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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Sabe quantas aves são mortas pela pesca na Europa? O número vai chocá-lo


Cerca de 200 mil aves marinhas morrem todos os anos por captura acidental na pesca em águas europeias, incluindo seis espécies em risco de extinção na região, indica um estudo hoje divulgado.

Da responsabilidade da organização internacional de defesa das aves “BirdLife International” com a colaboração da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), o estudo alerta que os números podem ser só “a ponta do iceberg”, porque muitos países costeiros não têm estimativas e quando existem raramente incluem toda a frota pesqueira do país.

Das 200.000 aves marinhas, 150.000 são mortas em águas da União Europeia, nota-se no documento.

“Este estudo vem reforçar, não só a importância, mas também a urgência de criar o Plano Nacional de Ação para a minimização das capturas acidentais na pesca”, diz Ana Almeida, técnica de conservação marinha na SPEA, citada num comunicado da associação portuguesa.

E acrescenta: “Estamos a colaborar com as entidades governamentais responsáveis no desenvolvimento deste plano que deve estar pronto até ao final do ano. A monitorização deste problema tem sido muito importante, mas é insuficiente. Encontrar e aplicar soluções que mitiguem este problema é determinante para garantir que a atividade de pesca seja sustentável e que os recursos marinhos se mantenham disponíveis para as gerações futuras.”

Também num comunicado sobre o estudo, a “BirdLife International” alerta que as aves marinhas são dos grupos de aves mais ameaçados na Europa, com mais de um terço das espécies a sofrerem declínios populacionais.

Entre as ameaças às colónias de reprodução em terra, a organização fala das espécies invasoras e perturbações no ‘habitat’, e dá como exemplos de outras ameaças, no mar, a sobrepesca e as infraestruturas de energia renovável (como as eólicas).

As alterações climáticas, acrescenta, estão a “aumentar a pressão ao longo do ciclo de vida” das aves.

A organização nota que as ameaças são fáceis de gerir e que em muitos casos “alterações relativamente simples nas práticas de pesca ou modificações nas artes de pesca podem reduzir significativamente o número de aves” que morrem.

“Esperamos que esta análise possa ajudar os investigadores, os gestores das pescas, os governos e muitas outras partes interessadas no setor marinho a compreender a escala das capturas acidentais de aves marinhas na Europa. Os números são alarmantes e confirmam que as capturas acidentais são uma das principais ameaças para as aves marinhas migratórias que se reproduzem ou visitam as águas europeias”, diz a “BirdLife International”.

Segundo a organização, os números mais alarmantes de capturas acidentais são registados nas redes de emalhar no mar Báltico e no Atlântico Nordeste e nos palangres (arte de pesca à linha) no Atlântico Nordeste e no Mediterrâneo.

terça-feira, 30 de julho de 2024

Alterações Climáticas estão a tornar os voos no Hemisfério Norte mais acidentados


Um tipo de turbulência atmosférica invisível e difícil de prever deverá ocorrer com maior frequência no Hemisfério Norte à medida que o clima aquece, revela uma nova investigação.
Segundo a mesma fonte, conhecido como turbulência de ar claro, o fenómeno também aumentou no Hemisfério Norte entre 1980 e 2021.

A investigação dá seguimento a trabalhos recentes que preveem o aumento da turbulência moderada a grave do ar limpo, analisando conjuntos de dados extensos e efetuando simulações de modelos abrangentes.

O estudo foi publicado no Journal of Geophysical Research: Atmospheres, uma revista da AGU de acesso livre que publica investigação destinada a promover a compreensão da atmosfera terrestre e a sua interação com outros componentes do sistema terrestre.

Os resultados sugerem que a turbulência no ar claro aumentará na maioria das regiões afetadas pela corrente de jato, especialmente no Norte de África, Ásia Oriental e Médio Oriente, e que a probabilidade de turbulência no ar claro aumentará com cada grau de aquecimento.

Enquanto a maioria das pessoas espera turbulência quando voa num avião através de uma trovoada ou sobre uma cadeia de montanhas, a turbulência de ar puro atinge as aeronaves de forma inesperada. E, ao contrário de outros tipos de turbulência mais óbvios, não existe uma forma fácil de detetar e evitar a turbulência de ar puro.

“Sabemos que a turbulência em ar limpo é a principal causa da turbulência na aviação, que está na origem de cerca de 70% de todos os acidentes relacionados com o clima nos Estados Unidos”, afirmou Mohamed Foudad, cientista atmosférico da Universidade de Reading e principal autor do estudo. Recentemente, encontros bem publicitados com turbulência no ar causaram ferimentos em voos da Singapore Airlines e da Air Europa.

Foudad acrescentou que os engenheiros aeronáuticos devem ter em conta o aumento da turbulência quando projetarem aviões no futuro.

“Temos agora grande confiança de que as alterações climáticas estão a aumentar a turbulência no ar em algumas regiões”, sublinhou.

Analisando o ar
A maior parte da turbulência de ar puro ocorre perto de correntes de jato: correntes de ar rápidas de oeste para leste na troposfera superior, onde os aviões comerciais voam, cerca de 10-12 quilómetros (aproximadamente 32.000-39.000 pés) acima da superfície da Terra.

Por vezes, os aviões que voam através das correntes de jato deparam-se com picos de ar volátil e ascendente, designados por cisalhamento vertical do vento, criando o fenómeno da turbulência do ar puro.

À medida que o clima aquece, a quantidade de energia na atmosfera aumenta, aumentando tanto a velocidade das correntes de jato como o número de cisalhamentos verticais do vento. Estes aumentos significam que a turbulência de ar limpo, que os aviões encontram atualmente cerca de 1% do tempo no Hemisfério Norte, deverá tornar-se mais comum no futuro.

Atualmente, a turbulência de ar limpo é mais frequente na Ásia Oriental, onde a corrente de jato subtropical é mais forte e onde os aviões podem esperar encontrar turbulência de ar limpo moderada a grave aproximadamente 7,5% do tempo.

Foudad e os seus colegas utilizaram 11 modelos climáticos para determinar as alterações passadas e futuras da turbulência no ar. Para encontrar tendências futuras, os investigadores efetuaram 20 simulações em computador com potenciais aumentos de aquecimento futuro de 1 grau Celsius (correspondente ao aquecimento atual) a 4 graus Celsius.

Na maioria das regiões do Hemisfério Norte afetadas pela corrente de jato, a turbulência do ar irá aumentar. Nas regiões em que a turbulência do ar claro aumentará mais, os modelos do estudo foram os que mais concordaram, o que, segundo Foudad, indica uma elevada confiança nos resultados. Estudos anteriores previram um aumento da turbulência no ar sobre o Atlântico Norte no futuro, mas o novo estudo foi inconclusivo para a região.

