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segunda-feira, 29 de julho de 2024
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domingo, 28 de julho de 2024
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sábado, 27 de julho de 2024
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sexta-feira, 26 de julho de 2024
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quinta-feira, 25 de julho de 2024
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quarta-feira, 24 de julho de 2024
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domingo, 21 de julho de 2024
sábado, 20 de julho de 2024
Entrevista a Vicente Valentim, autor do livro "O fim da vergonha - como a direita radical se normalizou"
Vicente Valentim é Cientista Político na Universidade de Oxford. A sua tese de doutoramento foi publicada em livro, “O Fim da Vergonha – Como a Direita Radical se Normalizou” (ed. Gradiva), em Abril deste ano e consiste na ideia de que “o rápido avanço da direita radical é, em grande parte, movido por pessoas que já tinham ideias de direita radical, mas que não mostravam por temer repercussões sociais”.
Ao longo do seu livro, Vicente Valentim descreve as três fases que levam a esta processo de normalização, sendo a primeira a fase de latência, em que há fortes normas sociais contra a ideologia associada à direita radical. A segunda será a fase de ativação em que os políticos apercebem-se de que há em privado mais apoio a ideias de direita radical e mobilizam as pessoas nesse sentido. Por último, a fase da revelação, em que as pessoas que já tinham estas ideias sentem-se mais à vontade para o fazer, havendo também mais políticos dispostos a aderir a partidos com essa ideologia.
Foi numa entrevista por videochamada que falámos com o Cientista Político sobre o seu livro, a forma como a direita radical tem moldado o sistema político-partidário, bem como temas da atualidade mais recente num ano tão marcado por eleições. Tendo sido a primeira parte desta entrevista gravada no dia 11 de julho, não demorou muito tempo até que os acontecimentos mais recentes nos EUA, tendo o ex-Presidente Donald Trump sofrido um ataque a tiro num comício da Pensilvânia, exigissem uma segunda curta parte da entrevista sobre a atualidade mais recente naquela que é talvez a eleição mais decisiva e quente deste ano.
Segundo a tese defendida no teu livro, o avanço da direita radical é em grande parte movido por pessoas que já tinham estas ideias, mas que não as mostravam por temer repercussões sociais. Havendo este conjunto de crenças e valores na sociedade associadas à direita radical, qual foi então a particularidade nesta última década para que houvesse uma transformação tão grande do sistema partidário, com estes partidos a ganharem mais lugares em Parlamentos, e em alguns casos, a fazerem parte de soluções governativas?
O argumento no livro é que, dado que estas ideias já existiam, faltava um político que fosse percecionado como sendo competente, e que fosse capaz de mobilizar os votos das pessoas que já tinham estas ideias. Por isso grande parte daquilo que explica o motivo pelo qual os partidos cresceram nos últimos anos tem a ver com a oferta das elites partidárias, ou seja, até que ponto é que há essa pessoa que é percecionada como competente.
Para que essa pessoa competente se aperceba que pode ter sucesso eleitoral com uma plataforma de direita radical, precisa de haver algum tipo de despoletador que a faça perceber que essas ideias são mais difundidas na sociedade do que antes parecia. Nesse sentido, tem havido alguns acontecimentos que têm causado essa perceção como por exemplo, a crise de refugiados em 2015/2016. Estes são acontecimentos que afetam vários países de forma semelhante, e como tal podem funcionar como esse despoletador nos vários países ao mesmo tempo. Acho que isso explica porque é que vimos nesse momento a direita radical a ter sucesso pela primeira vez em vários países.
Mas também queria por um bocadinho de água na fervura em relação a essa ideia de que há uma vaga de direita radical, no sentido em que, é verdade que há cada vez mais países que têm este tipo de partidos a ter sucesso a entrar para o parlamento, mas não acho que isso esteja a acontecer em todo o lado ao mesmo tempo. Começou a acontecer nos países nórdicos ou em França nos anos 80, e em Portugal aconteceu em 2019. Temos aí um período de quase 40 anos. Tenho alguma dificuldade em ver isso como uma vaga porque se pensarmos que um período de 40 anos é uma vaga, então quase tudo é uma vaga. Acho que não há propriamente um processo de contágio. O que há são acontecimentos como a crise de refugiados, que acabam por afetar vários países da mesma forma, e como tal, podem levar a este desenvolvimento nesses vários países, mas não é que eles se afetem necessariamente uns aos outros.
