Os autores da petição pública declaram-se “unidos além de fronteiras profissionais ou ideológicas” e criaram-na para “repudiar” a recente decisão do primeiro-ministro Luís Montenegro (uma das primeiras do novo executivo e que já gerou profunda discussão) de reverter aquela que consideravam ser “a inovadora identidade visual do Governo de Portugal”. O governo revelou desta forma, consideram, “uma perspectiva alarmantemente retrógrada”.
“Esta ação não apenas desconsidera a vitalidade e a relevância da comunidade artística, criativa e de design, mas também subestima a capacidade intelectual e crítica de toda a população portuguesa”, justificam os autores desta petição.
Considerado “um trabalho de renome mundial”, a petição considera que a anterior identidade visual do governo, entretanto revogada, foi totalmente “ignorada” e que se “regrediu a práticas obsoletas”. “Tal medida reflete uma desconexão profunda com valores contemporâneos essenciais para a evolução da sociedade portuguesa no palco global”, acusa-se.
Ainda segundo esta petição pública, que soma já algumas milhares de assinaturas, a identidade visual anterior [de 2011], mas que agora é a vigorante novamente, é “tecnicamente inadequada e visualmente obsoleta”, contrariando os “princípios básicos do design eficaz” e colocando Portugal “numa posição de desvantagem no diálogo internacional e na economia criativa mundial”.
Por forma a reverter o que é entendido como um “golpe contra a cultura de inovação”, os autores da petição exigem que esta decisão “seja imediatamente parada”. “Portugal merece uma identidade que espelhe o seu legado histórico e a sua dinâmica contemporânea, uma identidade que nos propulse para o futuro, não que nos arraste para o passado”, concluem.
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