifestantes, que vieram de várias zonas do Reino Unido, havia muitos fantasiados de animais, incluindo girafas e ursos.

“Não há vida sem vida selvagem” e “Não há botão para começar do zero” eram algumas das mensagens dos cartazes erguidos na manifestação.

Em declarações à agência de notícias France-Presse (APF), a atriz britânica Emma Thompson dirigiu-se aos políticos: “Parem de ser tão profundamente irresponsáveis”.
“Não acredito na falta de compromisso deles” com o clima durante a campanha eleitoral, criticou a atriz, que é ativista ambiental, alertando que o planeta está “no meio da tempestade”, manifestando “surpresa ao ver quanta negação ainda existe”.

Emma Thompson disse que apoia o grupo Just Stop Oil, do qual dois ativistas pulverizaram, na quarta-feira, tinta nos monólitos do famoso sítio pré-histórico inglês de Stonehenge.

O Just Stop Oil reclama o fim da exploração de combustíveis fósseis até 2030.

“Penso que apoio todos os que estão a liderar este combate extraordinário”, disse Emma Thompson, defendendo que não se pode mais extrair petróleo do solo.

O naturalista e apresentador britânico Chris Packham disse não estar muito impressionado com o conteúdo dos programas dos vários partidos políticos britânicos.

“Quando se trata de enfrentar os verdadeiros grandes problemas, não há substância, compromisso ou determinação para enfrentá-los, e isso é realmente dececionante”, criticou Chris Packham

sábado, 22 de junho de 2024

Cientistas descobrem população de ursos polares que sobrevive com pouco gelo


Um grupo de cientistas da Universidade de Washington descobriu uma subpopulação de ursos-polares (Ursus maritimus) que vive com pouco gelo marinho no sudeste da Gronelândia. Com as alterações climáticas e cada vez menos gelo no Ártico, a sobrevivência das populações de ursos polares tem sido um tema cada vez mais preocupante. A equipa decidiu estudar esta população isolada, de forma a compreender como é que se adapta a este ambiente – o que pode trazer novas respostas para o futuro da espécie nesta região, que é cada vez mais afetada pelo aquecimento global.

Foram recolhidos dados que compreendem um período de sete anos, tendo os mesmos sido cruzados com dados históricos dos últimos 30 anos. Sabe-se, agora, que têm uma grande diferença genética das outras populações de ursos polares.“São a população de ursos polares mais geneticamente isolada do planeta. Sabemos que esta população vive separada de outras populações de ursos polares há pelo menos várias centenas de anos e que o tamanho da sua população ao longo do tempo permaneceu pequeno”, explica a investigadora Beth Shapiro, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Uma das características que os distingue é serem “caseiros” e manterem-se sempre no mesmo local. Mesmo quando se deslocam para caçar, estes ursos regressam a casa. Para caçar as focas, eles recorrem aos blocos de gelo que se desprendem do manto de gelo e flutuam pela água doce, saltando depois na hora de regressar. Outra diferença está no seu tamanho: comparativamente a outras populações, as fêmeas adultas são menores e têm menos crias.

“Se estiver preocupado em preservar a espécie, então sim, as nossas descobertas são esperançosas – acho que nos mostram como alguns ursos polares podem persistir sob as alterações climáticas”, refere a autora principal do estudo, Kristin Laidre. “Mas não acho que o habitat das geleiras vá sustentar um grande número de ursos polares. Simplesmente não existe o suficiente. Continuamos a esperar grandes declínios de ursos polares no Ártico”.

Birds Are Indie - "Close, but no cigar"



Don’t you wanna think about it
One more time
Or do you wanna talk about it now?
Don’t you wanna think about it
One more time
Or do you want to dream about it now?

Do you want me to roll over
Close, but no cigar
Till this conversation is over
We’ll stay where you are
Then we’ll see if I still hang around

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Chimpanzés poderão estar a automedicar-se com plantas medicinais


Os chimpanzés parecem consumir plantas com propriedades medicinais para tratar as suas doenças, de acordo com um estudo publicado na revista PLOS ONE por Elodie Freymann da Universidade de Oxford, Reino Unido, e colegas.

Muitas plantas produzem compostos que têm efeitos medicinais nos seres humanos e noutros animais. Os chimpanzés selvagens comem uma grande variedade de plantas, incluindo algumas que são nutricionalmente pobres mas que podem tratar ou atenuar os sintomas de doenças.