“Não há nenhum fenómeno social ou político que tenha só uma causa.”
Um dos fatores que também falas no livro, e que também é usado como explicativo do crescimento destes partidos, são os fatores culturais. Neste século, falando mais no caso europeu, houve um conjunto de direitos a nível legislativo, que ou foram aprovados, ou também ganharam espaço na disputa política, como por exemplo a IVG, o direito ao casamento entre casais do mesmo sexo, ou a autodeterminação de género. De que maneira é que estas questões surgiram como motivo de backlash? E havendo também o fator das transformações económicas associadas à globalização, qual o peso que ambos os fatores tiveram para o crescimento da direita radical?
Quero começar por fazer a ressalva de que, apesar de eu defender esta tese no livro, não há nenhum fenómeno social ou político que tenha só uma causa. Pelo facto de o livro se estar a focar nesta explicação baseada em ideias que as pessoas já tinham mas não expressavam, não quer dizer que isso explique toda a dimensão do fenómeno. Explica uma parte, e é compatível com outras explicações também serem verdade.
Na literatura na Ciência Política, há muito esta ideia do backlash em relação a alterações culturais como este tipo de direitos de legislação no sentido de ser mais inclusivo de minorias. Eu acho que isso acaba por definir mais em que temas é que os partidos se focam, do que propriamente o sucesso destes partidos. Se olharmos para a direita radical em toda a Europa, quase a única coisa que ela tem em comum é a oposição às minorias, principalmente a minorias nacionais e étnicas. Tudo o resto, acaba por depender um bocadinho do contexto do país em que estão.
Há partidos de direita radical que são abertamente anti-feministas, mas também há partidos de direita radical que dizem defender os direitos das mulheres. Podemos discutir se o fazem ou não, mas pelo menos na sua perspetiva dizem isso. A mesma coisa em relação a minorias sexuais, por exemplo. É possível que haja um sentimento de reação em relação a estes direitos adquiridos nestas últimas décadas, mas acho que isso acaba por ser mais um after thought depois de esses partidos terem ganho sucesso com base nessas preferências mais próximas da direita radical.
No caso do Chega, ou do Vox em Espanha, ambos os partidos têm componentes deste tipo de retórica, mas quando pensamos naquilo que os fez crescer no momento inicial teve sempre a haver com minorias étnicas. Foi só depois de terem crescido que começaram a adicionar estes outros temas, por isso é que eu acho que acaba por ser mais uma segunda camada, mais do que o cerne do motivo pelo qual eles tiveram sucesso inicialmente.
Muitas vezes a própria retórica feminista, até por exemplo no caso da Georgia Meloni, também é muito usada para dar ênfase a uma lógica de proteção contra os imigrantes…
Há um livro da autora Sara Farris onde ela chama a isso o femonacionalismo, ou seja, a ideia de usar a bandeira do feminismo para ter ideias contra minorias. A ideia de que as nossas sociedades têm vindo a fazer progresso no campo do direito das mulheres, e se abrimos à imigração, vamos perder todo esse progresso. Há uma retórica às vezes parecida no que diz respeito à comunidade LGBT. Isto acontecia muito na Holanda com o Pim Fortuyn que foi o primeiro político de direita radical que teve sucesso que era abertamente homossexual, e cuja retórica era no sentido de que há todos estes direitos que ganhamos na nossa sociedade, e se abrirmos à imigração de repente, vamos perdê-los. Tanto no que diz respeito às minorias sexuais, como ao feminismo, há muito este tipo de retórica, de que todos estes direitos que se têm vindo a adquirir podem estar em causa se abrirmos às minorias.
Quando se dá a fase da revelação e há uma maior abertura para ter este tipo de discursos, e sendo a questão da imigração tão forte nestes partidos, de que forma é que as próprias perceções sobre esta questão acabam por aumentar gerando um ciclo vicioso?