Ao reanalisar os dados atmosféricos de 1980 a 2021, os investigadores descobriram que a turbulência moderada a grave no ar claro aumentou entre cerca de 60% e 155% no Norte de África, na Ásia Oriental, no Médio Oriente, no Atlântico Norte e no Pacífico Norte durante o intervalo de 41 anos.

Embora os aumentos registados no passado no Norte de África, na Ásia Oriental e no Médio Oriente possam ser atribuídos às alterações climáticas, os investigadores não puderam atribuir os aumentos no Atlântico Norte e no Pacífico Norte ao aquecimento provocado pelo homem. Em vez disso, a variabilidade climática nessas regiões poderia estar a esconder os sinais dos efeitos das alterações climáticas.

Impactos perigosos da turbulência invisível
A turbulência no ar é difícil e dispendiosa de prever, e um aumento da turbulência pode constituir um problema para a segurança dos aviões.

Os investigadores referem que novas análises poderão determinar se os futuros voos poderão ser mais seguros a altitudes mais elevadas ou mais baixas do que a norma atual. Mas, embora os passageiros das companhias aéreas possam ter viagens mais turbulentas no futuro, os aviões modernos são construídos para resistir a fortes turbulências.

“Vamos assistir a mais acidentes deste tipo, mas as pessoas também devem estar conscientes de que os aviões foram concebidos para resistir à pior turbulência que possa acontecer”, afirmou Foudad.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Mais de 1500 animais atropelados nas estradas portuguesas em 2023. Taxa de mortalidade é superior nos gatos


No ano de 2023 foram registados no continente 1.539 atropelamentos de animais nas estradas geridas pela Infraestruturas de Portugal (IP), menos 28,3% do que em 2022, de acordo com o relatório mais recente do organismo.

A recolha dos dados sobre a mortalidade da fauna nas estradas portuguesas é feita desde 2010 pelas Unidades Móveis de Intervenção e Apoio (UMIA) distritais da IP.

Relativamente ao relatório de 2023, o mais recente da empresa, a informação é relativa a cerca de 13.830 quilómetros de vias que estão sob gestão direta da IP, na sua maioria estradas nacionais (EN) ou regionais (ER).

Em 2023 foram registados 1.539 atropelamentos no continente, o que representa uma diminuição em cerca de 28,3% do valor registado em 2022 (2.147) e 37,7% mas baixo do que o valor médio dos anos 2015 a 2022 (2.471,9).

Em declarações à agência Lusa, a bióloga Graça Garcia, coordenadora do relatório, explicou que “é natural existirem flutuações nestes números, decorrente de variáveis como o clima, disponibilidade alimentar, as doenças epidemiológicas, assim como as alterações nos níveis de tráfego”.

Contudo, a responsável ressalvou que “a IP tem levado a cabo nos últimos anos um conjunto de medidas que têm contribuído para diminuir o número de atropelamentos”.

“A continuidade do Programa de Monitorização da Mortalidade de Fauna permite avaliar a eficácia das medidas implementadas, tendo já sido possível perceber uma redução da mortalidade das espécies-alvo na maioria dos troços intervencionados, demonstrando que os objetivos do programa estão a ser cumpridos”, sublinhou.

De acordo com o relatório, os animais domésticos foi um dos grupos que registou mais mortalidade, com 488 ocorrências, constituindo 32% dos registos totais de 2023.

Dentro deste grupo, os registos de maior mortalidade nas estradas foram de gatos, uma vez que “têm mais facilidade em trepar as vedações existentes nas autoestradas”.

No que respeita a animais silvestres, a maior incidência verificou-se nos mamíferos carnívoros (70,6%), maioritariamente raposas, seguindo-se as aves (23,5%), como as garças-boleiras e as aves noturnas de rapina.

Em menor número foram os répteis (3,3%) e os anfíbios (2,4%), o que poderá estar relacionado com “a sua baixa detetabilidade e elevada taxa de degradação”.

No que respeita a animais de grande porte, as ocorrências aumentaram relativamente ao ano anterior, tendo sido registadas as mortes de quatro corços, nove veados e 63 javalis.

As estradas identificados como mais problemáticos pela IP foram o Itinerário Complementar 1 (IC1), o IC33 (Santiago do Cacém – Grândola), Estrada Nacional 4 (EN4, Montijo – Elvas), EN114 (Peniche – Évora), EN18 (Guarda — Ervidel), EN380 (Évora), IC8 (Pombal – Vila Velha de Ródão), EN260 (Beja — Vila Verde de Ficalho) e IC27 (Castro Marim -Alcoutim).

A melhoria das vedações existentes e a construção em estradas onde não existem, assim como a edificação de passadiços e a realização de obras de beneficiação são algumas das medidas que a IP tem levado a cabo no sentido de reduzir o número de animais que são atropelados.

“De referir, ainda, que foi recentemente implementada uma solução de alerta aos condutores, em tempo real, da presença de linces ibéricos junto à estrada, através da aplicação móvel ‘Waze’, para reforçar a sua atenção e reduzir o risco de atropelamento”, explicou a coordenadora do relatório.

domingo, 28 de julho de 2024

Mísia - Sem Saber


Relembrar Mísia. Uma voz e presença e sentido estético apuradíssimos. Carismática. Insubstituível.Que voz poderosa! Possuidora de um português límpido e musical. Também uma excelente actriz.
Mísia cantora de fado polivalente, inovando-o.

Sem Saber

sem saber / porque te amei assim, / porque chorei por mim, / sem saber / com que punhais tu feres, / magoas mais e
queres, / sem saber / onde é que estás, nem como, / o que te traz sem rumo, / sem saber / se tanto amor devora /
mais do que a dor que chora, / sem saber / se vais mudar, se então / podes voltar ou não, / sem saber / se em mim
mudou a vida, / se em ti ficou perdida, / sem saber / da solidão depois / no coração dos dois, / sem saber / quanto me
dóis na voz, / ou se há heróis em nós

Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar, foi uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas de Portugal. 
Nascimento: 18 de junho de 1955, Porto
Falecimento: 27 de julho de 2024, Lisboa