No entanto, é difícil determinar se os chimpanzés se auto-medicam, procurando intencionalmente plantas com propriedades que ajudem as suas doenças específicas, ou se consomem passivamente plantas que por acaso são medicinais.

Os autores do presente estudo combinaram observações comportamentais de chimpanzés selvagens (Pan troglodytes) com testes farmacológicos das plantas potencialmente medicinais que comem. Monitorizaram o comportamento e a saúde de 51 chimpanzés de duas comunidades habituadas na Reserva Florestal Central de Budongo, no Uganda.

Em seguida, recolheram extratos de plantas de 13 espécies de árvores e ervas da reserva, que suspeitavam que os chimpanzés poderiam estar a utilizar para se automedicarem, e testaram as suas propriedades anti-inflamatórias e antibióticas.

Estas incluíam plantas que observaram os chimpanzés doentes ou feridos a comer, mas que não faziam parte da sua dieta normal, e plantas que investigações anteriores sugeriram que os chimpanzés poderiam consumir pelas suas propriedades medicinais.

88% dos extratos de plantas inibiam o crescimento bacteriano
Os investigadores descobriram que 88% dos extratos de plantas inibiam o crescimento bacteriano, enquanto 33% tinham propriedades anti-inflamatórias. A madeira morta de uma árvore da família Dogbane (Alstonia boonei) apresentou a atividade antibacteriana mais forte e também tinha propriedades anti-inflamatórias, sugerindo que poderia ser utilizada para tratar feridas.

A casca e a resina da árvore de mogno da África Oriental (Khaya anthotheca) e as folhas de um feto (Christella parasitica) apresentaram efeitos anti-inflamatórios potentes.

Os investigadores observaram um chimpanzé macho com uma mão ferida a procurar e a comer folhas do feto, o que pode ter ajudado a reduzir a dor e o inchaço. Também registaram um indivíduo com uma infeção parasitária a consumir casca da árvore espinho-de-gato (Scutia myrtina).

Os resultados sugerem que os chimpanzés procuram plantas específicas pelos seus efeitos medicinais. O estudo é um dos primeiros a fornecer provas comportamentais e farmacológicas dos benefícios medicinais para os chimpanzés selvagens de se alimentarem de cascas e madeira morta.

As plantas medicinais que crescem na Reserva Florestal Central de Budongo também podem ser úteis para o desenvolvimento de novos medicamentos para enfrentar os desafios das bactérias resistentes aos antibióticos e das doenças inflamatórias crónicas, dizem os autores.

Os autores concluem: “Neste artigo, demonstramos como observar e aprender com os nossos primos primatas pode acelerar a descoberta de novos medicamentos, ao mesmo tempo que enfatizamos a importância de proteger as nossas farmácias florestais”.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Alterações climáticas aceleram aparecimento de insetos na região alpina


Os investigadores do Centro de Ecossistemas de Água Doce da Universidade de La Trobe revelaram as consequências ocultas das alterações climáticas nos ecossistemas dos riachos alpinos, que poderão assistir a um aparecimento mais precoce de insetos.

O estudo, liderado pelo Professor Sénior de Ambiente e Genética, Michael Shackleton, centrou-se nos riachos em torno de Falls Creek e projetou alterações significativas nas temperaturas da água decorrentes do aquecimento climático e do seu impacto na vida aquática.

Verificou-se que a taxa de acumulação de temperatura ao longo dos anos irá aumentar, o que provavelmente influencia a forma como os organismos crescem e se desenvolvem.

“Estas alterações podem ter um impacto significativo nos organismos aquáticos, em especial nos que emergem dos cursos de água alpinos no outono e nas redes alimentares que servem”, afirmou Shackleton.

“No futuro, os organismos do final da estação poderão emergir dos sistemas fluviais para temperaturas do ar até 12 graus mais elevadas do que as que registam atualmente”, explicou.

“Como resultado, esperamos que os insetos, em particular, emerjam mais cedo no ano porque terão ganho energia térmica suficiente para se tornarem adultos mais cedo”, acrescentou.

Os investigadores utilizaram técnicas de modelação sofisticadas e analisaram dados anteriores sobre a temperatura da água para prever as futuras temperaturas da água dos cursos de água em cenários de alterações climáticas.

