Embora o texto esteja no FT , para assinantes, fui ler a OXFAM. Nesse artigo Lula, Ramaphosa e Sánchez apoiam a criação de um Painel Internacional sobre a Desigualdade. O termo «emergência da desigualdade» refere-se à crescente disparidade na distribuição de rendimentos e riqueza a nível global, que tem levado a uma maior instabilidade política e a uma diminuição da confiança nos sistemas democráticos. Relatórios recentes indicam que os 1% mais ricos capturaram uma parte significativa da riqueza, enquanto milhares de milhões enfrentam insegurança alimentar, destacando a necessidade urgente de agir para resolver estas questões. A OXFAM desafia este bullying geopolítico e tudo fez na cimeira de G20 em Joanesburgo para colocar na agenda o debate. Aconselho a leitura “G20 Extraordinary Committee of Independent Experts on Global Inequality”, pelo Professor Joseph Stiglitz.
Entre 2000 e 2024, o 1% mais rico captou 41% de toda a nova riqueza criada no mundo, refere o relatório. Ao mesmo tempo, uma em cada quatro pessoas no mundo, cerca de 2,3 mil milhões, enfrenta agora insegurança alimentar moderada ou grave, o que significa que salta refeições com regularidade. Esse número aumentou em 335 milhões desde 2019, acrescenta o relatório.
Recomenda-se no relatório a criação de um novo Painel Internacional sobre Desigualdade para aconselhar os governos sobre como enfrentar o problema, à semelhança do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, designado pela ONU, que apoia o desenvolvimento de políticas climáticas.
Economistas e especialistas em desigualdade, incluindo galardoados com o Nobel e antigos altos responsáveis do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, afirmam na carta dirigida aos líderes mundiais estar preocupados com o facto de “concentrações extremas de riqueza se traduzirem em concentrações de poder antidemocráticas, a corroer a confiança nas nossas sociedades e a polarizar a política”.
A África do Sul, que acolheu a cimeira do G20 a 22 e 23 de novembro, fez com que a desigualdade global fosse um dos temas centrais, apesar de o próprio país ser classificado pelo Banco Mundial como o mais desigual do mundo.

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