Um dos argumentos no livro é precisamente o de que esse processo é mais ou menos irreversível. Não é possível fazer engenharia inversa e voltar para trás. Se quisermos combater a direita radical tem que ser através doutros processos, porque o processo de normalização vem muito desta noção de que se passou de uma situação em que estas ideias estavam bastante difundidas na sociedade em que o eleitorado e os políticos não sabiam, para uma situação em que tanto o eleitorado como os políticos têm a noção de que estas ideias são bastante difundidas na sociedade.
Agora que as pessoas e os políticos já sabem, é difícil voltar para uma situação em que escolhem não saber. É por isso que acho que é difícil voltar para trás, e que esta última fase do processo se autorreforça. E se pensarmos em alguém que é agora adolescente e está a interessar-se pela política pela primeira vez, o facto de estar a ser socializado politicamente num contexto em que estas ideias são tão faladas abertamente, pode também acabar por afetar as suas preferências políticas e torná-las mais próximas da direita radical, por isso, claramente isto é um equilíbrio que se autorreforça.

No caso português, em 2019, o partido Chega elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República. Nas eleições legislativas de 2022 aumentou o seu grupo parlamentar para 12 deputados, e após as eleições deste ano conta com 50 deputados. Julgas que este partido tem mais margem de crescimento?
A direita radical pode crescer por motivos diferentes. Muitas das vezes, pelo menos no início, cresce muito por este processo de normalização, e esse processo por si só, naturalmente tem um teto. Diria que tendo em conta a expressão eleitoral do Chega, esse momento já chegou. Isso não significa que o partido não possa crescer mais através de outras estratégias, que parecem-me ser principalmente duas. Uma é que o partido pode-se moderar, chegar um pouco mais para o centro e alcançar um eleitorado que é menos radical. O outro processo através do qual o partido pode crescer no longo prazo, é não só angariar os votos das pessoas que já tinham estas ideias, mas conseguir progressivamente ir mudando as ideias de outras pessoas, e torná-las mais próximas da direita radical.
Mesmo que já tenha esgotado este eleitorado que já tinha estas ideias mas não as expressava, continua a haver outras maneiras de o partido crescer. São um bocadinho mais lentas e têm um bocadinho mais de riscos, principalmente a questão da moderação, porque abre o espaço para que apareça um partido mais extremista que ganhe os votos extremistas. Mas até isso acontecer, são estratégias que o partido pode usar, e parece-me que, pelo menos nas últimas eleições, o Chega tentou chegar-se um bocadinho mais para o centro. Houve muito menos incidência na questão da comunidade Roma, por exemplo, foi muito mais na questão dos subsídios. Acho que houve alguma tentativa de fazerem a imagem do partido ser um bocadinho menos extremista com esse objetivo talvez de chegar a um eleitorado um bocadinho mais moderado.
Nas últimas eleições europeias colocou-se a ideia do resultado do Chega ter sido baixo por terem um candidato fraco, ou pelo facto do candidato da Iniciativa Liberal ser forte, contendo o seu eleitorado. Quais julgam ter sido os fatores que levaram a este resultado?
Acho que teve muito a ver com o candidato, e é preciso ter em conta que foi a primeira vez que o Chega concorreu com um candidato que não fosse André Ventura. Aliado a isso, e talvez também como consequência, a questão da abstenção. Agora já há dados para saber que o Chega cresceu muito nas legislativas por angariar votos de pessoas que antes se abstinham, e nas europeias tendencialmente a abstenção é mais alta, por isso é possível que algumas das pessoas que votaram no Chega nas legislativas não tenham ido votar nas Europeias. Acho que é um bocadinho prematuro dizer que o facto de o Chega ter tido um mau resultado significa que o Chega não está aqui para ficar, porque é preciso ter em conta estes dois fatores, e é também preciso não olhar para a árvore desde a floresta. O facto de o partido ter um resultado ligeiramente pior numas eleições, não quer dizer que depois não possa recuperar nas eleições seguintes.
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sexta-feira, 19 de julho de 2024
Asimbonanga!
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona
Asimbonanga
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona
Hey wena
Hey wena nawe
Siyofika nini la' siyakhona
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