O estudo apela urgentemente a esforços de conservação proactivos para mitigar os impactos das alterações climáticas nos ecossistemas vulneráveis.

“Uma vez que os climas mais quentes influenciam o metabolismo dos insectos, a disponibilidade de recursos alimentares e de locais de postura de ovos, bem como o potencial reprodutivo, há profundas implicações para as estruturas e o funcionamento dos ecossistemas”, afirmou Shackleton.

“As espécies aquáticas que amadurecem e se deslocam para terra representam um importante fluxo de energia e nutrientes, mas as alterações do ciclo de vida dos diferentes animais podem separar as interações entre predadores e presas”, acrescentou.

“Este aparecimento precoce de insetos é apenas um exemplo de como as alterações climáticas estão a remodelar o nosso mundo natural”, concluiu.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Nature’s Warning: Early Signs in Marine Life Predicting the Next Mass Extinction


A study using foraminifera fossils suggests that shifts in marine community structures can predict future extinctions, highlighting the role of historical data in forecasting climate change impacts on biodiversity.

For hundreds of millions of years, single-celled organisms known as foraminifera, which are microscopic and hard-shelled, have thrived in the oceans. These tiny creatures form the foundation of the food chain. The fossils of these ancient organisms provide insights into potential shifts in global biodiversity linked to our warming climate.

Using a high-resolution global dataset of planktonic foraminifera fossils that are among the richest biological archives available to science, researchers have found that major environmental stress events leading to mass extinctions are reliably preceded by subtle changes in how a biological community is composed, acting as a pre-extinction early warning signal.

The results are in Nature, co-led by Anshuman Swain, a Junior Fellow in the Harvard Society of Fellows, a researcher in the Department of Organismic and Evolutionary Biology, and an affiliate of the Museum of Comparative Zoology. A physicist by training who applies networks to biological and paleontological data, Swain teamed with co-first author Adam Woodhouse at the University of Bristol to probe the global, community structure of ancient marine plankton that could serve as an early warning system for future extinction of ocean life.

“Can we leverage the past to understand what might happen in the future, in the context of global change?” said Swain, who previously co-authored a study about the formation of polar ice caps driving changes in marine plankton communities over the last 15 million years. “Our work offers new insight into how biodiversity responds spatially to global changes in climate, especially during intervals of global warmth, which are relevant to future warming projections.”

Leveraging Historical Data for Future Predictions
The researchers used the Triton database, developed by Woodhouse, to ascertain how the composition of foraminifera communities changed over millions of years – orders of magnitude longer time spans than are typically studied at this scale. They focused on the Early Eocene Climatic Optimum, the last major period of sustained high global temperatures since the dinosaurs, analogous to worst-case global warming scenarios.

They found that, before an extinction pulse of 34 million years ago, marine communities became highly specialized everywhere but southern high latitudes, implying that these micro-plankton migrated en masse to higher latitudes and away from the tropics. This finding indicates that community-scale changes like the ones seen in these migration patterns are evident in fossil records long before actual extinctions and losses in biodiversity occur.

The researchers thus think it’s important to place emphasis on monitoring the structure of biological communities to predict future extinctions.

According to Swain, the results from the foraminifera studies open avenues of inquiry into other organismal groups, including other marine life, sharks, and insects. Such studies may spark a revolution in an emerging field called paleoinformatics, or use large spatiotemporally resolved databases of fossil records to glean new insights into the future of Earth.

Reference: “Biogeographic response of marine plankton to Cenozoic environmental changes” by Anshuman Swain, Adam Woodhouse, William F. Fagan, Andrew J. Fraass and Christopher M. Lowery, 17 April 2024, Nature.

Calor extremo. Centenas de mortos em peregrinação a Meca


Segundo as atualizações mais recentes da AFP, o número de mortos subiu para 577, mais do dobro do ano passado. Destes, pelo menos 323 eram cidadãos egípcios e, de acordo com as autoridades locais, morreram devido a doenças relacionadas à exposição ao calor.

"Todos morreram de doenças relacionadas com o calor", com exceção de um peregrino que morreu depois de ter sido ferido numa debandada da multidão, disse um diplomata árabe à agência, acrescentando que o número total provém da morgue de um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.

Pelo menos 60 jordanos também morreram, mais do que o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã. Entre as vítimas estarão também cidadãos da Turquia, Indonésia, Irão e Senegal.