Leitura recomentada

sábado, 27 de julho de 2024

Projecto dos abacates


Domingo passado, levámos o absurdo projecto dos abacates perto de Bruxelas, através do programa Europamagazin do canal televisivo alemão ARD.
Temos esperanças de que a União Europeia se aperceba do impedimento que certas decisões políticas, e lobbies agrícolas poderosos, estão a colocar aos imperiosos e louváveis objectivos comunitários de conservação da natureza.
Este projecto é um óbvio exemplo disso, colocando em causa a sobrevivência de um vasto e variado ecossistema na bacia do Sado, assim como das comunidades humanas locais, por via da depleção do aquífero, além da directa destruição e fragmentação de habitats .
As populações de Grândola e Alcácer do Sal estão unidas na oposição a este projecto. Aparentemente, só o Presidente da Câmara de Alcácer do Sal é que não.
As necessidades hídricas constantes no EIA reformulado do projecto em epígrafe são 3,997 hm3/ano, 2,858 hm3/ano extraídos do aquífero e 1,139 hm3/ano de água do canal.
Assumindo que continua a não ser possível usar água do canal para regar culturas não temporárias (como é o caso dos abacateiros), se compararmos com os últimos dados (2021) de consumos públicos (domésticos + municipais) do Pordata, chegamos à conclusão de que a extração de água de aquífero estimada no projeto reformulado, é equivalente à água distribuída pela rede pública para:
- 55% de toda a água consumida no Alentejo Litoral
- 3,42 vezes toda a água consumida no concelho de Alcácer do Sal (2º maior concelho em área de Portugal)
- 2,60 vezes toda a água consumida no concelho de Odemira (maior concelho em área de Portugal)
- 2,14 vezes toda a água consumida no concelho de Grândola
- 3 vezes toda a água consumida no concelho de Santiago do Cacém
- 3,05 vezes toda a água consumida no concelho de Sines
(Já estão licenciados para o concelho de Alcácer por autorizações dos últimos anos 13,06 hm3/ano.)

Original: aqui

"Fora da Lei". Inquérito confirma espera excessiva por consultas em hospitais


O estudo da DECO, realizado entre abril e maio deste ano, questionou mais de 700 portugueses (721) entre os 30 e os 79 anos. Cerca de metade receberam a indicação, por parte do médico de família, de que a consulta tinha prioridade normal. Significa isto que, por lei, a mesma deveria ocorrer num prazo máximo de 120 dias, o que não se verificou num quarto dos casos. Já nas consultas prioritárias (22 por cento), o Tempo Máximo de Resposta Garantido foi ultrapassado em quase metade das situações.
Os prazos referidos no inquérito aplicam-se à primeira consulta de especialidade no hospital, com exceção das que são motivadas por doença cardíaca ou oncológica, que devem acontecer no prazo de 15 a 30 dias, consoante a prioridade.

O presidente da Associação de Administradores Hospitalares (AAH) assume “preocupação” e admite que “faltam e vão faltar médicos”. Entrevistado na RTP3, Xavier Barreto considera “totalmente inaceitável” doentes que esperem por consulta nos hospitais “há 400 dias”. Para o dirigente da associação, a reorganização do SNS tem de ser feita, uma vez que “os hospitais têm aumentado a atividade “cinco por cento, seis por cento e até mais”, mas a procura também aumenta.

"Reclamem sem receios"
A DECO alerta ainda para outra conclusão do estudo: 91 por cento dos inquiridos encaminhados para uma consulta da especialidade nos hospitais nunca reclamaram de que o tempo de espera ultrapassou o que está definido por lei. 

Perante este dado, Xavier Barreto transmite uma mensagem aos doentes para que “reclamem sem receios de represálias. Não tenham medo”.

O desconhecimento que os consumidores têm dos seus direitos é sublinhado no estudo. Por exemplo, um em cada quatro inquiridos desconhecia a existência de Tempos Máximos de Resposta Garantidos, 24 por cento não sabia que podia reclamar e 28 por cento acreditam que não valia a pena reclamar por não resultar “qualquer consequência”. Apenas “uma minoria afirmou saber os prazos em concreto”. 
 
A DECO refere ainda que entre os 721 inquiridos “o número de consultas muito prioritárias declarado no estudo foi residual. Porém, mais de um quinto dos inquiridos assinalou "não sei qual o grau de prioridade". Susana Santos, especialista na área de Saúde da Deco PROteste, foi também entrevistada na manhã desta quinta-feira no programa Bom Dia Portugal.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Death In Rome feat. Deutscher W - Kebab Träume (DAF - Cover)


[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

Wir sind die Türken von morgen!

Tufão Gaemi afeta mais de 600.000 pessoas na China após causar cinco mortes em Taiwan

Taiwan na rota de um dos tufões mais violentos dos últimos anos

Cerca de 630.000 pessoas foram afetadas, no sudeste da China, pela chegada do tufão Gaemi, que desencadeou o primeiro alerta vermelho do ano no país, após ter causado cinco mortos e quase 700 feridos em Taiwan.

Segundo a agência de notícias oficial Xinhua, 290.000 habitantes tiveram de ser temporariamente deslocados devido à tempestade, que atingiu a província de Fujian, no sudeste do país, por volta das 19:50 locais (12:50, em Lisboa) de quinta-feira, com ventos máximos de 118,8 quilómetros por hora.

Entre a manhã de quarta-feira e a manhã desta sexta-feira, dezenas de localidades de Fujian registaram precipitações superiores a 250 milímetros (mm), atingindo, em alguns casos, 512,8 mm.

Prevê-se que o tufão se desloque para noroeste a cerca de 20 quilómetros por hora e perca força até chegar à província vizinha de Jiangxi, na tarde de sexta-feira. De acordo com o portal de acompanhamento de tempestades Zoom.earth, o Gaemi já tinha descido para o nível de tempestade tropical, com ventos de 75 quilómetros por hora, às 12:30 locais (05:30, em Lisboa).

Em vésperas da época dos tufões e das inundações, que se verifica normalmente nas últimas semanas de julho e nas primeiras semanas de agosto, as autoridades chinesas apelaram a uma intensificação dos esforços de prevenção e de salvamento.

Preveem-se inundações ao longo das principais bacias hidrográficas, como o rio Amarelo e o Yangtsé e deslizamentos de terras nas zonas montanhosas.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Death In Rome - Wide Open (The Chemical Brothers - Cover)


O butô ou ainda Ankoku Butô é uma dança que surgiu no Japão pós-guerra e ganhou o mundo na década de 1970. Criada por Tatsumi Hijikata na década de 1950 o butô é também inspirado nos movimentos de vanguarda, expressionismo, surrealismo, construtivismo, entre outros. Wikipédia

Original

The Chemical Brothers - The Making Of Wide Open

James Webb deteta ‘super Júpiter’ que demora mais de um século a dar a volta à sua estrela

O aglomerado de galáxias SMACS 0723 em primeiro plano

Um ‘super Júpiter’ foi avistado em torno de uma estrela vizinha pelo Telescópio Espacial James Webb, revelou na quarta-feira uma equipa de cientistas, acrescentando que o planeta tem também uma ‘superórbita’.

O planeta tem aproximadamente o mesmo diâmetro que Júpiter, mas com seis vezes a massa. A sua atmosfera é também rica em hidrogénio como a de Júpiter.

A grande diferença é que este planeta demora mais de um século, possivelmente até 250 anos, a dar uma volta em torno da sua estrela. É 15 vezes mais a distância para a sua estrela do que da Terra ao Sol.

Os cientistas já suspeitavam há muito tempo que um grande planeta orbitava esta estrela a 12 anos-luz de distância, mas não tão massivo ou longe da sua estrela. Um ano-luz tem cerca de 9,46 triliões de quilómetros.

