A castanha, uma alternativa saudável e sustentável
Antes da popularização da batata e da disseminação da doença-da-tinta (causada pelo Phytophtora cinnamoni), praga que dizimou as nossas populações de castanheiro na segunda metade do século XIX, a castanha era um dos principais alimentos presentes nos pratos dos portugueses. Uma das principais vantagens deste fruto seco, quando comparado com outras alternavas como a batata, está na sua baixa carga glicémica. A longo prazo, o consumo destes alimentos ajuda a prevenir picos de insulina, preserva a função da células beta pancreáticas, e assim contribuem para a prevenção de diabetes mellitus tipo 2. Nas últimas duas a a três décadas as dietas ocidentais, ricas em alimentos com elevada carga glicémica, têm sido associadas a uma maior prevalência de inúmeras doenças, desde patologias dermatológicas como o acne a doenças cardiovasculares ou alguns tipos de cancro.
Em Portugal, no passado, o castanheiro foi uma das árvores mais importantes da nossa paisagem. Sabemos pelos registos históricos que era comum em locais onde entretanto desapareceu, ou teve uma redução drástica. No Norte encontra-se básicamente em Trás-os-Montes.No Sul ocorria em vales mais húmidos da serra do Caldeirão, mas no presente está totalmente ausente. A encosta Norte da Fóia, na serra de Monchique, teve um dos maiores soutos de Portugal. Havia castanheiros nas serras do Litoral Alentejano, onde ainda hoje se encontram alguns exemplares, ou na serra da Ossa, agora parcialmente coberta de eucalipto. Nas serranias da região Centro, no chamado “Pinhal Interior, em algumas freguesias, o castanheiro era provavelmente a árvore mais abundante.
A partir da castanha podem ser produzidos licores, compotas, geleias, produtos de pastelaria ou pães. A castanha pode ser utilizada em sopas, saladas pratos de carne ou sobremesas. Infelizmente, nas regiões onde historicamente o castanheiro marcou presença, não existem empresas que transformem a castanha, e escoem e divulguem os seus produtos dentro do mercado português ou em mercados estrangeiros.
Sem comentários:
Enviar um comentário