As novas mortes registadas elevam o total relatado até agora por vários países para 577, segundo a AFP. Já os diplomatas árabes disseram que o total no necrotério de Al-Muaisem, um dos maiores de Meca, era de 550.

Desconhece-se se as mortes aconteceram depois do início oficial do Hajj, na última sexta-feira, ou se já tinham sido registados falecimentos antes, entre os peregrinos que chegaram com antecedência ao local. Este ano, o Hajj atraiu cerca de 1,8 milhões de peregrinos à Arábia Saudita, sendo a maioria estrangeiros.

Mortes mais que duplicam
Debandadas, incêndios e outros acidentes têm causado centenas de mortes durante a peregrinação anual, nos últimos 30 anos. O número total de mortos durante esta peregrinação muçulmana compara com pelo menos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as elevadas temperaturas.
A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 graus Celsius em Meca, a cidade mais sagrada do Islão.

Para a peregrinação deste ano, autoridades locais adotaram medidas para ajudar os peregrinos a suportar o calor no país desértico, incluindo a instalação de nebulizadores na área externa e guardas que iam borrifando água nos fiéis.

O Hajj é um dos cinco pilares do Islão e determina que um muçulmano faça uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, caso tenha condições de fazê-lo. A peregrinação começa com o ritual do "tawaf", que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta na direção da qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.

Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilómetros de Meca, onde passam a noite em tendas climatizadas. Esta prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de "Guardião das duas mesquitas sagradas" de Meca e Medina.

Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação. Já esta quarta-feira, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca.

Calor de até 40 graus coloca mais de 73 milhões de pessoas em alerta nos EUA


Várias cidades do nordeste dos Estados Unidos foram colocadas esta quarta-feira em alerta devido à onda de calor que, segundo as previsões oficiais, será longa, com temperaturas perto dos 40 graus e afetando mais de 73 milhões de pessoas.

Na sua última atualização, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) afirmou que "são prováveis recordes diários generalizados de calor durante o dia, com a possibilidade de alguns recordes mensais".

O NWS advertiu também que "a chegada antecipada do calor, a sua persistência durante vários dias e os ventos fracos aumentarão o perigo para além do que os valores exatos das temperatura sugerem", e acrescentou que as temperaturas máximas deverão situar-se entre os 37,8 e os 40,5 graus Celsius.

As regiões mais afetadas pela onda de calor a partir de hoje e durante os próximos dias serão os Grandes Lagos, o vale do rio Ohio e a Nova Inglaterra.

A cidade de Chicago está no nível 4 de risco, o mais elevado, e considerado extremo, segundo o NWS.

Outras cidades na mesma categoria são Cincinnati ou Toledo, em Ohio; Grand Rapids, em Michigan; Louisville, em Kentucky; ou Cedar Rapids, em Iowa.

Nos próximos dias, outras grandes cidades como Washington, Detroit (Michigan), Cleveland ou Columbus (Ohio), Pittsburgh (Pensilvânia), Indianapolis (Indiana) ou Nashville (Tennessee) também atingirão esse nível.

A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, aconselhou as pessoas a "manterem-se hidratadas, evitarem atividades físicas excessivas ao ar livre e, se necessário, visitarem um abrigo meteorológico próximo".
Prevê-se que a vaga de calor tenha efeitos não só na saúde pública, mas também na produção industrial e até nas infraestruturas.

O NWS advertiu que "este nível de calor extremo invulgar e/ou prolongado, com pouco ou nenhum alívio durante a noite, afeta qualquer pessoa sem arrefecimento eficaz e/ou hidratação adequada".

Música do BioTerra: Always Centered at Night feat. Moby & Gaidaa - Transit


It's too hard to pick up all the way
That I have found where your precious love don't come back for more
Will you?
How to move on cause
What is it for?
Let's cruise it all away

Why do you want more than
Shadow man
Shadow man
Where do you run from then?
Shadow man
And the way it made me feel untrue
Hold it back don't be like you
Then you're on the way
You don't pass
The timings on the left
But it calls

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off
Wondering how better off again
I'm better off
I'm better off
I'm better off

Who am I?
I'm thinner
Finished upon
Everything that's wrong with me
How does my head spin
Something is destined
I'm through scared of what these words will form
You grew
Sing your tune

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off
Wondering how better off again
I'm better off

Better off
Don't better things
What you want
Can't hurt to sing
How to be, don't ask
Where you is
Don't gotta know
What it do
Don't gotta show
Will it last
What I am
Don't gotta be
Find amends
Don't got to see
Will it lie?