Estas novas observações mostram que o planeta orbita a estrela Epsilon Indi A, parte de um sistema de três estrelas.

Uma equipa internacional liderada por Elisabeth Matthews, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, recolheu as imagens no ano passado e publicou as descobertas na quarta-feira, na revista Nature.

Os astrónomos observaram diretamente o gigante gasoso incrivelmente antigo e frio — um feito raro e complicado —através do uso de um dispositivo de sombreado especial no Webb.

Ao bloquear a luz das estrelas, o planeta destacou-se como um pequeno ponto de luz infravermelha.

O planeta e a estrela têm 3,5 mil milhões de anos, 1 mil milhões de anos mais novos do que o nosso sistema solar, mas ainda assim considerados antigos e mais brilhantes do que o esperado, de acordo com Matthews.

A estrela está tão próxima e brilhante do nosso sistema solar que é visível a olho nu no hemisfério sul.
“Este é um gigante gasoso sem superfície dura ou oceanos de água líquida”, explicou Matthews, em declarações à agência Associated Press (AP).

É improvável que este sistema solar tenha mais gigantes gasosos, realçou mas pequenos mundos rochosos podem estar à espreita.

Mundos semelhantes a Júpiter podem ajudar os cientistas a compreender “como estes planetas evoluem em escalas de tempo de giga anos”, acrescentou.

Os primeiros planetas fora do nosso sistema solar – apelidados de exoplanetas – foram confirmados no início da década de 1990.

A contagem da NASA é agora de 5.690 em meados de julho. A grande maioria foi detetada através do método de trânsito, em que uma queda fugaz da luz das estrelas, repetida a intervalos regulares, indica um planeta em órbita.

Os telescópios no espaço e também no solo estão à procura de ainda mais, especialmente planetas que possam ser semelhantes à Terra.

Lançado em 2021, o telescópio Webb da NASA e da Agência Espacial Europeia é o maior e mais poderoso observatório astronómico alguma vez colocado no espaço.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Música do BioTerra: Lowlife - Truth in Needleds


Just a little downward pressure
Was sure all it took
To take away the pleasures
That he overlooked

He'd had an arm full of it
It still tasted sweet
His blindness was a part of him

So turn the lights out
And let him rest now
Tie yourself up and work it out
Tie yourself down and work it out

He worked it all out for himself
And took himself out
He worked it all out for himself
And took himself out

He let it go as long as he could
He sought the stinking truth
Truth too big for his own good
Surprised enough to shoot

He'd had a face full of it
He dropped like stone
His blindness was a part of him

So turn the lights out
And let him rest now
Strap yourself down and work it out
Strap yourself down and work it out

He worked it all out for himself
And took himself out
He worked it all out for himself
And took himself out

So turn the lights out
And let him rest now
Strap yourself down

On June 4th, 2010, Craig Lorentson (leader vocalist and lyrics) passed away due to kidney and liver problems at the age of 44.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Elefantes machos dão o sinal de “vamos” com sons profundos


Os elefantes reúnem-se na frescura da noite para beber. Depois de algum tempo, um macho sénior levanta a cabeça e afasta-se do charco. Com as orelhas a abanar suavemente, solta um ruído profundo e ressonante.

Os outros respondem, um a um, e as suas vozes sobrepõem-se num coro sonoro e infrasónico que sussurra por toda a savana. Este quarteto de barbearia de elefantes transmite uma mensagem clara: É altura de seguir em frente.

Gradualmente, os elefantes mudam de posição, os seus corpos maciços balançam à medida que seguem o seu líder ruidoso para a próxima paragem nas suas deambulações noturnas.

Pela primeira vez, cientistas da Universidade de Stanford e de outras instituições documentaram elefantes machos a usarem sons de “vamos” para assinalar o início da partida de grupos do charco de Mushara, no Parque Nacional de Etosha, na Namíbia.

As vocalizações são iniciadas pelos machos mais integrados socialmente, e frequentemente os mais dominantes, em grupos sociais muito unidos.

As descobertas, apresentadas em pormenor na revista de acesso livre PeerJ, são surpreendentes porque se pensava que este comportamento era exclusivo das elefantes fêmeas em grupos familiares.

“Ficámos espantados ao descobrir que os elefantes machos, normalmente considerados como tendo laços sociais frouxos, se envolvem numa coordenação vocal tão sofisticada para desencadear ações”, disse a autora principal do estudo, Caitlin O’Connell-Rodwell, uma investigadora associada do Centro de Biologia da Conservação da Universidade de Stanford.

“Estas chamadas mostram-nos que há muito mais a acontecer na sua comunicação vocal do que se sabia anteriormente”, acrescentou.

Um projeto de 20 anos
O’Connell-Rodwell gravou pela primeira vez o estrondo do macho “ vamos lá” em 2004, enquanto realizava trabalho de campo à noite para compreender como as vocalizações dos elefantes se propagam pelo solo.

“Fiquei muito entusiasmada quando o consegui gravar”, recorda, sublinhando que “foi emocionante perceber que estes machos estavam a usar uma coordenação vocal complexa, tal como as fêmeas.”

De 2005 a 2017, a equipa recolheu dados no charco de Mushara, principalmente durante as estações secas. Utilizaram equipamento de gravação de alta tecnologia, incluindo microfones enterrados e câmaras de vídeo de visão noturna, para captar as vocalizações infrasónicas, inaudíveis aos ouvidos humanos, e os comportamentos dos elefantes machos.

Os investigadores analisaram as vocalizações em busca de propriedades e padrões acústicos e utilizaram a análise de redes sociais para compreender as relações e a hierarquia entre os machos, registando quais os elefantes que iniciavam os estrondos, como os outros respondiam e a sequência de acontecimentos que conduziam às partidas coordenadas.

Um ritual transmitido
Os ruídos de “vamos embora” observados nos elefantes machos têm semelhanças impressionantes com os anteriormente registados nas elefantes fêmeas. De facto, O’Connell-Rodwell e a sua equipa colocam a hipótese de os elefantes machos aprenderem o comportamento quando são jovens.

“Eles cresceram numa família onde todas as líderes femininas participavam neste ritual”, disse O’Connell-Rodwell. “Pensamos que à medida que amadurecem e formam os seus próprios grupos, adaptam-se e utilizam estes comportamentos aprendidos para se coordenarem com outros machos”, acrescentou.

No caso dos elefantes machos e fêmeas, o grito do iniciador é seguido pelo ruído do indivíduo seguinte, com cada elefante a esperar que o som anterior quase termine antes de acrescentar a sua própria voz. Isto cria um padrão harmonioso e rotativo semelhante a um quarteto de barbearia, disse O’Connell-Rodwell.

“É muito sincronizado e ritualizado. Quando um vai alto, o outro vai baixo, e eles têm esse espaço vocal onde estão coordenando”, explicou.

Este estudo segue-se a outro estudo inovador que utilizou a IA para revelar que os elefantes selvagens têm nomes únicos uns para os outros, o que indica a utilização de substantivos na sua comunicação.

