quinta-feira, 10 de agosto de 2023

A China a chamar por nós


"A sabedoria confuciana ensina que a melhor porta fechada é aquela que se pode deixar aberta.
A invasão russa da Ucrânia e a posição chinesa perante o conflito esfriaram as relações entre Bruxelas e Pequim. Mas a União Europeia, que nunca foi muito rápida, só tem de ser mais astuta. Segunda maior economia planetária, com uma influência crescente e uma afirmação acentuada nos planos estratégico e militar, a China é cada vez mais um ator global com capacidade não apenas para influenciar a evolução da guerra, mas sobretudo para ter um papel central no desenho dos novos contornos políticos, económicos e estratégicos do mundo pós-conflito. Neste contexto, é essencial não esquecer que a China já ultrapassou os Estados Unidos como o primeiro parceiro comercial da União Europeia. E, da nossa parte, apesar da crescente tendência da diplomacia portuguesa em seguir as diretrizes de Bruxelas, Macau deverá continuar a marcar a singularidade portuguesa e uma relação única iniciada em 1516. Sim, somos aliados dos Estados Unidos, mas amigos da China, com quem mantemos uma relação de confiança fundada em séculos de convivência. Quanto às relações comerciais, só temos de lembrar-lhes o seu próprio provérbio: Se o vento sopra de uma única direção, a árvore cresce inclinada." - Afonso Camões, D.N. 18.04.2023

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