Where I would roam
Where I went home
And the way that I made it make of feel
I'm better off
Better off
Wondering how better off again
I'm better off  [6X]

terça-feira, 18 de junho de 2024

Mapear a “árvore da superfamília” de uma planta pode criar culturas resilientes face às crises climáticas


Tendo crescido no Punjab, conhecido como “o celeiro da Índia”, o percurso profissional da investigadora da Universidade de Murdoch, Vanika Garg, no domínio da genómica das culturas esteve profundamente ligado à sua herança.

Sendo a agricultura a espinha dorsal da sua região, desenvolveu desde cedo uma apreciação tanto do significado da agricultura como do seu impacto nas comunidades.

A sua investigação atual como bióloga computacional centra-se na genómica do grão-de-bico, do trigo e das culturas hortícolas – e é coautora de uma série de artigos que exploram a utilização do super-pangenoma.

Ao construir e analisar a “árvore genealógica” de cada cultura, a investigação de Garg ajudará os agricultores e os cientistas a combater novas doenças e a resistir à alteração dos padrões climáticos.

Garg disse que o pangenoma tradicional, uma coleção de DNA compartilhada por todos os indivíduos de uma espécie, agia como um “álbum de família”, e o super-pangenoma que inclui um perfil distinto da genética de uma cultura, incluindo seus parentes selvagens, fornece um contexto extra crucial.

O conceito de super-pangenoma foi introduzido pela primeira vez num artigo de coautoria de investigadores, incluindo Garg, sob a liderança do Professor da Universidade de Murdoch, Rajeev Varshney, em 2019.

“Imagine criar um ‘álbum de superfamília’. Em vez de fotografias de uma só família, reúne fotografias de várias famílias, dos seus familiares, dos seus vizinhos e até de amigos de diferentes cidades”, afirmou Garg, citada em comunicado.

“Este álbum de superfamílias dá-lhe uma perspetiva muito mais ampla do aspeto das famílias e das variações de aparência, personalidades e estilos de vida”, acrescentou.

Segundo ela, através do estudo e, por vezes, do cruzamento de culturas domesticadas com parentes selvagens, os agricultores podem introduzir características especiais nas suas culturas, tornando-as mais fortes e adaptáveis.

“Quando os agricultores ou os cientistas se vêem confrontados com desafios, como uma nova doença que afecta as culturas ou a alteração dos padrões meteorológicos devido às alterações climáticas, podem procurar soluções nestes parentes selvagens”, sublinhou.

“Em termos simples, os parentes selvagens das culturas são como os primos distantes resistentes e engenhosos de uma família que podem ensinar às nossas culturas normais alguns truques de sobrevivência”, concluiu.

Pelo menos 19 mortos na peregrinação a Meca devido ao calor extremo


Pelo menos 19 muçulmanos morreram e cerca de 2.700 ficaram doentes devido a insolações causadas pelo calor extremo durante a peregrinação do Hajj em Meca, na Arábia Saudita.

Entre as vítimas mortais estão 14 jordanos e cinco iranianos. Outros 17 cidadãos da Jordânia estão desaparecidos, informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país em comunicado.

Mais de 1,8 milhões de muçulmanos estavam a completar a sua peregrinação de cinco dias quando as temperaturas chegaram aos 48 graus Celsius, de acordo com o Centro Nacional Saudita de Meteorologia.

Os peregrinos aproveitaram as primeiras horas da manhã de segunda-feira para realizar o segundo dia do apedrejamento simbólico do demónio, um dos rituais integrados nas celebrações religiosas.
O apedrejamento dos pilares que representam o demónio tem lugar em Mina, uma planície desértica nos arredores da cidade de Meca. Para esta terça-feira está prevista uma terceira lapidação.

A peregrinação Hajj, um dos maiores encontros religiosos do mundo, é um dos cinco pilares do Islão. Todos os muçulmanos devem fazer o Hajj de cinco dias pelo menos uma vez na vida, se tiverem condições físicas e financeiras para tal.