“No nosso artigo, mostramos que os elefantes estão a usar verbos na forma deste grito de ‘vamos embora’. Se eles estão a usar combinações de substantivos e verbos em conjunto, isso é sintaxe. Isso é linguagem”, disse O’Connell-Rodwell.

Mentoria de elefantes
Para além destes conhecimentos linguísticos, o estudo também revela que alguns elefantes machos dominantes desempenham papéis cruciais nos seus grupos sociais, ajudando a manter a coesão e a estabilidade.

“Estes indivíduos assumem papéis de mentores”, afirmou O’Connell-Rodwell. “Preocupam-se com estes jovens que são muito carentes e querem sempre estar em contacto físico. Os machos mais velhos estão dispostos a tomá-los sob a sua asa, a guiá-los, a partilhar recursos com eles e a participar nos seus altos e baixos emocionais”, acrescentou.

Nos países onde a caça é permitida, deve ter-se o cuidado de evitar caçar os elefantes machos mais velhos, socialmente ligados, acrescentou, uma vez que a sua remoção poderia perturbar a coesão social e as estruturas de tutoria nas populações de elefantes.

A investigação também sugere que fortes laços e interacções sociais são essenciais para o bem-estar dos elefantes machos em cativeiro e semi-cativeiro, salientando a necessidade de ambientes que apoiem estas estruturas sociais.

“As nossas descobertas não só sublinham a complexidade e a riqueza da vida social dos elefantes machos”, disse O’Connell-Rodwell, ”como também aumentam a nossa compreensão da forma como utilizam as vocalizações em rituais e coordenação e, na verdade, aproximam-nos da ideia de linguagem dos elefantes”, conclui.

sábado, 20 de julho de 2024

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Asimbonanga!

A fachosfera deve rever a pequenês e mesquinha "alma" e hipocrisia e ódio que instilam sem necessidade. Vejam este maravilhoso flashmob e pesquisem não só a vida de Mandela como a biografia de Johnny Clegg. Intolerância ao racismo e xenofobia.
 
Asimbonanga
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona

Asimbonanga
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona

Hey wena
Hey wena nawe
Siyofika nini la' siyakhona

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Qual o impacto dos nanoplásticos e PFAS na saúde humana?


Segundo o site EcoDebate alguns investigadores descobriram como os nanoplásticos e as substâncias por e polifluoroalquil (PFAS) – comumente conhecidas como produtos químicos para sempre – perturbam a estrutura e a função biomolecular. O trabalho mostra que os compostos podem alterar as proteínas encontradas no leite materno humano e nas fórmulas infantis – potencialmente causando problemas de desenvolvimento.

A mesma fonte refere ainda que nanoplásticos e produtos químicos para sempre são compostos artificiais presentes em todo o ambiente; uma série de estudos recentes ligaram-nos a inúmeros resultados negativos para a saúde. Embora os nanoplásticos tenham origem principalmente como resultado da degradação de materiais plásticos maiores, como garrafas de água e embalagens de alimentos, produtos químicos para sempre são encontrados em vários produtos, como utensílios de cozinha e roupas.

O artigo do EcoDebate explica que a equipa de pesquisa concentrou-se no impacto dos compostos em três proteínas críticas para o desenvolvimento e função humana: beta-lactoglobulina, alfa-lactalbumina e mioglobina. As suas descobertas, que fornecem uma visão de nível atómico sobre os efeitos prejudiciais dos nanoplásticos e do PFAS na saúde humana, são descritas em dois artigos recentes no Journal of the American Chemical Society e na ACS Applied Materials and Interfaces. Em resumo:

1. Proteína do Leite: Beta-Lactoglobulina (BLG)
BLG é uma proteína encontrada no leite de ovelhas e vacas e é comumente usada como ingrediente em fórmulas infantis. A proteína liga-se ao retinol (vitamina A) e ácidos gordos e é crucial para a visão e o desenvolvimento do cérebro em bebés.                            A equipa de pesquisa descobriu que a eficiência de ligação do BLG ao retinol e a ácidos gordos diminui após a exposição a nanoplásticos e PFAS. Esse decréscimo pode levar a problemas significativos de desenvolvimento em bebés neonatais. Além disso, pela primeira vez, a equipa observou que o PFAS se liga à proteína do leite, transformando-a em um transportador para esses compostos.
 
2. Leite materno humano: alfa-lactalbumina
A alfa-lactalbumina é encontrada no leite materno humano, participa na síntese de lactose e é ingerida por bebés para ajudar a suprir as necessidades nutricionais. Os pesquisadores da UTEP descobriram que os nanoplásticos e o PFAS corrompem a estrutura da proteína alfa-lactalbumina, comprometendo assim potencialmente a formação de lactose. A equipa disse que a interrupção pode levar a defeitos de
desenvolvimento em bebés neonatais, como imunidade comprometida e redução da absorção de minerais.
 
3. Armazenamento de oxigénio: Mioglobina
A mioglobina, encontrada no sangue e tecido muscular da maioria dos mamíferos, é crucial para armazenar oxigénio. A equipa de pesquisa da UTEP descobriu que os nanoplásticos e o PFAS comprometem a funcionalidade da proteína da mioglobina, interrompendo a sua capacidade de armazenar oxigénio. Essa interrupção pode levar a problemas de saúde, como falta de ar e anemia. Experiências adicionais da equipa demonstraram que a exposição a nanoplásticos prejudica a locomoção em vermes, com efeitos comparáveis ao paraquat – um herbicida que está na causa à doença de Parkinson.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

UE deverá falhar metas de hidrogénio renovável e tem de repensar caminho a seguir


Bruxelas, 17 jul 2024 (Lusa) – A União Europeia (UE) não deverá cumprir os objetivos que fixou para a produção e importação de hidrogénio renovável e deve agora decidir sobre o caminho estratégico a seguir para a descarbonização, considera o Tribunal de Contas Europeu (TCE).

No relatório especial Política Industrial da UE para o Hidrogénio Renovável, hoje divulgado, o TCE destaca, pela positiva, que quatro anos depois da publicação, pela Comissão Europeia, da estratégia para o hidrogénio renovável – como parte do esforço para a neutralidade carbónica do bloco em 2050 -, “o quadro jurídico relativo ao hidrogénio renovável está praticamente concluído”.

No entanto, não foram discriminadas metas vinculativas para produção e importação de hidrogénio renovável para os Estados-membros até 2030 e as da UE não deverão ser cumpridas, nomeadamente a da produção de dez milhões de toneladas de hidrogénio renovável e da importação de outro tanto, objetivos que o TCE considera terem resultado de vontade política e não de uma “análise rigorosa”.
Em declarações aos jornalistas, o membro do TCE responsável pelo relatório, Stef Blok, referiu que os auditores recomendam a Bruxelas “a atualização da estratégia para o hidrogénio com base numa avaliação cuidadosa”.

