sábado, 22 de junho de 2024

Cientistas descobrem população de ursos polares que sobrevive com pouco gelo


Um grupo de cientistas da Universidade de Washington descobriu uma subpopulação de ursos-polares (Ursus maritimus) que vive com pouco gelo marinho no sudeste da Gronelândia. Com as alterações climáticas e cada vez menos gelo no Ártico, a sobrevivência das populações de ursos polares tem sido um tema cada vez mais preocupante. A equipa decidiu estudar esta população isolada, de forma a compreender como é que se adapta a este ambiente – o que pode trazer novas respostas para o futuro da espécie nesta região, que é cada vez mais afetada pelo aquecimento global.

Foram recolhidos dados que compreendem um período de sete anos, tendo os mesmos sido cruzados com dados históricos dos últimos 30 anos. Sabe-se, agora, que têm uma grande diferença genética das outras populações de ursos polares.“São a população de ursos polares mais geneticamente isolada do planeta. Sabemos que esta população vive separada de outras populações de ursos polares há pelo menos várias centenas de anos e que o tamanho da sua população ao longo do tempo permaneceu pequeno”, explica a investigadora Beth Shapiro, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Uma das características que os distingue é serem “caseiros” e manterem-se sempre no mesmo local. Mesmo quando se deslocam para caçar, estes ursos regressam a casa. Para caçar as focas, eles recorrem aos blocos de gelo que se desprendem do manto de gelo e flutuam pela água doce, saltando depois na hora de regressar. Outra diferença está no seu tamanho: comparativamente a outras populações, as fêmeas adultas são menores e têm menos crias.

“Se estiver preocupado em preservar a espécie, então sim, as nossas descobertas são esperançosas – acho que nos mostram como alguns ursos polares podem persistir sob as alterações climáticas”, refere a autora principal do estudo, Kristin Laidre. “Mas não acho que o habitat das geleiras vá sustentar um grande número de ursos polares. Simplesmente não existe o suficiente. Continuamos a esperar grandes declínios de ursos polares no Ártico”.

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