Durante o Hajj do ano passado, pelo menos 240 pessoas - muitas das quais oriundas da Indonésia - morreram, de acordo com os números anunciados por vários países, que também não especificaram as causas das mortes.

Em 2023, foram registadas mais de 10 mil doenças relacionadas com o calor, 10% das quais por insolação, disse um funcionário saudita à AFP esta semana.

domingo, 16 de junho de 2024

Banco Mundial prepara Relatório sobre Clima e Desenvolvimento em Cabo Verde


O Banco Mundial vai apresentar este ano um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento (CCDR, sigla inglesa) dedicado a Cabo Verde, devido aos riscos que o arquipélago enfrenta, anunciou a instituição.

“O Banco Mundial está a levar a sério estes desafios e está a preparar um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento dedicado a Cabo Verde, em estreita colaboração com o Governo”, lê-se no mais recente boletim de atualização económica da instituição.

Fonte do Banco Mundial (BM) contactada pela Lusa referiu que a publicação deverá ser feita ainda este ano.

A instituição classifica Cabo Verde como “o país com o maior risco de desastres climáticos na África Subsariana e um dos níveis de risco mais elevados a nível global”.

Os episódios de secas cíclicas prolongadas, desertificação e eventos extremos de precipitação que causam cheias repentinas, especialmente nas áreas urbanas, são exemplos das ameaças.

A subida do nível do mar, a erosão costeira e a perda de biodiversidade e ecossistemas são problemas que afetam particularmente as praias e zonas costeiras, “pondo em risco a sustentabilidade do setor do turismo”, o motor da economia.

“As mudanças na temperatura da superfície do mar, salinidade, acidez e níveis de oxigénio terão provavelmente efeitos catastróficos nas pescas”, acrescenta o último boletim do BM em relação a outra área de atividade, a pesca, responsável pela maioria da exportação de bens e pela segurança alimentar.

No caso de Cabo Verde, um dos objetivos do relatório será ajudar a compreender os impactos das alterações climáticas sobre a quantidade de captura de peixe e a sua composição ao longo do tempo, algo “vital para construir resiliência e adaptação no setor”.

O BM destaca a parceria do Governo de Cabo Verde com a Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) para realizar um estudo abrangente sobre os impactos das alterações climáticas nas pescas, com ênfase na importância socioeconómica para o país.

Os relatórios CCDR foram produzidos inicialmente para 25 países e estão a ser implementados em todos os países do Grupo Banco Mundial.

O objetivo é envolver Governos, setor privado, meio académico, grupos de reflexão e a sociedade civil na discussão sobre as mudanças climáticas.

Enquanto documentos públicos, pretendem ajudar a enquadrar ações na agenda do desenvolvimento e clima, assim como sinalizar ações de alto impacto que podem atrair financiamento.

“Este diagnóstico central integra as mudanças climáticas com o desenvolvimento para ajudar a priorizar as ações mais eficazes na mitigação das emissões de gases com efeito de estufa”, acrescenta o BM.

Cabo Verde tem apresentado como um bom exemplo a nível internacional a iniciativa celebrada com Portugal de troca de dívida por financiamento orientado para o clima.

Portugal assumiu em 2023 o compromisso de ser o primeiro participante no fundo climático de Cabo Verde, com 12 milhões de euros, para projetos relacionados com o reforço de energias renováveis.

Ainda no que respeita às alterações climáticas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está a apoiar o arquipélago com um financiamento de 31,7 milhões de dólares (29,3 milhões de euros) ao abrigo do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade (RSF).

O apoio destina-se aos esforços do Governo em áreas relacionadas com a captação de investimento externo e reformas governamentais para mitigação das alterações climáticas e transição energética.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, tem defendido a criação de novos mecanismos de financiamento para os pequenos Estados insulares poderem enfrentar alterações climáticas sem recorrer às verbas orçamentadas para o desenvolvimento.

Da mesma forma, defende o recurso a índices ajustados às características dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa), saudando a criação de um Índice de Vulnerabilidade Multidimensional pelas Nações Unidas, com a capacidade de ajustar a elegibilidade para financiamentos à realidade dos países.