Blok destacou três aspetos que a Comissão Europeia deve ter em conta, começando pelas implicações geopolíticas da produção da UE em comparação com as importações de países terceiros, ou seja, “que indústrias quer a UE manter e a que preço”.

Dar prioridade ao financiamento da UE, decidindo em que partes da cadeia de valor do hidrogénio se deve concentrar, e calibrar os incentivos de mercado para a produção e utilização de hidrogénio renovável e com baixo teor de carbono são outros dois pontos das recomendações do TCE.

A decisão sobre o caminho a seguir deve ainda ter em conta “a situação concorrencial das principais indústrias da UE”.

O financiamento total da UE para projetos relacionados com o hidrogénio está atualmente estimado em 18,8 mil milhões de euros, sendo atribuído através de vários programas, avaliaram os auditores, montante que Blok considera escasso.

O membro do TCE considerou ser necessário “fazer um ponto da situação da política industrial da UE para o hidrogénio renovável", devendo a UE continuar o caminho para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, “mas sem prejudicar a competitividade das suas principais indústrias nem criar novas dependências estratégicas".

A auditoria do TCE abrangeu o período de 2020 a 2023 em quatro Estados-membros: Alemanha, Espanha, Países Baixos e Polónia.

terça-feira, 16 de julho de 2024

A economia não é verde


A economia não é verde. Nada em concreto. Exemplo: Prevê-se que uma poderosa e prolongada onda de calor continue na península dos Balcãs e na Europa de Leste, com temperaturas a atingir os 42-44 °C. Isto está mais de dez graus C acima da média para o período de meados de julho. Imagem: Climate Book (Copernicus)

A powerful and prolonged heatwave is forecast to continue across the Balkan peninsula and Eastern Europe, with temperatures reaching 42-44 °C. This is more than ten degrees C above the average for the mid-July period.

domingo, 14 de julho de 2024

Em apenas dez anos morreram em solo dos EUA quase tantos americanos como aqueles que morreram na segunda grande guerra mundial


Recentemente em 2022, na sequência de um massacre numa escola dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump discursou na convenção da poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA), principal financiadora do lobby das armas no país, e afirmou que a melhor solução contra a violência é armar ainda mais a população.
De 2021 a 2023 houve mais de 600 tiroteios em massa nos EUA, quase dois por dia em média, segundo a organização americana GunViolence.
Devido ao porte de arma generalizado nos EUA, de 2021 a 2023 morreram quase 60.000  pessoas no país (excluindo suicídios com recurso a arma), o que dá a espantosa média de quase 20.000 mortes por ano nos três últimos anos.
Desses 60.000 cerca de 4800 eram crianças ou adolescentes, o que dá uma média de 1.600 mortes dentro dessas faixas etárias nos três últimos anos.
Já os suicídios com uso de arma de fogo rondam em média as mais de 26.000 mortes nos três últimos anos, ou seja, cerca de 78.000 pessoas suicidaram-se nos EUA nestes três últimos anos recorrendo a armas de fogo.
De 2021 a 2023, armas de fogo foram directamente responsáveis por quase 140.000 mortes nos EUA!
Para termos uma noção, morreram nas duas guerras do Iraque cerca de 9.000 soldados americanos. No Afeganistão morreram cerca de 2.400.
Cerca de 36.500 soldados americanos morreram durante a Guerra da Coreia. 
Aproximadamente 58.220 soldados americanos morreram na Guerra do Vietname.
116.516 soldados americanos morreram durante a Primeira Guerra Mundial.
Apenas na segunda guerra mundial morreram mais americanos do que nos EUA em tempo de paz de 2021 a 2023. Nesse conflito cerca de 405.000 soldados americanos morreram, estando nós a falar do conflito mais mortífero alguma vez ocorrido no planeta.
Se no entanto alargarmos esta estatística para os últimos dez anos, aproximadamente 400.000 americanos morreram devido a armas de fogo, considerando homicídios, suicídios e acidentes.
Em apenas dez anos morreram em solo dos EUA quase tantos americanos como aqueles que morreram na segunda grande guerra mundial.

Entrevista a Uta Jungermann: “Uma empresa realmente responsável reconhece que estamos a experienciar uma policrise”


O planeta atravessa uma crise multidimensional sem precedentes na História da humanidade: uma policrise, como alguns lhe chamam, que inclui alterações climáticas, perda de biodiversidade, poluição, desigualdades sociais, entre outras.

Para combater as suas causas e efeitos, é preciso um esforço conjunto de todos os setores das sociedades humanas, incluindo as empresas, às quais vem sendo exigido, cada vez mais, que reduzam os seus impactos negativos e que, idealmente, abandonem lógicas de fazer negócio assentes na mera extração a favor de abordagens com impactos neutros ou até mesmo de regeneração dos danos causados.

Uta Jungermann, diretora de Member Engagement & Global Network do Conselho Empresarial Global para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), contou à Green Savers que “uma empresa realmente responsável, primeiro que tudo, reconhece que estamos a experienciar uma policrise – alterações climáticas, perda de Natureza e crescente desigualdade”.

À margem da conferência anual do BCSD Portugal, associação que faz parte do WBCSD, que decorreu no passado dia 3 de julho em Lisboa, a responsável disse que quando a consciência dessa policrise é internalizada pelas empresas “também reconhecem a urgência em agir e que é preciso começar a perceber o que se pode fazer para se preparem para liderar a limitação dos impactos das alterações climáticas, para restaurar a Natureza, para abraçarem a noção de retribuir e não apenas de extrair”.

Reconhecida a existência desse quadro crítico e os riscos que representa para sociedades e, claro, empresas, “começamos a perceber que são necessárias transformações realmente profundas, da parte de todos”. Da parte dos negócios, são necessárias mudanças não só ao nível das suas operações diretas, mas também ao longo de toda a cadeia de valor.

“Para mim, uma empresa responsável, que é credível e responsabilizável, estabelece compromissos e metas com base na ciência, que são mensuráveis, que a coloquem num caminho para a neutralidade carbónica”, afirmou Uta, mas também assume, com precisão, os seus impactos no ambiente e na sociedade, “e comunica esse progresso de uma forma muito transparente”. Uma empresa responsável, em suma, “é verdadeira acerca dos seus impactos positivos, mas também reconhece os negativos e procura mitigá-los”.

É preciso que as empresas mudem a forma de estar no mundo?
Para Uta Jungermann, as empresas estão cada vez mais cientes de que não podem ser bem-sucedidas se as sociedades e ambientes dos quais fazem parte não forem, também eles, bem-sucedidos.

“Acho que estamos a experienciar essa mudança. Penso que as empresas estão a começar a perceber que não podem ter sucesso em sociedades que fracassam, há uma evidente interdependência. Os negócios querem prosperar, as sociedades querem prosperar. Os negócios só podem ser viáveis em sociedades saudáveis. Sei que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas creio que as empresas que internalizaram isso estão a pensar já que, para o seu sucesso a longo-prazo, precisam de criar as condições para que as sociedades em que operam possam prosperar”.

E acredita que “a mudança está a começar”, embora reconheça que “provavelmente não está a acontecer tão rapidamente quanto todos gostaríamos”. Para a responsável, a demora está, em certa medida, a ser causada por “este mundo polarizado em que vivemos”, e, sobretudo, devido à ausência de quadros regulatórios claros no que diz respeito à jornada da sustentabilidade das empresas.

“As empresas gostariam de ter quadros regulatórios muito claros e estabilidade. Tornaria tudo muito mais rápido, mas não é esse o caso. Há muita polarização em torno destes temas, e isso certamente obstaculiza a velocidade e a escala que precisamos, mas acredito que há um número cada vez maior de empresas que realmente percebem que isto é inevitável”.

Uta disse-nos que, acima de tudo, é preciso perceber que as alterações climáticas, a perda de Natureza e as desigualdades sociais são várias facetas de um mesmo problema e que não é possível resolver um sem combater os demais.

“A interdependência destes três desafios é tão clara e penso que as empresas estão a perceber isso”, referiu, acrescentando que “muitas vezes é mais fácil começar com as emissões de carbono, porque é uma só métrica, fácil de medir, mas as empresas estão a reconhecer que não é a única métrica” e estão a procurar abordagens que permitam responder a essas dimensões interconectadas e interdependentes.

Questionada sobre se as empresas, no que toca à sustentabilidade, deveriam assumir a dianteira desses esforços e não ficar à espera de que os legisladores criem as regras do jogo, Uta disse “sim, por vezes sim”.

“As empresas estão numa posição única para liderar. Têm uma influência significativa a vários níveis da sociedade e em diferentes geografias, ao longo das suas cadeias de valor, etc. Obviamente que as políticas são importantes, mas, ao mesmo tempo, se estivermos à espera de uma única abordagem global, pode nunca chegar. Não temos tempo para estar à espera. Por isso, as empresas podem, nas suas esferas de influência, fazer muito e liderar pelo exemplo”.

O combate à policrise não pode ser feito sem as empresas
“As empresas não podem fazê-lo sozinhas, mas também não pode ser feito sem elas”, salientou Uta Jungermann, pois “as empresas têm uma capacidade única para liderar”, sobretudo porque têm à sua disposição recursos e capacidade para a inovação que muitas vezes falta ao setor público.

Contudo, as transformações necessárias para combater a policrise aconteceriam mais rapidamente, sugeriu a responsável, “se tivéssemos vontade política para fazer acontecer”. Ainda assim, na ausência dessa vontade, as empresas podem ainda assumir a dianteira. “Não creio que tenhamos a inovação que precisamos sem as empresas na liderança”, disse Uta, e deixou um apelo: “Temos de parar de demonizar o setor privado”.

Mas será realmente possível mudar a forma como as empresas operam e se posicionam no mundo sem alterar o próprio sistema em que estão inseridas? A responsável explicou que o atual sistema económico global “não distingue entre a criação de valor e a extração de valor, e basicamente está desenhado apenas para extrair valor, em vez de criá-lo”.

Dessa forma, “existem poucos ou nenhuns incentivos para as empresas criarem verdadeiro valor”, pelo que há que “reinventar o capitalismo” de forma a “criar as condições para o sucesso dos negócios a longo-prazo, e assegurar que os mercados recompensam comportamentos que reforçam os sistemas ambientais e sociais que alicerçam a prosperidade económica”.

“Mas atualmente não é isso que se passa, e torna difícil que as empresas mudem, inovem, transformem”, lamentou.

Preparar para o futuro pode implicar alguns sacrifícios
As transformações profundas que são entendidas como necessárias para alinhar as empresas e a forma de fazer negócios com os objetivos de combate às crises planetárias pode, por vezes, implicar investimentos sem retorno imediato. Será que as empresas estão dispostas a fazer esses sacrifícios, não só em prol das sociedades e do planeta em geral, mas também da viabilidade dos seus próprios negócios no futuro?

Uta Jungermann acredita que “depende de quão avançada uma empresa está na sua jornada de sustentabilidade”, uma vez que “cada empresa está numa etapa diferente”.

Para a responsável, “as empresas com visão de futuro percebem que a sustentabilidade não é apenas uma opção ética, mas sim um imperativo estratégico para a viabilidade a longo-prazo”.

Se as empresas tiverem uma verdadeira visão de futuro, sublinhou, então perceberão que é preciso fazer certos sacrifícios para garantir a sustentabilidade dos seus negócios.

“Cada vez mais, as empresas apercebem-se dos riscos financeiros causados, por exemplo, pelos riscos físicos das alterações climáticas. Por isso, quando olham para o futuro, as empresas reconhecem que, por vezes, é preciso fazer certos sacrifícios.”

Um ‘empurrão’ regulatório e uma dose de auto-motivação
Uta Jungermann salientou que atualmente há um “ritmo sem precedentes” no desenvolvimento de quadros regulatórios sobre a sustentabilidade das empresas, com a Europa a impulsionar grande parte dos esforços, e, a nível global, “isso significa que o reporte obrigatório está a tornar-se inevitável”.

“Algumas empresas fazem isso há anos voluntariamente”, referiu, mas a obrigatoriedade do reporte está a acelerar a transformação e a trazer todas as empresas para o mesmo plano, o do rumo à sustentabilidade.

No entanto, para essa transformação é preciso não apenas obrigatoriedades regulatórias, mas também estar disposto a ir mais além. Ou seja, é preciso haver um equilíbrio entre o que as empresas são obrigadas a fazer e o que, como parte integrante das sociedades, devem fazer para lá do que lhes é legalmente exigido.

“Obviamente que a regulamentação é importante, mas ao mesmo tempo as empresas têm de ter auto-motivação também. Penso que as empresas estão a adotar essa mentalidade”, afirmou.

“Claro que precisamos de mitigar os impactos, isso é essencial. A mitigação é sempre importante. Temos de minimizar e eliminar os impactos negativos onde podemos, mas também precisamos de restaurar, precisamos de recuperar os danos que causámos. No final de contas, todos queremos prosperar. É uma longa viagem, mas acredito que estamos no caminho certo.”

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Organização Meteorológica Mundial alerta para impacto humano nas poeiras da atmosfera


A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou hoje para o impacto das atividades humanas na libertação de poeiras na atmosfera, cujas concentrações aumentaram em 2023 em certas zonas do planeta, como China e Mongólia.

“Necessitamos de estar vigilantes face à contínua degradação ambiental e às alterações climáticas. Provas científicas demonstram que as atividades humanas estão a ter impacto nas tempestades de areia e poeiras. Por exemplo, temperaturas mais elevadas, secas e maior evaporação levam a uma menor humidade do solo, que, combinada com a má gestão da terra, conduz a mais tempestades de areia e poeiras”, advertiu, citada em comunicado, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.