NamNamBulu - Faces


I once used to be just like you
I used to care for things that didn't matter
And I wouldn't? Mind what I do
I would still believe that things got better

But there came a day when all this changed
Where all of my life was rearranged
Without a warning or a sign
Taken away what once was mine

Don't try, don't waste your time
Long before you feel it
It will start to blow your mind

Decide, before you grow old
If you want to get there, be there, stay
Where you were told

I don't really know why I'm here
Maybe there is someone who can tell me
There are days when I see so clear
When I know what people think around me

Even if I do not know their names
I can sense all their pains
All of the dreams they have inside
All of the fears they try to hide

Don't try, don't waste your time
Long before you feel it
It will start to blow your mind

Decide, before you grow old
If you want to get there, be there, stay
Where you were told

I see a painting on the wall
Showing exactly what I feel
Showing exactly what I feel
How could it know?

I look at faces in a hall
I see the stories that they hold
I see the stories that they hold
Passing me by

Uma Vida Singular (2024) - One Life


Baseado na história verídica de Sir Nicholas Winton, conhecido por "Nicky", um jovem corretor da bolsa londrino interpretado por Anthony Hopkins, que, com Trevor Chadwick e Doreen Warriner do Comité Britânico para os Refugiados na Checoslováquia, resgatou 669 crianças aos nazis nos meses que antecederam a Segunda Guerra Mundial, uma operação que ficou conhecida como o Kindertransport.

Nicky visitou Praga em dezembro de 1938 e encontrou famílias que tinham fugido à ascensão dos nazis ao poder na Alemanha e na Áustria e que viviam em condições desesperadas, com falta de abrigo e comida.

Apercebeu-se imediatamente de que se tratava de uma corrida contra o tempo. Quantas crianças poderiam ele e a sua equipa salvar antes do encerramento das fronteiras?

Cinquenta anos depois, em 1988, Nicky vive assombrado pelo destino das crianças que não conseguiu levar para Inglaterra, culpando-se sempre por não ter feito mais. Só quando o programa de televisão da BBC "That's Life!" o surpreende, apresentando-lhe algumas das crianças sobreviventes já adultas, é que Nicky começa finalmente a lidar com a culpa e a dor que carregou durante cinco décadas.

No final uma interrogação persistia em mim, passados oitenta anos como é possível assistirmos ao extermínio sem dó nem piedade de milhares de crianças palestinianas, pelas mãos de alguns que bem podem ser descendentes dos que foram salvos da barbárie nazi. Como é possível e a que ponto chegamos para que quem no mundo tem poder para impedir este monstruoso crime, permaneça impávido e sereno.

ANOHNI and the Johnsons - Why Am I Alive Now?

sábado, 15 de junho de 2024

Só te curves para amar


Só te curves para amar - René Char

René Char (1907-1988) foi um poeta de Isle-sur-la-Sorgue, vilarejo próximo a Avignon, situado no sudeste da França. Ele fez parte do grupo surrealista francês por um curto período (1929-34) junto a nomes como Paul Éluard, André Breton e René Crevel. Lutou na Resistência francesa no Exército Secreto do maquis dos Baixos-Alpes durante a Ocupação Alemã, adquirindo com isso a imagem de uma figura engajada de grande importância no pós-guerra. Ele relata essa sua experiência em uma de suas obras mais famosas, seus Folhetos de Hypnos, dedicada a um dos seus melhores amigos, o escritor Albert Camus. Com grande talento para a amizade, Char foi amigo de filósofos, escritores e sobretudo pintores, como Georges Braque, Salvador Dalí, Alberto Giacometti, Pablo Picasso, Juan Miró e Nicholas de Staël. O poema seguinte passa pelas temáticas do sagrado, do amor e da criação. Traz uma acepção cíclica do tempo, tendo como base simbólica o elemento do fogo no pré-socrático Heráclito de Efeso. A chama que arde é simultaneamente macrocosmo e microcosmo, movimento e inércia, multiplicidade e unidade. Ela ilumina o mundo para nos levar a enxergar em todas as coisas o seu eterno ciclo de morte e renascimento.


A chama sedentária

Precipitemos a rotação dos astros e as lesões do universo.
Mas por que alegria e por que dor?
Assim que chegamos à montanha frontal, surgem minúsculos trajados de sol e de água aqueles que chamamos de deuses, a expressão menos opaca de nós mesmos.

Não teremos que civilizá-los.
Apenas os celebraremos, bem de perto; seu abrigo está numa chama, nossa chama sedentária.