Segundo a OMM, que hoje divulgou o relatório anual sobre poeiras, no Dia Internacional de Combate às Tempestades de Areia e Poeiras, todos os anos “cerca de dois mil milhões de toneladas de poeiras entram na atmosfera, escurecendo os céus e prejudicando a qualidade do ar em regiões que podem estar a milhares de quilómetros de distância, afetando economias, ecossistemas, tempo e clima”.

Em grande parte, tal deve-se a “uma má gestão da água e da terra”, assinala a OMM, agência da ONU, organização liderada pelo português António Guterres que estima que pelo menos 25% das emissões globais de poeiras têm origem em atividades humanas.

De acordo com o relatório hoje publicado, as concentrações médias de poeiras aumentaram em 2023 no oeste da Ásia Central, no centro-norte da China e no Sul da Mongólia face a 2022.

No ano passado, a tempestade de areia mais severa ocorreu em março na Mongólia, atingindo uma área de mais de quatro milhões de metros quadrados, incluindo 20 províncias da China.

No hemisfério sul, as concentrações de poeiras alcançaram o seu nível mais alto em partes da Austrália Central e na costa oeste da África do Sul.

De acordo com a OMM, as regiões mais vulneráveis ao transporte de poeiras de longa distância são o norte do oceano Atlântico tropical, entre a África Ocidental e as Caraíbas, a América do Sul, o mar Mediterrâneo, o mar Arábico, a baía de Bengala e o Centro-Leste da China.

Em 2023, o pico anual estimado para a concentração média de poeiras registou-se em algumas áreas do Chade, país no Centro-Norte de África abrangido pelo deserto do Sara.

No ano passado, em agosto, uma nuvem de poeiras do norte de África afetou a qualidade do ar em Portugal continental.

As poeiras com origem nesta região do globo voltaram em 2024 a afetar Portugal, e com mais frequência, nos meses de março, abril e junho.

Mas nem tudo é mau, segundo a Organização Meteorológica Mundial, que, citando um novo estudo, realça que a deposição de poeiras do Sara nas águas do Atlântico favorece o crescimento de fitoplâncton (algas microscópicas e cianobactérias), de que se alimentam peixes como o atum-bonito, cuja captura aumentou entre as décadas de 1950 e 2020.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Há cada vez mais conselhos de administração a procurar CEO com esta competência


Actualmente, os conselhos de administração procuram CEOs com elevados níveis de inteligência emocional, ou seja, a capacidade de ler e interpretar os sentimentos dos outros e reagir em conformidade na tomada de decisões, de acordo com o Insider.

Especialistas em diversidade e inclusão afirmam que a pressão sobre os CEOs para implementarem mudanças sociais nas empresas significa que cada vez mais líderes serão julgados pela sua inteligência emocional.

Para muitos conselhos de administração, contratar executivos de topo já não se trata de priorizar capacidades “úteis na obtenção de lucro”. Um estudo da Harvard revela que uma nova competência se sobrepõe às demais: inteligência emocional/social skills.

Investigadores analisaram cerca de cinco mil descrições de cargos executivos da Russell Reynolds, empresa de consultoria em liderança, entre 2000 a 2019 e descobriram que as palavras-chave mais mencionadas andam à volta de inteligência emocional, autoconsciência e a capacidade de trabalhar bem com os outros.

Este estudo junta-se a outros, reforçando a crescente importância desta competência. Um inquérito da plataforma Capterra, publicado em Janeiro, mostrava que líderes com elevada inteligência emocional eram 11% mais bem sucedidos na concretização de projectos, comparativamente aos que afirmaram ter menor inteligência emocional. Um estudo de 2009, divulgado no Leadership & Organization Development Journal, indicava que os executivos com níveis mais altos de empatia e auto-estima eram mais propensos a gerar altos lucros para as empresas.

«É uma competência de liderança que não pode faltar e será cada vez mais falada no futuro», revela Arquella Hargrove, consultora de Diversidade e Inclusão e Leadership coach, à Insider.

Entre os temas da igualdade, diversidade e inclusão, os consultores esperam que a procura por competências de inteligência emocional aumente nos próximos anos. «Estamos a lidar com pessoas e queremos humanizar estes temas. As emoções estão incluídas», acrescenta a consultora.

«Se estamos a tentar focar-nos na humanidade e aceitar as pessoas como são, competências de compreensão e empatia são fundamentais», declara Doris Quintanilla, directora executiva e cofundadora da consultora The Melanin Collective.

Qualquer líder (e gestores no geral) pode trabalhar para desenvolver a sua inteligência emocional. Uma das vertentes é a consciência social, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. É ter empatia, escrevem Daniel Goleman, autor de “Emotional Intelligence 2.0”, e Richard E. Boyatzis, professor de Psicologia na Case Western Reserve University, na Harvard Business Review.

Para trabalhar o tema da empatia, Arquella Hargrove e Doris Quintanilla recomendam que os líderes passem mais tempo com os seus colaboradores de backgrounds mais sub-representados, convidando-os a partilhar as suas histórias e experiências. «Quando os líderes ouvem os seus colaboradores de diferentes origens, começam a valorizar essas diferenças e fazem as pessoas sentir-se incluídas na equipa», disse Arquella Hargrove.

Outro lado importante da inteligência emocional é a forma como se gerem relações ou a capacidade de comunicar eficazmente e trabalhar com os outros. «Ter inteligência emocional é também pedir feedback e ser capaz de o aceitar, seja positivo ou negativo. Esta capacidade torna-nos melhores líderes e gestores», acrescenta.

Portugal é o país da UE com mais famílias só com um filho


“É, aliás, um país de filhos únicos”, destacou a mesma fonte, referindo que apenas 27% das famílias tem crianças e, entre estas, quase dois terços tem apenas um filho.

Na União Europeia, as famílias numerosas (com pelo menos três filhos) representam 13% das famílias com filhos, “o dobro da proporção de Portugal (6%)”, segundo a mesma fonte.

As famílias monoparentais aumentaram 22% e o número de pessoas a viver só, aumentou 28%.

Na esmagadora maioria das famílias monoparentais (87,3%), o adulto é uma mulher, o que está 3,5 pontos percentuais acima da média europeia (83,8%).

“Na Estónia e na Suécia, em cerca de um terço das famílias monoparentais, o adulto é homem”, sublinhou a PORDATA.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Biologices


Esta fascinante planta (Monotropa uniflora) é uma das estranhas maravilhas da natureza porque não tem clorofila e não depende da fotossíntese. Pode crescer nas florestas mais escuras.
Muitas pessoas se referem a ela como fungo do cachimbo da Índia ou planta branca fantasmagórica, mas não é um fungo mesmo que pareça. Na verdade, é uma planta com flores e membro da família de mirtilo (Ericáceas).